Quando as portas do elevador se abriram, o homem grandalhão a puxou para dentro e, sem se preocupar, pressionou-a contra a parede fria e a ergueu nos braços.Por entre suas pernas, Luísa sentia a ereção vigorosa esfregando-se compulsivamente. Os lábios dele chupavam os seus como uma fruta madura. O sino tocou, anunciando a abertura das portas. O rosto dela começou a queimar quando viu uma das funcionárias com um carrinho cheio de produtos de limpeza.Ambos saíram do elevador. Ele a puxou pelo corredor do segundo piso. Paolo caminhava à frente, puxando Luísa com firmeza, sem dar espaço para hesitações. A mente dela fervilhava, tremendo o julgamento dos empregados que a viam sendo levada para o quarto do chefe. A última coisa que queria era ser conhecida como a funcionária que transava por favores.Com um movimento brusco, ele segurou sua mão, acelerando o ritmo. Ela tropeçou no carpete, mas os braços musculosos de Paolo a pegaram com facilidade, como se ela não passasse de uma pluma e
— Senhor Morano… — a voz dela soou vacilante.Paolo lançou um olhar frio para a mulher à sua frente, observando o medo estampado em suas feições e então, ele semicerrou os olhos antes de responder.— Diga o meu primeiro nome. — A ordem veio repleta de impaciência.Luísa respirou fundo antes de ceder.— Paolo, posso tirar algumas horas para dar aula de piano para o meu filho?Passando a mão pelo rosto, ele inclinou ligeiramente a cabeça, analisando-a em silêncio.— É claro! — Foi sucinto na resposta, mas logo veio com uma pergunta: — Por que seu ex permite que a sua meia-irmã bata no filho de vocês?Luísa quebrou o contato visual quando fitou as mãos que apertavam o lençol contra os seios desnudos.— Ele diz que meu filho é doente… como eu. — A revelação foi proferida com amargura.Paolo franziu o cenho, apoiando o peso do corpo sobre o braço direito enquanto encarava com intensidade.— O que diabos isso quer dizer? — As sobrancelhas espessas do mafioso se arquearam, demonstrando uma c
Luísa estava prestes a falar quando uma náusea repentina a fez hesitar. O gosto ácido que tomou sua boca intensificou-se assim que seus olhos pousaram sobre aquele homem idoso. Paolo avançou em direção ao sujeito calvo e de estatura mediana.— Tio Stefano, ela veio para uma reunião com um produtor…— Um mafioso que se passa por agente de talentos. — Stefano soltou uma risada mordaz, carregada de desprezo.— Luísa trabalha para mim.— Ah, então voltou a tocar piano na Casa de Afrodite? — Os olhos de Stefano estavam presos nela.— Nunca entrei nesse lugar! — Luísa rompeu o silêncio com veemência.O sangue de Paolo ferveu ao notar o rubor que tomava o rosto da jovem. — Isso é tudo, tio. — Seu olhar frio e cortante recaiu sobre Stefano.— Está com medo de que eu fale demais, não é mesmo? — O mais velho arqueou a sobrancelha. — Em algum momento, a ragazza descobrirá a verdade…— Saia! — Paolo escancarou a porta e apontou para a saída.Os batimentos de Luísa dispararam. Enquanto tio e sobr
— Incompetentes. — Dentro do carro, Paolo berrava com o segurança e o motorista. — Estou rodeado por um bando de inúteis. Porra! — Gritou o palavrão, furioso.Assim que chegaram ao prédio onde ficava o escritório de Carlo, o segurança saiu e foi verificar se a pianista estava lá, mas retornou sem a Luísa.— Caspita, onde ela está? — Don Morano interrogou em voz alta.— A recepcionista disse que ela saiu há mais de meia hora, chefe.— Vamos logo, imbecil! — Irritado, ele chutou o banco da frente. — Para onde, chefe? — O motorista olhou sobre o ombro.— Casa! — informou aos berros.Aquele era o local para onde ela sempre voltaria enquanto o filho morasse lá. Assim que saltou do táxi, Luísa foi interceptada pelos homens que tomavam conta do enorme portão no meio do muro que ladeava a imensa villa de Don Morano. Ela olhou para as nuvens espessas e cinzentas que começaram a surgir no céu enquanto confirmavam a sua identidade.Minutos após receberem a resposta do chefe, que estava a camin
