Quando acordei, me sentia recuperada, apesar de ainda sentir uma tremenda dor de cabeça, a pancada tinha sido muito forte para ser curada de um dia para o outro.
Assim que abri meus olhos, tive que me acostumar com a claridade intensa que iluminava todo o quarto no qual eu me encontrava, que parecia ser muito confortável e natural, cheio de diversas plantas, uma fonte que jorrava água e devo dizer, o som que aquele cômodo transmitia, me fazia querer voltar a dormir, de tão relaxante que era. Quando finalmente levantei, percebi que estava sem minhas roupas, então peguei o lençol, que forrava a cama, e enrolei em todo o meu corpo. Caminhei lentamente até a janela, para tentar entender em que lugar eu estava, mas não reconheci nada do local. Me assustei quando alguém entrou no quarto, quase lançando chamas para todos os lados.
- Me desculpe, achei que ainda estivesse dormindo. – Disse a garota com lindos cabelos loiros e encaracolados, além de seus intensos olhos cinzentos, que estudavam cada centímetro do meu corpo.
- Onde estão as minhas roupas? – Perguntei, envergonhada pelo meu estado catastrófico.
- Estavam todas queimadas, mas eu trouxe algumas que você pode usar. A propósito, me chamo Alyssa.
- Nicole. – Disse de forma simples, cumprimentando a garota.
- Esperarei que se arrume, estarei do lado de fora.
Então, coloquei uma calça de moletom cinza, uma blusa preta com os dizeres “Academia Yancy” e um par de tênis também na cor preta. Assim que abri a porta, encontrei Alyssa, sentada enquanto lia um livro.
- Vejo que está pronta. Venha, o diretor quer falar com você.
A segui até um escritório, rústico e muito perfumado. Um pouco enjoativo, mas era melhor do que nada. Assim que entrei, me aconcheguei na poltrona mais distante de onde o homem se sentava, precaução nunca é demais quando se é atacada e levada a um lugar que você não tinha ideia de que podia existir.
- Eu sou o diretor Benjamim e creio que você tenha várias perguntas.
- Que lugar é esse?
- Esse é o lugar mais seguro para pessoas como nós, vocês são treinados para que possam se proteger quando saírem daqui, é onde aprendem a controlar seus poderes para usa-los da forma correta.
- E porque eu estou aqui? Sei cuidar de mim mesma e quero poder falar com os meus pais.
- Você está porque seus pais pediram a nossa ajuda, eles nos contataram assim que você chegou em casa, assim que os salvou. E posso te garantir a segurança deles.
- Meus pais nem sabem que tipo de poderes eu tenho, como saberiam sobre esse lugar?
- Nós temos a observado a algum tempo, você é única e sabe disso. A muito tempo não encontramos alguém que pudesse manipular o fogo.
Isso não era uma novidade, o ultimo Yanxe que encontrei, fugiu de mim ao saber de tal poder, como se eu fosse um monstro, não foi minha melhor experiência, mas me acostumei com o tempo.
- Sei do que sou capaz.
- Então, agora precisa saber que está em perigo, manipuladores do fogo são muito poderosos, o que não agrada a muitas pessoas.
- Me sinto muito melhor. – Comentei em total tom de ironia.
- Aqui você estará protegida, não se preocupe. Alyssa ajudará você no que precisar. Dispensadas. – Disse ele por fim.
A garota me levou para conhecer toda a academia e devo dizer, estou impressionada com a beleza do lugar, era simples e rustico, mas totalmente encantador. Parecia ser muito antiga, mas estava bem conservada, alguém deve ter muito trabalho para deixar do jeito que está.
Os corredores estavam cheios de alunos, correndo de um lado para o outro, ou usando seus poderes, por exemplo, a garota pela qual passamos, tinha a capacidade de manipular a luz ao seu redor. Criando hologramas e ilusões que divertiam seus colegas.
Fico imaginando, como manipular o fogo era um poder raro e a manipulação da luz não? Eu não tinha uma resposta para essa pergunta. Mas deixei de lado, não sabia como isso poderia me ajudar agora.
Alyssa me mostrou cada detalhe, como se cada peça fosse importante para que eu conhecesse a história do lugar, mas se essa era a intenção, não posso dizer que ouvi muito do que ela disse, pois, minha mente estava longe, cheias de pensamentos e perguntas sobre o que havia acontecido no dia anterior.
- Ei, está tudo bem? Você parece distraída.
- Estava pensando nos meus pais, apenas isto.
- Eles vão ficar bem.
- Pode ser, mas não consigo tirar da minha cabeça que a culpa de tudo o que aconteceu foi apenas minha, ele queria a mim e não aos meus pais.
