༺ Bryan Fernandes ༻Eu me aproximo devagar, sentando ao lado de Maribel e segurando sua mão. Ela me observa sem dizer uma palavra, e tomo coragem para falar.— Maribel, não acha que já está na hora de acabarmos com isso? — pergunto, minha voz cheia de expectativas.Ela desvia os olhos por um momento, respirando fundo.— Não sei, Bryan. Minha vida está de cabeça para baixo ultimamente. Já não sei se somos mais inimigos ou amigos.Seguro seu queixo suavemente, fazendo-a me encarar.— Eu te amo demais. Quero ficar com você e com nosso filho. Por que não podemos ser uma família?Ela, ainda na defensiva, responde.— Não é tão simples assim. Existem outros fatores. Você sabe muito bem disso.— Que fatores? — insisto. — Aqueles que você cria na sua cabeça?Ela desvia os olhos novamente.— Não insista nisso, Bryan. Você sabe muito bem os motivos. Ainda tem muita mágoa envolvida.Faço ela me encarar novamente.— Se é isso mesmo que você quer, diga olhando nos meus olhos. Entenderei e vou te de
༺ Maribel Varrozzinni ༻Ainda observava Bryan, completamente perplexa. Havíamos conversado sobre voltarmos, mas não de nos casarmos. Como eu ia explicar isso agora para a minha família? E, principalmente, será que eu estava pronta para me casar com ele?Meu pai acaba tirando minha atenção de Bryan quando comenta, satisfeito:— Finalmente, você tomou atitude de homem e vai honrar as calças que veste.— Sim, dessa vez vou fazer as coisas da forma certa. — Bryan responde rapidamente.Minha mãe também se levanta, animada:— Ah, as coisas estão se acertando. Estou tão feliz por você filha!Micaela, de um jeito invejoso, responde:— Já não era sem tempo. Já passou da hora dela ficar fazendo esse doce todo.— Cala a boca, Micaela, e para de se meter na minha vida. — digo, com raiva.Micaela levanta furiosa:— Já estou de saco cheio de você ficar mandando eu calar a boca. Quem você pensa que é?— Sou a dona da casa e também da minha vida. Ao invés de se incomodar com a minha vida, deveria ter
༺ Bryan Fernandes ༻Entro no carro sorridente, sem acreditar que a conversa com Maribel tivesse dado tão certo. Enquanto me sento no banco do carona, meu pai percebe o meu sorriso radiante.— Finalmente se entendeu com a Maribel? — ele comenta.Balanço a cabeça, ainda em êxtase.— Sim, finalmente vou ficar com a mãe do meu filho, casar, e seremos muito felizes.— Vá com calma, filho. Não é assim, tudo tem o seu tempo. Por que tanta pressa?— Do jeito que a Maribel é impulsiva, pode mudar de ideia — respondo, preocupado.Meu pai cai na gargalhada.— Não se preocupe com isso. Tenho certeza de que ela não mudará. Ela te ama.Concordo com as palavras dele e pergunto:— Como o senhor está com relação a isso tudo?— Por que está falando sobre isso comigo? — ele pergunta, surpreso.— Porque sei que o senhor gosta dela, mesmo que não admita.Ele suspira, frustrado.— Sinto um carinho especial pela Maribel, mas sei separar as coisas. Esqueça isso. Além disso, estou interessado agora em outra p
༺ Maribel Varrozzinni ༻Eu estava voltando do hospital com meu pai quando, de repente, vi Esther, acompanhada de outra garota. Dei um sorriso sarcástico e murmurei baixinho:— Era só o que faltava…Meu pai percebeu minha expressão e perguntou:— Aconteceu alguma coisa?— Não, pai. Pode ir subindo, eu já vou atrás.Minha mãe, que estava logo atrás, também percebeu e perguntou:— Tem a ver com aquela garota ali?— Sim — respondi, suspirando.Ao perceber que eu não me aproximava, Esther veio até mim com um jeito intimidante e arrogante.— Que sorte encontrar você aqui, Maribel. Assim, poupo meu cansaço de ter que ir até o seu apartamento.Cruzei os braços e respondi:— O que você quer desta vez, Esther? Veio jogar seu veneno novamente?Ela ficou furiosa e respondeu:— Me respeite, Maribel.Revirei os olhos e continuei:— Fale logo o que quer, porque não tenho o dia todo. Sou uma mulher ocupada, não como você, uma patricinha mimada.Esther, com um tom debochado, retrucou:— Eu realmente d
