- O que aconteceu? Porque está tudo escuro? E seja quem for, pode, por favor, sair de cima de mim?
Sem dizer nada, a pessoa se levantou e tudo clareou em um passe de mágica.
- Jason, o que você está fazendo? – Perguntou Kyle.
Ele não respondeu à pergunta, apenas se voltou ao seu oponente, nem ao menos se desculpou por ter esmagado cada osso do meu corpo. Eu sei, um pouco exagerado, mesmo assim, quem ele pensa que é? Mas ele sentia raiva, isso eu podia perceber com facilidade. O mesmo não queria facilitar para o seu oponente, mas isso não significa que ela possa machucar a outros durante o percurso.
Eu nem pensei, apenas me levantei e coloque Jason e seu colega contra a parede, usando minha telecinese.
- Qual o problema de vocês dois?
- Me coloque no chão. – Reclamou Jason.
- Peça desculpas pelo o que fez a um minuto atrás.
Seria tudo mais fácil se ele tivesse se desculpado, mas não, ele preferiu me atacar com sua telecinese. Soltei o garoto do outro lado e produzi um escudo para me proteger. Então, novamente, tudo ficou escuro, tive que usar a manipulação do fogo para iluminar meu caminho.
- Um movimento e vamos ter grelhado de Jason.
Ele bufou, colocando as mãos para cima, em sinal de rendição.
- Não ache que deixarei isso passar. – Resmungou ele.
- Só não ache que não me defenderei.
O coloquei no chão e ele saiu andando e chutando tudo o que via na sua frente.
- Qual o poder dele? – Perguntei.
- Ele tem a capacidade de criar e manipular a escuridão. Por isso, tudo ficou escuro de repente. – Explicou Tyler.
- Mas ele estava falando sério, se precisar treinar junto a ele, tome cuidado, ele não vai pegar leve.
- Ele não precisa.
Eu não posso dizer que sou a melhor no que faço, porque sei que não sou, mas sempre tento fazer o melhor que posso, principalmente se for para colocar um garoto arrogante em seu devido lugar.
Enfim, aquele podia ser meu primeiro dia na academia, mesmo assim, tive que treinar desde o momento em que coloquei os pés na arena. E não lutávamos apenas com nossos poderes, usávamos algumas armas também, nada que pudesse ser mortal, mas era muito eficiente em alguns casos.
No final do dia, eu estava exausta, então fui tomar um banho, coloquei um pijama confortável e me joguei na cama, que era muito macia e não posso negar, assim que coloquei a cabeça no travesseiro, adormeci, mas não tive os melhores sonhos.
Eu sou uma manipuladora do fogo, não me queimo, pois, posso irradia-lo por todo o meu corpo, o calor não me incomoda, para mim, é algo normal, mas desta vez, eu estava apavorada por estar em um lugar envolto por chamas e mesmo que fosse apenas uma ilusão, eu pude sentir a dor de ser queimada pelo fogo. Comecei a procurar uma saída, mas a única coisa que vi foi um trono flamejante, era lindo, além disso, uma voz me chamava, “venha para casa, esse é o seu lugar, sua vida”. E então acordei, eu suava frio, estava ofegante como se eu tivesse corrido uma maratona, mas não parou por aí, continuei a ouvir as vozes.
“Venha, minha querida, vou leva-la para casa, não tenha medo de mim”
Eu entrei em um transe e comecei a seguir a voz, ela me confortava, era calma e clara, tão suave e macia, não parecia ter a intenção de me machucar.
Só percebi que estava com problemas, quando fui empurrada para um lado, dessa maneira, recuperei minha consciência.
- Porque você está aqui fora?
- Jason? O que aconteceu?
- Como assim? Eu te salvei de ser atingida por uma rajada de energia, não precisa agradecer. – Respondeu ele de maneira rude.
Outra rajada de energia, atingiu a arvore na qual usávamos como escudo. Mas o que mais me incomodou, era estar usando um short e uma regata de seda, que mostrava demais do meu corpo, me repreendi mentalmente. Mas Jason não estava muito melhor, usava uma bermuda e tinha seu peito nu.
- Quem são eles? – Perguntei.
- Não sei, nunca os vi por aqui.
- Faça com que não vejam nada, eu guio nosso caminho até a academia.
- Fugindo de uma luta?
- Tentando sobreviver, imbecil.
Mesmo achando minha ideia péssima, ele fez o que eu havia pedido. Eu não conseguia vê-lo, mas sabia que estava ao meu lado, pois, eu segurava sua mão. Quando, enfim, entramos na academia, tudo voltou ao normal.
