༺ Bryan Fernandes ༻
Duas semanas depois… Observava com certo tédio as mulheres na boate à minha frente. Ultimamente, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas não me encontrava feliz. Era como se algo estivesse faltando na minha vida. Não sou o velho Bryan de antes. Desde a viagem ao Caribe, meu amigo David se aproximou, sentando-se ao meu lado e comentando sorrindo:— Cara, só tem gata hoje nessa balada! Você viu aquela loira ali? Olha como ela é linda e gostosa. Tô flertando com ela a noite toda...— É, realmente ela é bonita! Não posso negar, mas sei lá, hoje parece que eu não estou no clima para azaração! — ele me olhou incrédulo e respondeu de maneira zombeteira.— Bryan Fernandes, não está no pique de pegador? Realmente está acontecendo algo? Afinal de contas, quem é você? E o que fez com meu amigo?David me observa de maneira curiosa, querendo entender aquele meu comportamento, pois sempre sou o primeiro a estar com uma mulher bonita no meu colo nos camarotes VIP, mas hoje não estava no clima de ficar com ninguém! E tinha um motivo. Então, apenas respondi, pegando outra bebida do balde com gelo e bebericando:— Eu não sei! Só não estou no clima para isso agora. É pecado não estar a fim de transar hoje? Tem dias que você não se sente totalmente disposto. Suponho que é isso!— Deus, que me livre! Que esse mal não me pegue, porque se tem uma coisa que eu gosto de fazer tanto na minha vida é transar, e o dia que isso não acontecer mais, é porque o meu pau não levanta. Vou até me benzer perto de você, vai que isso passa! — dou um tapa na sua nuca de leve, ele apenas ri como um idiota e se levanta indo até a loira com quem estava flertando, enquanto continuo sentado, observando a balada seguir seu curso.Então vejo uma mulher parecida com Maribel. Será que realmente estou alucinando? Ela me lembra muito a própria. Movido pela curiosidade, saio do meu camarote e ando até o bar de bebidas. Pego no ombro da mulher para se virar para mim e comento:— Maribel... é você! Eu não acredito que te encontrei, meu amor!Quando a moça vira para mim, me olhando sorrindo, percebo que não é ela. Realmente estou alucinando e a mulher responde rindo:— Desculpa, gato! Acredito que você me confundiu com alguém. Meu nome é Letícia, e não Maribel...— Oh! Me perdoe. Eu realmente acabei lhe confundindo mesmo. Mas deve ter sido a bebida. Com licença! — ela concorda e novamente se vira para o lado da amiga para conversar. Realmente estou alucinando. Não sei mais o que fazer.Não consigo evitar pensar nela, e muito menos tenho coragem de procurá-la novamente. Não sei o que ela fará ao me ver na sua frente de novo.Após alguns minutos, David apenas me dá um tchau com a mão e sai com a loira que flertou a noite toda. Eu, por minha vez, pago as bebidas do camarote e decido ir embora! Hoje não estou com cabeça para nada, principalmente para ficar com alguém. Ando pensando demais em Maribel, é a primeira vez que isso me acontece. Eu nunca me apeguei a nenhuma mulher, às vezes nem lembrava no outro dia da mulher que eu havia transado na noite anterior.Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas aquilo me assustava! Não gostava daquela situação em que me encontrava. Talvez fosse apenas coisa do momento, porém, não deixei mais uma vez de pensar em Maribel enquanto estou indo para casa.Nos seus doces lábios avermelhados e seus cabelos cor de mel e aqueles olhos esverdeados! Sem falar no corpo de violão que ela possuía. Os seios médios e a bunda, nem tão grande ou pequena, mas perfeita! Ela era uma deusa e todos que frequentavam aquele restaurante sempre a cobiçavam. Eu nem sei como foi tê-la por uns dias do meu lado.Na manhã seguinte, decido acordar um pouco mais cedo e vou direto para a empresa! Ao me ver, minha secretária até estranha e não esconde sua curiosidade, perguntando-me:— Aconteceu algo? O senhor chegando tão cedo à empresa, é até estranho, senhor Bryan!