SeleneComo esperado, foi apenas mais um dia de viagem, porém, só foi possível porque Daryk me levou nas costas a maior parte do tempo. E agora, a caminhada estava mais tranquila porque estávamos chegando. Estava aliviada por ainda não ter anoitecido.— Podemos conversar um pouco? — Eyra disse depois de um tempo caminhando ao meu lado. — Afastei o capuz para olhá-la, felizmente, o clima aqui não estava quente.— Aconteceu alguma coisa?— Não. — Olhou para trás e acompanhei seu gesto. Daryk lhe direcionou um olhar duro, mas ela fez uma cara desgostosa antes de olhar para frente novamente. — Com o que você sonhou? — Ah, isso… — Fiquei um pouco incerta se deveria falar sobre aquilo, mas considerando nossas poucas conversas, percebi que podia confiar nela. — Talvez não tenha sido um sonho.— Não entendi.— Acho que foi uma visão do passado, com uma das bruxas anciãs. Ela estava sendo perseguida por um homem que manipulava cobras. O mais estranho foi que ele me viu, assim como ela, no fim
Surpreendentemente, logo a frente, estava o acampamento, mas eu não via nada além de uma grande área desprovida de vegetação. Daryk não soltou mais minha mão e senti uma sensação estranha passar pelo meu corpo antes de me deparar com aquilo. Pisquei, atordoada. Como isso é possível?Em um instante eu estava naquele vazio e agora em um acampamento. Então essa era a barreira? Olhei para trás e não parecia ter nada de diferente, a floresta por onde tínhamos saído ainda estava lá.No espaço havia várias tendas, inúmeras, parecia uma pequena vila. As tochas estavam espalhadas já preparadas para a noite que estava vindo. Logo à frente, um casal estava esperando, mas muitos pararam seus afazeres e outros, saíram das barracas para observar.Apertei a mão de Daryk, nervosa. Tantos olhares…A mulher de cabelos longos e vermelhos se aproximou junto ao homem, seu vestido singelo de algodão ia até os pés e uma joia parecida com a minha se destacava no seu pescoço, mas a pedra era vermelha, não ver
DarykNão queria deixá-la sozinha, mas eram tantas coisas a serem feitas, que eu não podia simplesmente negligenciar. Selene precisava de mim, principalmente agora que estava vulnerável em um lugar estranho, então resolveria as pendências mais urgentes e voltaria para seu lado.Desde que partimos que ela vem guardando seus sentimentos para si e eu não pude lhe dar a atenção devida, ela simplesmente colocou outras coisas em cima ignorando o resto devido a curiosidade e impacto que meu mundo estava causando. Isso não estava certo.Segurei o suspiro cansado e tentei me concentrar nas palavras de Cassius, ele estava a frente de tudo desde que o último conflito aconteceu e organizou da melhor maneira possível. Tanto esse acampamento quanto a distribuição dos afazeres foi por sua causa.Cassius é um bom líder, meu pai confiava nele, assim como Zarek é meu beta, Cassius era do meu pai. Ele também sofreu muito, mas olhando-o dar todo esse relatório e comandos, pensei que talvez ele cogite a i
Daryk— Daryk? — Selene abriu os olhos quando deitei ao seu lado.— Sim, continue dormindo. — A abracei e a encaixei no meu peito. Ela relaxou e soltou uma respiração suave.— Você demorou.— Desculpe. — Beijei o topo de sua cabeça e fechei os olhos por um momento. — Tudo bem. Imagino que tenha muito o que fazer agora que está de volta.— Um pouco, mas não se preocupe com isso.— Lyra disse que eu também terei muitas responsabilidades já que sou sua mulher.— Não pense nisso agora. As coisas vão se ajeitar com o tempo.— Mesmo assim… eu… — Selene se afastou e sentou. — Eu não quero mais colocar ninguém em risco, o que aconteceu antes, eu não entendo, não sei como evitar. E se acontecer de novo? Eu… — Seu suspiro foi cansado. — Eu quero pelo menos ser útil em alguma coisa. Não posso ser mais um fardo, Daryk.— Deite aqui. — pedi, mas sei que pareceu uma ordem, de fato, foi um pouco, não acredito que ela está com esse tipo de pensamento tolo.Selene bufou sutilmente mostrando sua chate
