Era mais um dia de outono em Nova York, a cidade mais visitada por estrangeiros, por ser bonita e próspera. Fazia tempo desde a entrada do outono, mas mesmo assim as pessoas gostavam de aproveitar a paisagem amarela, vermelha e laranja das folhas do Central Park.
Para os moradores e comerciantes da cidade, era mais um dia qualquer, que depois da rotina chegaria ao fim; mas para Yara, era o dia mais esperado da sua vida, não só ela dividia essa opinião, várias outras mulheres também.
Claro que ela não teria uma festa chique, o trabalho de seu noivo não o deixava ter tanto tempo para ela assim, e ela entendia, afinal, foi sua profissão por anos. A indústria de entretenimento era cruel se você não tivesse sempre uma carta na manga, e ela queria evitar qualquer problema para a agência de seu noivo.
Quando o corpo alto e delicado passou pela porta de vidro do grande Lenox Hill, sentiu as mãos soarem, enquanto caminhava para a sala de descanso. Precisava pedir a opinião de sua melhor amiga. Não queria que nada saísse errado.
O jaleco branco balançava pela rapidez que andava. Os cabelos escuros estavam presos em um coque, que logo mais iria ser solto. Os olhos castanhos como mel brilhavam intensamente, enquanto engolia em seco de segundo em segundo.
Assim que abriu a porta branca, logo avistou a pessoa a qual estava procurando. Os cabelos castanhos estavam presos em um rabo de cavalo, enquanto chacoalhava o corpo tirando o jaleco. Riu levemente e a ajudou, ouvindo a mesma suspirar.
— Essa é minha função. — Resmungou, virando-se de frente e pegando o jaleco com gentileza. — O que faz aqui nessa hora? Você não está de folga hoje?
— Quero fazer uma surpresa pra ele… — As mãos estavam cruzadas na frente do corpo, esperando que a mulher a sua frente pudesse a ajudar. O rosto tenso, esperando algo positivo daquela que um dia tinha sido sua assistente. — Você acha que eu comprando um presente, ainda vai ser uma surpresa?
— Senhorita Sanchez. — A mais baixa se aproximou, colocando as mãos em seu ombro, enquanto forçava um sorriso em seus lábios. Para ela, sua superior estava cega de amor e não notava o quão lamentável era sua situação, mas resolveu não a deixar para baixo no dia de seu casamento. De desgosto já basta seu noivo, Yara. — Acho que ele vai amar.
— Fico aliviada em ouvir sua opinião, Angela. — Seu rosto se suavizou. Um sorriso feliz surgia em seus lábios, enquanto retirava o jaleco e soltava os cabelos. — Você está no horário de almoço?
— Sim, quer ajuda na escolha do presente? — A menor colocou a bolsa sob o ombro, preparada para sair. — Podemos almoçar e depois compramos, dá tempo até a hora de ir para o cartório, né?
— Sim. — As duas cruzaram seus braços e saíram do hospital. — Está marcado para as duas da tarde, acho que vou levar o presente na agência.
Angela apenas suspirou, sentindo-se mal por saber que sua ex-chefe iria se casar com um cara que não fazia o mínimo por ela. Oliver, aos olhos de Angela, só usava Yara para seus benefícios próprios e o de sua nova modelo. Outra coisa que ela se perguntava, Yara não achava aquela interação toda estranha?
Ele estava sempre rodeado da jovem modelo, sendo carinhoso e gentil, enquanto com sua noiva ele apenas se esforçava para mostrar algum afeto mínimo. Angela se sentia triste por ela, mas não adiantava ninguém falar os pontos negativos, pois ela sempre dizia que estava feliz daquele jeito, mesmo que ela estivesse mentindo para si mesma.
— Yara… — A mulher de cabelos castanhos segurou-a gentilmente pelo pulso, a fazendo se virar para trás com o cenho franzido, e em seus olhos, a empolgação e a curiosidade. — Tem certeza do que está indo fazer hoje?
