Capítulo 43Bianca sentiu um peso em seu coração ao ouvir as palavras de Lucian, então o encarando de forma séria perguntou curiosa:— E como se chamava o Alfa amaldiçoado?Lucian hesitou por um momento antes de responder. — Ryker.Ela sentiu um tremendo choque ao lembrar que esse foi o nome que o Umbrawolf lhe deu. Ela se lembrou do desespero que ele parecia viver dentro de sua própria mente, atormentado constantemente.Então lembrou-se das palavras dele, sua voz ecoando em sua mente: "Não deixe Kariel sucumbir ao desespero, assim como eu sucumbi!".Agora ela sentia ainda mais o peso da responsabilidade que possuía. Sabia também que precisava fazer algo, mas não sabia o quê. Por isso precisava de respostas. — O que... o que aconteceu com ele? — perguntou Bianca com a voz trêmula.— Ele foi totalmente consumido por sua dor até começar a causar destruição em sua própria vila e infelizmente como já expliquei, seus próprios irmãos tiveram que destruí-lo, mas mesmo depois de morto a mal
Capítulo 44Bianca despertou com um leve gemido, sentindo a cabeça pesar como se estivesse imersa em um sonho distante. Piscar era um esforço, e sua visão estava turva, embaçada por uma sensação estranha de esgotamento. O quarto onde estava era escuro, a única fonte de luz era uma vela solitária ao lado da cama, que lançava sombras dançantes nas paredes, aumentando a aura de mistério que a cercava. Ao seu lado, Draven e Lucian a observavam com expressões tensas, ambos como guardiões zelosos e figuras carregadas de segredos não revelados.Draven, sempre sério, foi o primeiro a falar, com a voz carregada de preocupação:— Você está bem?Bianca respirou fundo, assentindo devagar, ainda tentando compreender o turbilhão de imagens e sensações que tinham invadido sua mente. Lembranças da caverna, da inscrição enigmática, da mulher misteriosa sentada em um trono com lobos caídos ao seu redor... Cada detalhe era tão vívido, tão inquietante, que parecia um eco distante de algo que ela sempre s
Capítulo 45A ilha parecia silenciosa demais naquela manhã, como se ela também aguardasse algo. Bianca despertou com uma leve pressão no peito, um lembrete constante das palavras reveladas na noite anterior. O “Destino Dividido” deixara de ser uma lenda distante, assumindo uma realidade iminente, pulsante, quase palpável. E, junto com essa percepção, veio o peso da responsabilidade que parecia absorver cada pensamento seu.Assim que saiu, ainda sentindo o frescor da manhã, encontrou Lucian à sua porta. Ele não disse nada, mas seus olhos eram suficientes para transmitir tudo que precisavam: empatia, respeito e, de um modo sutil, uma confiança que Bianca ainda lutava para sentir por si mesma.— Bom dia, Bianca — cumprimentou ele, em um tom calmo, sem pressa, como se a própria existência daquele momento fosse uma maneira de oferecer consolo.Ela forçou um sorriso, tentando manter a compostura enquanto atravessava a clareira ao seu lado, onde Draven, Zaphyr e os outros alfas já se encontr
Capítulo 46Os dias seguintes à revelação da profecia passaram como um borrão para Bianca. Desde que assumira seu papel de Guardiã da Unidade, ela se sentia ainda mais conectada à ilha e aos Alphas, como se algo em seu interior estivesse finalmente encontrando seu lugar. Lucian, Draven e Zaphyr ficavam próximos, como se pressentissem que cada segundo ao lado dela era precioso. Ainda havia algo no ar, algo que Bianca sentia que precisaria desvendar antes que o verdadeiro teste começasse.Uma noite, depois de longas discussões sobre o pergaminho e a profecia, Draven sugeriu que todos voltassem ao salão principal, um espaço sagrado e reservado apenas aos alfas mais antigos. Bianca os seguiu, intrigada e ansiosa pelo que aprenderia a seguir.Ao chegarem ao salão, o lugar a surpreendeu. Era vasto, com paredes de pedra que pareciam ter sido esculpidas há séculos, cada superfície coberta por símbolos e inscrições ancestrais. Bianca observou as marcas, percebendo que elas contavam uma históri