— Não aconteceu nada de mais! Leandra, eu apenas estou evitando que meu pai me dê um novo sermão e tentando andar na linha! — respondo de maneira séria.Porém, Leandra apenas ri de forma debochada. Minha funcionária também não me respeitava, mas eu pedia por isso, porque sempre estávamos trabalhando juntos de maneira brincalhona.— Julgo que isso é só hoje! Aposto que amanhã volta a velha rotina. Eu lhe conheço, menino...— Ah? Então, você está duvidando da minha capacidade de cumprir com minhas obrigações? Pois bem, eu aposto $200 dólares que durante um mês vou chegar no horário certo. O que me diz? — estendo a mão para que ela aperte, e Leandra sorri, se aproximando e apertando minha mão. Ela responde de maneira zombeteira:— Esses serão os $200 dólares mais fáceis que vou pegar na minha vida! Porque eu lhe conheço, garoto. Bom, preciso tirar algumas cópias de uns documentos que seu pai mandou para você analisar. Com licença!— Tem toda. Ah! E mais uma coisa, você vai se arrepender dessa aposta, porque vai perder! — ela solta uma gargalhada e responde, afastando-se.— Pois, eu duvido muito que você cumpra isso, senhor! Eu o conheço bem, mas enfim, aposta é aposta, resta saber se você vai cumprir mesmo?Leandra me lançou um olhar desafiador, enquanto apenas dei uma piscadela para ela. Nem mesmo a minha secretária tinha fé em mim, mas o que eu queria? Sempre agia como um verdadeiro moleque, contudo iria mostrar-lhe que eu realmente estou querendo mudar e provar para o meu pai que ele pode confiar em mim para cuidar também da empresa da nossa família.Passei o restante do tempo verificando as documentações que meu pai havia me enviado. Tinha muita coisa para ler e analisar. Às vezes era estressante, mas como estudei administração, tenho que cumprir o meu papel e mostrar que sou tão inteligente e habilidoso quanto ele. Já era fim do expediente quando meu irmão entrou na sala e me perguntou curioso:— Ouvi boatos de que você chegou à empresa hoje cedo! O que aconteceu? Caiu da cama ou está devendo algum dinheiro grande a esses agiotas?— Você é louco, João Carlos! Como pode falar uma coisa dessas? Que tipo de pessoa você pensa que sou? — ele me respondeu zombeteiramente.— O tipo que não gosta de trabalhar! Eu conheço você, Bryan. Levantar cedo para chegar à empresa, alguma coisa tem. O que foi que você aprontou?— Era só o que me faltava! Eu não fiz nada. Agora não posso mais chegar em um horário mais cedo, porque é capaz de eu ter causado a Primeira Guerra Mundial!? Ah! Vá se foder, João Carlos… você é chato para cacete! — porém percebi que ele tinha um olhar sério e respondeu:— Eu não faço ideia do que você aprontou, mas vou descobrir. Então, julgue ser melhor me contar, porque se eu descobrir, será pior!— Pois, faça o favor de investigar! Porque eu não fiz nada. Ah! Me erra, sai da minha sala... você é muito chato, às vezes!Levantei-me, abrindo a porta para ele, que apenas me observou apontando seus dedos para os seus olhos, como se me dissesse: "eu estou de olho em você". Apenas revirei os olhos. Realmente, a minha fama na empresa não é das melhores.Tenho que começar a mudar isso. Esse é o preço que se paga por ser irresponsável e não cumprir com suas obrigações. Bem que o meu pai tinha razão. Tenho que começar a mudar isso, pois se não, os funcionários dessa empresa não vão me respeitar no futuro.