- Se assim quiser, podemos tentar descobrir o que aconteceu.
Sorri com a preocupação da garota, mal me conhecia, mas estava disposta a me ajudar a desvendar esse grande mistério.
- Venha, vou lhe apresentar alguns amigos.
Alyssa me levou para a arena, o único lugar que ainda não tinha me mostrado. Era enorme, bastões, coletes e outras coisa se espalhavam por todo o espaço, pessoas lutavam entre si, para alavancar seu potencial e suas habilidades. Sempre treinei sozinha, por não conhecer muitas pessoas como eu, nunca tive a oportunidade de me socializar com eles, mas aqui estou, em um lugar cheio de Yanxes que me treinaram para que eu possa proteger os meus pais, do mesmo jeito que eles sempre me protegeram, com medo de que alguém me fizesse mal ou zombasse de mim por minha família não ter poderes, esperava retribuir a eles, tudo o que fizeram por mim e recompensar por todos os danos que causei, tanto fisicamente quanto mentalmente, pois eu não nasci sabendo controlar minhas habilidades, não foi fácil cuidar de alguém que gostava de colocar fogo nas coisas, apenas por diversão. O que? Quando eu era criança era divertido fazer isso, agora nem tanto.
- Pessoal, essa é Nicole.
- É um prazer, eu sou Alex. – Disse o garoto beijando a minha mão.
- Não ligue para ele. Eu sou Allie.
- Eu sou Tyler e esse aqui é Kyle.
- É um prazer conhecer todos vocês.
- Onde está Jason? – Perguntou Alyssa.
- Provavelmente, entrando em outra briga. – Disse o rapaz, me deixando confusa.
E foi assim que todo o lugar entrou na escuridão, era impossível ver qualquer coisa aqui, mas eu podia ter certeza que alguém tinha sido lançado contra a sua vontade e como eu sei? Por que esse alguém, caiu em cima de mim.
- O que aconteceu? Porque está tudo escuro? E seja quem for, pode, por favor, sair de cima de mim?Sem dizer nada, a pessoa se levantou e tudo clareou em um passe de mágica.- Jason, o que você está fazendo? – Perguntou Kyle.Ele não respondeu à pergunta, apenas se voltou ao seu oponente, nem ao menos se desculpou por ter esmagado cada osso do meu corpo. Eu sei, um pouco exagerado, mesmo assim, quem ele pensa que é? Mas ele sentia raiva, isso eu podia perceber com facilidade. O mesmo não queria facilitar para o seu oponente, mas isso não significa que ela possa machucar a outros durante o percurso.Eu nem pensei, apenas me levantei e coloque Jason e seu colega contra a parede, usando minha telecinese.- Qual o problema de vocês dois?- Me coloque no chão. – Reclamou Jason.- Pe&cced
Se vocês imaginavam que proteger a mente de alguém era simples, estavam errados, inclusive eu mesma. Era uma dor insuportável. Vou tentar explicar mais detalhadamente, eram necessários, dois telepatas para esse processo. Henry entrava em minha mente tentando bloquear todas as minhas memórias, para que eu não pudesse ser controlada, já Emy, tentava acessar e fazer com que eu a obedecesse. Eu queria muito dizer que foi rápido, e que apenas o começo foi terrível, mas, para falar a verdade, ficamos 5h dentro de uma sala até finalmente termos o sucesso que desejávamos. Eu suava frio, estava ofegante, fraca e cansada. - Não foi tão ruim assim. – Comentou Henry. - Eu gostei muito de você, não faça eu lhe dar um soco depois de tal comentário, pois não foi a sua mente que foi invadida. - Ela tem razão, não diga uma coisa dessas. – Emy o repreendeu. - Eu agradeço muito pela ajuda de vocês. - Imagina. Mas não
Quando acordei, fui novamente para a sala do diretor, só que dessa vez, por vontade própria. Além disso, eu nem tinha feito tantas coisas ruins, e o atraso nem foi por minha culpa, aquele lugar era enorme, como eu poderia decorar cada espaço? Mesmo depois de Alyssa ter me apresentado a academia, eu ainda ficava perdida enquanto andava sozinha naqueles corredores. Mas o que posso fazer? Não tenho a memória boa. Bati na porta, esperando uma resposta. - Entre. – Disse ele. – Senhorita Anderson, sente-se. - O senhor está ocupado? Eu gostaria de fazer umas perguntas. - Achei que teria. Me acomodei em uma poltrona. - Porque apenas eu? – Não precisei dizer mais nada, pois o mesmo pareceu entender. - Os manipuladores do fogo, sempre foram os mais fortes entre todos. Eles sempre acreditaram que ter reis e rainhas os comandando, os faziam poderosos, mas isso subiu à cabeça deles
