Capítulo 06

༺ Bryan Fernandes ༻

Duas semanas depois…

Observava com certo tédio as mulheres na boate à minha frente. Ultimamente, eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas não me encontrava feliz. Era como se algo estivesse faltando na minha vida. Não sou o velho Bryan de antes. Desde a viagem ao Caribe, meu amigo David se aproximou, sentando-se ao meu lado e comentando sorrindo:

— Cara, só tem gata hoje nessa balada! Você viu aquela loira ali? Olha como ela é linda e gostosa. Tô flertando com ela a noite toda...

— É, realmente ela é bonita! Não posso negar, mas sei lá, hoje parece que eu não estou no clima para azaração! — ele me olhou incrédulo e respondeu de maneira zombeteira.

— Bryan Fernandes, não está no pique de pegador? Realmente está acontecendo algo? Afinal de contas, quem é você? E o que fez com meu amigo?

David me observa de maneira curiosa, querendo entender aquele meu comportamento, pois sempre sou o primeiro a estar com uma mulher bonita no meu colo nos camarotes VIP, mas hoje não estava no clima de ficar com ninguém! E tinha um motivo. Então, apenas respondi, pegando outra bebida do balde com gelo e bebericando:

— Eu não sei! Só não estou no clima para isso agora. É pecado não estar a fim de transar hoje? Tem dias que você não se sente totalmente disposto. Suponho que é isso!

— Deus, que me livre! Que esse mal não me pegue, porque se tem uma coisa que eu gosto de fazer tanto na minha vida é transar, e o dia que isso não acontecer mais, é porque o meu pau não levanta. Vou até me benzer perto de você, vai que isso passa! — dou um tapa na sua nuca de leve, ele apenas ri como um idiota e se levanta indo até a loira com quem estava flertando, enquanto continuo sentado, observando a balada seguir seu curso.

Então vejo uma mulher parecida com Maribel. Será que realmente estou alucinando? Ela me lembra muito a própria. Movido pela curiosidade, saio do meu camarote e ando até o bar de bebidas. Pego no ombro da mulher para se virar para mim e comento:

— Maribel... é você! Eu não acredito que te encontrei, meu amor!

Quando a moça vira para mim, me olhando sorrindo, percebo que não é ela. Realmente estou alucinando e a mulher responde rindo:

— Desculpa, gato! Acredito que você me confundiu com alguém. Meu nome é Letícia, e não Maribel...

— Oh! Me perdoe. Eu realmente acabei lhe confundindo mesmo. Mas deve ter sido a bebida. Com licença! — ela concorda e novamente se vira para o lado da amiga para conversar. Realmente estou alucinando. Não sei mais o que fazer.

Não consigo evitar pensar nela, e muito menos tenho coragem de procurá-la novamente. Não sei o que ela fará ao me ver na sua frente de novo.

Após alguns minutos, David apenas me dá um tchau com a mão e sai com a loira que flertou a noite toda. Eu, por minha vez, pago as bebidas do camarote e decido ir embora! Hoje não estou com cabeça para nada, principalmente para ficar com alguém. Ando pensando demais em Maribel, é a primeira vez que isso me acontece. Eu nunca me apeguei a nenhuma mulher, às vezes nem lembrava no outro dia da mulher que eu havia transado na noite anterior.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas aquilo me assustava! Não gostava daquela situação em que me encontrava. Talvez fosse apenas coisa do momento, porém, não deixei mais uma vez de pensar em Maribel enquanto estou indo para casa.

Nos seus doces lábios avermelhados e seus cabelos cor de mel e aqueles olhos esverdeados! Sem falar no corpo de violão que ela possuía. Os seios médios e a bunda, nem tão grande ou pequena, mas perfeita! Ela era uma deusa e todos que frequentavam aquele restaurante sempre a cobiçavam. Eu nem sei como foi tê-la por uns dias do meu lado.

