Um tremor sacudiu o templo, fazendo a poeira das grandes pedras se soltarem e uma nuvem de pó cobrir o ar. Sheth, o deus do caos, tinha seguido Anúbis e os outros guardiões. Com seu poder tinha conjurado uma passagem de fogo e entrava por uma parede a alguns metros da entrada da câmera. Novamente Sheth acreditava que ao reivindicar o domínio da árvore mágica poderia de uma vez por todas derrotar Anúbis e ter o poder supremo do submundo. Porém ao primeiro passo que deu em direção a câmera a mesma se fechou. A irá de Seth foi tanta que as paredes tremeram. Sem se dar por vencido, Seth tinha um novo trunfo. Em um gesto com a mão um de seus escravos trouxe um pequeno corpo mole nos braços e depositou nos pés de Sheth. Esse agachou e suspendeu um corpo frágil pelo pescoço mostrando ser Brenda quem ele tinha em suas mãos.Desesperado, Anúbis reagiu com fúria, mas um de seus sentinelas segurou-o no ombro, chamando a cautela para Anúbis. Erguendo-se em sua altura total, questionou o que Sh
No tribunal a sentença de Sheth foi lida e ele foi banido do submundo para o mundo inumano, assim, sem seus poderes e status vivia como uma massa gasosa e sem forma. Anúbis já se dirigia à saída do tribunal após o final do julgamento, mas foi abordado por outro mensageiro falando que um novo portal foi aberto, mas dessa vez para o mundo humano.Uma ordem de escravos sem comandoameaçava as fronteiras entre os vivos e os mortos. Criando caos e perturbação aos viventes que não entendiam o que estava acontecendo.Ele foi averiguar o portal com um grupo de guardiões e descobriu que uma horda de escravos inquietos estavam atacando os humanos. Com isso logo ele teria muito trabalho com a chegada precipitada de um monte de humanos ao tribunal.Diante do caos formado, Anúbis sabia que precisava de ajuda e por isso recorreu à deusa da guerra Leroha.Sem exitar viajou até o templo onde a deusa era adorada, em Budapeste. Ela era uma metamorfa, metade mulher e metade leopardo. Ela era magnífica
Em algum lugar no submundo.Brenda Quando abri os olhos, percebi que estava em uma caixa, porque o espaço era pequeno e sufocante e totalmente escuro, foram as primeiras coisas que eu percebi. A segunda coisa foi o par de algemas nos meus tornozelos. Eu estava desorientada. Pela ausência de fontes de luz, não soube dizer se era dia ou noite. Tudo o que eu sabia era que estava presa em uma tumba, talvez? Lambi meus lábios secos, sentindo a garganta queimar. Frenética apalpava ao redor tentando ver com a mão as dimensões da caixa que eu estava era no máximo oitenta de largura e imaginando minha altura deveria ter uns dois metros de comprimento, pois faltava uns trinta centímetros do topo da caixa até minha cabeça. Era uma caixa pequena, com nada além do meu espaço, uma coberta puída de algum tipo de tecido. O cheiro de umidade e sangue predominavam, mas tinha algo mais, um aroma apodrecido, uma coisa morta no ar. Ao me mover, senti o pescoço queimar, a pele latejando de forma quase i
Anúbis — Como chegamos nessa necrópole? — Anúbis perguntou. — Pela galeria das esfinges. — O servo respondeu. De fato, havia uma passagem dentro da galeria que dava acesso a uma escadaria. Anubis não conhecia aquela passagem, e saber daquilo lhe fez pensar no que mais ele não sabia sobre o templo de embalsamento. Anúbis, os sentinelas e o servo, desceram em fileira pela passagem estreita e espiralada, as escadas afunilando mais a cada volta. Não imaginava que pudesse haver uma construção tão profunda abaixo da galeria, mas havia, e ela se mostrava cada vez mais obscura até para o local. Não era simplesmente um buraco fundo, feito às pressas. Era uma construção antiga, algo que só poderia ter sido feito há séculos; de certo um plano foi elaborado e que levou muito tempo para ser concluído. Quando chegaram ao fim da escadaria, encontraram uma pequena sala vazia, com paredes de pedras e nada além de uma porta. — Está trancado. — Não é problema. — O servo disse e já foi se aproximan
