Yara Blake. Segunda-Feira.16:30 — Mansão dos irmãos Darkmore. — Eldoria.Depois daquele encontro perturbador com o senhor Damien, resolvi me concentrar no trabalho para afastar os pensamentos que me incomodavam. Fui direto para a biblioteca, onde passei cada minuto limpando meticulosamente todas as superfícies. A tarefa repetitiva e física me ajudou a clarear a mente, mas a lembrança do olhar intenso dele ainda persistia.Depois de finalizar a limpeza da biblioteca, segui para o escritório. A senhora Thompson me avisou para não tocar nas gavetas e documentos, e segui suas instruções à risca. Limpei tudo com cuidado, certificando-me de que cada detalhe estivesse impecável. Tentei não pensar em nada além do trabalho, mas era difícil não sentir o peso da situação em que me encontrava.Com o escritório finalmente limpo, fui para os quartos. Senti um alívio imenso ao não encontrar nenhum deles por lá. Limpei o mais rápido possível, ansiosa para terminar o trabalho antes que algum deles
Kael Darkmore.Fico parado ali, observando a porta se fechar atrás de mim, sentindo um misto de frustração e raiva. Eu estava tão perto de provar o sabor dos lábios dela. Soco a parede com força; a dor no punho alivia um pouco a tensão que sinto. Solto um suspiro profundo e passo a mão pelos cabelos, tentando acalmar minha mente turva.Me sento novamente na cadeira e olho para os papéis na minha mesa. O que aconteceu foi frustrante, mas não completamente em vão. O papo sobre o casamento arranjado foi uma jogada estratégica para ver como ela reagiria, e, embora o beijo tenha falhado, consegui obter algo de valor dessa conversa. A reação dela indica que está pensando em pedir o divórcio, mas algo a impede. Parece que ele a ameaça de alguma forma. Se eu descobrir que esse desgraçado a machucou, farei de tudo para que ele passe anos na prisão.Decido que preciso compartilhar essa descoberta com Magnus. Pego meu celular e ligo para ele. A ligação é atendida rapidamente.— Kael? — Magnus re
Yara Blake. Nesses últimos dias tem sido um verdadeiro desafio para mim. Desde aquela cena no escritório, em que quase me entreguei a um desejo insano, tomei a decisão de me afastar completamente dos senhores Darkmore. Não podia me dar ao luxo de ceder a esses sentimentos confusos que me assombravam. Toda vez que via um deles, me escondia ou mudava de direção, tentando ao máximo evitar qualquer contato. Tentava me convencer de que era o certo a fazer. Eles são os meus chefes, são homens extremamente perigosos para mim, e estar perto deles era como brincar com fogo. No entanto, minhas noites tem sido uma tortura. Fechava os olhos, tentando buscar um pouco de paz, mas os sonhos vinham. Sonhos intensos, vívidos, de tirar o fôlego. Neles, os senhores Darkmore me tocavam de formas que me deixavam ansiosa, desejos reprimidos se tornavam impossíveis de ignorar. A cada sonho, acordava frustrada, meu corpo queimando de um desejo que me recusava a aceitar. Odiava como eles tinham esse poder s
Magnus Darkmore.Estou sentado na minha mesa de trabalho, olhando para uma pilha de papéis que não faço a menor ideia de como vou resolver. Tudo que consigo pensar é na Yara. Nos últimos dias, ela tem nos evitado como se fôssemos o próprio diabo. Cada vez que ela nos vê, se esconde, desaparece pelos corredores da casa como um fantasma. Nem mesmo o Damien conseguiu se aproximar dela, o que é frustrante para todos nós. Estamos todos na mesma situação, tentando encontrar um jeito de romper essa barreira que ela colocou entre nós.Bato o punho na mesa, irritado. Já faz dias que isso está acontecendo, e minha paciência está no limite. Foi minha ideia ir com calma, dar tempo para que ela se acostumasse, mas agora me pergunto se essa foi a escolha certa. A verdade é que essa enrolação está me matando. Queria ir devagar, mostrar que ela pode confiar em nós, mas como posso fazer isso se ela foge sempre que nos vê? Toda essa espera está começando a me sufocar.— Droga! — xingo, jogando a caneta