Todos sabiam, até a grande mídia ajudou na divulgação do noivado entre o CEO da agência BM e a esquecida supermodel Yara Sanchez. Angela queria saber se ela ia realmente entregar o seu futuro nas mãos do homem que ela julgava ser um idiota com ela, mas perguntou já sabendo da resposta.
— O que é tudo isso, Angel? — Indagou, ficando de frente para a amiga que suspirou, se rendendo. — Ainda com isso em mente?
— Só quero ter certeza que você não vai se arrepender. — Desistiu de continuar aquela discussão sem rumo e entrou na loja primeiro, sendo seguida de perto pela morena.
— Eu o amo, não é o suficiente? — Resmungou, passando os dedos pelas prateleiras da loja, notando o silêncio ao redor. Se fosse antigamente, ela não estaria andando livremente pelas ruas, e aquilo a deixou um pouco para baixo.
— Se você diz… — A amiga retrucou, a seguindo pela loja com os braços cruzados e o olhar desanimado. Mesmo que quisesse alertar sobre algo, naquele momento seria em vão, então ela apenas pôde a apoiar.
Mesmo que Yara quebrasse a cara no futuro, ela ainda continuaria ao lado dela. Afinal, aquela mulher foi e é sua inspiração por anos, não a deixaria de mãos atadas assim. Passou a mão no rosto e ergueu a cabeça, pensando em dar o maior apoio que podia nesse dia ensolarado.
— Vamos, precisamos entregar esse presente especial o mais rápido possível. — A puxou para fora da loja com o presente em mãos. Angela não soube porque, mas aquelas palavras que deveriam ser de alegria, saíram de forma amarga por seus lábios.
Seu instinto não mentia, ela sentia que algo de errado iria acontecer e se sentiu na obrigação de estar junto para a apoiá-la.
*
Dentro do elevador da empresa, Angela fitava seus pés intensamente, com várias teorias do que poderia estar a deixando nervosa daquele jeito por sua ex-chefe, enquanto Sanchez apenas balançava a sacola com o presente alegremente, pensando em como seria a reação do seu noivo.
— Yara, você acha que o Senhor Davis vai adiar a data do casamento de vocês por causa da Emily? — Indagou, quando a teoria piscou em sua mente, como um alerta vermelho. — Você sabe como ele mima ela…
— Eu realmente espero que não! — Suspirou, lembrando-se da modelo que estava atrapalhando seu relacionamento. — Ela entenderia, não é? Hoje é nosso dia, porque ela faria algo desse tipo?
A mais baixa resolveu ficar calada, enquanto fazia sua parte de apenas seguir a amiga até o escritório do noivo e a ajudá-la a fazer a surpresa. Mas quando Yara estava chegando perto da porta, a assistente de Davis logo ficou em sua frente, deixando tanto Yara, quanto Angela surpresa com sua reação.
— S-Senhorita Sanchez. — A mulher sorriu tensa, enquanto suas pernas tremiam. — O s-senhor Davis está em uma reunião…
— Apenas vim fazer uma surpresa. — Comentou, com o cenho franzido. — E vi a agenda dele esta manhã, tem certeza que ele está em uma reunião?
— E-eu…
— Deixe-nos passar! — Angela empurrou levemente a secretária para o lado e deu passagem para Yara abrir a porta. Era para aquele ato a deixar feliz.
Era como um raio a tivesse atingido com toda sua potência, enquanto encarava a cena com a boca aberta e os olhos arregalados. Em toda sua vida, ela nunca pensou que teria uma decepção tão grande como aquela.
Em estado de choque, a morena encarou o seu querido noivo beijando a modelo, a qual sempre ajudava. Um flashback de sua vida passou em seus olhos. Tantas coisas que ela abandonou pelo bem do trabalho dele. Largou sua profissão, quando estava chegando a uma modelo internacional, e até mesmo se formou em enfermagem, apenas para cuidar dos problemas que Emily causava.
Agora tudo parecia se encaixar na mente da ex-modelo. Tudo o que seu noivo fez não foi para si, e sim para sua amante. Malditos!
Com os dentes rangidos, Yara os encarou com os olhos embaçados, mas ela tinha certeza que os encarava com ódio. As lágrimas caiam quase automaticamente, mas o que ela poderia fazer? Era natural alguém chorar num momento daqueles, afinal, ela estava presenciando uma traição.
