Magnus Darkmore.Estou sentado na minha mesa de trabalho, olhando para uma pilha de papéis que não faço a menor ideia de como vou resolver. Tudo que consigo pensar é na Yara. Nos últimos dias, ela tem nos evitado como se fôssemos o próprio diabo. Cada vez que ela nos vê, se esconde, desaparece pelos corredores da casa como um fantasma. Nem mesmo o Damien conseguiu se aproximar dela, o que é frustrante para todos nós. Estamos todos na mesma situação, tentando encontrar um jeito de romper essa barreira que ela colocou entre nós.Bato o punho na mesa, irritado. Já faz dias que isso está acontecendo, e minha paciência está no limite. Foi minha ideia ir com calma, dar tempo para que ela se acostumasse, mas agora me pergunto se essa foi a escolha certa. A verdade é que essa enrolação está me matando. Queria ir devagar, mostrar que ela pode confiar em nós, mas como posso fazer isso se ela foge sempre que nos vê? Toda essa espera está começando a me sufocar.— Droga! — xingo, jogando a caneta
Magnus Darkmore.Assim que a porta se fecha atrás dela, a máscara que uso todos os dias começa a rachar. Um sorriso sombrio se forma em meus lábios, enquanto encaro a porta por onde Yara acabou de sair. A frustração que sinto por ela ainda tentar resistir é quase insuportável. Tentei ser paciente, tentei ir com calma, mas há limites para o meu controle.Caminho até a janela e olho para o jardim lá fora, tentando me acalmar, mas tudo o que sinto é uma raiva crescente. Não uma raiva dela, mas de qualquer coisa que a esteja impedindo de se entregar a nós. Se é o maldito marido que a está mantendo à distância, então ele é um problema. E problemas precisam ser eliminados. Minha mente começa a trabalhar de forma fria e calculista, imaginando as possibilidades.— Se é o marido que está impedindo você de se entregar completamente a nós, então nos livraremos dele, Yara... — murmuro para mim mesmo, minha voz carregada de um tom sombrio. — Vamos nos livrar de qualquer obstáculo que esteja no cam
Yara Blake. Estou dentro do táxi, o som do motor é abafado pelo caos dos meus pensamentos. Estou a caminho daquela prisão novamente, voltando para a casa de Ronan, e a única coisa que consigo pensar é no beijo que tive com o senhor Magnus. Seus lábios nos meus, o jeito como ele me tocou, o desejo em cada movimento… Jamais senti algo assim antes. Nunca fui tocada daquela maneira. Nem fui desejada. Ainda sinto o calor do seu corpo contra o meu, a firmeza de suas mãos em minha cintura, a suavidade de sua voz ao falar "nossa". Meu coração dispara só de lembrar.Desviei o olhar pela janela do táxi, tentando afastar esses pensamentos, mas é impossível. A despedida que dei à senhora Thompson foi rápida, quase mecânica. Disse adeus e saí apressada da mansão, tentando não olhar para trás. Porque sei que se eu chegar tardiamente naquela casa, irei apanhar. Eles disseram que estariam me esperando, que eu poderia contar com eles, mas... posso mesmo confiar?O senhor Kael é um juiz, um homem resp
Kael Darkmore.Assim que saio do quarto de Magnus, um sorriso se forma em meus lábios. A doce Yara se entregou ao beijo. Ela de fato sente atração por nós, sabia, não tinha como negar. Mas o que realmente me surpreende é o Magnus. Sempre tão controlado, tão estratégico... Ele não quer mais esperar. Está cansado de jogar o jogo da paciência, e posso entender isso. Está na hora de agirmos, de tomarmos o que é nosso por direito.Caminho pelos corredores da mansão com passos firmes, a cabeça já cheia de planos. Magnus deixou claro o que quer, e não sou de me demorar em decisões. Assim que alcanço a saída, respiro o ar fresco da manhã, sentindo a expectativa crescer dentro de mim.— Hora de colocar esse plano em prática. — murmuro para mim mesmo, entrando no carro.Dou partida e o motor ronca como uma fera acordando de um sono profundo. Dirijo em direção ao meu escritório, minha mente funcionando a mil por hora. A estrada se estende diante de mim, e o percurso é quase automático. Conheço
