Enquanto isso, Yara corria para ajeitar o que ainda faltava. Desceu as malas com rapidez e verificou se não havia mais nada seu ali. Queria deixar a casa bem arrumada para que sua amiga se acomodasse dignamente.
Sentou-se no sofá confortável e suspirou, sentindo suas mãos tremerem com a espera. Era uma sensação nova que estava sentindo, e não sabia como reagir. A ficha ainda não havia caído que agora era casada, principalmente com um "estranho".
Sabia quem era seu marido, como um profissional, ele não era apenas um CEO de uma empresa, ele era o rei do entretenimento. Ninguém ousava pisar em falso na frente dele, a aura fria e arrogante fazia as pessoas o temerem. Nenhum ser humano na face da terra iria contra ele. Saber que havia uma pessoa tão incrível ao seu lado, a deixava mais aliviada.
Só em pensar que um dia amou Oliver, a fazia sentir nojo de si mesma. Como ela conseguiu se tornar tão cega para enxergar aquilo que estava a um palmo à sua frente?
A campainha tocou, a fazendo dar um pulo no sofá. Não esperava que fosse chegar tão rápido. Com ansiedade, ajeitou a postura e caminhou até a porta, abrindo-a revelou a silhueta alta de seu marido.
Os olhos castanhos de Yara viajaram pelo rosto do esposo, até desviar o olhar quando percebeu ele a fitando com um sorriso maroto nos lábios. Havia ficado tempo demais o analisando. Tossiu levemente para se recompor e deu espaço para que ele entrasse.
— Boa noite… — Murmurou, esperando ele entrar na casa. Com as mãos no bolso da calça social, o homem entrou na casa com um olhar curioso e um sorriso genuíno moldando seus lábios.
— Boa noite, querida. — Respondeu, parando no meio da sala, analisando o lugar com cuidado. Aos olhos dele, era uma casa simples, mas confortável. Sorriu quando seus olhos bateram nas estantes com vários troféus. — São de que anos?
Yara fechou a porta e se esforçou para perder a timidez de ser chamada tão intimamente por ele, enquanto se perdia em suas próprias palavras.
— O que? — Indagou se movimentando até parar ao lado dele. — Ah! Os troféus…esses são de oito anos atrás.
— Incrível. — Sorriu, virando-se para ela, a fazendo abaixar a cabeça envergonhada. — Meus parabéns, sempre acompanhei você nas horas vagas.
— O-Obrigada. — Cruzou as mãos. Não estava preparada para ouvir aquilo. Deus! Ele sabe realmente quem eu sou! — Devo dizer que estou surpresa com essa informação?
Yara riu levemente e deu às costas aos troféus, caminhando em direção a cozinha, sendo seguida de perto pelo moreno.
— Porque? Acha que os donos das maiores empresas não querem saber quem são os famosos do momento? — O homem se debruçou sobre o mármore da bancada, a famosa cozinha americana, fitando a silhueta da esposa de costas para si com os olhos brilhando.
— Ah, pra mim você era um Workaholic que só se importava com seu trabalho.— Deu de ombros, enquanto ficava na ponta dos pés tentando pegar o cereal no armário. — Não sei se você come isso, mas é o que tenho para fazer rapidamente…
Os olhos de Yara se arregalaram, quando sentiu os braços fortes passando por sua cintura e a levantando para cima. Deu um pequeno grito pelo susto, e se calou quando Andrew a colocou de frente com o rosto dele.
Ele parecia irritado com algo, e ela queria entender o porquê. Será que tinha feito algo de errado? Não sabia do que ele gostava ou não, e ele também não poderia cobrar, era a primeira vez que ficavam a sós depois da conversa sobre o casamento.
— O que houve? — Indagou, apoiando as duas mãos em seu peitoral, erguendo a cabeça com o cenho franzido. — Porque você está irritado?
— Não quero você com os pés no chão. — Yara piscou, abrindo a boca levemente. — Está frio, me preocupo com sua saúde.