Ela sentiu a mão gentil de Angela tirar o presente de sua mão. Agradeceu mentalmente por ter a amiga ao seu lado e passou as mãos nos olhos, tentando impedir que as lágrimas caíssem.
Eles não ouviram que Yara tinha entrado na sala, e continuaram a falar entre si, como se não houvesse ninguém. A concentração que eles tinham no ato de a trair, era invejável. Angela segurou a vontade de vomitar ao ver aquela cena. A raiva afetou seu estômago com força. Ela sabia que a morena tinha se sacrificado e se dedicado cem por cento ao noivo, e isso doeu nela.
Ela viu de perto as humilhações constantes que Yara sofria de Emily, esperando que fosse ajudar Oliver a manter o trabalho. Viu de perto a manipulação de Oliver sobre Yara para desistir da carreira e se tornar uma simples enfermeira, tudo por que Emily sempre vivia machucada de alguma forma.
Agora o quebra cabeça estava sendo resolvido. Emily na verdade machucava a si mesma para que Oliver pedisse a Yara para se tornar uma enfermeira por ele, e assim, a amante seria livre para subir ao topo. Nojo. Era o que Angela estava sentindo naquele momento.
Yara perguntou-se mentalmente se a sala era tão grande como se lembrava. Tinha certeza que fisicamente, a mesa de Oliver era bastante distante da porta, e por isso ele nem as notou ainda, mas no choque de sua realidade, ele estava tão próximo, que ela se sentia tonta.
— Querida, melhor pararmos, se não irei me atrasar para ir ao cartório. — O homem murmurou, dando um último selinho na amante, que emburrou a cara e cruzou os braços.
— Você prefere a ela do que a mim? — E aí está a cobra. Desgraçada! Angela se segurou para não falar aquilo em voz alta enquanto esperava Yara fazer algo.
— Mil vezes você, amor! — O homem sorriu sedutoramente, antes de a beijar novamente. Mas diferente do que Angela pensou, Yara apenas virou as costas e saiu, a deixando confusa e com sua revolta reprimida. Ela saiu e fechou a porta silenciosamente, para que eles não soubessem que alguém viu aquela cena.
— Yara? — Angela correu para alcançar os passos apressados da maior. — Você não vai fazer nada?
— Angela, não conte a ninguém sobre isso. — Resmungou, entrando novamente no elevador. Ela só queria sumir rapidamente daquele local. — Tenho um plano.
— Espero que no meio desse plano exista uma vingança. — A mulher estava frustrada com o que tinha presenciado, e não conseguia nem olhar no rosto de sua amiga. Não tinha coragem de ver suas lágrimas e a tristeza refletida nos olhos de avelã.
— Confie em mim.
— Com a minha vida.
Conforme o que havia planejado em sua mente vingativa, Yara dirigiu até o cartório com um sorriso amargo. Ela estaria esperando para ver a cara de pau de Oliver, mas ela duvidava que Emily o deixaria ir realmente. Ligou para o noivo apenas para ter certeza que ele lhe daria uma desculpa.
“Emily se machucou hoje de manhã e preciso lidar com esse assunto urgente primeiro. Amanhã ela tem uma apresentação de manhã. Você consegue cuidar dela também? Vamos adiar o registro para outro dia.”
Não existe “outro dia”, Yara pensou desapontada consigo mesma. O tal registro era o casamento deles, algo que ela sonhava desde que havia se apaixonado por Oliver. E aquele sentimento foi por água abaixo. Agradeceu por não ter que se casar com um cara que nem ao menos ligava para ela.
Yara colocou seus óculos escuros e caminhou em direção a saída, estava decidida a não se importar com aquele sentimento amargo, mas naquele momento outro sentimento se apossou de si, quando viu a figura alta vindo na sua direção. Não pode deixar de notar o terno preto perfeitamente alinhado em seu corpo, com certeza feito sob medida.
Aquele homem tinha uma presença forte, como se fosse o dono de cada lugar em que pisava.
