Naquela mesma noite — Senhor. — Azzis, a semideusa filha de Anúbis, disse em voz baixa. — Filha.. — Ahãã. Não me chame assim. Vociferou ela ainda na soleira da porta. — E como devo lhe chamar? — Anúbis respondeu calmo mantendo o bloqueio na porta. Revoltada pela classificação indesejada. Azzis queria ser vista por outros olhos. Não pela opção de nascimento. Respirando fundo, tentou conter a sua personalidade agressiva.— Posso entrar, Senhor? — Melhor não, Azzis. Não compreendo porque está aqui no mundo humano, você os detesta. — Acho que a culpa é minha, sempre deixei claro que os humanos são volúveis, prepotentes e mesquinhos. Porém, não os detesto, só acho uma perda de tempo ter que lidar com seres inferiores a nós. Agora posso entrar ou vamos continuar esse debate aqui na porta a vista de qualquer um. Em uma respiração forte, Anúbis deu as costas permitindo a entrada de Azzis.— Vi que o último julgamento foi tranquilo e não fui requisitada. Então o procurei e qual foi minha
Enquanto seguia pelo corredor do hotel Lê Bristol, em Paris. Eu via em flashes tudo o que havia acontecido e o que me levará a antecipar minha viagem com Jasm. Não era para estar ali agora, nossa viagem seria em dois meses à frente, mas precisava me afastar de Boston no momento e a viagem foi a melhor opção. Nosso plano é passar uns dias em Paris, depois em Florença, Cairo. Depois de ter visto Aron aos beijos com a Leona dias atrás, queria não conseguir pensar na sequência de fatos que pareciam ter culminado na derrocada da minha vida até aqui, mas quanto mais lutava contra esses pensamentos, com mais força eles vinham para a minha mente. Estávamos animada com a viagem, ela será uma viagem ao passado e para duas apaixonadas por história isso seria um sonho. Tinha perdido um “rolo” estranho, mas não ia me abater com isso. Minha melhor amiga não se continha de felicidade e com ela elétrica por perto nem tinha tempo de ficar lamentando e sim, eu fugi... — Ahaa! Meu Deus, que lugar li
O Cairo A viagem já transcorria quinze dias e finalmente eu tinha chegado no meu local de maior interesse. Tínhamos desembarcado no aeroporto Internacional do Cairo no fim da tarde do nosso décimo sexto dia de viagem. E após todo processo legal seguimos para o hotel. A primeira noite no Cairo foi mágica. Do nosso quarto tínhamos uma vista privilegiada das pirâmides de Giza. Na manhã seguinte seguiremos a pé para alguns pontos turísticos como o bairro copta, o lugar contava as origens cristãs do Egito. Fiquei maravilhada com a Igreja Suspensa e a Sinagoga de Ben Ezra, e visitei a Igreja de São Sérgio, onde se acredita que a Sagrada Família tenha se refugiado. Os contos eram infinitos.*Assim fizemos, assim que os primeiros raio de luz da manhã chegaram, já estávamos de pé vestidas com calça e uma túnica que cobria quase tudo. O dia prometia ser quente e as veste ajudaria nisso.Cada lugar descrevia sua imponência e valor original, dá para pensar que era algo esteticamente belo e sim
Era meio da manhã e Anúbis estava ocupado no tribunal, supervisionava o lugar e os pergaminhos de sentenças. Distraído, não percebeu em primeiro momento a chegada do mensageiro. O ser parte homem parte cão, era um de seus sentinelas dos templos.O que ouviu do guardião foi perturbador, o mesmo informava que uma das passagens entre os mundos tinha sido aberta e que essa era onde ficava um templo a muito perdido. Era conhecido apenas por lendas e pergaminhos antigos e se sabia que ficava nas profundezas do deserto ocidental. Sua localização era imprecisa devido o difícil acesso, sobre ele existia camadas e camadas de areia. Porém, agora, alguém o tinha localizado.Era dito que esse templo continha segredos poderosos e artefatos que podem alterar o equilíbrio entre os mundos, estre a vida e a morte. E Anúbis sendo o principal responsável pela passagem entre os mundos se preocupava com isso.Curioso e preocupado com o potencial perigo, Anúbis decidiu verificar pessoalmente a invasão. E de
