Anne Turner Depois de toda aquela comoção com o ataque à Zara, William posicionou guardas ao redor da casa e em vários locais possíveis.Eu estava obcecada. Passava as madrugadas estudando para não correr o risco de me atrasar nas matérias, não queria estar tão atrasada, quem sabe um dia voltaria para a faculdade de medicina.E enquanto não estava concentrada nos estudos ou limpando, eu investigava sobre os lobisomens. Não conseguia tirar da minha cabeça a cura repentina dela. Aquilo não era normal. Tentava me convencer de que não estava louca. Mas não era fácil.Me via evitando William Carter a qualquer custo, se ele estava em casa, eu procurava ocupações que me deixavam longe. Se ele estava na rua eu também me mantinha afastada.A madrugada invadia o céu, e a noite estava linda. Olho para as nuvens e bufo pela frustração de não ter conseguido participar da corrida. Aquele poderia ser uma boa quantia para que eu começasse a tentar reaver a casa.Saí do quarto e me dirigi
Anne Turner A agitação era nítida neste sábado. Empregados correndo por todo o lado, e pessoas cuidando do bufê. Pelo que ouvi, seria um pequeno jantar para a futura esposa do Sr Carter. Imagina se fosse uma comemoração grande. "Essa cozinha está uma bagunça" Agnes murmurou aparentemente estressada" "Eu limpo a pia enquanto você finaliza o resto" me ofereci gentilmente."Eu ainda não havia desistido da minha investigação, pelo contrário, a cada momento eu queria saber mais sobre quem eles realmente eram. Poderia estar completamente louca, mas eu tinha certeza que eles escondiam algo. Então, voltando a minha averiguação, puxei assunto com Agnes."Agnes"falei enquanto esfregava as louças.""Não tenho muito tempo para conversas, Anne" ela disse".Ela estava tentando fazer tudo perfeito para agradar a sua futura patroa. Viria ela, e seu pai para o jantar. Como seria essa mulher? Será bonita?Bom, isso não é da minha conta. Volto a
Anne Turner "Ele só pode estar de brincadeira!", murmurei, cruzando os braços ao encarar a pilha de louças do jantar. William Carter era um babaca. Provavelmente estava me penalizando pelo episódio com sua noiva, liberando todos os empregados mais cedo ontem, e me deixando cuidar dos afazeres sozinha.Era manhã e eu estava morrendo de sono, mas enquanto lavava os pratos, uma música de Eric Clapton ecoava de algum lugar da casa, e inevitavelmente me fez pensar em minha mãe. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios. Essa música sempre me lembrava dela. Será que ela se lembrava de mim no paraíso?Quando terminei, enxuguei as mãos no avental marrom e me dirigi até o quarto, buscando meu refúgio naquele lugar enorme e frio.Ao finalizar tudo, segui para o banho, imagens de William insistiam em surgir em minha mente, o que só aumentava minha confusão. Ele seria um homem casado em breve, e eu não tinha ideia do que fazer.Coloquei as mãos trêmulas apoiadas na pia e deixei a água passa
William Carter Com a caneta em mãos e sentado no escritório da construtora eu massageei as minhas têmporas. Estava com raiva, e quando a raiva me consumia eu sentia vontade de explodir. Arremessei um vaso de vidro contra a parede, o que chamou atenção da secretária que entrou assustada na sala. " Aconteceu alguma coisa, senhor Carter?"ela perguntou assustada." "Não, mas já que está aqui sem ser chamada, limpe", ordenei."Na verdade, havia sim algo que estava me irritando: Anne.Fazer esse contrato de noivado com Lucca foi ideia minha. E talvez a ideia mais estúpida que eu tive. Mesmo com os termos dele não poder tocá-la, ou ser um noivado só de fachada, a raiva estava me consumindo por dentro. Mas era preciso. Anne estava no cio, e logo os machos jovens que não conseguiam controlar seus instintos iriam querer a atacar como já ocorreu na ida ao mercado.Logo após Lucca me contar que a salvou, eu tomei uma decisão racional. Que ele noivasse com ela apenas enquanto e
