Se vocês imaginavam que proteger a mente de alguém era simples, estavam errados, inclusive eu mesma. Era uma dor insuportável.
Vou tentar explicar mais detalhadamente, eram necessários, dois telepatas para esse processo. Henry entrava em minha mente tentando bloquear todas as minhas memórias, para que eu não pudesse ser controlada, já Emy, tentava acessar e fazer com que eu a obedecesse. Eu queria muito dizer que foi rápido, e que apenas o começo foi terrível, mas, para falar a verdade, ficamos 5h dentro de uma sala até finalmente termos o sucesso que desejávamos.
Eu suava frio, estava ofegante, fraca e cansada.
- Não foi tão ruim assim. – Comentou Henry.
- Eu gostei muito de você, não faça eu lhe dar um soco depois de tal comentário, pois não foi a sua mente que foi invadida.
- Ela tem razão, não diga uma coisa dessas. – Emy o repreendeu.
- Eu agradeço muito pela ajuda de vocês.
- Imagina. Mas não esqueça, para que continue dando certo, você tem que se manter firme e focada.
- Vou me lembrar disso.
Me direcionei para o grande salão, onde encontrei o pessoal. Sinceramente, a comida daquele lugar era incrível, devo dizer que meus horários preferidos são o do almoço e da janta. Não me julguem, experimentem e entenderam.
- Você demorou muito, deu certo? – Perguntou Alyssa.
- Ocorreu tudo como esperado.
Quando falei isso, Jason caiu na gargalhada, como se eu tivesse contado uma piada.
- Do que está rindo? – Perguntou Kyle.
- Apenas do comentário dela.
- Como é?
- “Parem, por favor, isso doí demais, alguém me ajude, eu vou morrer”. Tem certeza que foi tudo bem mesmo? – Disse ele, rindo mais ainda.
Aquilo me deixou furiosa, então usei a minha telecinese e lancei purê de batata em todo o seu rosto.
- Isso sim é engraçado. – Comentei.
- Você não fez isso.
- É, acho que eu fiz sim.
Ele tentou fazer a mesma coisa, mas eu consegui desviar da comida, no entanto, a pessoa atrás de mim, já não teve essa sorte.
- Quem foi que fez isso? – Perguntou o garoto cheio de purê.
Ele tinha quase dois metros de alturas, músculos enormes e uma feição não muito amigável.
- Foi ele. – Eu disse apontando para Jason.
- O que? – Resmungou.
E foi assim que o gigante, nomeado gentilmente, por mim, pegou uma bandeja com uma carne cheia de molho e jogou em Jason, o garoto ficou parecendo Carrie, a estranha.
Agora foi a minha vez de rir escandalosamente, a situação foi muito engraçada. Mesmo eu sendo a manipuladora do fogo, Jason quem parecia soltar chamas pelos olhos. E eu, como uma pessoa consciente, me escondi debaixo da mesa depois que o salão ficou negro, sai engatinhando até estar do lado de fora do salão, não queria ficar com purê de batata no cabelo.
Os corredores estavam vazios, mas algo me chamou atenção, chamas que quando juntas, formavam uma silhueta feminina. Mesmo não conseguindo identifica-la, ela parecia ser muito bonita, com longos cabelos negros, como os meus. Ou você imaginou que meus cabelos eram vermelhos como o fogo?
Enfim, segui a mulher até uma sala que estava vazia, assim que entrei as chamas se ergueram sobre mim.
“Volte para casa”
Disse a mulher, com a mesma voz que perturbava meus sonhos toda vez que eu fechava os olhos. Mas a forma se dissipou e nada havia ali, além de mim, naquele espaço escuro e desconfortável.
Quando eu voltava para o grande salão, os alunos saiam correndo, cobertos de comidas. Alex, com certeza, não me viu, já que bateu em mim e nós dois caímos no chão.
- Que cara é essa? Até parece que viu um fantasma. – Disse ele rindo.
- Nada, estava apenas pensando.
- O diretor Benjamin está te esperando na sala dele.
Não lembrava muito bem como chegar ao escritório, por isso acabei demorando um pouco, levando uma bronca no momento em que abri a porta.
- Atrasos, brigas envolvendo comidas. Senhorita Anderson, você acabou de chegar, e já está dando todo esse trabalho?
- Me desculpe, não tive a intenção. – Essa foi a única coisa que consegui dizer.
Jason estava lá também, e riu da minha situação. Mas ele não gostou muito do que aconteceu em seguida.