Na manhã seguinte, decido acordar um pouco mais cedo e vou direto para a empresa! Ao me ver, minha secretária até estranha e não esconde sua curiosidade, perguntando-me:

— Aconteceu algo? O senhor chegando tão cedo à empresa, é até estranho, senhor Bryan!

— Não aconteceu nada de mais! Leandra, eu apenas estou evitando que meu pai me dê um novo sermão e tentando andar na linha! — respondo de maneira séria.

Porém, Leandra apenas ri de forma debochada. Minha funcionária também não me respeitava, mas eu pedia por isso, porque sempre estávamos trabalhando juntos de maneira brincalhona.

— Julgo que isso é só hoje! Aposto que amanhã volta a velha rotina. Eu lhe conheço, menino...

— Ah? Então, você está duvidando da minha capacidade de cumprir com minhas obrigações? Pois bem, eu aposto $200 dólares que durante um mês vou chegar no horário certo. O que me diz? — estendo a mão para que ela aperte, e Leandra sorri, se aproximando e apertando minha mão. Ela responde de maneira zombeteira:

— Esses serão os $200 dólares mais fáceis que vou pegar na minha vida! Porque eu lhe conheço, garoto. Bom, preciso tirar algumas cópias de uns documentos que seu pai mandou para você analisar. Com licença!

— Tem toda. Ah! E mais uma coisa, você vai se arrepender dessa aposta, porque vai perder! — ela solta uma gargalhada e responde, afastando-se.

— Pois, eu duvido muito que você cumpra isso, senhor! Eu o conheço bem, mas enfim, aposta é aposta, resta saber se você vai cumprir mesmo?

Leandra me lançou um olhar desafiador, enquanto apenas dei uma piscadela para ela. Nem mesmo a minha secretária tinha fé em mim, mas o que eu queria? Sempre agia como um verdadeiro moleque, contudo iria mostrar-lhe que eu realmente estou querendo mudar e provar para o meu pai que ele pode confiar em mim para cuidar também da empresa da nossa família.

Passei o restante do tempo verificando as documentações que meu pai havia me enviado. Tinha muita coisa para ler e analisar. Às vezes era estressante, mas como estudei administração, tenho que cumprir o meu papel e mostrar que sou tão inteligente e habilidoso quanto ele. Já era fim do expediente quando meu irmão entrou na sala e me perguntou curioso:

— Ouvi boatos de que você chegou à empresa hoje cedo! O que aconteceu? Caiu da cama ou está devendo algum dinheiro grande a esses agiotas?

— Você é louco, João Carlos! Como pode falar uma coisa dessas? Que tipo de pessoa você pensa que sou? — ele me respondeu zombeteiramente.

— O tipo que não gosta de trabalhar! Eu conheço você, Bryan. Levantar cedo para chegar à empresa, alguma coisa tem. O que foi que você aprontou?

— Era só o que me faltava! Eu não fiz nada. Agora não posso mais chegar em um horário mais cedo, porque é capaz de eu ter causado a Primeira Guerra Mundial!? Ah! Vá se foder, João Carlos… você é chato para cacete! — porém percebi que ele tinha um olhar sério e respondeu:

— Eu não faço ideia do que você aprontou, mas vou descobrir. Então, julgue ser melhor me contar, porque se eu descobrir, será pior!

— Pois, faça o favor de investigar! Porque eu não fiz nada. Ah! Me erra, sai da minha sala... você é muito chato, às vezes!

Levantei-me, abrindo a porta para ele, que apenas me observou apontando seus dedos para os seus olhos, como se me dissesse: "eu estou de olho em você". Apenas revirei os olhos. Realmente, a minha fama na empresa não é das melhores.

Tenho que começar a mudar isso. Esse é o preço que se paga por ser irresponsável e não cumprir com suas obrigações. Bem que o meu pai tinha razão. Tenho que começar a mudar isso, pois se não, os funcionários dessa empresa não vão me respeitar no futuro.

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