Parte 3...Só de pensar que o oceano estava ali ao lado sua ansiedade aumentava. Teria que ser forte para conseguir salvar a mãe, mas o preço cobrado começava a se mostrar muito alto. Talvez alto demais. Na noite anterior chegou a ter pesadelos de novo com uma explosão, pessoas gritando, fogo e até sentiu o abraço gelado da morte em sua mente. Acordara assustada e coberta de suor. Teve que tomar um banho para voltar a dormir e isso demorou mais de meia hora. Mesmo de olhos abertos a imagem de um homem magro de cabelos pretos vinha para lembrar de que estava viva só por causa dele.Desviou o olhar. Teria que se manter ocupada para desempenhar bem o papel de esposa e isso tomaria seu tempo. Não precisaria nem mesmo descer na praia lá embaixo. Se manteria afastada da água o máximo possível e evitaria focar sua paisagem das janelas. Conseguiu chegar até ali no helicóptero, poderia resistir algum tempo até poder se livrar. Depois jamais voltaria a pôr os pés na ilha novamente.— Por aca
Parte 4...— Claro que sim - puxou a mão e segurou os sapatos como uma barreira.Problemas era pouco para definir. A rivalidade doentia causou muitos prejuízos, inclusive emocionais. Ele a observava então tentou se controlar para não deixar a emoção dominar.“Perdi meu pai por causa de sua família. Eu quase morri e minha mãe até hoje sofre por causa disso. Eu odeio seu sangue.”Pensou em falar, mas não o fez. Mordeu o lábio sentindo uma onda de pânico e raiva se misturarem. Controlou a respiração e continuou seguindo-o. Ele parou e ela aproveitou o momento.— Eu não consigo fingir gostar de alguém - ela começou devagar — Este casamento é por puro interesse entre as famílias e foi ideia do meu tio - disse fria — Não vou fingir que gosto de você e nem vou ficar atrás de você para que se sinta lisonjeado por ter uma esposa que o agrade. É um acordo e é assim que vou tratar. Cada um ganha sua parte.— E qual é a sua parte? - desafiou.— A minha parte é o dinheiro do acordo.O encarou e fi
Parte 5...Seu rosto quadrado tinha traços fortes e a boca grande era bem feita. O nariz era um pouco aquilino e os olhos tão escuros quanto o cabelo eram brilhantes. Seu tom de pele moreno era sexy também. Mesmo não gostando dele podia entender porque as mulheres o achavam atraente. Com certeza por baixo daquela roupa cara tinha um corpo definido. “Merda!” Agora estava prestando atenção nele.— Não precisa levar o dinheiro para a cama - ela quis rebater — Mas pode depositar em minha conta. Faremos sexo apenas para cumprir o contrato e nada mais. Não preciso que me seduza e nem vou fingir que gosto de você.— Como é? - ele riu fascinado com aquela criatura pequena e diferente — Faremos sexo? - continuou rindo.Ela mordeu o lábio. Não tinha interesse em ser seduzida e menos ainda por ele. Não tinha interesse por sexo desde muito nova quando soube que sua vida estava fadada a nunca ter filhos. Ainda chegou a ter um namorado quando adolescente, mas depois perdeu o interesse e se conc
Parte 1...Quinze dias depois...Nathaly observava a linda aliança de ouro com diamantes em seu dedo esquerdo. Agora estava casada oficialmente com Kostas e seu sobrenome constava Demétriou Megalo. Sentiu um arrepio. Os sobrenomes carregavam muita coisa. Pelo menos a música a distraía um pouco. Tinha acabado de sentar após quase uma hora de pé, recebendo os beijos e cumprimentos dos muitos convidados. Ela não conhecia ninguém naquele salão, nem um só rosto.A sensação era péssima. Nunca se sentira tão desamparada na vida e gostaria de não estar ali. Teve que aceitar o que os profissionais contratados para realizar a cerimônia lhe diziam. Até ficou feliz com a escolha do vestido que ficou bem o que ela gostaria de usar se tivesse dinheiro para ela mesma escolher. Era muito delicado e cheio de rendas com pedrinhas. Quando se viu refletida no espelho quase chorou, mas não queria estragar a maquiagem. Pensou na mãe o tempo todo.Ela teve que inventar mentiras para que a mãe continuasse
