Parte 2...— Você me conhece pouco rapaz, mas sabe minha reputação - ameaçou Yago.— E nunca me importei com ela. Gosto de brigas, especialmente as antigas - seus olhos brilharam ameaçadores e ignorou o olhar de advertência do pai — Não gosto que se metam em meus negócios e deve conhecer minha reputação também.Nathaly apertou as unhas na palma da mão. Era só o que lhe faltava. Ambos eram a mesma coisa. Estava presa entre a cruz e a espada. Respirou fundo.Yago olhou para ela e lhe enviou uma ameaça velada, mas ela entendeu. Depois ele abriu um sorriso cínico para Kostas.— Tudo bem. De qualquer modo é bom que ela conheça a nova casa dela.Kostas franziu a testa com o aparente susto que ela levou e achou estranho que Yago já definisse o acordo como fechado. Ainda não tinha assinado nada.— Como assim? - olhou em volta nervosa, mas se segurando. Eles estavam em uma ilha. Ela estava cercada de água — Como minha nova casa? - sua voz passou um pouco do medo — Quer que eu venha morar aqui?
Parte 3...Só de pensar que o oceano estava ali ao lado sua ansiedade aumentava. Teria que ser forte para conseguir salvar a mãe, mas o preço cobrado começava a se mostrar muito alto. Talvez alto demais. Na noite anterior chegou a ter pesadelos de novo com uma explosão, pessoas gritando, fogo e até sentiu o abraço gelado da morte em sua mente. Acordara assustada e coberta de suor. Teve que tomar um banho para voltar a dormir e isso demorou mais de meia hora. Mesmo de olhos abertos a imagem de um homem magro de cabelos pretos vinha para lembrar de que estava viva só por causa dele.Desviou o olhar. Teria que se manter ocupada para desempenhar bem o papel de esposa e isso tomaria seu tempo. Não precisaria nem mesmo descer na praia lá embaixo. Se manteria afastada da água o máximo possível e evitaria focar sua paisagem das janelas. Conseguiu chegar até ali no helicóptero, poderia resistir algum tempo até poder se livrar. Depois jamais voltaria a pôr os pés na ilha novamente.— Por aca
Parte 4...— Claro que sim - puxou a mão e segurou os sapatos como uma barreira.Problemas era pouco para definir. A rivalidade doentia causou muitos prejuízos, inclusive emocionais. Ele a observava então tentou se controlar para não deixar a emoção dominar.“Perdi meu pai por causa de sua família. Eu quase morri e minha mãe até hoje sofre por causa disso. Eu odeio seu sangue.”Pensou em falar, mas não o fez. Mordeu o lábio sentindo uma onda de pânico e raiva se misturarem. Controlou a respiração e continuou seguindo-o. Ele parou e ela aproveitou o momento.— Eu não consigo fingir gostar de alguém - ela começou devagar — Este casamento é por puro interesse entre as famílias e foi ideia do meu tio - disse fria — Não vou fingir que gosto de você e nem vou ficar atrás de você para que se sinta lisonjeado por ter uma esposa que o agrade. É um acordo e é assim que vou tratar. Cada um ganha sua parte.— E qual é a sua parte? - desafiou.— A minha parte é o dinheiro do acordo.O encarou e fi
Parte 5...Seu rosto quadrado tinha traços fortes e a boca grande era bem feita. O nariz era um pouco aquilino e os olhos tão escuros quanto o cabelo eram brilhantes. Seu tom de pele moreno era sexy também. Mesmo não gostando dele podia entender porque as mulheres o achavam atraente. Com certeza por baixo daquela roupa cara tinha um corpo definido. “Merda!” Agora estava prestando atenção nele.— Não precisa levar o dinheiro para a cama - ela quis rebater — Mas pode depositar em minha conta. Faremos sexo apenas para cumprir o contrato e nada mais. Não preciso que me seduza e nem vou fingir que gosto de você.— Como é? - ele riu fascinado com aquela criatura pequena e diferente — Faremos sexo? - continuou rindo.Ela mordeu o lábio. Não tinha interesse em ser seduzida e menos ainda por ele. Não tinha interesse por sexo desde muito nova quando soube que sua vida estava fadada a nunca ter filhos. Ainda chegou a ter um namorado quando adolescente, mas depois perdeu o interesse e se conc
