Capítulo 46Max pegou as chaves do carro e foi em direção à garagem, mas estranhou ao ver Daniel saindo de lá com uma expressão um tanto tensa.- Algum problema, Daniel?- Não, pai. Só fui ver se minha carteira estava no carro. Não a encontro em lugar algum. Vai sair?- Sim, volto logo.- Certo.Sem desconfiar de nada, Max entrou no carro, ligou o motor e saiu, pegando a rodovia. Estava com a mente longe, pensando na conversa que teria com Caterina e, logo depois, no confronto inevitável com Daniel. Algo no comportamento do filho ainda o incomodava, mas ele tentava afastar esse pensamento.Enquanto seguia em alta velocidade pela estrada, Max se preparava para pegar a próxima saída. Ele pressionou o freio, mas nada aconteceu.Seu coração disparou de imediato.Pisou com mais força no pedal, mas os freios continuavam sem responder. O pânico começou a subir pelo seu corpo como uma onda gelada.- Maldição! - ele gritou, tentando manter o controle do carro enquanto a velocidade aumentava. O
Capítulo 47Caterina passou a noite em claro, ao lado de Daniel no hospital, incapaz de se afastar enquanto Max lutava pela vida. Ela não ousou sair de perto do amigo. Sua mente estava em constante conflito entre a esperança e o medo.Já passava das oito horas da manhã quando decidiu pegar o celular e ligar para a secretária de Max.- Bom dia, Alice. Preciso te informar que Max sofreu um grave acidente e está em coma induzido. - Sua voz era firme, mas o peso da realidade a pressionava por dentro.A secretária ficou em choque, a voz trêmula ao responder.- Eu... eu vou informar a equipe e organizar as pendências dele. Obrigada por me avisar.Caterina desligou o telefone e ficou ali, por vários minutos, sentada com a mão na boca, tentando processar tudo. O peso da situação começava a sufocá-la. Quando olhou para Daniel, notou que ele estava trêmulo. O jovem parecia estar à beira de um colapso, suas mãos sacudiam levemente, o rosto pálido.- Daniel? - perguntou ela, com a voz gentil. - V
Capítulo 48Natasha chegou ao apartamento após as dez da noite, exausta. Seu corpo doía, e seus pés latejavam. O desfile tinha sido extenuante, e o ritmo era implacável. Mal terminava um, e já começava outro. Foram várias empresas combinadas em uma única noite, o que esgotou as modelos. Ao entrar no hotel, ela começou a se despir antes mesmo de chegar ao banheiro. A água quente do chuveiro foi um breve alívio, relaxando seus músculos tensos.Depois do banho, Natasha secou o corpo e vestiu um roupão macio. Deitou-se na cama com apenas o abajur aceso, os olhos pesados de sono. Tentou lutar contra o cansaço, pegando o celular na mesinha ao lado, na esperança de encontrar alguma mensagem de Max. Ela sentia saudades dele, e o silêncio prolongado começava a incomodá-la. Não havia nada, nenhuma ligação perdida, nenhuma mensagem.Suspirando, Natasha decidiu enviar uma mensagem de texto. No entanto, mal terminou de digitar as palavras e o cansaço venceu. Adormeceu quase instantaneamente, o cel
Capítulo 49Natasha abriu os olhos lentamente, a luz suave do camarim ainda um pouco forte para sua visão turva. O médico sorriu ao ver que ela estava voltando a si, inclinando-se para checar seus sinais vitais e fazer algumas perguntas rápidas. - Como você está se sentindo? - ele perguntou com um tom tranquilo e profissional.- Cansada... muito cansada. - Natasha respondeu, a voz fraca.- Isso é compreensível. Você está desidratada e sobrecarregada. Precisa descansar e se hidratar. Nada de esforço por um tempo, ok? Se sentir algo diferente, vá para uma clínica e faça exames.Ela apenas assentiu, incapaz de processar tudo naquele momento. Quando o médico saiu, Arthur ficou ao lado dela, os olhos ainda preocupados, mas agora com um brilho de determinação. Ele não deixaria Natasha sozinha em um momento como esse.- Vou cuidar de você, princesa - disse Arthur com um sorriso gentil, segurando a mão dela com carinho. - Vamos até o seu quarto, faremos a noite das meninas, com comida gostos