Capítulo 47Após a revelação dos segredos da ilha e das suas próprias habilidades, Bianca se sentia mais conectada do que nunca aos alfas. A profundidade dos laços que os unia agora era algo mais intenso, quase visceral, como se uma força invisível e ancestral estivesse os empurrando para mais perto uns dos outros. Ela notava isso, sentia isso, mas um dos alfas parecia transcender qualquer outra ligação que ela possuía.Draven.Entre todos eles, Draven sempre fora o mais reservado, o mais intransponível. Ele mantinha uma postura vigilante e parecia carregar o peso da ilha nos ombros. Mas, em pequenos gestos, em olhares que ela só agora conseguia perceber, sentia algo a mais — uma ternura oculta, uma vulnerabilidade escondida por trás da máscara de dureza.Era tarde quando Bianca encontrou Draven na clareira onde, dias antes, ele havia liderado o ritual de purificação. Ele estava ali sozinho, de pé no centro, como uma sombra alta e silenciosa contra o céu estrelado. A lua cheia ilumina
Capítulo 48Depois que Bianca se despede de Rykael ela resolve caminhar de volta à sua cabana, o silêncio da noite envolvia-a como um manto. A lua prateada brilhava acima, lançando sombras dançantes no chão. O ar estava carregado com o perfume de flores noturnas e o som distante das ondas batendo contra as pedras.Ao entrar no vilarejo e passar pelo cemitério, viu Draven parado, olhando pensativo na direção das lápides. Bianca parou, sentindo uma onda de compaixão.— Você sente muita saudade dela? — perguntou, aproximando-se.Draven se virou, surpreso.— De quem?— De Sara, sua irmã — respondeu Bianca.Draven olhou para ela, havia interrogação nos seus olhos.— Como você sabe? — perguntou ele— Rykael me contou — explicou Bianca. — Pensava que Sara fosse sua Luna.Draven suspirou, olhando para o chão.— Sara era minha irmã gêmea. Eu a amava muito. Depois da morte dos nossos pais, fomos o apoio um do outro.Bianca sentiu uma dor profunda.— Você realmente nunca teve uma Luna? — pergun
Capítulo 49Bianca despertou com um sobressalto, os olhos arregalados e a respiração pesada, como se tivesse corrido por horas. O suor gelado escorria pela sua pele, colando o tecido da roupa ao seu corpo, enquanto o coração batia descontrolado, martelando em seus ouvidos. Era como se seu corpo inteiro estivesse tentando fugir de algo invisível, algo monstruoso que se alojara em sua mente.O sonho — ou seria um presságio? — ainda pairava vívido em sua memória, uma visão que ela preferia esquecer mas que parecia ter se enraizado, insistindo em assombrá-la. Ela vira todos os alfas da Ilha, transformados em bestas sombrias, criaturas monstruosas, com corpos distorcidos e sem vida, dominados por uma escuridão que emanava de Malakai. Eram Umbrawolfs, como ele os chamara.Bianca apertou as mãos trêmulas contra o peito, tentando controlar o pânico crescente. Por que estava vendo aquilo? Era um aviso? Uma profecia? Ou apenas o medo a corroendo de dentro para fora? Não sabia, mas a imagem da n
Capítulo 50A brisa da noite soprava suave, trazendo o cheiro salgado do mar e o sussurro das ondas que ecoava pela floresta ao redor. Bianca olhava fixamente para o horizonte, onde a escuridão engolia o oceano, e a imensidão da noite parecia fazer sua mente vagar por territórios que ela há muito evitava. Por tanto tempo, sua vida na ilha havia sido um mistério constante, uma sequência de surpresas que ela precisou desvendar e aceitar para sobreviver. Mas aquela noite… algo a puxava de volta, despertando memórias que ela tentava esconder de si mesma, talvez temendo que, ao desenterrá-las, revivesse as correntes invisíveis que a prendiam."Como será que eles estão agora?", pensou, mordendo o lábio ao lembrar-se de Adrian, da mãe, e da vida que deixara para trás.Antes de chegar à ilha, antes do naufrágio e dos alfas, havia outra Bianca — uma jovem mulher aprisionada por expectativas que não eram as suas. Ela fechou os olhos, e as imagens de seu passado surgiram em sua mente, como fragm