Ela sabia que não estava só...Ela pertencia de todo ser a ele e Vittorio jamais à abandonaria ... Precisava suportar!
A dor já não era uma sensação passageira. Tornou-se um estado de ser. O gosto do sangue misturado ao medo era um lembrete cruel do tempo que Isabella passava ali, naquele cativeiro imundo, sob o olhar predador de homens sem alma.Ela não sabia quantas horas haviam se passado desde que aquela lâmina havia tocado sua pele, desde que seu vestido fora rasgado como um aviso. Sua cabeça pêndia para frente, os pulsos ardiam nas amarras, mas seu espírito ainda resistia. Isabella não choraria. Não daria a eles o prazer de vê-la se despedaçar.O homem loiro de olhos frios, que ela já começava a chamar de Demônio, inclinou-se para ela, observando-a como se fosse um experimento inacabado.— Interessante... Achei que a boneca já teria quebrado — ele murmurou, puxando-a pelo cabelo para que seus olhos se encontrassem. — Mas você ainda tem fogo nos olhos. Isso vai tornar tudo ainda melhor.—Quem sabe eu não aproveito desse seu fogo pra me aquecer tenho me sentido tão sozinho.—Ele falou em voz mais b
A dor já não era uma sensação passageira. Tornou-se um estado de ser. O gosto do sangue misturado ao medo era um lembrete cruel do tempo que Isabella passava ali, naquele cativeiro imundo, sob o olhar predador de homens sem alma.Ela não sabia quantas horas haviam se passado desde que aquela lâmina havia tocado sua pele, desde que seu vestido fora rasgado como um aviso. Sua cabeça pêndia para frente, os pulsos ardiam nas amarras, mas seu espírito ainda resistia. Isabella não choraria. Não daria a eles o prazer de vê-la se despedaçar.O homem loiro de olhos frios, que ela já começava a chamar de Demônio, inclinou-se para ela, observando-a como se fosse um experimento inacabado.— Interessante... Achei que a boneca já teria quebrado — ele murmurou, puxando-a pelo cabelo para que seus olhos se encontrassem. — Mas você ainda tem fogo nos olhos. Isso vai tornar tudo ainda melhor.—Quem sabe eu não aproveito desse seu fogo pra me aquecer tenho me sentido tão sozinho.—Ele falou em voz mais b
O vapor ainda subia da pele de Isabella quando ela envolveu o corpo com o robe branco. Seus cabelos úmidos colavam-se ao rosto, e seus olhos ardiam — não só pelo calor do banho, mas pelas lembranças que ferviam em sua mente.Ela poderia ter chamado uma das empregadas. Poderia ter pedido algo para beber, ou simplesmente batido a campainha e esperado que alguém viesse servi-la. Mas não quis.Precisava caminhar. Sentir o chão sob os pés. Dominar cada passo da própria vontade.Voltar para a realidade, voltar ao normal. Normal?! Meu Deus sua vida podia ser tudo menos normal, des de que se aproximara de Vittorio sua vida tinha sido tudo menos normal. De uma menina que trabalhava em algum escritório qualquer, à assistente de Mafioso, virando sua noiva sem muita escolha, apresentada a Famiglia da Mafia e não podemos esquecer um quase triângulo amoroso, (alguém que nunca foi desejada por ninguém agora tinha dois homens dispostos a brigar por ela), acusada de infidelidade, sequestrada, molestad
A noite em Nápoles era quente, pesada, como se o próprio ar conspirasse para esconder segredos. As ruas estreitas e sinuosas do bairro antigo eram iluminadas apenas por faróis fracos, que lançavam sombras dançantes nas paredes de pedra. Era ali, no coração da cidade, que o poder verdadeiro se escondia, longe dos holofotes e das manchetes. A máfia não precisava de luz para governar; ela prosperava nas trevas.Vittorio Moretti, conhecido como Il Fantasma — O Fantasma —, era um homem que personificava o silêncio mortal das sombras. Alto, de olhos frios como o aço e uma presença que paralisava até os homens mais corajosos, ele era o chefe indiscutível da família Moretti. Sua reputação era lendária: implacável, calculista e, acima de tudo, perigoso. Mas havia uma regra que ele nunca quebrava: nunca se envolver emocionalmente. Até agora.Do outro lado da cidade, em um apartamento minúsculo e decadente, Isabella Rossi lutava contra o desespero. Aos 24 anos, ela já havia perdido a esperança d