Deus! Ele está preocupado com algo tão bobo?
Yara tinha certeza que seu sorriso ia de um lado ao outro em seu rosto. Em todos esses anos de namoro e noivado com Oliver, ele nunca tinha se preocupado com ela, e ver a preocupação de Andrew em pequenos detalhes, a deixou feliz. Ele realmente se preocupava com ela, e captava os mínimos detalhes.
— Você não deixa passar nenhum detalhe, não é? — Ajeitou o colarinho de seu terno, deixando um beijo em sua bochecha. — Obrigada por se preocupar comigo.
— Eu sou seu marido, meus olhos sempre estarão em você.
Estava feliz que ela não era a única pessoa tentando fazer esse casamento distinto dar certo. Balançou a cabeça em negação, quando comparou-o com seu ex-noivo. Oliver não chegava aos pés de Andrew, e mesmo assim nunca teve tempo para ela.
Andrew, mesmo sendo um Workaholic, tirou um tempo para se conhecerem em meio a sua agenda lotada de compromissos. Andrew a colocou sentada em cima da bancada, e se moveu pela cozinha.
— Onde ficam as panelas? — Tirou o paletó e subiu as mangas da camisa social até o antebraço. Yara desviou o olhar, enquanto balançava as pernas.
— Na parte de baixo do microondas… — Murmurou, erguendo o olhar com cuidado, não querendo ser pega o analisando.
Agora ele parecia os meninos rebeldes da escola, mas na visão de Yara, não havia nenhum homem aos pés dele. Mordeu os lábios, vendo ele andar como um rei pela cozinha. É como se ele morasse a muito tempo ali, e achava incrível como ele se acostumava fácil com os ambientes. — Você cozinha diariamente? — Yara piscou os olhos antes de responder. — Quando tenho tempo de comer em casa, sim. — Suspirou, amarrando os cabelos em um coque. — O hospital consumia meu dia… — Não quero você cozinhando mais. — Yara franziu o cenho, ainda observando as costas do novo marido. — Você pode se machucar e eu não quero minha esposa ferida. — Mas…eu gostaria de cozinhar para meu esposo. — Murmurou, e engoliu em seco quando Andrew a fitou por cima do ombro. — Cozinhe e você verá em casa… — Avisou. — Vou te punir se me desobedecer.Yara levou aquilo não como algo perigoso, mas como algo sexual. Os olhos estreitos brilhando em desejo e o sorriso de canto a denunciou isso. Ela corou, imaginando como ele a
Precisava lembrar que estava correndo contra o tempo. Tinha exatamente três meses para acabar com a empresa de Oliver e levar todos aqueles que a atrapalharam junto para o fundo do poço com ele. Queria mostrar para o marido que ela conseguiria chegar ao nível dele com seu próprio esforço. Quando o telefone de Angela tocou, ela tomou um leve susto. Estava concentrada nos e-mails de proposta que deveriam ser de Yara e foram encaminhados para Emily, enquanto seu irmão mais novo estava entretido no video game. "Angela, está ocupada?" — Estava vendo seus e-mails… — Se recostou no sofá com o notebook no colo, observando os nomes das empresas. — Yara, era tanta empresa grande… "Eu acredito." — A Weber pode ouvir o ar do sorriso. — "Mas não é disso que preciso no momento." — E do que precisa? — Indagou, saindo do aplicativo. Gostava de estar preparada para pesquisar tudo o que ela gostaria de saber. "Quero vigiar eles para descobrir algum segredo deles." — Angela franziu o cenho quando