DarykAgarrei seus cabelos com certa pressão e a puxei para mim, a surpreendendo. Tomei seus lábios rudemente em um beijo rápido, mas intenso. Antes de soltá-la, mordisquei seu lábio.— Você é minha. — Sussurrei contra seus lábios e os lambi a fazendo suspirar. — Eu sou o seu macho. Entendeu? — Perguntei ainda segurando em seus cabelos. — Diga que entendeu, fêmea?— Sim… entendi.Chupei seu lábio superior antes de beijá-la novamente, dessa vez, lentamente, do jeito que eu sabia que gostava, do jeito que ela costumava gemer tão manhosamente, derreter-se.É exatamente assim que ela deve ficar.Eu venho sendo paciente desde o ínicio, mas precisei ser devido ao lugar e a realidade imposta, mas agora eu não precisava ser, agora eu podia mostrá-la quem de fato é seu companheiro. Só deixei sua boca para poder tirar a camisa, a puxei para mim, abraçando seu corpo nú. Eu só quero que ela esvazie a mente e caia em êxtase, que me tenha dentro dela e solte seus belos gemidos. O rosnado vibra em
Selene— Hmm… — Daryk beijou mais uma vez as minhas costas e suspirei. Tão bom.— Você precisa comer, fêmea.— Eu sei, mas me faltam forças. — Sorri e gemi depois da leve mordida em meus músculos doloridos.— Terei que dar na sua boca?— Não é uma ideia ruim. — Respirei fundo e me virei. Daryk estava com uma parte dos cabelos amarrados na altura da nuca, mas era tão bagunçado que tinha vários fios soltos. Lindo. Nunca vi homem mais lindo que ele.— Esse sorriso é muito sugestivo. No que está pensando?— Em coisas boas. — Recebi seu beijo e o abracei. Queria ficar o resto do dia assim.Desci as mãos por suas costas fortes até parar na calça, eu queria tirar e apertar os músculos firmes de sua bunda. Sua pele estava quente… com um cheiro bom.— Está me fazendo mudar de ideia, acho que vou alimentá-la de outra coisa.— Hmmm… eu gosto disso também. — Apertei o abraço, mas abri os olhos quando ouvi barulhos do lado de fora.Ah, certo, estávamos dentro de uma espécie de tenda de tecido em u
Selene— Acho que tenho muito que aprender — comentei por fim.— Bastante, mas não precisa se apressar. — Daryk me entregou mais um pedaço de fruta. — Como você viu, estamos aqui provisoriamente. A decisão de reconstruir no mesmo lugar onde era meu clã ou mudar é minha, mas ainda não decidi sobre isso. — Daryk mudou os rumos da conversa e fiquei aliviada por não acabarmos fazendo isso em pleno dia com várias pessoas ao redor. Eu, provavelmente, não resistiria.— Não seria mais fácil reconstruir do que mudar?— Sim, mas perdemos muitos e temos que nos fortalecer. É mais prudente nos unirmos com outro clã.— Mas e o lugar onde você viveu?— Eu não posso ficar preso a isso, nossas vidas estão em jogo e agora, estamos vulneráveis demais.— Entendi. — O outro clã não fica muito distante, apesar de ser uma viagem arriscada, ainda assim é melhor. — Eu gostaria de ajudar de alguma forma.— Lyra ficará responsável por achar uma ocupação que se encaixe a você, ela também tem grande conhecimen
SeleneDias depois…A vida nesse lugar era bastante simples, eu diria apenas invejável se comparado ao mundo onde cresci, mesmo que eles vivessem em função de uma luta com resultado incerto, ainda assim, eram felizes e viviam intensamente.É um lugar onde todos se ajudam, as funções são bem distribuídas, há um grupo de guerreiros e outro que se dedica ao alimento, tanto ao cultivo, quanto a caça, tudo é feito respeitando a natureza, é admirável.— Nossa, mas você é realmente muito ruim. — Eyra reclamou mais uma vez ao meu lado quando errei o alvo. — Como vai sobreviver aqui se nem consegue acertar um alvo que está na sua cara?— Não é tão simples. — Me defendi. — Não entendo porquê a flecha desvia.— Desvia porque seu braço treme quando você solta. — Eyra era uma péssima professora, sua paciência se esgotava em poucos minutos.— Mas estou me esforçando. — Alcancei outra flecha no chão e posicionei junto ao arco.Eyra ficou responsável pela minha segurança, então ela estava sempre cola