Mundo de ficçãoIniciar sessão
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27. O lobo.
Anne Turner Eu me sinto petrificada, incapaz de processar completamente o que meus olhos estão testemunhando. O grande lobo cinza me encara com seus olhos amarelos penetrantes, e uma onda de choque percorre todo o meu corpo. Cada fibra do meu ser grita que isso não pode ser real. Eu só podia estar tendo uma alucinação, talvez resultado do estresse, da pressão constante dessa vida insana.Dou passos para trás, afastando-me o máximo possível na sacada. Minhas pernas tremem, e meu coração bate descompassado no peito. É como se o chão tivesse se deslocado sob meus pés, e eu estivesse à beira de um abismo desconhecido.William, o homem que me comprou, o Alfa frio e dominador, se transformou diante dos meus olhos em um lobo imponente. Minha mente luta para aceitar a realidade distorcida que se desenrola diante de mim. Ele emite um rosnado, e meus sentidos ficam agudos, captando cada som ao meu redor.Tento respirar, mas o ar parece rarefeito. Meu corpo está tenso, pronto para corr
28. Conhecendo a reserva.
Anne turner.Abro os meus olhos. Todo meu corpo doía.Depois de tudo aquilo, eu não sabia como prosseguir com a vida. Lentamente, me pus de pé, sentindo a fraqueza quase me derrubar novamente. Passei a mão pelo rosto, tentando afastar as lembranças torturantes que me assombravam.Olhei ao redor, eu estava segura no quarto, me aproximando da janela pude notar que havia amanhecido. Sinto meus músculos protestarem,mas a dor emocional era a pior de todas.Eu não tinha condições de comparecer à faculdade hoje. Na verdade, minha mente só pensava em uma coisa: lobisomens.Queria imaginar que tudo aquilo era mentira. Um pesadelo que demorou de acabar.Eu não estava pronta para enfrentar isso, não sabia se algum dia estaria. Minhas pernas fraquejaram, e me vi desabando no chão, soluçando em desespero.Eu sabia que não havia como fugir da verdade agora, ela estava diante de mim, implacável e cruel. Eu era uma deles, uma criatura da noite, uma loba. E não havia como volt
29. Carta ameaçadora.
William Carter Ela repousa sua cabeça em meu ombro enquanto estamos voltando da reserva. O motorista dirige rapidamente devido as ruas estarem livres.A observo… Ela era deslumbrante até mesmo dormindo.Sentir seu cheiro de perto era satisfatório. E eu não conseguia entender o por que ele me deixava louco.Devagar quase não me movendo eu ajeitei seus cabelos castanhos em meu colo, ela estava passando por muita coisa, e acabou dormindo sem nem perceber."Já estamos chegando até a mansão senhor." o motorista afirma.""Obrigado." falei observando a paisagem."Olhei a paisagem pelo vidro do carro e pensei em tantas coisas que eu precisava resolver. A morte dos pais de Anne, o casamento, o que faria com ela.. Mas principalmente, quem atacou a Zara.Eu sabia que eu vivia rodeado por inimigos, declarados ou não, eles eram uma ameaça.E eu não estava conseguindo provas, o desgraçado apagou os rastros do seu cheiro na cena do crime.Agora que Anne sabia da verdade, eu queria que el
