Capítulo 42Max chegou em casa sentindo o peso do mundo sobre os ombros. Precisava de um momento para se recompor antes de buscar Daniel no hospital.O banho quente que tomou fez pouco para aliviar a tensão que o consumia. Quando finalmente se arrumou, foi ao hospital, conversou com o médico para entender melhor a situação de Daniel e pegou a medicação que ele precisaria tomar nos próximos dias.Durante todo o trajeto de volta para casa, Daniel manteve um silêncio denso, impenetrável. Max sentia o peso da ausência de palavras, sabendo que algo estava fermentando dentro do filho. Quando estavam prestes a chegar, Daniel finalmente quebrou o silêncio.- A minha esposa tem vindo para casa? - perguntou, a voz carregada de desafio.- Não - respondeu Max, seco, sem querer prolongar a conversa.- Não? Como assim, não? Vou precisar dela para cuidar de mim... - Daniel insistiu, a voz agora tingida de frustração.- Eu vou cuidar de você - disse Max, mantendo o tom firme.- Fala sério, pai - Dani
Capítulo 43Max chegou ao restaurante e avistou Caterina sentada à mesa, já o aguardando. Ela acenou para ele com um sorriso caloroso e, assim que ele se aproximou, levantou-se para lhe dar um abraço. Max retribuiu o gesto, sentindo-se imediatamente mais leve na presença dela.- Max, que bom te ver - disse Caterina, enquanto os dois se acomodavam. - Mas preciso perguntar, por que você não está com sua namorada essa noite? Achei que aproveitaria essa folga para ficar com ela.Max suspirou, passando a mão pelos cabelos como se estivesse tentando organizar seus pensamentos.- Caterina, eu não consigo mais me controlar. Se eu for até ela agora, faremos amor a noite toda. E isso não seria justo, nem para ela, nem para mim.- Não seria justo? - ela perguntou, arqueando uma sobrancelha. - Desde quando isso se tornou um problema?- O fato de ela ainda estar casada, mesmo que temporariamente, com meu filho... Isso me deixa louco, Caterina. E é algo que não posso simplesmente ignorar.Caterina
Capítulo 44Max pegou o telefone e, sem demora, ligou para casa. Uma das empregadas atendeu com sua habitual gentileza.- Como está o Daniel? - perguntou Max, direto.- Ele ainda está descansando, senhor. Parece um pouco agitado, mas não desceu para o café. Ainda está no quarto.Max suspirou. Ele sabia que o filho estava passando por um turbilhão, mas não poderia adiar mais o inevitável. Depois de encerrar a chamada, virou-se para sua secretária, que aguardava pacientemente na porta.- Preciso que encontre o contato de alguma clínica de recuperação confiável - ordenou. - Algo discreto, mas eficaz. Preciso visitar uma ainda hoje.A secretária fez uma anotação rápida em sua prancheta.- Providenciarei isso imediatamente, senhor Colt.Max passou a manhã focado em seu trabalho, mas sua mente constantemente voltava para a situação de Daniel. Ele sabia que precisava agir logo, ou a situação só iria piorar. Quando sua secretária voltou com as informações sobre a clínica, Max estudou referent
Capítulo 45Daniel suspirou fundo, sentindo o peso das palavras do pai ecoarem na sua mente. Ele sabia que Max não estava brincando e que a preocupação do pai era genuína. Mas a ideia de ser internado, de perder o controle sobre sua própria vida, o enchia de pavor. Depois de alguns segundos, ele finalmente ergueu o olhar e encarou Max, que continuava de pé, firme. O semblante sério do pai lhe dizia que não haveria escapatória fácil, mas Daniel precisava tentar uma última cartada.- Pai... - começou, a voz mais baixa e menos agressiva do que antes. - Olha, eu sei que eu fiz muita besteira. Sei que as coisas saíram do controle, mas... - Ele passou a mão pelos cabelos, visivelmente nervoso. - Eu preciso que você me dê uma chance. Só uma, pai.Max franziu o cenho, mas permaneceu em silêncio, ouvindo atentamente. Daniel aproveitou a oportunidade para continuar, tentando fazer sua voz soar o mais convincente possível.- Eu... Eu sei que você quer o melhor pra mim. E eu sei que talvez eu me