༺ Bryan Fernandes ༻Estava me preparando para descansar depois de mais um dia exaustivo de fisioterapia quando recebi a mensagem da Maribel. Não podia acreditar no que ela me contava. Enquanto colocava uma camisa, minha enfermeira, percebeu minha irritação e perguntou:— O que aconteceu? Você parece estressado e sabe que não pode passar por isso.— Está tudo bem, Rosa. Só preciso de um calmante.Ela rapidamente pegou uma pílula e me serviu com um copo d'água.— Quanto tempo para fazer efeito?— Uns 15 minutos.Concordei e, depois de alguns minutos, olhei para Rosa novamente.— Esther está em casa?— Sim, ela está na sala lendo algumas revistas de moda com aquela garota, Asli.Revirei os olhos, respondendo com sarcasmo:— Claro, ela continua trazendo aquela idiota pensando que vou voltar com ela.Assim que a pílula fez efeito, respirei fundo e saí do quarto em direção à sala. Ouvi as risadas de Esther e Asli enquanto conversavam sobre Maribel. Parei na porta e escutei.— Maribel acha q
༺ Maribel Varrozzinni ༻Estava terminando de colocar meu filho para dormir quando vi uma mensagem chegar no meu celular. Peguei rapidamente o aparelho e vi que era do Bryan. Na mensagem, ele dizia que resolveu tudo.Respirei aliviada, porque sei que a Esther podia ser uma pedra no meu sapato se deixássemos ela continuar com isso. Respondi:“Estou satisfeita que você tenha tomado uma atitude. Sei como a Esther pode ser impulsiva.”Enquanto esperava a resposta dele, minha irmã, Micaela, entrou no quarto olhando tudo ao redor com curiosidade. Cruzei os braços e perguntei:— Quem deu autorização a você para entrar no meu quarto? Não sabe bater mais?Micaela, de um jeito provocador, respondeu:— Calma, só estou conhecendo o quarto. É muito luxuoso e espaçoso.Respondi, defensiva:— Pode até ser espaçoso e luxuoso, mas é meu. Nem sonhe em achar que conseguirá esse quarto para você. Dessa vez, você não conseguirá o que quer como fazia antigamente.Micaela, fingindo-se de ofendida, perguntou:
༺ Vincenzo Fernandes ༻Observo a amiga de Maribel, Pérola, com interesse. Há algo nela que me intriga, talvez a doçura no olhar ou a maneira gentil de sorrir. Recompus-me, tentando manter o profissionalismo.— Por favor, sente-se — pedi.Ela obedeceu e, após um momento de silêncio, perguntei:— Qual é a sua melhor especialidade no trabalho?— Já trabalhei como recepcionista de hotel, secretária e copeira — respondeu Pérola, com um sorriso tímido.Interessei-me ainda mais.— No momento, temos uma vaga para copeira. Você estaria interessada?— Sim, preciso muito arrumar um emprego — disse ela, com um brilho esperançoso nos olhos.Enquanto conversamos, Maribel levantou-se com suas muletas, percebendo o interesse mútuo entre nós.— Vou falar com uma velha amiga — disse ela, saindo da sala e nos deixando a sós.Aproveitei a oportunidade para conhecê-la melhor.— Quantos anos você tem? — perguntei.— Tenho 36 — respondeu Pérola.— Então já tem uma boa experiência com trabalho — comentei.—
༺ Maribel Varrozzinni ༻No táxi, observei Pérola enviando uma mensagem para Vincenzo. Ela parecia animada e nervosa, como uma adolescente apaixonada.— Já enviei — disse ela, olhando para mim com um sorriso. — Agora é só esperar ele ler.Dei uma risada e antes que pudesse responder, o celular de Pérola apitou.— Ele respondeu! — exclamou ela, quase pulando no assento. — ele disse que estará lá na hora marcada.Posso ver o brilho nos olhos dela. Pérola estava visivelmente interessada em Vincenzo.— Você gostou dele, não foi? — perguntei, com um sorriso curioso.— Sim — ela respondeu, sem hesitar. — Ele é um homem interessante e não se importou nem um pouco com o fato por ter dois filhos.Ri, descontraída.— Homens que se importam com esse negócio de filhos são idiotas. Quando se gosta, não existe isso de impedimento.Pérola concordou, sorrindo.— Sim! Ele é um homem diferente.— Só tome cuidado com aquela peste da Esther — comentei, mudando o tom para algo mais sério. — Ultimamente, aq