— Desculpe por fugir daquela maneira, eu queria falar com meu advogado e sabia que o senhor não ia permitir. — Em vão, ela tentava se justificar.— Desde quando você tira conclusões precipitadas? Eu teria te levado depois da reunião… Ajeitou o torso na cadeira e contraiu o olhar, analisando Luísa enquanto esperava ela dar outra desculpa esfarrapada.— Isso não vai se repetir. — Observou as mãos unidas sobre o colo ao prometer. — O senhor deseja falar sobre outra coisa? — Ela mudou o rumo da conversa.As pontas dos dedos dele tocaram a mesa. Paolo tocou no puxador e abriu a gaveta. Seu olhar analisava a pasta com o resultado do teste de DNA.— O seu filho não se parece com seu ex-marido. — Comentou ele, ao levantar os olhos e fitá-la.— Enzo parece muito comigo… — sorriu, meio sem graça.— Vocês se casaram antes ou depois da gravidez?As bochechas dela começaram a ficar vermelhas. Luísa tinha vergonha de comentar sobre seu passado com o mafioso.— Quando levei a pancada, — ela levou
Quando anoiteceu, Luísa sentiu uma espécie de melancolia confortável naquele clima chuvoso. Ela se sentiu mais tranquila por saber que Paolo não estava em casa e que,, talvez, ele não retornaria naquela noite.A janela permaneceu aberta por tempo suficiente para o vento frio bater no rosto da mulher, levando-a a fechar a vidraça com um suspiro resignado. Luísa chegou mais perto do pequeno adormecido e ajeitou o cobertor sobre o filho, assegurando-se de que ele estivesse aquecido antes de sair dali em silêncio.Por volta das oito horas da noite, Luísa viu uma oportunidade para explorar aquela casa enorme. Os sapatos confortáveis roçaram levemente contra a madeira polida. A vastidão da mansão e o silêncio imprimiam um peso diferente daquele momento. No primeiro piso, ela se deparou com um longo corredor que já conhecia, sala de estar, saguão principal, sala de televisão, a sala de refeições e, por fim, a cozinha. Continuou a caminhar até o escritório onde esteve naquela tarde com Don
Naquele ano, o homem com traços marcantes completava 22 anos. Paolo Morano possuía uma postura intimidadora quando se empertigou em seus 1,90 de altura. O italiano passou os dedos pelas veias que saltavam em suas têmporas e, em seguida, enterrou nos cabelos, jogando os fios lisos para trás enquanto o tio dirigia e reclamava em seu ouvido. — Temos que expandir os negócios da nossa família. Você precisa encontrar uma ragazza e… — Já disse que não vou casar! — Interrompeu o tio quando recusou com veemência. Vencido pela teimosia do sobrinho, ele desistiu de aconselhar. — O seu pai não está na cidade, então, temos que ir até Bari. Stefano cuidava dos homens e gerenciava os locais em que dominava. Já Francesco, pai de Paolo, sempre administrou a parte burocrática da organização. Estava sempre em reuniões importantes ou participando de jantares para manter a aliança com pessoas poderosas. Embora o clã fosse mais poderoso e sanguinário da região de Bari, os dois sempre divergiam, não ha
Luísa caminhava cabisbaixa, observando o piso de madeira que refletia as luzes amareladas do lustre. O quarto era decorado com uma sofisticação que exalava um ar de exclusividade. No centro, havia um balde de gelo com champanhe sobre uma mesa de canto que chamava sua atenção. Ela se deteve por um instante, mas o som da porta fechada com firmeza a fez estremecer. — Quer beber para relaxar? — A voz rouca de Paolo ressoou pelo ambiente. De costas para ele, Luísa meneou a cabeça negativamente. Ela uniu as mãos na frente do vestido azul de comprimento modesto, coberto por um casaco branco desgastado que parecia destoar do brilho e da elegância ao seu redor. Os passos de Paolo eram abafados pelo tapete espesso no instante em que ele se aproximava de suas costas. Os dedos longos afastaram suas mechas pretas e sedosas e, então, os lábios dele tocaram em seu pescoço. Luisa permaneceu imóvel, mas ele a puxou para mais perto, suspirando contra a sua nuca até ouvir um choramingo escapar de seus