- E você senhor Lee, eu tolero as suas brigas por você estar protegendo seus colegas, mas hoje foi a gota d’água. Vocês dois estão responsáveis por limpar e organizar o grande salão, e espero que até o amanhecer esteja como antes estava. E não aceitarei desculpas.
Jason e eu nos entreolhamos, mesmo em silencio, acho que desde o momento que cheguei aqui, essa seria a primeira vez que concordávamos, aquela noite seria longa e muito irritante.
Quando já estávamos no enorme salão, peguei a mangueira e comecei a jogar agua por todo o chão de mármore. O garoto ao meu lado, tinha um cheiro terrível e como uma boa amiga, virei a mangueira para o mesmo.
- Ei, o que foi isso?
- Você precisava de um banho, apenas antecipei o momento. – Ri de sua cara de espanto.
- Está frio agora.
- Eu posso ajudar com isso também.
Criei chamas por todo o meu corpo, apontando minhas mãos para Jason.
- Prefiro ficar molhado, obrigado.
- Não seja tão rude. Só estou querendo ajudar. – Disse com um tom de ironia na voz.
- É melhor não me provocar, você não me conhece.
- E nem você a mim, então não ache que vou tolerar suas brincadeiras. – Eu disse por fim.
Durante o restante da noite, ficamos em silencio, não queríamos falar um com o outro, para que não haja mais brigas, essa seria a melhor opção para todos nós.
Durante a madrugada, voltei ao meu quarto para tomar um banho e me deitar e mais uma vez, aqueles mesmos sonhos retornaram a minha mente, mas agora aquela figura humana, envolta em chamas, não saia de meus pensamentos. Eu nunca a tinha visto, mas tinha aquela sensação de que a conhecia, mas de onde? Quem era ela? Porque estava atrás de mim?
Eram muitas perguntas sem respostas, mas eu tinha que começar a entender a minha história.
Quando acordei, fui novamente para a sala do diretor, só que dessa vez, por vontade própria. Além disso, eu nem tinha feito tantas coisas ruins, e o atraso nem foi por minha culpa, aquele lugar era enorme, como eu poderia decorar cada espaço? Mesmo depois de Alyssa ter me apresentado a academia, eu ainda ficava perdida enquanto andava sozinha naqueles corredores. Mas o que posso fazer? Não tenho a memória boa. Bati na porta, esperando uma resposta. - Entre. – Disse ele. – Senhorita Anderson, sente-se. - O senhor está ocupado? Eu gostaria de fazer umas perguntas. - Achei que teria. Me acomodei em uma poltrona. - Porque apenas eu? – Não precisei dizer mais nada, pois o mesmo pareceu entender. - Os manipuladores do fogo, sempre foram os mais fortes entre todos. Eles sempre acreditaram que ter reis e rainhas os comandando, os faziam poderosos, mas isso subiu à cabeça deles
Na manhã seguinte, voltamos para a floresta, mas estávamos muito constrangidos com o sermão que tínhamos ganhado no dia anterior. Hoje teríamos que conseguir alguma coisa, ou levaríamos um grande e redondo zero. E parece que Jason não gostou de saber que poderia ter uma nota ruim, dentre todas as suas notas dez. (Ele se gabou muito por isso). - O que vamos fazer para conseguir ampliar nossos escudos? Alguma ideia? – Perguntou ele. - Vamos tentar dar as mãos, talvez acontece algo. Mas eu estava errada, nada aconteceu da primeiras vinte vezes que tentamos. “Vocês precisam se conectar” Lembrei do que o diretor havia nos ensinado. - Me conte algo sobre você, algo que goste de fazer. - Algum motivo em especial? - Apenas uma ideia. Vamos, me diga algo. Ele hesitou. - Se contar isso para alguém... - Não vou, prome
- Eu esperava uma rima melhor. – Zombou Alex. - A quantos anos os manipuladores do fogo estão desaparecidos? – Perguntou Nicole. - Em duas semanas completa vinte e um anos que não temos notícias deles. Nicole pareceu assustada com tal informação, mas resolvi que não era hora de perguntar o que passava por sua cabeça. Vasculhamos a cidade inteira, até perceber que não havia nada ali, além de destroços. Quando a noite chegou, retornamos ao instituto, Alyssa se dirigiu para a sala do diretor, para lhe contar o que encontramos, ou seja, apenas uma frase que para mim, não fazia sentido. Quando todos já haviam ido para seus quartos, resolvi fazer uma caminhada noturna. O que? Não tenho culpa de ter hábitos estranhos. Mas, isso não vem ao caso, o que eu estava querendo dizer é que quando sai, vi uma silhueta, muito familiar, indo em direção a floresta. Olhava para todos os lados, com medo de ser pega. Usei a minha teleci
- Como? – Perguntou Nicole.- Precisamos de convites e roupas. Allie, pode providenciar?- Com certeza. – Disse, se levantando e voltando para a academia.- Nicole e Jason, vocês dois vão se disfarçar e entrar na festa.- Que tipo de festa? – Perguntei.- Ela faz esses eventos para abençoar casais apaixonados.- COMO É? – Nicole e eu dissemos juntos.- Isso mesmo, mas tentem ser discretos, além de Yanxes, também terá humanos. E para a alegria de vocês, o evento será durante a noite de hoje, estejam preparados.Eu não posso negar que estava um pouco animado em ir a esse evento com Nicole, porém, eu também gostaria de fugir. Eu sei, sou indeciso, mas o que posso fazer? Conheci ela a pouco tempo e não acredito nisso de amor à primeira vista, deixo isso para as histórias em quadrinho.