Parte 1...Quinze dias depois...Nathaly observava a linda aliança de ouro com diamantes em seu dedo esquerdo. Agora estava casada oficialmente com Kostas e seu sobrenome constava Demétriou Megalo. Sentiu um arrepio. Os sobrenomes carregavam muita coisa. Pelo menos a música a distraía um pouco. Tinha acabado de sentar após quase uma hora de pé, recebendo os beijos e cumprimentos dos muitos convidados. Ela não conhecia ninguém naquele salão, nem um só rosto.A sensação era péssima. Nunca se sentira tão desamparada na vida e gostaria de não estar ali. Teve que aceitar o que os profissionais contratados para realizar a cerimônia lhe diziam. Até ficou feliz com a escolha do vestido que ficou bem o que ela gostaria de usar se tivesse dinheiro para ela mesma escolher. Era muito delicado e cheio de rendas com pedrinhas. Quando se viu refletida no espelho quase chorou, mas não queria estragar a maquiagem. Pensou na mãe o tempo todo.Ela teve que inventar mentiras para que a mãe continuasse
Parte 2...Com a cabeça cheia de pensamentos ruins ela perguntou agustiada.— Você depositou o dinheiro na minha conta? - a cara que ele fez foi desagradável. Mas já tinha perguntado mesmo.— Não se preocupe - disse com desdém — Quer meu celular para ligar para o banco e confirmar? O depósito foi feito hoje pela manhã - torceu o nariz — Já está pensando em correr para gastar? O que quer agora? Sapatos ou uma bolsa?Nathaly nem se incomodou com o comentário. O importante era saber que o dinheiro estava em sua conta e a cirurgia da mãe estava agendada para breve. O gerente de sua conta já tinha os documentos assinados para que repassasse o valor correto diretamente para o hospital e o que restasse seria depositado em outra conta para que rendesse juros. Ele fazia piadinhas com um relógio caríssimo e duas pulseiras de pedras no pulso, que diziam para todos que era rico o bastante. E esse nem era o mesmo relógio de quando o conheceu. Na certa tinha uma coleção. Ela usava o celular para
Parte 3...Ela segurou a língua. Olhando em volta viu que muita gente estava ligada no que eles faziam, inclusive uma loira muito bonita e vestida toda de preto.— Aquela lá parece uma viúva. Olha a cara dela de desapontada. Vai ver queria estar aqui no meu lugar.Ele sorriu e fez um gesto com a cabeça para a loira.— Você tem sorte querida - foi cínico — Muitas gostariam de estar no seu lugar. Sou um homem muito requisitado pelas mulheres.“Imagino. Seria difícil conviver com esse ego.”— Coitada, parece arrasada - soltou o comentário — Você se acha o prêmio maior, não é? Que insensibilidade.— Até parece que você é romântica - riu — Ela logo vai achar outro rico para tirar o máximo dele até se enjoar. Depois vai partir para o próximo. Se não der certo, parte pra outro.— Que jeito frio de falar. Acha que as mulheres são todas interesseiras? - franziu a testa.— Todas não - a encarou — Só as que fazem parte do seu grupinho, querida.— Eu não tenho grupo - respondeu seca.— Isso é ver
Parte 4...— Não fique assustada, é só uma tradição grega. Você sabe que nós gostamos de muita música e dança - rodou para o meio do salão com ela — Chegou a hora de fazer o seu papel de apaixonada, amor - cheirou seu cabelo — Precisamos dar aos convidados o show que eles vieram ver. As duas maiores fortunas se unindo por amor e deixando de lado suas desavenças. Não é sempre que isso acontece.Ela o encarou e suspirou fundo.— Seríamos honestos um com outro. Foi o que me disse.— E seremos - rodou agarrando sua cintura — Mas em particular, quando estivermos a sós. Agora você me ama e eu à você e vai me olhar como se eu fosse o único homem do planeta e eu vou sorrir feliz como se você fosse a mulher que eu sempre quis. Não vamos desapontar os convidados curiosos.— Não sei se sou tão boa atriz assim - encarou a boca dele.— Então vamos fazer um teste - sorriu.Ele abaixou a boca sobre a dela e tocou os lábios rosados devagar, mirando seus olhos e a sentiu retesar. Puxou-a para colar os