Magnus Darkmore.Assim que a porta se fecha atrás dela, a máscara que uso todos os dias começa a rachar. Um sorriso sombrio se forma em meus lábios, enquanto encaro a porta por onde Yara acabou de sair. A frustração que sinto por ela ainda tentar resistir é quase insuportável. Tentei ser paciente, tentei ir com calma, mas há limites para o meu controle.Caminho até a janela e olho para o jardim lá fora, tentando me acalmar, mas tudo o que sinto é uma raiva crescente. Não uma raiva dela, mas de qualquer coisa que a esteja impedindo de se entregar a nós. Se é o maldito marido que a está mantendo à distância, então ele é um problema. E problemas precisam ser eliminados. Minha mente começa a trabalhar de forma fria e calculista, imaginando as possibilidades.— Se é o marido que está impedindo você de se entregar completamente a nós, então nos livraremos dele, Yara... — murmuro para mim mesmo, minha voz carregada de um tom sombrio. — Vamos nos livrar de qualquer obstáculo que esteja no cam
Yara Blake. Estou dentro do táxi, o som do motor é abafado pelo caos dos meus pensamentos. Estou a caminho daquela prisão novamente, voltando para a casa de Ronan, e a única coisa que consigo pensar é no beijo que tive com o senhor Magnus. Seus lábios nos meus, o jeito como ele me tocou, o desejo em cada movimento… Jamais senti algo assim antes. Nunca fui tocada daquela maneira. Nem fui desejada. Ainda sinto o calor do seu corpo contra o meu, a firmeza de suas mãos em minha cintura, a suavidade de sua voz ao falar "nossa". Meu coração dispara só de lembrar.Desviei o olhar pela janela do táxi, tentando afastar esses pensamentos, mas é impossível. A despedida que dei à senhora Thompson foi rápida, quase mecânica. Disse adeus e saí apressada da mansão, tentando não olhar para trás. Porque sei que se eu chegar tardiamente naquela casa, irei apanhar. Eles disseram que estariam me esperando, que eu poderia contar com eles, mas... posso mesmo confiar?O senhor Kael é um juiz, um homem resp
Kael Darkmore.Assim que saio do quarto de Magnus, um sorriso se forma em meus lábios. A doce Yara se entregou ao beijo. Ela de fato sente atração por nós, sabia, não tinha como negar. Mas o que realmente me surpreende é o Magnus. Sempre tão controlado, tão estratégico... Ele não quer mais esperar. Está cansado de jogar o jogo da paciência, e posso entender isso. Está na hora de agirmos, de tomarmos o que é nosso por direito.Caminho pelos corredores da mansão com passos firmes, a cabeça já cheia de planos. Magnus deixou claro o que quer, e não sou de me demorar em decisões. Assim que alcanço a saída, respiro o ar fresco da manhã, sentindo a expectativa crescer dentro de mim.— Hora de colocar esse plano em prática. — murmuro para mim mesmo, entrando no carro.Dou partida e o motor ronca como uma fera acordando de um sono profundo. Dirijo em direção ao meu escritório, minha mente funcionando a mil por hora. A estrada se estende diante de mim, e o percurso é quase automático. Conheço
Damien Darkmore.Estou no meu consultório, analisando alguns exames, quando meu celular toca. Vejo o nome de Kael na tela e uma onda de curiosidade toma conta de mim. Atendo imediatamente, sabendo que, se ele está ligando agora, é porque algo importante aconteceu.— Fala, Kael. — Atendo, mantendo a voz firme, mas amigável.— Magnus beijou Yara — ele começa sem rodeios. — E ela retribuiu.Minha sobrancelha se ergue, e um sorriso se forma no canto da minha boca. Isso é interessante. Finalmente, algo está acontecendo.— Mas logo depois ela fugiu, percebendo o que fez. Magnus disse que ela falou que não ama o filho da puta do marido dela.Dou uma risada curta, quase irônica.— Então, precisamos adiantar o plano. — Digo, minha mente já calculando os próximos passos. Se ela está começando a ceder, então temos uma chance. E não podemos desperdiçar.— Já estou adiantando. — Responde Kael, com aquela calma característica dele.— O que estou perdendo? — Pergunto, interessado em saber o que Kael