Capítulo 45A ilha parecia silenciosa demais naquela manhã, como se ela também aguardasse algo. Bianca despertou com uma leve pressão no peito, um lembrete constante das palavras reveladas na noite anterior. O “Destino Dividido” deixara de ser uma lenda distante, assumindo uma realidade iminente, pulsante, quase palpável. E, junto com essa percepção, veio o peso da responsabilidade que parecia absorver cada pensamento seu.Assim que saiu, ainda sentindo o frescor da manhã, encontrou Lucian à sua porta. Ele não disse nada, mas seus olhos eram suficientes para transmitir tudo que precisavam: empatia, respeito e, de um modo sutil, uma confiança que Bianca ainda lutava para sentir por si mesma.— Bom dia, Bianca — cumprimentou ele, em um tom calmo, sem pressa, como se a própria existência daquele momento fosse uma maneira de oferecer consolo.Ela forçou um sorriso, tentando manter a compostura enquanto atravessava a clareira ao seu lado, onde Draven, Zaphyr e os outros alfas já se encontr
Capítulo 46Os dias seguintes à revelação da profecia passaram como um borrão para Bianca. Desde que assumira seu papel de Guardiã da Unidade, ela se sentia ainda mais conectada à ilha e aos Alphas, como se algo em seu interior estivesse finalmente encontrando seu lugar. Lucian, Draven e Zaphyr ficavam próximos, como se pressentissem que cada segundo ao lado dela era precioso. Ainda havia algo no ar, algo que Bianca sentia que precisaria desvendar antes que o verdadeiro teste começasse.Uma noite, depois de longas discussões sobre o pergaminho e a profecia, Draven sugeriu que todos voltassem ao salão principal, um espaço sagrado e reservado apenas aos alfas mais antigos. Bianca os seguiu, intrigada e ansiosa pelo que aprenderia a seguir.Ao chegarem ao salão, o lugar a surpreendeu. Era vasto, com paredes de pedra que pareciam ter sido esculpidas há séculos, cada superfície coberta por símbolos e inscrições ancestrais. Bianca observou as marcas, percebendo que elas contavam uma históri
Capítulo 47Após a revelação dos segredos da ilha e das suas próprias habilidades, Bianca se sentia mais conectada do que nunca aos alfas. A profundidade dos laços que os unia agora era algo mais intenso, quase visceral, como se uma força invisível e ancestral estivesse os empurrando para mais perto uns dos outros. Ela notava isso, sentia isso, mas um dos alfas parecia transcender qualquer outra ligação que ela possuía.Draven.Entre todos eles, Draven sempre fora o mais reservado, o mais intransponível. Ele mantinha uma postura vigilante e parecia carregar o peso da ilha nos ombros. Mas, em pequenos gestos, em olhares que ela só agora conseguia perceber, sentia algo a mais — uma ternura oculta, uma vulnerabilidade escondida por trás da máscara de dureza.Era tarde quando Bianca encontrou Draven na clareira onde, dias antes, ele havia liderado o ritual de purificação. Ele estava ali sozinho, de pé no centro, como uma sombra alta e silenciosa contra o céu estrelado. A lua cheia ilumina
Capítulo 48Depois que Bianca se despede de Rykael ela resolve caminhar de volta à sua cabana, o silêncio da noite envolvia-a como um manto. A lua prateada brilhava acima, lançando sombras dançantes no chão. O ar estava carregado com o perfume de flores noturnas e o som distante das ondas batendo contra as pedras.Ao entrar no vilarejo e passar pelo cemitério, viu Draven parado, olhando pensativo na direção das lápides. Bianca parou, sentindo uma onda de compaixão.— Você sente muita saudade dela? — perguntou, aproximando-se.Draven se virou, surpreso.— De quem?— De Sara, sua irmã — respondeu Bianca.Draven olhou para ela, havia interrogação nos seus olhos.— Como você sabe? — perguntou ele— Rykael me contou — explicou Bianca. — Pensava que Sara fosse sua Luna.Draven suspirou, olhando para o chão.— Sara era minha irmã gêmea. Eu a amava muito. Depois da morte dos nossos pais, fomos o apoio um do outro.Bianca sentiu uma dor profunda.— Você realmente nunca teve uma Luna? — pergun