Especialmente quando ele se aproximou, embora estivesse usando os óculos escuros, ela viu o rosto perfeito esculpido e lábios carnudos sensuais, eram o suficiente para chamar a atenção.
Ela reconheceu o homem à sua frente. Era ninguém menos que Andrew Kardin, o CEO da Marketing Internacional Golden. Quando ela ainda era uma top model famosa, eles se encontraram em um baile.
Ele também vai se casar hoje?
— Presidente Kardin… A senhorita Morton está atrasada a vinte minutos. — Comunicou o assistente atrás dele.
— Ligue para a família Morton e diga a eles, se não podem nem chegar a tempo para um casamento, então nem se dê o trabalho de tentar algum acordo comigo. — O homem respondeu friamente.
— Mas presidente, você precisa se casar hoje, foi a exigência dos anciões… — Avisou timidamente, passando os dedos pela tela do ipad em suas mãos. — Eles nem se importam com quem seja, apenas pediram para que se case o mais rápido possível.
— Basta escolher alguma mulher da socialite. — O homem deu de ombros, como se não se importasse com quem casaria. — Te darei meia hora para arranjar alguém.
Então o grande CEO também estava em uma confusão semelhante… embora a situação seja diferente em determinados pontos.
Andrew Kardin tinha poder o suficiente para escolher a mulher que quisesse. E como um dos solteiros mais cobiçados, o amor não era sua prioridade. Pensando nisso, Yara respirou fundo para tomar coragem e ir até lá.
Tirou os óculos escuros e caminhou até o homem e gentilmente o sugeriu:
— Presidente Kardin, sua noiva não chegou e meu noivo me largou… posso sugerir que nos casemos, já que precisamos disso por acaso?
O moreno congelou em descrença. Nunca havia conhecido em toda sua vida uma mulher tão corajosa como aquela. A analisando de cima abaixo, lembrou-se de quem era e deu um sorriso de canto.
O CEO retirou os óculos escuros, revelando um par de olhos ônix como a noite. Suas pupilas brilharam como um diamante. O homem trocou uma ideia com seu assistente por dois minutos, enquanto Yara pensava em o quão sortuda ela foi de encontrar Andrew Kardin num dia como aquele.
Ele não tinha motivos para usar uma mulher, não precisava de amor. Era uma troca justa. No final das contas, ela só queria que Oliver Davis se arrependesse de tudo o que tinha feito.
Os procedimentos do casamento do casal foram feitos rapidamente. Em apenas meia hora, Yara segurou a certidão de casamento em suas mãos, relendo repetidamente. Agora, ela era uma mulher casada.
— Presidente Kardin, posso ter uma conversa com você?
— Sim, entre no carro por favor. — Andrew colocou os óculos de sol enquanto saia do corredor de registro.
Yara o seguiu de perto. Depois de entrar na Mercedes-benz, ela olhou nervosa para Andrew antes de solicitar:
— Obrigada por se casar comigo. Se precisar de alguma coisa minha em troca, diga-me, farei qualquer coisa. No entanto, tenho dois pedidos simples, espero que você possa prometer e cumprir.
— Vá em frente. — Andrew respondeu cansado, enquanto afrouxava o colarinho.
— Em primeiro lugar, a menos que você não tenha escolha, não revele nosso relacionamento. Em segundo lugar, não interfira em meus assuntos pessoais. Não se preocupe, já que somos casados, não vou me aproximar de outro homem.
Depois de ouvir os pedidos de sua mais nova esposa, Andrew não pode deixar de dar um leve sorriso malicioso. Uma aura perigosa varreu o carro.
— Eu prometo a você. — A olhou de soslaio. — Te darei um tempo para arrumar seu passado, quero que tenhamos um casamento de teste por 3 meses, logo após, levaremos ao público. Quero que esse casamento funcione, e possamos nos dar bem dentro de nossa casa.
— Obrigada! — Yara acenou com a cabeça, se sentindo aliviada. Ele não parecia ser aquele homem frio e arrogante, e ela relaxou no confortável banco do carro.