Parte 2...Com a cabeça cheia de pensamentos ruins ela perguntou agustiada.— Você depositou o dinheiro na minha conta? - a cara que ele fez foi desagradável. Mas já tinha perguntado mesmo.— Não se preocupe - disse com desdém — Quer meu celular para ligar para o banco e confirmar? O depósito foi feito hoje pela manhã - torceu o nariz — Já está pensando em correr para gastar? O que quer agora? Sapatos ou uma bolsa?Nathaly nem se incomodou com o comentário. O importante era saber que o dinheiro estava em sua conta e a cirurgia da mãe estava agendada para breve. O gerente de sua conta já tinha os documentos assinados para que repassasse o valor correto diretamente para o hospital e o que restasse seria depositado em outra conta para que rendesse juros. Ele fazia piadinhas com um relógio caríssimo e duas pulseiras de pedras no pulso, que diziam para todos que era rico o bastante. E esse nem era o mesmo relógio de quando o conheceu. Na certa tinha uma coleção. Ela usava o celular para
Parte 3...Ela segurou a língua. Olhando em volta viu que muita gente estava ligada no que eles faziam, inclusive uma loira muito bonita e vestida toda de preto.— Aquela lá parece uma viúva. Olha a cara dela de desapontada. Vai ver queria estar aqui no meu lugar.Ele sorriu e fez um gesto com a cabeça para a loira.— Você tem sorte querida - foi cínico — Muitas gostariam de estar no seu lugar. Sou um homem muito requisitado pelas mulheres.“Imagino. Seria difícil conviver com esse ego.”— Coitada, parece arrasada - soltou o comentário — Você se acha o prêmio maior, não é? Que insensibilidade.— Até parece que você é romântica - riu — Ela logo vai achar outro rico para tirar o máximo dele até se enjoar. Depois vai partir para o próximo. Se não der certo, parte pra outro.— Que jeito frio de falar. Acha que as mulheres são todas interesseiras? - franziu a testa.— Todas não - a encarou — Só as que fazem parte do seu grupinho, querida.— Eu não tenho grupo - respondeu seca.— Isso é ver
Parte 4...— Não fique assustada, é só uma tradição grega. Você sabe que nós gostamos de muita música e dança - rodou para o meio do salão com ela — Chegou a hora de fazer o seu papel de apaixonada, amor - cheirou seu cabelo — Precisamos dar aos convidados o show que eles vieram ver. As duas maiores fortunas se unindo por amor e deixando de lado suas desavenças. Não é sempre que isso acontece.Ela o encarou e suspirou fundo.— Seríamos honestos um com outro. Foi o que me disse.— E seremos - rodou agarrando sua cintura — Mas em particular, quando estivermos a sós. Agora você me ama e eu à você e vai me olhar como se eu fosse o único homem do planeta e eu vou sorrir feliz como se você fosse a mulher que eu sempre quis. Não vamos desapontar os convidados curiosos.— Não sei se sou tão boa atriz assim - encarou a boca dele.— Então vamos fazer um teste - sorriu.Ele abaixou a boca sobre a dela e tocou os lábios rosados devagar, mirando seus olhos e a sentiu retesar. Puxou-a para colar os
Parte 5...Tinha que voltar ao normal antes de cair na tentação de seus lábios doces.Isso também era reflexo do tempo que estava sem transar. Ficou tão ocupado com o pai resolvendo a burocracia e tudo mais sobre esse acordo e a mudança da empresa de volta para eles que não procurou nenhuma mulher para se aliviar. Tinha várias amantes e ainda assim não buscou nenhuma delas. Sua cabeça estava voltada para a empresa, suas dívidas acumuladas de anos sem uma administração correta e sobre esse casamento com uma mulher da qual nada sabia, a não ser sua origem.Agora a parte física pedia um alívio após dias intensos de estresse sentado atrás de uma mesa com vários advogados, contadores e funcionários da empresa. Só vinha pensando em números, perdas e ganhos. Agora seu corpo estava excitado e sentia os nervos à flor da pele. Precisava se aliviar e agora tinha uma linda esposa que insistia em se manter distante para provocá-lo e fazer com que caísse em seus truques de sedução que com certeza