Capítulo 49Bianca despertou com um sobressalto, os olhos arregalados e a respiração pesada, como se tivesse corrido por horas. O suor gelado escorria pela sua pele, colando o tecido da roupa ao seu corpo, enquanto o coração batia descontrolado, martelando em seus ouvidos. Era como se seu corpo inteiro estivesse tentando fugir de algo invisível, algo monstruoso que se alojara em sua mente.O sonho — ou seria um presságio? — ainda pairava vívido em sua memória, uma visão que ela preferia esquecer mas que parecia ter se enraizado, insistindo em assombrá-la. Ela vira todos os alfas da Ilha, transformados em bestas sombrias, criaturas monstruosas, com corpos distorcidos e sem vida, dominados por uma escuridão que emanava de Malakai. Eram Umbrawolfs, como ele os chamara.Bianca apertou as mãos trêmulas contra o peito, tentando controlar o pânico crescente. Por que estava vendo aquilo? Era um aviso? Uma profecia? Ou apenas o medo a corroendo de dentro para fora? Não sabia, mas a imagem da n
Capítulo 50A brisa da noite soprava suave, trazendo o cheiro salgado do mar e o sussurro das ondas que ecoava pela floresta ao redor. Bianca olhava fixamente para o horizonte, onde a escuridão engolia o oceano, e a imensidão da noite parecia fazer sua mente vagar por territórios que ela há muito evitava. Por tanto tempo, sua vida na ilha havia sido um mistério constante, uma sequência de surpresas que ela precisou desvendar e aceitar para sobreviver. Mas aquela noite… algo a puxava de volta, despertando memórias que ela tentava esconder de si mesma, talvez temendo que, ao desenterrá-las, revivesse as correntes invisíveis que a prendiam."Como será que eles estão agora?", pensou, mordendo o lábio ao lembrar-se de Adrian, da mãe, e da vida que deixara para trás.Antes de chegar à ilha, antes do naufrágio e dos alfas, havia outra Bianca — uma jovem mulher aprisionada por expectativas que não eram as suas. Ela fechou os olhos, e as imagens de seu passado surgiram em sua mente, como fragm
Aqui Começa o Livro 2 de A Luna Dos 100 AlfasCapítulo 51Bianca sentou-se no chão da caverna, cercada pelos símbolos antigos que brilhavam fracamente nas paredes. O ar estava pesado, quase sufocante, e um silêncio opressor pairava ao redor. Seus dedos traçaram as linhas desgastadas dos símbolos, sentindo uma pulsação suave, quase como se a caverna tivesse vida própria.Ela respirou fundo, o coração apertado com o peso do momento. Estava sozinha, pelo menos na aparência. Lucian, Draven e Rykael não estavam mais ao seu lado como homens. Haviam sucumbido à maldição, transformando-se em umbrawolfs — criaturas sombrias e selvagens, agora rondando as bordas da caverna como sombras inquietas.— Eu vou consertar isso — murmurou, como se tentasse convencer a si mesma tanto quanto a eles. Seus olhos varreram as inscrições, buscando desesperadamente a resposta que precisava. — Eu vou trazer vocês de volta, prometo.Um leve rosnado ecoou de algum canto escuro, seguido por o som de patas raspando
Capítulo 52Bianca despertou com os primeiros raios de sol iluminando a entrada da caverna. As paredes rústicas refletiam a luz suave, criando um espetáculo de sombras dançantes ao redor. Seu corpo ainda estava fraco, cada movimento um lembrete doloroso do sacrifício feito no ritual. Apesar disso, uma sensação de alívio preenchia seu peito. Ao seu redor, Draven, Lucian e Rykael permaneciam alertas. Suas conversas baixas eram quase um sussurro, mas os olhares atentos denunciavam a tensão no ar. O brilho de seus olhos, entretanto, parecia carregar uma esperança renovada, como se algo importante tivesse mudado.Draven, com seu semblante sério, se aproximou. A força de sua presença sempre fora um bálsamo para Bianca, mas, dessa vez, havia algo diferente. Ele segurava um cantil com água e ofereceu a ela, seus dedos roçando os dela por um breve momento. — Como você se sente? — Sua voz era grave, mas carregava um tom de preocupação sincera.Bianca tomou um pequeno gole antes de responder