Eu estava dormindo, quando ouvi alguém me chamar.- Jason!- Estou acordado. – Disse, dando um pulo da cadeira.Percebi que era Nicole me chamando, tinha um sorriso estampado em seu rosto. Então caminhei, lentamente, até sua cama e me sentei ao seu lado. Ela parecia bem, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, como se tudo o que aconteceu, tivesse desaparecido de sua memória. No entanto, eu não poderia saber, precisaria perguntar para a mesma.- Como está se sentindo?- Bem, o que aconteceu? Estou um pouco confusa.- Você não se lembra? – Perguntei.- Só de termos corrido até a floresta, depois disso, não me lembro de nada, minha memória não está clara.Contei a ela o que havia acontecido na noite anterior, infelizmente, seu sorris
Quando chegamos à residência de Oliver, fiquei impressionada com a mansão, na qual ele morava. Era enorme e perfeitamente, organizada em tons brancos e beges. Em pouco tempo, Jason foi curado, algo que achei que Oliver não faria por ele, mas o mesmo pediu que seu curandeiro viesse ajuda-lo, e mesmo com todo o poder de cura, Jason permanecia inconsciente. - Leve os garotos para a cela. - Espera aí, cela? - Claro, não quero nenhum tipo de brincadeira em minha humilde casa. Humilde seria o soco que eu daria, se ele encostasse um dedo em meus amigos, talvez um pontapé, força do hábito. - Sente-se e me conte o que sabe sobre a princesa. - Se responder minhas perguntas primeiro. – Eu disse, enquanto me acomodava em uma poltrona. - O que gostaria de saber? - Quem mantém a sociedade do fogo presa em um sono profundo? - Você deveria perguntar porque ela
Nossa tarde foi maravilhosa, passamos a maior parte do tempo, jogados no sofá, assistindo a filmes aleatórios e comendo porcarias. Merecemos um dia de descanso, não concorda?Jason até fez um de seus “pratos especiais”.- Miojo, sério? – Perguntei.- Eu sei, sou muito talentoso.- Não se ache muito, só se quiser levar outro pontapé.- Bom, você não reclamou enquanto gemia para mim. – Disse ele, me puxando para mais perto de si.Eu podia estar me divertindo, mas já estava ficando preocupada, Oliver ainda não havia aparecido, eu estava com medo de que algo pudesse ter acontecido. Então, ouvi um barulho do lado de fora, como um carro cantando pneu.Jason e eu saímos para ver o que estava acontecendo, quando nos deparamos com Oliver, jogado no chão, coberto de sangue. Cor
Eu estava em uma tumba, como aquelas que contam na mitologia egípcia, mas eu não conseguia enxergar nada, pois o lugar não tinha luz, eu sentia como se tivessem sugando o ar de meus pulmões. Então usei meus poderes para iluminar o local e me arrependi no mesmo momento.A aparição fantasmagórica, me analisava. Mas percebi que me parecia com ela, já que a mesma tinha os cabelos negros e olhos castanhos, que brilhavam ao entrar em contato com a luz das chamas produzidas por mim. Apesar de parecer um fantasma, ela era linda, uma beleza sem igual. Seus cabelos dançavam, perfeitamente alinhados, em uma trança.- Rainha Katherine?Nada aconteceu.- Mãe? – Arrisquei.Então a mulher balançou a cabeça e abriu um sorriso para mim. E só precisou disso para me reconforta