༺ Vincenzo Fernandes ༻ Quando ouvi tudo o que Maribel tinha passado, fiquei completamente comovido com sua situação! Como é possível ainda existirem homens desse tipo? Esse cara que fez isso com ela é um irresponsável! Uma moça tão bonita não merece passar por uma coisa tão terrível, e o pior de tudo é que não teve o apoio da sua família. Talvez tenha sido difícil para seu pai aceitar a situação.Servi-me de uma dose de uísque e sentei-me na poltrona do quarto. Às vezes, me sinto tão mal por ter tanto dinheiro enquanto outras pessoas passam necessidades! Faço o que posso para ajudar, doando para instituições de caridade. Respirei fundo e tirei minha roupa, decidindo então tomar um banho e esquecer aquele dia. Jamais pensei que poderia ser um bom ouvinte para uma garota que parecia estar perdida na vida.Na manhã seguinte, quando passei pela recepção, outra mulher estava no lugar de Maribel, que deve ter trocado de turno e voltaria à noite. Estou tão envolvido com ela, tanto pela sua h
༺ Maribel Varrozzini ༻Saí praticamente correndo de perto de Vincenzo. Eu não acreditava que o destino gostava mesmo de ser tão cruel, me fazendo passar por situações como essa. Acabei descobrindo que o homem que estava flertando comigo era o pai do canalha que me engravidou e me iludiu.Quando pensei que estava bem longe dele, decidi pegar um táxi e pedi para o motorista me levar ao endereço desejado. Não consegui controlar as lágrimas ao descobrir que Bryan era como todos os homens. Sinto um ódio crescer no meu peito por ser tão burra e não ter entendido as intenções desse desgraçado desde o começo.Seu pai não parecia ser uma pessoa má, mas também não quero nenhum tipo de contato com ele, muito menos estou pronta para isso. É doloroso demais saber com quem me envolvi. Por que Bryan fez isso comigo? Se ele não tinha intenção de ficar comigo, ele não deveria ter mentido. Às vezes, eu queria entender por que os homens são dessa forma. Eles sempre mentem e iludem apenas para conseguir o
༺ Bryan Fernandes ༻Meu pai acabou prolongando a viagem e ficou mais um mês no Caribe. Eu achei aquele seu comportamento estranho e julguei que algo aconteceu. Por que ele queria passar tanto tempo fora? Será que ele estava realmente pensando em em curtir a vida e deixar a responsabilidade para mim e meu irmão?Ao perceber que eu estava pensativo, sentado no sofá da sala, João Carlos se aproximou comentando:— Você também não achou estranho o pai querer ficar mais um tempo no Caribe?— Acredito que ele está querendo resolver alguma pendência que deu errado na nova filial. Pare de ser cismado com tudo, julgo que não é nada de mais! — contudo, meu irmão não parecia convercido e apenas respondeu enquanto se servia uma dose de uísque:— Eu não sei, hein? Achei nosso pai bem estranho. Ainda mais quando afirmou que traria com ele uma surpresa. Ele falou isso para você no telefone também?— Na verdade, não! Apenas me disse que resolverá as últimas pendências que faltam e depois vem embora par
༺ Maribel Varrozzini ༻Eu percebi a surpresa nos olhos de Bryan ao me ver na sua frente, descobrindo que eu era sua nova madrasta, mas ele não disse nada. Apenas permaneceu em silêncio, observando-me. Vincenzo então segurou na minha cintura como se nada estivesse acontecendo, conforme o nosso acordo, pois queríamos ver até onde Bryan conseguiria ir com seu cinismo.Notei que Bryan até se sentiu um pouco intimidado com o meu olhar frio e ríspido. Se ele soubesse que naquele dia, depois de tudo o que me fez, ele também acabou matando a pessoa maravilhosa que eu era. A única coisa que consigo sentir por ele é ódio e repúdio, especialmente por ter me largado sozinha naquele quarto de hotel, como se eu fosse uma simples vagabunda de quinta. Vincenzo então se pronunciou.— Bom, agora que vocês se conhecem, Maribel, nós vamos subir para o meu quarto. Eu pedi para Amélia abrir um espaço no meu closet para você.— Está certo. Bom, meninos, foi um prazer conhecê-los. A gente se vê no jantar.Sub