Damien Darkmore.Estou no meu consultório, analisando alguns exames, quando meu celular toca. Vejo o nome de Kael na tela e uma onda de curiosidade toma conta de mim. Atendo imediatamente, sabendo que, se ele está ligando agora, é porque algo importante aconteceu.— Fala, Kael. — Atendo, mantendo a voz firme, mas amigável.— Magnus beijou Yara — ele começa sem rodeios. — E ela retribuiu.Minha sobrancelha se ergue, e um sorriso se forma no canto da minha boca. Isso é interessante. Finalmente, algo está acontecendo.— Mas logo depois ela fugiu, percebendo o que fez. Magnus disse que ela falou que não ama o filho da puta do marido dela.Dou uma risada curta, quase irônica.— Então, precisamos adiantar o plano. — Digo, minha mente já calculando os próximos passos. Se ela está começando a ceder, então temos uma chance. E não podemos desperdiçar.— Já estou adiantando. — Responde Kael, com aquela calma característica dele.— O que estou perdendo? — Pergunto, interessado em saber o que Kael
Yara Blake.Finalmente, termino de arrumar a casa. O esforço é extenuante, e meu estômago reclama de fome, já que não consegui parar para comer nada. Desde que Ronan saiu, trabalhei sem parar, limpando cada canto e lavando suas roupas. Tudo isso para evitar sua ira quando chegasse. Não posso permitir que ele tenha mais motivos para me agredir.Sinto um alívio ao ver a casa limpa e arrumada, mas a fome aperta cada vez mais. Decido sair da cozinha e me sentar um pouco no sofá. Talvez, se eu descansar por alguns minutos, conseguirei recuperar um pouco das forças antes de enfrentar o próximo desafio.Enquanto estou sentada, ouço a porta da frente se abrir. Meu coração acelera com medo. Será que o Ronan? Pensei que ele iria chegar mais tarde. De repente, a visão que me surpreende e que me deixa paralisada. É vê-lo aos beijos com outra mulher.A cena diante dos meus olhos é um soco no estômago. Ronan, com seu olhar indiferente, está trocando carícias e beijos com uma mulher que não conheço.
Damien Darkmore.Fiquei no consultório até tarde hoje. Não iria voltar para casa, mas não conseguia me concentrar no trabalho, então resolvi sair mais cedo. No caminho de volta, algo me chama a atenção perto do ponto de ônibus. Meu coração quase parou quando percebi que é a Yara.Vê-la daquele jeito, encolhida, com o corpo tremendo de frio e os olhos cheios de lágrimas, mexe profundamente comigo. A chuva molha suas roupas e seu cabelo, deixando-a com um aspecto ainda mais frágil. Não penso duas vezes; paro o carro bruscamente e corro até ela.— Yara! Pelo amor de Deus, o que aconteceu? — pergunto, segurando seu rosto gelado entre minhas mãos. Ela está fria como gelo, e meu instinto é protegê-la. — Você está muito gelada, vai acabar pegando uma pneumonia.Ela tenta resistir quando a puxo em direção ao carro.— Eu vou molhar o banco... — murmura, quase sem forças.— Não me importo com a porra do banco, apenas entre nesse carro, Yara. — insisto, sem paciência para formalidades.Ela engol
Magnus Darkmore.Estou no meu escritório, revisando algumas papeladas que preciso assinar. A noite está silenciosa, e a única coisa que se ouve é o som da caneta riscando o papel. Minhas preocupações giram em torno dos negócios da empresa e da nossa doce Yara, mas, de repente, o som de uma notificação no meu celular interrompe meus pensamentos. Pego o aparelho e vejo que é uma mensagem do Damien:"Encontrei Yara. Estava no ponto de ônibus, sozinha e molhada até os ossos. Estou levando-a para casa agora"Meu coração dispara ao ler aquilo. Por que diabos Yara estava sozinha em um ponto de ônibus a essa hora da noite? Uma onda de preocupação me invade, e me levanto imediatamente, deixando os papéis espalhados pela mesa. Saio do escritório apressadamente e vou direto para a sala de estar.Assim que chego à sala, sento no sofá, tentando controlar a ansiedade que me consome. Meu pé bate no chão repetidamente, uma tentativa inútil de aliviar a tensão. Não consigo entender o que pode ter acon