- Eles não vão nos seguir?
- Eles não podem passar pela barreira, mesmo que seus poderes possam nos atingir.
- Aliás, o que fazia lá fora? - perguntei a ele.
- Eu me pergunto como ninguém mais a viu, você estava em chamas quando passou pela janela do meu quarto. Não sei como Alex não acordou quando você passou.
- Impossível, eu saberia se estivesse pegando fogo.
- Você não parecia saber nem o que estava fazendo. – Disse ele.
E era verdade, em um minuto eu estava em meu quarto, no outro já nem sabia mais o que estava fazendo.
- O que aconteceu? – Perguntou ele.
Eu contei a ele sobre a voz que havia escutado, tão doce e aveludada.
- Alguém deve ter invadido a sua mente, você vai precisar aprender a como fecha-la se não quiser que isso aconteça novamente.
- Agradeço por ter me ajudado.
- Olha, ela sabe apreciar a ajuda de alguém.
- Por um minuto, eu imaginei que você não fosse tão idiota.
- Desculpe se a decepcionei. – Disse ele, sorrindo de maneira sexy.
Certo, eu sabia que ele era um completo babaca, mas não tinha como deixar de reparar em sua aparência. Jason tinha cabelos negros e olhos da mesma cor, mas parecia ser possível enxergar a sua alma. A pele dele era clara e fria, como a neve, e não posso esquecer de seu físico encantador. E de uma coisa eu tinha certeza, ele iria me deixar louca, de várias maneiras, se posso dizer. Com esses pensamentos, voltei a dormir, ser possuída por uma telepata, esgota suas energias, e agora eu tinha uma missão, saber como trancar a minha mente, para que não haja invasores novamente.
Se vocês imaginavam que proteger a mente de alguém era simples, estavam errados, inclusive eu mesma. Era uma dor insuportável. Vou tentar explicar mais detalhadamente, eram necessários, dois telepatas para esse processo. Henry entrava em minha mente tentando bloquear todas as minhas memórias, para que eu não pudesse ser controlada, já Emy, tentava acessar e fazer com que eu a obedecesse. Eu queria muito dizer que foi rápido, e que apenas o começo foi terrível, mas, para falar a verdade, ficamos 5h dentro de uma sala até finalmente termos o sucesso que desejávamos. Eu suava frio, estava ofegante, fraca e cansada. - Não foi tão ruim assim. – Comentou Henry. - Eu gostei muito de você, não faça eu lhe dar um soco depois de tal comentário, pois não foi a sua mente que foi invadida. - Ela tem razão, não diga uma coisa dessas. – Emy o repreendeu. - Eu agradeço muito pela ajuda de vocês. - Imagina. Mas não
Quando acordei, fui novamente para a sala do diretor, só que dessa vez, por vontade própria. Além disso, eu nem tinha feito tantas coisas ruins, e o atraso nem foi por minha culpa, aquele lugar era enorme, como eu poderia decorar cada espaço? Mesmo depois de Alyssa ter me apresentado a academia, eu ainda ficava perdida enquanto andava sozinha naqueles corredores. Mas o que posso fazer? Não tenho a memória boa. Bati na porta, esperando uma resposta. - Entre. – Disse ele. – Senhorita Anderson, sente-se. - O senhor está ocupado? Eu gostaria de fazer umas perguntas. - Achei que teria. Me acomodei em uma poltrona. - Porque apenas eu? – Não precisei dizer mais nada, pois o mesmo pareceu entender. - Os manipuladores do fogo, sempre foram os mais fortes entre todos. Eles sempre acreditaram que ter reis e rainhas os comandando, os faziam poderosos, mas isso subiu à cabeça deles
Na manhã seguinte, voltamos para a floresta, mas estávamos muito constrangidos com o sermão que tínhamos ganhado no dia anterior. Hoje teríamos que conseguir alguma coisa, ou levaríamos um grande e redondo zero. E parece que Jason não gostou de saber que poderia ter uma nota ruim, dentre todas as suas notas dez. (Ele se gabou muito por isso). - O que vamos fazer para conseguir ampliar nossos escudos? Alguma ideia? – Perguntou ele. - Vamos tentar dar as mãos, talvez acontece algo. Mas eu estava errada, nada aconteceu da primeiras vinte vezes que tentamos. “Vocês precisam se conectar” Lembrei do que o diretor havia nos ensinado. - Me conte algo sobre você, algo que goste de fazer. - Algum motivo em especial? - Apenas uma ideia. Vamos, me diga algo. Ele hesitou. - Se contar isso para alguém... - Não vou, prome