༺ Bryan Fernandes ༻Durante o jantar, evitei olhar para Maribel e fiquei em silêncio na sala de estar, apenas observando-a de longe. Ela me olhava de vez em quando, mas voltava a conversar com meus irmãos. Sentia muita raiva de não poder dizer nada. Depois de alguns minutos, ela disse que subiria para o quarto com meu pai, pois estava cansada da viagem.Todos se despediram dela e eu a vi subir os degraus enquanto meu pai segurava sua cintura. Apertei minha mão de ódio, não conseguia aceitar que Maribel agora era a mulher do meu pai. Parecia que estava vivendo um pesadelo. Minha irmã percebeu minha expressão e perguntou curiosa:— Estou percebendo sua expressão, Bryan, e vou lhe avisar: é melhor tirar os olhos da mulher do nosso pai. Não admito que você estrague a felicidade dele. Ela pode ser muito bonita e nova, mas não se esqueça de uma coisa: ela é mulher dele.— Você acha que eu sou louco o suficiente para dar em cima da mulher do nosso pai? Me respeita, Esther! Só estou muito surp
༺ Maribel Varrozzini ༻Quando Bryan me puxou daquela maneira, por um momento quase vacilei e me rendi em seus braços, porém o restante da sanidade que eu tinha me fez voltar a si, ao lembrar daquela m*****a noite. Sinto que ele está muito incomodado com a minha presença, e principalmente em saber que sou esposa do seu pai. Acredito que não esteja sendo fácil para ele ver uma mulher que foi sua nas mãos de outro. Respiro fundo e penso: "Eu preciso continuar com esse plano de vingança. Seja forte, Maribel."Aceitei vir para Istambul com Vincenzo apenas para me vingar de Bryan. Eu não consigo esquecer que, por causa dele, meu pai me odeia e principalmente me rejeitou, me expulsando de casa. Não dá para apagar da memória tudo o que vivi por sua causa. A única sorte é que tive um psicológico forte, pois acredito que, se não fosse isso, estaria na rua, na pior das armaduras, lamentando cada dia horrível que passei na minha vida nos últimos meses.Olho pela janela observando o carro de Brya
༺ Bryan Fernandes ༻Não estou conseguindo suportar toda essa situação que estou vivendo nos últimos dias com a chegada de Maribel em casa, principalmente sabendo que ela agora se encontra na cama do meu pai.Ao vê-lo no quarto junto dela, sinto meu coração apertar e um sentimento estranho me atingir. Eu não entendia por que estava sentindo toda essa sensação, quando meu pai fechou a porta na minha cara, mas com raiva fiquei. Não está sendo fácil aceitar isso e nem sei como será daqui para frente.Sigo até a mesa de bebidas, preciso me servir uma boa dose de uísque para digerir toda essa merda. Ela mal se importa de ser a mulher do meu pai e principalmente minha madrasta. Às vezes até penso que ela está se divertindo com a minha cara e o pior de tudo é que está tão bonita que não consigo disfarçar ao olhá-la. Respirei fundo e pensei: "Preciso tirar você da minha cabeça, Maribel. Você é a mulher do meu pai agora. Tenho que aceitar isso..."Decidi ligar para David perguntando se havia alg
༺ Maribel Varrozzini ༻Alguns dias depois…Dias se passaram e eu continuava na mesma rotina, observando os passos de Bryan. Ele sempre chegava muito tarde em casa e Vincenzo, algumas vezes, percebia que eu estava analisando os movimentos do filho. Eu não queria estar certa, mas pensava que ele também tinha sentimentos por mim. E a última coisa que eu queria era machucar um homem como ele.Logo precisaria tomar uma decisão e dar um jeito na minha vida. Comecei a trabalhar como assistente de Vincenzo, ajudando no que ele pedia e tomando decisões pequenas. Não era tão difícil, eu sempre soube trabalhar bem em qualquer tipo de ofício. Meus cursos técnicos sempre me deram essas habilidades, era disso que o meu pai tinha muito orgulho, pois eu sempre tentava melhorar naquilo que era ruim. Ao pensar nele, sinto meu coração se encher de tristeza.Ao perceber que eu estava pensativa na outra mesa enquanto segurava o papel, Vincenzo perguntou:— Maribel? Aconteceu alguma coisa?— Oi! Está falan