Quando Yara percebeu que Andrew já estava terminando a janta, correu para arrumar a mesa. Ainda estava cedo, e sabia que Oliver apareceria por ali para discutir sobre sua forma de agir com Emily. Assim que ajeitou os talheres na mesa, Andrew começou a colocar a comida nos pratos. — É o suficiente para você? — O moreno indagou, antes de puxar a cadeira para ela se sentar. — Não faço ideia de como é sua alimentação… — Ainda mantenho a mesma de quando era uma top model. — Sorriu sem graça. — Sabe como é… — Não, não sei. — Andrew fingiu-se de sonso, querendo saber o que a forçava a continuar com uma dieta rigorosa após não comparecer mais nos palcos. — Você apenas gostava da sua dieta?— Oliver queria que eu mantivesse meu corpo de modelo. — Sussurrou, enquanto cortava a carne de forma delicada em seu prato. Aos olhos de Andrew, ela parecia voltar ao passado, fitando a carne. — Ele não queria sujar a imagem dele, então tive que manter os cuidados exagerados… — Imbecil. — A raiva cint
Era mais um dia de outono em Nova York, a cidade mais visitada por estrangeiros, por ser bonita e próspera. Fazia tempo desde a entrada do outono, mas mesmo assim as pessoas gostavam de aproveitar a paisagem amarela, vermelha e laranja das folhas do Central Park. Para os moradores e comerciantes da cidade, era mais um dia qualquer, que depois da rotina chegaria ao fim; mas para Yara, era o dia mais esperado da sua vida, não só ela dividia essa opinião, várias outras mulheres também. Claro que ela não teria uma festa chique, o trabalho de seu noivo não o deixava ter tanto tempo para ela assim, e ela entendia, afinal, foi sua profissão por anos. A indústria de entretenimento era cruel se você não tivesse sempre uma carta na manga, e ela queria evitar qualquer problema para a agência de seu noivo.Quando o corpo alto e delicado passou pela porta de vidro do grande Lenox Hill, sentiu as mãos soarem, enquanto caminhava para a sala de descanso. Precisava pedir a opinião de sua melhor ami
Com toda sua honestidade, Yara não sabia de onde arranjou coragem o suficiente para sugerir uma coisa daquele tipo. Estava nervosa, precisava avisar a Angela que precisaria dela como uma assistente de novo, óbvio, se ela ainda quisesse. Quando voltou para o carro, estava prestes a ligar o motor e voltar para casa e arrumar suas coisas, quando recebeu um telefonema de Oliver. “Yara…onde você está agora?” “Na frente do cartório, prestes a ir para casa”. Yara respondeu casualmente, escondendo suas emoções. “Emily se machucou, poderia por favor vir aqui e nos ajudar? Ela não quer ir ao hospital”. — Ela com certeza tinha palavras para soltar no momento, mas esperou mais um pouco. Queria ver cada reação de Oliver. — “Meu amor, eu preciso de você nesse momento. Se o produtor do evento de amanhã descobrir que ela se machucou na véspera, ela não poderá participar. Venha o mais rápido possível!”. Se sentiu enojada, ao ouvir o falso sentimento em sua fala. Segurou a risada anasalada e desli
Os ombros relaxaram, assim que saiu do escritório. Só queria ir o mais rápido para casa e arrumar suas coisas. Iria tirar tudo o que a lembraria de Oliver e deixaria no passado. Sentiu alguém a segurar pelo pulso e se virou com o cenho franzido. — Querida, poderia me fazer um favor? — A mulher suspirou, vendo o ex-noivo sorrir galanteador, como se ela não soubesse o que ele fazia pelas suas costas. — Claro, querido. — Forçou um sorriso doce, mas sabia que em seus olhos estava nada menos que o desprezo, sendo refletido. Mas como Oliver nunca reparou nela, ele nem ia notar os sentimentos transbordando em seus olhos. — Diga e eu farei. — Preciso que se passe por Emily no evento de amanhã. — Fez um leve carinho na mão dela, o que a fez tremer levemente. A única coisa que a fazia estar ali ainda, era a sua doce vingança contra eles. — Já pedi ao maquiador de lá que preparasse a lace para você usar no cabelo e as lentes de contato. Esteja lá às sete da noite. — Ok. — Com a voz calma