༺ Esther Fernandes ༻Caminhava ao lado de Asli, minha cabeça fervendo de raiva. Não acredito que Bryan teve a ousadia de me humilhar daquela maneira, na frente de todo mundo. Isso não ficaria assim, ele vai se arrepender do que fez. Estou fedendo, aquela água estava totalmente podre de sujeira. Precisaria tomar uns três banhos para talvez tirar o cheiro. A Asli ao meu lado reclamava incessantemente.— Nunca passei por uma humilhação como essa, Esther! — resmungou ela, ajeitando os cabelos encharcados. — Sabe de uma coisa? Estou fora disso. Não vou mais ajudar nesse plano ridículo!Parei no meio do corredor, encarando-a com raiva.— Agora você quer pular fora, Asli? Você pensa que as coisas vão se resolver facilmente? É só esfregar uma lâmpada mágica e o Bryan vai cair nos seus braços? — retruquei, meu tom gotejando sarcasmo.Ela me olhou, furiosa.— Eu nem deveria ter concordado com isso desde o início. Ele não quer saber de mim, Esther. E depois de hoje, estou decidida. Tomar banho d
༺ Maribel Varrozzinni ༻Ainda sentada na poltrona de couro marrom, na sala do escritório de Bryan, esperava ele terminar de revisar alguns documentos. A sala era ampla, decorada com móveis modernos e de tons escuros, a janela enorme atrás dele permitia a entrada da luz da tarde, iluminando todo o ambiente e dando uma vista maravilhosa da cidade de Istambul. Enquanto esperava, olhava para os papéis de decoração da festa e pensava em como tudo poderia ser perfeito.Olhei para Bryan, que estava concentrado em seu trabalho, seus olhos fixos nas páginas à sua frente, como se estivesse imerso em um mundo próprio. Decidi que era um bom momento para mencionar o parque aquático novamente.— Bryan — o chamei, tentando não parecer impaciente. Ele ergueu os olhos, finalmente me encarando.— Sim? — ele respondeu, um tanto distraído.— Sobre a festa do nosso filho, estava pensando novamente no parque aquático, “AquaMira parque”, aquele que te mostrei as fotos mais cedo. Penso que seria uma escolha
༺ Bryan Fernandes ༻Enquanto mastigava a comida, não posso deixar de notar como Maribel saboreava cada garfada. Eu, por outro lado, tinha a cabeça em outro lugar. Mesmo assim, quebrei o silêncio.— O que está achando da comida? — perguntei, tentando desviar minha mente. — Era um prato típico da Turquia.Ela sorriu para mim, sempre doce.— Está muito saboroso.Senti uma pequena onda de alívio e sorri de volta, colocando minha mão sobre a dela.— Entao está tudo certo para o aniversário do nosso filho?— Sim, falei com o dono do lugar no caminho para cá — ela respondeu, com aquele seu jeito cuidadoso de quem sempre tem tudo sob controle. — Ele mencionou que podemos ter uma área exclusiva para aniversariantes.Isso me pegou de surpresa.— Sério? Isso é ótimo! Só espero que minha irmã não arranje uma forma de estragar tudo…Ela me olhou preocupada.— Você acha mesmo que Esther teria o poder de fazer algo no aniversário do próprio sobrinho?— Tenho certeza — soltei, sem hesitar. — Quando E
༺ Maribel Varrozzinni ༻Tudo estava lindo. O parque temático era o cenário perfeito para o aniversário de Breno. Havia cores vibrantes, balões e luzes espalhadas por todo o lugar, com uma decoração que transformava o ambiente em um verdadeiro conto de fadas.Os toques especiais, como os personagens fantasiados e os brinquedos gigantes, davam ao dia uma sensação mágica. Minha mãe estava ao meu lado, sempre atenta, garantindo que tudo corresse bem.— Está lindo, filha — disse ela, com um sorriso carinhoso. — Você organizou tudo com perfeição.Assenti, olhando em volta com satisfação. Amigos da faculdade, colegas de trabalho e nossa família estavam presentes. O sorriso de Breno, tão animado, iluminava tudo ao redor.Minutos depois, avistei Bryan chegando. Ele trazia Vincenzo, João Paulo e... claro, Estefânia. Ela vinha mais atrás, com aquela expressão habitual de curiosidade. Bryan se aproximou com um presente nas mãos, e logo todos nos cumprimentaram.— Está tudo muito bonito, Maribel —