Um tremor sacudiu o templo, fazendo a poeira das grandes pedras se soltarem e uma nuvem de pó cobrir o ar. Sheth, o deus do caos, tinha seguido Anúbis e os outros guardiões. Com seu poder tinha conjurado uma passagem de fogo e entrava por uma parede a alguns metros da entrada da câmera. Novamente Sheth acreditava que ao reivindicar o domínio da árvore mágica poderia de uma vez por todas derrotar Anúbis e ter o poder supremo do submundo. Porém ao primeiro passo que deu em direção a câmera a mesma se fechou. A irá de Seth foi tanta que as paredes tremeram. Sem se dar por vencido, Seth tinha um novo trunfo. Em um gesto com a mão um de seus escravos trouxe um pequeno corpo mole nos braços e depositou nos pés de Sheth. Esse agachou e suspendeu um corpo frágil pelo pescoço mostrando ser Brenda quem ele tinha em suas mãos.Desesperado, Anúbis reagiu com fúria, mas um de seus sentinelas segurou-o no ombro, chamando a cautela para Anúbis. Erguendo-se em sua altura total, questionou o que Sh
No tribunal a sentença de Sheth foi lida e ele foi banido do submundo para o mundo inumano, assim, sem seus poderes e status vivia como uma massa gasosa e sem forma. Anúbis já se dirigia à saída do tribunal após o final do julgamento, mas foi abordado por outro mensageiro falando que um novo portal foi aberto, mas dessa vez para o mundo humano.Uma ordem de escravos sem comandoameaçava as fronteiras entre os vivos e os mortos. Criando caos e perturbação aos viventes que não entendiam o que estava acontecendo.Ele foi averiguar o portal com um grupo de guardiões e descobriu que uma horda de escravos inquietos estavam atacando os humanos. Com isso logo ele teria muito trabalho com a chegada precipitada de um monte de humanos ao tribunal.Diante do caos formado, Anúbis sabia que precisava de ajuda e por isso recorreu à deusa da guerra Leroha.Sem exitar viajou até o templo onde a deusa era adorada, em Budapeste. Ela era uma metamorfa, metade mulher e metade leopardo. Ela era magnífica
Em algum lugar no submundo.Brenda Quando abri os olhos, percebi que estava em uma caixa, porque o espaço era pequeno e sufocante e totalmente escuro, foram as primeiras coisas que eu percebi. A segunda coisa foi o par de algemas nos meus tornozelos. Eu estava desorientada. Pela ausência de fontes de luz, não soube dizer se era dia ou noite. Tudo o que eu sabia era que estava presa em uma tumba, talvez? Lambi meus lábios secos, sentindo a garganta queimar. Frenética apalpava ao redor tentando ver com a mão as dimensões da caixa que eu estava era no máximo oitenta de largura e imaginando minha altura deveria ter uns dois metros de comprimento, pois faltava uns trinta centímetros do topo da caixa até minha cabeça. Era uma caixa pequena, com nada além do meu espaço, uma coberta puída de algum tipo de tecido. O cheiro de umidade e sangue predominavam, mas tinha algo mais, um aroma apodrecido, uma coisa morta no ar. Ao me mover, senti o pescoço queimar, a pele latejando de forma quase i
Anúbis — Como chegamos nessa necrópole? — Anúbis perguntou. — Pela galeria das esfinges. — O servo respondeu. De fato, havia uma passagem dentro da galeria que dava acesso a uma escadaria. Anubis não conhecia aquela passagem, e saber daquilo lhe fez pensar no que mais ele não sabia sobre o templo de embalsamento. Anúbis, os sentinelas e o servo, desceram em fileira pela passagem estreita e espiralada, as escadas afunilando mais a cada volta. Não imaginava que pudesse haver uma construção tão profunda abaixo da galeria, mas havia, e ela se mostrava cada vez mais obscura até para o local. Não era simplesmente um buraco fundo, feito às pressas. Era uma construção antiga, algo que só poderia ter sido feito há séculos; de certo um plano foi elaborado e que levou muito tempo para ser concluído. Quando chegaram ao fim da escadaria, encontraram uma pequena sala vazia, com paredes de pedras e nada além de uma porta. — Está trancado. — Não é problema. — O servo disse e já foi se aproximan