Vittorio Moretti não era um homem que acreditava em coincidências. Para ele, o universo era uma teia de causas e consequências, e cada ação tinha um preço. Ele havia aprendido isso da maneira mais difícil, em uma noite que mudou sua vida para sempre.Era uma noite de inverno, há mais de quinze anos, quando ele ainda era apenas um jovem de dezenove anos, cheio de sonhos e ambições. Seu pai, Don Carlo Moretti, era o chefe da família, um homem respeitado e temido em igual medida. Vittorio cresceu à sombra do poder, observando o pai negociar, intimidar e, quando necessário, eliminar aqueles que ousavam desafiar a família. Ele admirava o pai, mas também temia o dia em que teria que assumir o lugar dele.Esse dia chegou mais cedo do que ele esperava.Foi em uma reunião de família, no porão de uma velha vinícola nos arredores de Nápoles. Don Carlo estava discutindo um acordo com um dos capangas, quando a porta se abriu de repente. Antes que alguém pudesse reagir, tiros ecoaram pelo espaço fe
Isabella Rossi não havia procurado Vittorio Moretti por acaso. A decisão de se aproximar dele veio de uma conversa com sua avó, uma mulher forte e sábia que, mesmo doente, ainda mantinha um brilho nos olhos.— Minha querida — a avó havia dito, segurando a mão de Isabella com uma força surpreendente. — Há algo que você precisa saber. Seu avô... ele não era apenas um homem comum. Ele tinha conexões. Conexões que podem nos ajudar agora.Isabella franziu a testa, confusa.— Conexões? O que você quer dizer, vovó?A avó hesitou por um momento, como se estivesse ponderando o quanto revelar.— Seu avô trabalhou para a família Moretti quando era jovem. Ele era um homem de confiança de Don Carlo, o pai de Vittorio. Eles tinham um acordo... uma dívida de honra. Se você for até Vittorio e mencionar o nome do seu avô, ele pode nos ajudar.Isabella ficou chocada. Ela sempre soube que o avô tinha um passado misterioso, mas nunca imaginou que ele estivesse envolvido com a máfia. Agora, aquela informa
O primeiro dia de Isabella como assistente pessoal de Vittorio começou antes mesmo do sol nascer. Ela acordou com o coração acelerado, o som do vento batendo contra as janelas do pequeno apartamento que dividia com os avós. A noite havia sido agitada, cheia de sonhos fragmentados nos quais Vittorio aparecia como uma figura sombria e sedutora, sempre fora de alcance. Agora, de pé diante do espelho, ela se arrumava com cuidado, escolhendo um vestido preto simples, mas elegante, que destacava sua silhueta sem parecer vulgar. Os saltos altos eram um toque arriscado, mas ela queria transmitir confiança. Afinal, não estava lidando com um homem comum.Ao sair de casa, o ar fresco da madrugada a acalmou um pouco. As ruas de Nápoles estavam desertas, e o som de seus passos ecoava nas calçadas de pedra. Vittorio havia enviado um carro para buscá-la, um sedan preto e discreto, com vidros escuros e um motorista igualmente silencioso. Ela entrou no carro, sentindo o cheiro de couro novo e um leve
O final do dia chegou, e Isabella estava exausta. A mansão de Vittorio era um labirinto de corredores silenciosos e salas imponentes, e ela sentia que mal havia arranhado a superfície de seu novo mundo. Ele a havia levado para jantar em uma sala de jantar luxuosa, com uma mesa comprida que poderia acomodar vinte pessoas, mas que agora estava posta apenas para os dois. A comida era requintada — massas frescas, vinho tinto encorpado e uma sobremesa que derretia na boca —, mas Isabella mal conseguia saboreá-la. A presença de Vittorio era opressiva, mesmo quando ele estava calado.Quando o jantar terminou, ele se levantou e caminhou até a janela, olhando para os jardins iluminados pela luz da lua.— Isabella — ele começou, sua voz suave, mas carregada de autoridade. — A partir de hoje, você vai morar aqui, na mansão.Ela quase engasgou com o gole de vinho que estava tomando.— Morar aqui? — ela repetiu, tentando processar a informação. — Mas... meus avós... eu preciso cuidar deles.— Você