Anne Turner Ergo o corpo sob a sacada da enorme varanda da mansão, sentir o vento frio sobre minha me faz querer continuar a viver. Pequenas sensações boas.Estou aqui parada observando o céu e pensando em tudo que estava por vir.Após a notícia do noivado, Lucca me explicou os termos, e me disse que de agora em diante eu largaria os serviços domésticos e me tornaria dama de companhia de Zara por enquanto, e precisaria vigiá-la, o que não me agradou nenhum pouco pois gostava dela. Mas segundo Lucca, ela poderia estar correndo perigo.Depois de amanhã, eu voltaria para a faculdade. Estava animada e apreensiva por saber que David estaria lá. Após o incidente dele ter tentado me beijar à força, não o vi mais.Apesar do noivado estritamente forçado, eu fiquei feliz por poder voltar à faculdade. Medicina sempre foi meu sonho, e com a opressão na casa dos meus tios, e depois sendo comprada por um CEO egocêntrico, eu não tive muitas escolhas. Sabia
Anne Turner Me aninho ao travesseiro, buscando conforto entre as lágrimas. Um dia se passou após a humilhação que passei na faculdade, meu desejo era nunca mais voltar para lá,a sensação de todos rindo de mim estava me causando dores de cabeça . Mas eu sabia que eu não podia me dar a esse luxo.Era exatamente o que Valerie desejava que eu fizesse, que desistisse de meus sonhos para que assim ela pudesse triunfar sobre mim.Eu não podia.. Eu não era do tipo que desistia.Me levantei com dificuldade, se pudesse não sairia mais da cama no dia de hoje. Mas o dia me esperava. Enquanto eu me familiarizava com as tarefas para Zara, eu estava ajudando Agnes nas obrigações da casa, e estava a arrumar o escritório de William meticulosamente. Eu limpava suas gavetas da escrivaninha, e podia inalar seu cheiro ainda ali presente. Me lembro da sua boca na minha, nossas línguas envoltas, e sinto um arrepio percorrer meu corpo. Passo as mãos na nuca desconfortável. Era tudo tão confuso, eu
AnneMeus tios me encaravam com um misto de desdém e hostilidade, como se estivessem determinados a destruir ainda mais minha vida do que já fizeram ao longo dos anos. Senti um nó se formar em minha garganta, a raiva borbulhando dentro de mim diante da audácia deles.Eles estavam incomodados por eu, a sobrinha criada, estar estudando novamente na faculdade que a preciosa filha deles estava. Egoístas."As palavras deles me atingiram como um soco no estômago, a sensação de ser controlada e manipulada mais uma vez me deixou furiosa. Encarei Amélia falar como se tivesse direito sobre a minha vida, suas palavras me amedrontavam, mas também me enchiam de uma determinação feroz."Eu não quero que você estude", meu tio vociferou, suas palavras ecoando pela sala com um tom de autoridade que me fez tremer de raiva."O que vocês fazem aqui?" perguntei, minha voz tremendo de indignação enquanto os encarava com fúria contida."Viemos nos certificar de q
William CarterNunca pensei que um beijo ficaria tanto tempo em minha mente como o daquela híbrida.Eu estava totalmente desorientado e a evitando desde então.Não suportava olhar para Anne Turner sem querer tocá-la ou beijá-la. Era um tormento. Eu sou impotente para resistir.Hoje estava em home office, precisava resolver algumas questões da construtora que só eu tinha poder para autorizar.A porta do escritório se abre e vejo a figura de Zara me encarando."Eu falei que não queria ser incomodado, tenho que resolver isso até hoje." Massageei as têmporas."Para quê isso, irmãozinho?" ela riu."O que você quer, Zara?""Minha vida está muito parada desde que voltei. E eu queria voltar a trabalhar na empresa.""De jeito nenhum." Disse firme."Por que, William? Você é um ogro.""Me respeite, sou seu irmão e seu alfa." Rosnei. "Você não vai trabalhar lá por causa daquele estúpido do Hunter.""Se eu quiser vê-lo, verei de qualquer jeito." Ela rosnou de volta."Por cima do