Capítulo 46Max pegou as chaves do carro e foi em direção à garagem, mas estranhou ao ver Daniel saindo de lá com uma expressão um tanto tensa.- Algum problema, Daniel?- Não, pai. Só fui ver se minha carteira estava no carro. Não a encontro em lugar algum. Vai sair?- Sim, volto logo.- Certo.Sem desconfiar de nada, Max entrou no carro, ligou o motor e saiu, pegando a rodovia. Estava com a mente longe, pensando na conversa que teria com Caterina e, logo depois, no confronto inevitável com Daniel. Algo no comportamento do filho ainda o incomodava, mas ele tentava afastar esse pensamento.Enquanto seguia em alta velocidade pela estrada, Max se preparava para pegar a próxima saída. Ele pressionou o freio, mas nada aconteceu.Seu coração disparou de imediato.Pisou com mais força no pedal, mas os freios continuavam sem responder. O pânico começou a subir pelo seu corpo como uma onda gelada.- Maldição! - ele gritou, tentando manter o controle do carro enquanto a velocidade aumentava. O
Capítulo 47Caterina passou a noite em claro, ao lado de Daniel no hospital, incapaz de se afastar enquanto Max lutava pela vida. Ela não ousou sair de perto do amigo. Sua mente estava em constante conflito entre a esperança e o medo.Já passava das oito horas da manhã quando decidiu pegar o celular e ligar para a secretária de Max.- Bom dia, Alice. Preciso te informar que Max sofreu um grave acidente e está em coma induzido. - Sua voz era firme, mas o peso da realidade a pressionava por dentro.A secretária ficou em choque, a voz trêmula ao responder.- Eu... eu vou informar a equipe e organizar as pendências dele. Obrigada por me avisar.Caterina desligou o telefone e ficou ali, por vários minutos, sentada com a mão na boca, tentando processar tudo. O peso da situação começava a sufocá-la. Quando olhou para Daniel, notou que ele estava trêmulo. O jovem parecia estar à beira de um colapso, suas mãos sacudiam levemente, o rosto pálido.- Daniel? - perguntou ela, com a voz gentil. - V
Capítulo 48Natasha chegou ao apartamento após as dez da noite, exausta. Seu corpo doía, e seus pés latejavam. O desfile tinha sido extenuante, e o ritmo era implacável. Mal terminava um, e já começava outro. Foram várias empresas combinadas em uma única noite, o que esgotou as modelos. Ao entrar no hotel, ela começou a se despir antes mesmo de chegar ao banheiro. A água quente do chuveiro foi um breve alívio, relaxando seus músculos tensos.Depois do banho, Natasha secou o corpo e vestiu um roupão macio. Deitou-se na cama com apenas o abajur aceso, os olhos pesados de sono. Tentou lutar contra o cansaço, pegando o celular na mesinha ao lado, na esperança de encontrar alguma mensagem de Max. Ela sentia saudades dele, e o silêncio prolongado começava a incomodá-la. Não havia nada, nenhuma ligação perdida, nenhuma mensagem.Suspirando, Natasha decidiu enviar uma mensagem de texto. No entanto, mal terminou de digitar as palavras e o cansaço venceu. Adormeceu quase instantaneamente, o cel
Capítulo 49Natasha abriu os olhos lentamente, a luz suave do camarim ainda um pouco forte para sua visão turva. O médico sorriu ao ver que ela estava voltando a si, inclinando-se para checar seus sinais vitais e fazer algumas perguntas rápidas. - Como você está se sentindo? - ele perguntou com um tom tranquilo e profissional.- Cansada... muito cansada. - Natasha respondeu, a voz fraca.- Isso é compreensível. Você está desidratada e sobrecarregada. Precisa descansar e se hidratar. Nada de esforço por um tempo, ok? Se sentir algo diferente, vá para uma clínica e faça exames.Ela apenas assentiu, incapaz de processar tudo naquele momento. Quando o médico saiu, Arthur ficou ao lado dela, os olhos ainda preocupados, mas agora com um brilho de determinação. Ele não deixaria Natasha sozinha em um momento como esse.- Vou cuidar de você, princesa - disse Arthur com um sorriso gentil, segurando a mão dela com carinho. - Vamos até o seu quarto, faremos a noite das meninas, com comida gostos