- Eu esperava uma rima melhor. – Zombou Alex. - A quantos anos os manipuladores do fogo estão desaparecidos? – Perguntou Nicole. - Em duas semanas completa vinte e um anos que não temos notícias deles. Nicole pareceu assustada com tal informação, mas resolvi que não era hora de perguntar o que passava por sua cabeça. Vasculhamos a cidade inteira, até perceber que não havia nada ali, além de destroços. Quando a noite chegou, retornamos ao instituto, Alyssa se dirigiu para a sala do diretor, para lhe contar o que encontramos, ou seja, apenas uma frase que para mim, não fazia sentido. Quando todos já haviam ido para seus quartos, resolvi fazer uma caminhada noturna. O que? Não tenho culpa de ter hábitos estranhos. Mas, isso não vem ao caso, o que eu estava querendo dizer é que quando sai, vi uma silhueta, muito familiar, indo em direção a floresta. Olhava para todos os lados, com medo de ser pega. Usei a minha teleci
- Como? – Perguntou Nicole.- Precisamos de convites e roupas. Allie, pode providenciar?- Com certeza. – Disse, se levantando e voltando para a academia.- Nicole e Jason, vocês dois vão se disfarçar e entrar na festa.- Que tipo de festa? – Perguntei.- Ela faz esses eventos para abençoar casais apaixonados.- COMO É? – Nicole e eu dissemos juntos.- Isso mesmo, mas tentem ser discretos, além de Yanxes, também terá humanos. E para a alegria de vocês, o evento será durante a noite de hoje, estejam preparados.Eu não posso negar que estava um pouco animado em ir a esse evento com Nicole, porém, eu também gostaria de fugir. Eu sei, sou indeciso, mas o que posso fazer? Conheci ela a pouco tempo e não acredito nisso de amor à primeira vista, deixo isso para as histórias em quadrinho.
Eu estava dormindo, quando ouvi alguém me chamar.- Jason!- Estou acordado. – Disse, dando um pulo da cadeira.Percebi que era Nicole me chamando, tinha um sorriso estampado em seu rosto. Então caminhei, lentamente, até sua cama e me sentei ao seu lado. Ela parecia bem, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, como se tudo o que aconteceu, tivesse desaparecido de sua memória. No entanto, eu não poderia saber, precisaria perguntar para a mesma.- Como está se sentindo?- Bem, o que aconteceu? Estou um pouco confusa.- Você não se lembra? – Perguntei.- Só de termos corrido até a floresta, depois disso, não me lembro de nada, minha memória não está clara.Contei a ela o que havia acontecido na noite anterior, infelizmente, seu sorris
Quando chegamos à residência de Oliver, fiquei impressionada com a mansão, na qual ele morava. Era enorme e perfeitamente, organizada em tons brancos e beges. Em pouco tempo, Jason foi curado, algo que achei que Oliver não faria por ele, mas o mesmo pediu que seu curandeiro viesse ajuda-lo, e mesmo com todo o poder de cura, Jason permanecia inconsciente. - Leve os garotos para a cela. - Espera aí, cela? - Claro, não quero nenhum tipo de brincadeira em minha humilde casa. Humilde seria o soco que eu daria, se ele encostasse um dedo em meus amigos, talvez um pontapé, força do hábito. - Sente-se e me conte o que sabe sobre a princesa. - Se responder minhas perguntas primeiro. – Eu disse, enquanto me acomodava em uma poltrona. - O que gostaria de saber? - Quem mantém a sociedade do fogo presa em um sono profundo? - Você deveria perguntar porque ela
Nossa tarde foi maravilhosa, passamos a maior parte do tempo, jogados no sofá, assistindo a filmes aleatórios e comendo porcarias. Merecemos um dia de descanso, não concorda?Jason até fez um de seus “pratos especiais”.- Miojo, sério? – Perguntei.- Eu sei, sou muito talentoso.- Não se ache muito, só se quiser levar outro pontapé.- Bom, você não reclamou enquanto gemia para mim. – Disse ele, me puxando para mais perto de si.Eu podia estar me divertindo, mas já estava ficando preocupada, Oliver ainda não havia aparecido, eu estava com medo de que algo pudesse ter acontecido. Então, ouvi um barulho do lado de fora, como um carro cantando pneu.Jason e eu saímos para ver o que estava acontecendo, quando nos deparamos com Oliver, jogado no chão, coberto de sangue. Cor