Na manhã seguinte, voltamos para a floresta, mas estávamos muito constrangidos com o sermão que tínhamos ganhado no dia anterior. Hoje teríamos que conseguir alguma coisa, ou levaríamos um grande e redondo zero. E parece que Jason não gostou de saber que poderia ter uma nota ruim, dentre todas as suas notas dez. (Ele se gabou muito por isso). - O que vamos fazer para conseguir ampliar nossos escudos? Alguma ideia? – Perguntou ele. - Vamos tentar dar as mãos, talvez acontece algo. Mas eu estava errada, nada aconteceu da primeiras vinte vezes que tentamos. “Vocês precisam se conectar” Lembrei do que o diretor havia nos ensinado. - Me conte algo sobre você, algo que goste de fazer. - Algum motivo em especial? - Apenas uma ideia. Vamos, me diga algo. Ele hesitou. - Se contar isso para alguém... - Não vou, prome
- Eu esperava uma rima melhor. – Zombou Alex. - A quantos anos os manipuladores do fogo estão desaparecidos? – Perguntou Nicole. - Em duas semanas completa vinte e um anos que não temos notícias deles. Nicole pareceu assustada com tal informação, mas resolvi que não era hora de perguntar o que passava por sua cabeça. Vasculhamos a cidade inteira, até perceber que não havia nada ali, além de destroços. Quando a noite chegou, retornamos ao instituto, Alyssa se dirigiu para a sala do diretor, para lhe contar o que encontramos, ou seja, apenas uma frase que para mim, não fazia sentido. Quando todos já haviam ido para seus quartos, resolvi fazer uma caminhada noturna. O que? Não tenho culpa de ter hábitos estranhos. Mas, isso não vem ao caso, o que eu estava querendo dizer é que quando sai, vi uma silhueta, muito familiar, indo em direção a floresta. Olhava para todos os lados, com medo de ser pega. Usei a minha teleci
- Como? – Perguntou Nicole.- Precisamos de convites e roupas. Allie, pode providenciar?- Com certeza. – Disse, se levantando e voltando para a academia.- Nicole e Jason, vocês dois vão se disfarçar e entrar na festa.- Que tipo de festa? – Perguntei.- Ela faz esses eventos para abençoar casais apaixonados.- COMO É? – Nicole e eu dissemos juntos.- Isso mesmo, mas tentem ser discretos, além de Yanxes, também terá humanos. E para a alegria de vocês, o evento será durante a noite de hoje, estejam preparados.Eu não posso negar que estava um pouco animado em ir a esse evento com Nicole, porém, eu também gostaria de fugir. Eu sei, sou indeciso, mas o que posso fazer? Conheci ela a pouco tempo e não acredito nisso de amor à primeira vista, deixo isso para as histórias em quadrinho.
Eu estava dormindo, quando ouvi alguém me chamar.- Jason!- Estou acordado. – Disse, dando um pulo da cadeira.Percebi que era Nicole me chamando, tinha um sorriso estampado em seu rosto. Então caminhei, lentamente, até sua cama e me sentei ao seu lado. Ela parecia bem, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, como se tudo o que aconteceu, tivesse desaparecido de sua memória. No entanto, eu não poderia saber, precisaria perguntar para a mesma.- Como está se sentindo?- Bem, o que aconteceu? Estou um pouco confusa.- Você não se lembra? – Perguntei.- Só de termos corrido até a floresta, depois disso, não me lembro de nada, minha memória não está clara.Contei a ela o que havia acontecido na noite anterior, infelizmente, seu sorris
Quando chegamos à residência de Oliver, fiquei impressionada com a mansão, na qual ele morava. Era enorme e perfeitamente, organizada em tons brancos e beges. Em pouco tempo, Jason foi curado, algo que achei que Oliver não faria por ele, mas o mesmo pediu que seu curandeiro viesse ajuda-lo, e mesmo com todo o poder de cura, Jason permanecia inconsciente. - Leve os garotos para a cela. - Espera aí, cela? - Claro, não quero nenhum tipo de brincadeira em minha humilde casa. Humilde seria o soco que eu daria, se ele encostasse um dedo em meus amigos, talvez um pontapé, força do hábito. - Sente-se e me conte o que sabe sobre a princesa. - Se responder minhas perguntas primeiro. – Eu disse, enquanto me acomodava em uma poltrona. - O que gostaria de saber? - Quem mantém a sociedade do fogo presa em um sono profundo? - Você deveria perguntar porque ela