༺ Esther Fernandes ༻Ainda estava furiosa. Como eles tiveram coragem de me deixar sozinha em casa, excluída do aniversário daquele pirralho? Andava de um lado para o outro na sala, a raiva subindo a cada segundo. Bryan… Ah, ele não podia ter feito isso comigo. Não, depois do que rolou no escritório, esperava uma compensação pela humilhação. E para completar, Asli havia sumido, desistido de continuar comigo nessa história de separar Maribel e ele. Agora estou sozinha.— Isso é injusto! — murmurei, lançando um olhar raivoso pela janela da mansão. — Eu também sou tia desse garoto!Não deixaria isso barato. Eles não tinham o direito de me excluir assim, como se eu fosse qualquer uma. Decidi que, convidada ou não, iria até lá, nem que fosse só para assistir de longe. Me arrumei com cuidado. Vesti um terninho rosa impecável, ajeitei o cabelo em um coque perfeito e me olhei no espelho. Estava pronta. Mesmo que ninguém me quisesse lá, eu faria a minha presença ser notada.Cheguei ao parque te
༺ Maribel Varrozzinni ༻Peguei meu filho do colo de Bryan com cuidado e, ao ver aquele pirulito na boca dele, minha raiva aumentou mais. Como ela teve coragem? Sem pensar duas vezes, tirei o doce da mãozinha dele e o joguei no lixo mais próximo.— Essa garota é realmente louca, Bryan — comentei, balançando a cabeça. — Ela passou dos limites dessa vez.— Concordo — ele respondeu, com uma expressão séria e cansada. — Dessa vez, ela vai ter que aprender, e garantirei que isso aconteça.Enquanto Bryan ainda estava falando, meu pai apareceu, preocupado. Ele se aproximou rapidamente, o rosto tenso.— Vocês encontraram? — perguntou ele, com um tom ansioso. — Onde ele estava?— Sim, encontramos — respondi, ainda sem acreditar no que havia acontecido. — Ele estava com a louca da Esther.Minha mãe, que vinha logo atrás do meu pai, ficou chocada. Ela segurou meu braço com força, o olhar aflito.— A Esther? — ela sussurrou, como se estivesse processando a informação. — Mas o que… o que ela preten
༺ Bryan Fernandes ༻Na manhã seguinte, um sentimento de alívio me acompanhava enquanto tirava minhas malas do closet. Era hora de voltar para casa, para o meu apartamento, longe da confusão que a Esther havia criado. Enquanto abria as malas, Gioconda, a empregada da casa, entrou no quarto com sua habitual disposição.— Bom dia, menino! — cumprimentou, já se preparando para ajudar. — Posso te dar uma mão com isso?— Claro, Gioconda! — respondi, sorrindo. — Agradeço muito por sua ajuda.— Não precisa agradecer. Entendo a situação — ela disse, organizando algumas peças de roupa. — Ontem mandei uma empregada para dar uma geral no seu apartamento. Deixou tudo limpinho, como você gosta.Fiquei aliviado ao ouvir isso. Saber que o meu espaço estava organizado e limpo me trouxe uma sensação de normalidade em meio ao turbilhão que se tornou a minha vida.— Você é maravilhosa, Gioconda! — exclamei, inclinando-me para lhe dar um beijo carinhoso na bochecha.— Ah, para com isso, Bryan! — ela riu,
༺ Maribel Varrozzinni ༻Dois meses e meio se passaram, e a vida estava voltando ao normal. Eu não precisava mais das muletas para me locomover, e a sensação de liberdade era revigorante. Estava de volta ao curso de medicina, vivendo o dia a dia e cuidando do meu filho, Breno.E, claro, não poderia esquecer dos preparativos para o meu casamento. Tudo parecia perfeito, como um sonho prestes a se realizar.Estou na loja de noivas nesse instante, cercada por minha mãe, minha irmã e Pérola. O clima estava leve e animado. A luz suave da loja iluminava os tecidos delicados, e o cheiro de flores e perfumes enchia o ar. Olhei para o espelho, admirando o vestido de alças no estilo romântico que havia escolhido. Ele tinha detalhes em rendas e uma cauda que se arrastava suavemente pelo chão.— Você está maravilhosa! — comentou minha mãe, com os olhos brilhando de orgulho.Sorrindo, agradeci, já me sentindo nas nuvens. O vestido era realmente lindo, e não conseguia parar de me imaginar entrando na