༺ Vincenzo Fernandes ༻Observo a amiga de Maribel, Pérola, com interesse. Há algo nela que me intriga, talvez a doçura no olhar ou a maneira gentil de sorrir. Recompus-me, tentando manter o profissionalismo.— Por favor, sente-se — pedi.Ela obedeceu e, após um momento de silêncio, perguntei:— Qual é a sua melhor especialidade no trabalho?— Já trabalhei como recepcionista de hotel, secretária e copeira — respondeu Pérola, com um sorriso tímido.Interessei-me ainda mais.— No momento, temos uma vaga para copeira. Você estaria interessada?— Sim, preciso muito arrumar um emprego — disse ela, com um brilho esperançoso nos olhos.Enquanto conversamos, Maribel levantou-se com suas muletas, percebendo o interesse mútuo entre nós.— Vou falar com uma velha amiga — disse ela, saindo da sala e nos deixando a sós.Aproveitei a oportunidade para conhecê-la melhor.— Quantos anos você tem? — perguntei.— Tenho 36 — respondeu Pérola.— Então já tem uma boa experiência com trabalho — comentei.—
༺ Maribel Varrozzinni ༻No táxi, observei Pérola enviando uma mensagem para Vincenzo. Ela parecia animada e nervosa, como uma adolescente apaixonada.— Já enviei — disse ela, olhando para mim com um sorriso. — Agora é só esperar ele ler.Dei uma risada e antes que pudesse responder, o celular de Pérola apitou.— Ele respondeu! — exclamou ela, quase pulando no assento. — ele disse que estará lá na hora marcada.Posso ver o brilho nos olhos dela. Pérola estava visivelmente interessada em Vincenzo.— Você gostou dele, não foi? — perguntei, com um sorriso curioso.— Sim — ela respondeu, sem hesitar. — Ele é um homem interessante e não se importou nem um pouco com o fato por ter dois filhos.Ri, descontraída.— Homens que se importam com esse negócio de filhos são idiotas. Quando se gosta, não existe isso de impedimento.Pérola concordou, sorrindo.— Sim! Ele é um homem diferente.— Só tome cuidado com aquela peste da Esther — comentei, mudando o tom para algo mais sério. — Ultimamente, aq
༺ Bryan Fernandes ༻Os últimos dois meses foram intensos. A minha fisioterapia estava progredindo bem e, para minha felicidade, meu relacionamento com Maribel também. Hoje à noite, planejei um jantar especial para nós dois.Estava terminando de me arrumar quando ouvi a porta do meu quarto se abrir. Meu pai entrou, observando-me de braços cruzados.— Vai sair? — perguntou ele, com curiosidade.— Sim, vou levar a Maribel para jantar fora hoje — respondi, abotoando minha camisa.— Vai usar o carro? — continuou ele.— Não, vou pedir para o motorista. Ainda não me sinto 100% para dirigir.Ele concordou, balançando a cabeça.— É uma excelente ideia. Melhor não arriscar.Enquanto terminava de me arrumar, notei que meu pai estava com um sorriso diferente no rosto, algo que me deixou curioso.— Por que está tão sorridente, pai? — perguntei, tentando esconder minha curiosidade.Ele disfarçou, mas seu sorriso não diminuiu.— Não é nada. Por que você está perguntando isso?— Porque percebi que voc
༺ Maribel Varrozzinni༻Ao soltar os lábios de Bryan, olho fascinada para o anel de compromisso e dou uma risada.— Não acredito que você me pediu em namoro depois de tanto tempo. É estranho, principalmente porque já temos um filho.Bryan ri.— Infelizmente começamos da maneira errada, mas agora que estamos recomeçando, quero fazer as coisas de forma certa.Concordo e o beijo novamente. Ele acaricia meu braço, levando a mão ao meu ombro.— Quer ir para um lugar mais íntimo? — pergunta ele, estreitando os olhos.— Como assim, um lugar mais íntimo?Com um sorriso malicioso, ele responde:— Ninguém aqui é criança. Você sabe muito bem. Mas não forçarei se não quiser.Ainda rindo, sussurro de volta:— Está me convidando para fazer coisas inapropriadas?— Sim, afinal somos namorados.Bato de leve no ombro dele.— Você realmente é um descarado. Já pode?Ele balança a cabeça.— Sim, fiz questão de perguntar para o médico.Vermelha, respondo:— Você foi falar com o médico sobre isso? Realmente