— Além disso, acredito que um casal não deva viver separado. Vou lhe dar dois dias para embalar todos os seus pertences e se mudar para nossa casa. Meu assistente entrará em contato com você.
Yara não tinha objeções. Já que agora eles eram casados, um pedido como esse era razoável. Então, ela obedientemente acenou com a cabeça e respondeu:
— Eu concordo!
— Isso é bom.
Depois que os dois fizeram seu acordo verbal, Yara saiu do carro de Andrew. O assistente do CEO sentou-se no bando do motorista e fitou o chefe pelo o espelho do retrovisor.
— Presidente, podemos voltar a empresa? Ou gostaria de voltar à mansão para contar as novidades aos superiores?
— Siga Yara e relate cada movimento dela para mim. — Andrew ordenou, antes de sair do carro. — Quero saber porque o ex-noivo abandonou uma mulher como essa.
Ele pensou que para uma mulher como Yara sugerir um casamento de uma hora para outra, alguma coisa deve ter acontecido!
Como presidente de uma agência internacional, é claro que ele já tinha ouvido falar de Yara antes e até mesmo assistia seus desfiles. Uma vez que uma modelo famosa na indústria, que a três anos atrás rejeitou uma oferta da agência de entretenimento da segunda família mais poderosa de Nova York surgiu, a fez entrar diretamente para a lista negra.
Eventualmente, a notícia de que ela estava se formando em enfermagem e trabalhando no hospital Lenox Hill vazou na mídia. Deixando todos mais boquiabertos ainda, quando souberam que estava trabalhando nas horas vagas para a nova modelo que estava no centro das atenções, Emily Lewis, a modelo que era agenciada pela Big Model, cujo o CEO era o noivo de Yara. Oliver Davis.
E assim começou a queda de uma supermodelo…
Que deixou tudo por amor.
Com toda sua honestidade, Yara não sabia de onde arranjou coragem o suficiente para sugerir uma coisa daquele tipo. Estava nervosa, precisava avisar a Angela que precisaria dela como uma assistente de novo, óbvio, se ela ainda quisesse. Quando voltou para o carro, estava prestes a ligar o motor e voltar para casa e arrumar suas coisas, quando recebeu um telefonema de Oliver. “Yara…onde você está agora?” “Na frente do cartório, prestes a ir para casa”. Yara respondeu casualmente, escondendo suas emoções. “Emily se machucou, poderia por favor vir aqui e nos ajudar? Ela não quer ir ao hospital”. — Ela com certeza tinha palavras para soltar no momento, mas esperou mais um pouco. Queria ver cada reação de Oliver. — “Meu amor, eu preciso de você nesse momento. Se o produtor do evento de amanhã descobrir que ela se machucou na véspera, ela não poderá participar. Venha o mais rápido possível!”. Se sentiu enojada, ao ouvir o falso sentimento em sua fala. Segurou a risada anasalada e desli
Os ombros relaxaram, assim que saiu do escritório. Só queria ir o mais rápido para casa e arrumar suas coisas. Iria tirar tudo o que a lembraria de Oliver e deixaria no passado. Sentiu alguém a segurar pelo pulso e se virou com o cenho franzido. — Querida, poderia me fazer um favor? — A mulher suspirou, vendo o ex-noivo sorrir galanteador, como se ela não soubesse o que ele fazia pelas suas costas. — Claro, querido. — Forçou um sorriso doce, mas sabia que em seus olhos estava nada menos que o desprezo, sendo refletido. Mas como Oliver nunca reparou nela, ele nem ia notar os sentimentos transbordando em seus olhos. — Diga e eu farei. — Preciso que se passe por Emily no evento de amanhã. — Fez um leve carinho na mão dela, o que a fez tremer levemente. A única coisa que a fazia estar ali ainda, era a sua doce vingança contra eles. — Já pedi ao maquiador de lá que preparasse a lace para você usar no cabelo e as lentes de contato. Esteja lá às sete da noite. — Ok. — Com a voz calma