Capítulo 50Na manhã seguinte, Caterina, exausta e com os nervos à flor da pele, foi conversar com o médico. A preocupação não a deixava em paz, e o sentimento de impotência ao ver seu amigo querido naquela condição a corroía por dentro. O médico a recebeu com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo cuidadosa.— O quadro dele está estável, mas ainda corre risco de vida — explicou o médico, com um tom calmo e profissional. — Não podemos garantir que haverá melhora nas próximas horas, e cada minuto conta. Caterina agradeceu o médico, mas sentiu um aperto no peito. Voltar para o quarto de Max era como enfrentar uma muralha de incerteza e medo. Ao entrar no quarto, deparou-se com Daniel, sentado ao lado do pai. Ele estava pensativo, com as mãos entrelaçadas e a cabeça abaixada. O silêncio no ambiente era sufocante.— Daniel... — sussurrou Caterina, quebrando o silêncio.Ele levantou a cabeça lentamente, os olhos ainda perdidos em pensamentos sombrios. Olhou para ela com uma expressão vaz
Capítulo 51Caterina chegou à empresa naquela manhã com a elegância habitual, mas seu rosto não escondia o cansaço e a tristeza acumulados nos últimos três dias. O peso das preocupações era evidente em seus olhos, e as olheiras deixavam claro que ela mal havia dormido desde o acidente de Max.Ela sabia que precisava ser forte, mas a responsabilidade que agora recaía sobre seus ombros a pressionava. Não havia tempo para fraquezas. Ao entrar em sua sala, respirou fundo e chamou seu secretário.- Organize uma reunião de última hora com os chefes de todos os departamentos. Preciso falar com eles o quanto antes - ordenou.O secretário acenou com a cabeça e saiu rapidamente, deixando-a sozinha por alguns momentos. Caterina aproveitou para se recompor. Sabia que todos esperariam dela uma liderança firme, mas o medo de perder Max, o homem com quem sempre havia trabalhado lado a lado, ainda a consumia.A reunião foi rápida, mas intensa. Ela comunicou o estado crítico de Max, mencionou que as d
Capítulo 52Arthur ficou com Natasha em silêncio por algum tempo, segurando-a firme, enquanto ela chorava em seu ombro. Ele sabia que qualquer palavra de consolo seria insuficiente naquele momento. O quarto, que antes estava cheio de luz e sons leves do filme que assistiam, agora parecia escuro e pesado, preenchido apenas pelo som baixo do choro de Natasha.Finalmente, ela se afastou ligeiramente, enxugando as lágrimas com as costas da mão. Seus olhos estavam vermelhos, e sua expressão era de uma tristeza profunda.— Arthur, eu preciso estar com ele o mais rápido possível. Não consigo esperar até amanhã. — Sua voz estava mais firme agora, apesar da dor.Arthur, que estava sentado ao lado dela, a observou atentamente. Ele entendia a urgência que Natasha sentia, mas também sabia que as circunstâncias eram complicadas. O voo deles já estava marcado para o amanhecer, e qualquer mudança exigiria novos planos.— Eu sei, Nat... mas estamos em outro país. Preciso ver se consigo adiantar o voo
Capítulo 53Arthur sentiu o coração partir ao ver Max naquele estado. O CEO, sempre tão forte e imponente, agora estava deitado, vulnerável e cercado por máquinas. Ele mal conseguia acreditar no que via. Max era mais que seu chefe, era um homem que ele admirava profundamente. Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas ele as segurou, tentando manter a compostura. Ao seu lado, Natasha parecia tão destruída quanto ele.Ela olhou para Arthur, os olhos ainda úmidos, mas agora com uma determinação inesperada.— Eu vou ficar com ele, Arthur — disse, sua voz firme, embora o desespero ainda estivesse ali, escondido. — Ele precisa de mim agora.Arthur assentiu, sem conseguir encontrar as palavras. Ela se levantou, enxugando as lágrimas, e saiu do quarto, indo direto para o corredor onde Daniel estava.Ao avistar Daniel, o olhar de Natasha se endureceu. Ela se aproximou dele sem hesitar, sua determinação clara em cada passo.— Daniel — disse ela, o encarando. — Pode ir para casa, ou para onde quis