༺ Bryan Fernandes ༻Após deixar Maribel em casa, voltei para a mansão do meu pai, onde estou ficando até me recuperar completamente. Entrei cantando, me sentindo mais leve do que nunca, até que encontrei Esther na sala. Ela me olhou com um sorriso debochado e comentou:— Parece que a noite foi boa.— Foi maravilhosa — respondi.Ela, com sarcasmo, retrucou:— Estava com a golpista, né?Meu semblante mudou rapidamente para furioso. Me aproximei dela, segurando seu pulso com firmeza.— Não fale assim da Maribel — disse, apertando seu pulso. — Ou terei que começar a puni-la.Ela olhou para mim com raiva e respondeu:— Larga meu pulso, está me machucando!Empurrei-a contra o sofá, sem me preocupar com a força.— Não vou admitir que trate a Maribel mal — avisei. — Não gosto de ser bruto, mas se continuar, darei uma lição em você.— Vai me bater devido à Maribel? — perguntou ela, com sarcasmo.— Não preciso chegar a tanto — respondi sério. — Mas você vai pegar umas boas palmadas na bunda par
༺ Esther Fernandes ༻Andava de um lado para o outro, furiosa no meu quarto, murmurando entre dentes.— Quem ele pensa ser para fazer isso comigo? — Resmunguei, sentindo o calor da raiva me consumir. — Me humilhar na frente de toda a família...Ele vai se arrepender. Só estava tentando abrir os olhos dele e, mesmo assim, Bryan continua a me humilhar, a ficar do lado daquela desgraçada. Mas isso não vai ficar assim.Com um movimento brusco, tirei minhas roupas e fui para o banheiro tomar um banho. A água quente ajudou a aliviar um pouco a tensão, porém a raiva ainda fervilhava dentro de mim. Assim que voltei para o quarto, peguei o celular e mandei uma mensagem para Asli.— Quero falar com você — escrevi, ainda com os dedos trêmulos de raiva.Ela respondeu rapidamente.— Onde e quando?Marquei um café e ela concordou em me encontrar. Procuro um look para vestir. Como moro em Istambul e sou uma garota no estilo patricinha, escolhi algo que refletisse isso: um vestido de grife, salto alto
༺ Maribel Varrozzinni ༻Entrei no café com minha irmã e Pérola. Estamos animadas para passar algum tempo juntas, mas meu humor mudou instantaneamente ao ver Esther na porta. Claro, ela estava lá, com aquele olhar superior e cheio de desdém.Pérola notou minha tensão e lançou um olhar sério para Esther, enquanto minha irmã apenas a encarava com um sorriso divertido. Esther, no entanto, não perdeu tempo para começar com suas provocações.— O que uma pobretona como você está fazendo em um café como esse? — disse ela com arrogância. — Esse lugar já foi frequentado por pessoas de classe.Respirei fundo, tentando manter a calma, mas não podia deixar aquilo passar.— E o que uma garota mal-educada como você está fazendo aqui? — respondi, mantendo meu tom firme. — Pelo jeito, nem todo mundo aqui é de classe, afinal.Ela ergueu uma sobrancelha, visivelmente irritada com minha resposta.— Cuidado com o que você fala, Maribel. Você pode estar namorando meu irmão, mas isso não te dá o direito de
༺ Bryan Fernandes ༻Enquanto beijava Maribel, a porta se abriu de repente, revelando a presença do meu pai nos observando com um olhar sério. Rapidamente, nós recompusemos. Maribel, ainda envergonhada, cumprimentou ele e pediu licença para ir ao banheiro. Eu, com a boca suja de batom, peguei um lenço de papel e me limpei.Ele, ainda com um semblante sério, disse:— Isso não é lugar para fazer essas coisas, Bryan! Seja mais profissional.Tentando justificar, respondi:— Não resisti. Maribel e eu queríamos ficar há sós um instante. Mas serei discreto da próxima vez.Mudando de assunto, ele continuou:— Trouxe uma papelada para você analisar. Preciso que dei uma lida nisso.Mantendo um tom profissional, perguntei:— Do que se trata?Ele explicou:— É sobre a empresa que estamos querendo abrir na Suíça. Quero que você avalie os relatórios e veja se vale a pena.Concordei, pronto para me concentrar nos documentos. Nesse momento, a porta se abriu novamente, revelando Pérola e a irmã de Mari