Enquanto isso, Yara corria para ajeitar o que ainda faltava. Desceu as malas com rapidez e verificou se não havia mais nada seu ali. Queria deixar a casa bem arrumada para que sua amiga se acomodasse dignamente.Sentou-se no sofá confortável e suspirou, sentindo suas mãos tremerem com a espera. Era uma sensação nova que estava sentindo, e não sabia como reagir. A ficha ainda não havia caído que agora era casada, principalmente com um "estranho".Sabia quem era seu marido, como um profissional, ele não era apenas um CEO de uma empresa, ele era o rei do entretenimento. Ninguém ousava pisar em falso na frente dele, a aura fria e arrogante fazia as pessoas o temerem. Nenhum ser humano na face da terra iria contra ele. Saber que havia uma pessoa tão incrível ao seu lado, a deixava mais aliviada. Só em pensar que um dia amou Oliver, a fazia sentir nojo de si mesma. Como ela conseguiu se tornar tão cega para enxergar aquilo que estava a um palmo à sua frente? A campainha tocou, a fazendo d
Agora ele parecia os meninos rebeldes da escola, mas na visão de Yara, não havia nenhum homem aos pés dele. Mordeu os lábios, vendo ele andar como um rei pela cozinha. É como se ele morasse a muito tempo ali, e achava incrível como ele se acostumava fácil com os ambientes. — Você cozinha diariamente? — Yara piscou os olhos antes de responder. — Quando tenho tempo de comer em casa, sim. — Suspirou, amarrando os cabelos em um coque. — O hospital consumia meu dia… — Não quero você cozinhando mais. — Yara franziu o cenho, ainda observando as costas do novo marido. — Você pode se machucar e eu não quero minha esposa ferida. — Mas…eu gostaria de cozinhar para meu esposo. — Murmurou, e engoliu em seco quando Andrew a fitou por cima do ombro. — Cozinhe e você verá em casa… — Avisou. — Vou te punir se me desobedecer.Yara levou aquilo não como algo perigoso, mas como algo sexual. Os olhos estreitos brilhando em desejo e o sorriso de canto a denunciou isso. Ela corou, imaginando como ele a
Precisava lembrar que estava correndo contra o tempo. Tinha exatamente três meses para acabar com a empresa de Oliver e levar todos aqueles que a atrapalharam junto para o fundo do poço com ele. Queria mostrar para o marido que ela conseguiria chegar ao nível dele com seu próprio esforço. Quando o telefone de Angela tocou, ela tomou um leve susto. Estava concentrada nos e-mails de proposta que deveriam ser de Yara e foram encaminhados para Emily, enquanto seu irmão mais novo estava entretido no video game. "Angela, está ocupada?" — Estava vendo seus e-mails… — Se recostou no sofá com o notebook no colo, observando os nomes das empresas. — Yara, era tanta empresa grande… "Eu acredito." — A Weber pode ouvir o ar do sorriso. — "Mas não é disso que preciso no momento." — E do que precisa? — Indagou, saindo do aplicativo. Gostava de estar preparada para pesquisar tudo o que ela gostaria de saber. "Quero vigiar eles para descobrir algum segredo deles." — Angela franziu o cenho quando
Quando Yara percebeu que Andrew já estava terminando a janta, correu para arrumar a mesa. Ainda estava cedo, e sabia que Oliver apareceria por ali para discutir sobre sua forma de agir com Emily. Assim que ajeitou os talheres na mesa, Andrew começou a colocar a comida nos pratos. — É o suficiente para você? — O moreno indagou, antes de puxar a cadeira para ela se sentar. — Não faço ideia de como é sua alimentação… — Ainda mantenho a mesma de quando era uma top model. — Sorriu sem graça. — Sabe como é… — Não, não sei. — Andrew fingiu-se de sonso, querendo saber o que a forçava a continuar com uma dieta rigorosa após não comparecer mais nos palcos. — Você apenas gostava da sua dieta?— Oliver queria que eu mantivesse meu corpo de modelo. — Sussurrou, enquanto cortava a carne de forma delicada em seu prato. Aos olhos de Andrew, ela parecia voltar ao passado, fitando a carne. — Ele não queria sujar a imagem dele, então tive que manter os cuidados exagerados… — Imbecil. — A raiva cint