Anúbis Era difícil olhar para ela, porque eu sabia que não fui capaz de protegê-la novamente e aquele lugar que ela estava era a gota d’água. — Você está sangrando. Brenda tocou meu ombro com uma expressão genuína de medo. Foi assim que saí do meu estupor. Eu estava ferido, com dor e com raiva. Apesar disso, eu não precisava de cuidados como os humanos eu precisava dela. Eu cuidaria de mim depois de garantir que Brenda estava segura, não antes. — Você é o meu mundo inteiro e hoje eu quase te perdi — respondi em voz baixa, carregando-a. — Preciso tirar você daqui, mas se eu continuar olhando para o seu rosto, provavelmente não vou conseguir.Vou te levar para casa. Ela me segurou com mais força. — Senti saudades, achei que nunca mais veria você. Nem nos despedimos daquela vez na ilha. Eu parei por um momento, tinha me esquecido que não estava no corpo de Aron e sim no meu próprio.Ia dizer algo mas nesse momento minha atenção se voltou para Ammit que bloqueava o caminho à nossa fr
Brenda Um som distante me puxou de um doce sonho. Eu sonhava que reencontrava Anúbis, o deus egípcio que eu acreditei ter conhecido na ilha. Mas, logo que a consciência despertou total eu percebi que não era um sonho. Eu sentia dores por todo o corpo também, principalmente na região abdominal. É muita sede. Esse desconforto me trazia mais rápido para a realidade. Eu de fato estava em um lugar totalmente desconhecido. Eu não estava no hotel. “ Meu Deus, Jasm deve estar desesperada sem notícias minhas” pensei. Eu não estava em nenhum lugar que eu deveria lembrar. Ao sentar na cama macia e enorme, me deparei por olhos familiares e famintos me fitando. Então ele se aproximou de mim e se ajoelhou no chão, soltando os lençóis que me envolviam as pernas me deixou somente com uma vestimenta confortável de linho. Sem dizer nada me enlaçou pela cintura e me puxou para borda da cama. Ele me envolveu em um abraço apertado. Seu longo cabelo caía por todos os lados e braços fortes m
— Por favor, me coloca no chão. — Brenda pediu assim que se distanciaram da sala de cura. Sem questionar, Anúbis fez o que Brenda pediu.Ele assentiu e se virou, indo em frente. Brenda sentia o cheiro bom de mirra em seu corpo, o perfume suave e relaxante. A mirra é muito usada no submundo para várias situações e ritual. O embalsamamento, por exemplo.Certamente Anúbis usava para fins terapêuticos. Eles caminharam por vários corredores e nenhum era o caminho que ela tinha passado antes. Por fim, chegam ao quarto. Dando passagem para Brenda entrar, seguiu logo atrás dela e fechou a porta atrás dele. Parando na ante sala do local, Anúbis parou próximo a Brenda onde havia um sofá e o pufe largo, encostando-se em uma parede, olhou-a intensamente. Ela que analisava a antessala com curiosidade até fixar em uma tela. — Gosta do que vê? — Ele murmurou. — Parece comigo, mas não sou eu. — Claro que não — Você é única — Sim.. Brenda tentava falar o que pensava, mas tudo era confuso. Ela ol
Enquanto Brenda se vestia, Anúbis contou-lhe como seria a vida dela a partir de agora. Quando ele chegou à parte sobre ela ficar permanente em seu mundo, Brenda protestou veementemente, no entanto, ela se sentou tentando se acalmar. — Você não pode me manter presa aqui?— Eu planejei tê-la aqui em algum momento, para que pudéssemos ficar juntos. Porém, nunca imaginei que iríamos tão longe, sua condição é incomum. Os primeiros de nós comentou que isso ocorreu no princípio quando os homens e deuses viviam juntos, mas fomos divididos entre mundo humano e o mundo dos deuses. Em nosso mundo, o submundo, somos responsáveis por guiar o homem para: Horion, o mundo da punição e caos ou para Elon, o mundo da paz e satisfação. Como um deus não posso propor um elo de ouro com uma humana, como os deuses fazem, teremos uma aliança de maneira condizente com sua posição. — Brenda nessa hora saltou da cama e muito irritada disse fria.— Não me importo sobre isso, tenho condições de cuidar de mim e do