30. Treinamento e ameaças.
Anne Turner Treinar para ser uma loba. Falar isso soava tão patético quando deveria ser. Sabe aquele dia em que você não queria levantar da cama ou só queria simplesmente não existir? Era hoje. Tudo estava tão complicado que me agarrar aos lençóis macios pareciam a melhor opção. Pelo menos aqui eu tinha bons lençóis, não precisava mais usar um trapo como na casa dos meus tios. Eu os odiava.Agora mais que nunca. Como puderam esconder de mim tudo isso? Minha origem, minha vida. Tirar a minha escolha…Por mais difícil que pudesse ser, me levantei com o corpo protestando. Tinha de ir à faculdade e em seguida estar pontualmente naquela reserva onde William me esperaria. Ele me deixou ciente que odiava atrasos.Antes de me arrumar, percebi que ainda tinha alguns minutos vagos. Rapidamente peguei o celular e na barra de pesquisa inseri várias coisas sobre lobisomens, espécies, alcateias. Um absurdo de informações me veio à cabeça. As pessoas diziam qu
31. Novo Lar e Inimigos
Anne Turner A mão direita de Lia me prendeu pelo pescoço mais ainda a parede. Sinto suas garras atravessarem meu braço, ela está com raiva e quer descontar em mim de qualquer maneira. "Você está louca?" eu murmuro. ""Não se meta com meu Alfa, você é só uma híbrida para ele."Ela me solta e eu dou um suspiro assustado. "Eu não fiz nada para você. ""Não pense que não vi você em cima dele, sua dissimulada. Ele é meu noivo. E eu serei a companheira dele,tudo será somente meu!" Ela grita.""Não estou entendendo, não quero "seu alfa." Dou ênfase as aspas." "Da próxima vez, eu irei fazer bem pior que um arranhão." Ela sai e eu respiro fundo, que garota maluca. Tudo isso parecia um inferno. Eu estava vivendo com lobos, um alfa, e eu era loba. Era um filme de terror. Pus a mão no pescoço sentindo ele latejar de dor. A vaca era bem mais forte que eu, óbvio. O que só me fez criar força de vontade para treinar mais.Ouvi passos e me afastei pensando ser Lia, mas era Lucca."Anne?" Ele
32. Visita noturna
Anne Turner Nuvens cinzentas cobrem todo o céu de Portland. A chuva que havia caído mais cedo diminuía constantemente. Mas nada era tão turbulento quanto o cinza da minha mente. Isso me deixava nervosa. Imaginar que amanhã teria de treinar de novo com ele, nossos corpos próximos. Eu faria de tudo para evitar a proximidade com o Alfa.Minha cabeça estava tão dispersa. Nem sequer conseguia realizar as atividades da faculdade.Zara me mandou um sms, comunicando que chegaria somente amanhã. Ótimo. Mais um dia sozinha aqui nesta reserva onde não era bem vinda. Não sei como me sinto sobre tudo. As pessoas aqui ,ou melhor, lobos, são totalmente diferentes. Só em saber que meus pais viviam assim, e que se eles não tivessem falecido, essa seria a minha vida, este seria meu povo. E eu poderia me transformar.Eu não me chamaria Anne Turner, enquanto não treinasse até quebrar todos os meus ossos e descobrir quem matou meus pais."Senhorita?" A voz doce me interrompe dos meus pensamento
33. Ataque da loba.
William CarterAs batidas na porta e a voz da loba que seria minha futura Luna cada vez eram mais latentes.De certa forma eu sabia que não deveria estar aqui, eu sabia que não deveria ceder a tentação de estar com Anne. E por mais que eu fosse quem era, não podia simplesmente discutir com Lia agora, e dar razões para que minha alcateia se rebelasse em um momento de crise.Eu sabia que precisava encerrar o compromisso com Lia, mesmo que isso me custasse a raiva de seu pai, o Gama."Lia." Anne sussurrou olhando para a porta."Outra batida na porta quando eu coloco o dedo indicador nos lábios de Anne em menção de silêncio a encaro.Não acredito que ela atrapalhou o momento em que Anne Turner poderia ser minha."Fique aqui, irei resolver isso.""Por favor… ela já me odeia." ela suplica."Saí do quarto em passos lentos, e fui até a porta para abrir para Lia.Ao abrir a porta, me deparo com sua feição em uma carranca expressiva.Provavelmente ela
34. Lírios
Anne Turner Meus olhos encontram o teto do hospital, e uma sensação de atordoamento me domina. Ao virar a cabeça para a direita, noto o acesso venoso de soro em meu braço, e uma dor generalizada em meu corpo. A realidade ao redor parece distorcida. Estou em um quarto de hospital. As lembranças começam a retornar nitidamente. Lia, como uma bruxa, quase arrancou meu braço, fazendo-me perder muito sangue. Lembro-me apenas de ter desmaiado, e da feição preocupada de William diante de mim. "Anne", sua voz parece ecoar entre as memórias. Tento me erguer para vê-lo, e lá está ele, o alfa, William Carter. "Você está bem?", sua pergunta vem acompanhada de um olhar gentil. "Minha cabeça", murmuro, tocando a testa latejante enquanto tento me levantar. "Não", ele me impede, segurando meu braço. "Descanse." "Mas... sinto meu braço doer muito", digo, dirigindo meu olhar para a janela da sala de hospital. "Você perdeu muito sangue, Anne. Lia será devidamente punida por isso", William rosnou.