Vanuzia tinha razão em amá-lo!
Roi era, além de belo e formoso, o dono de um coração enorme, sempre disposto e pronto a ajudar os demais.
Nascera no Peru no mesmo ano em que ela começara a engatinhar em terras chilenas.
Não vinha de uma classe social definida e desde adolescente tomara gosto por se aventurar em expedições que ocorriam nas constantes escavações peruanas. No início fora somente uma diversão, mas com o tempo o que ele chamava assim acabou se tornando um trabalho.
Como há muito tempo se ausentara das salas de aula, pois não suportava sentir-se preso e acuado, dedicou-se com afinco ao ramo e um brilhante guia se tornou, com um senso de direção fantástico.
Com o passar dos anos tornou-se especialista no assunto, pois passou a conhecer profundamente as montanhas do Peru, as cavernas chilenas e as densas florestas da Colômbia, sendo requisitado regularmente para a maioria das expedições importantes que aconteciam.
Também estava com 30 anos quando conheceu Vanuzia e na melhor de sua forma física, enquanto escalavam uma montanha que parecia não ter fim. Fora amor à primeira vista!
Ela havia acompanhado o grupo como a responsável científica e o havia tratado desde o início como um simples guia, chegando mesmo a princípio a vê-lo como um carregador qualquer e Roi, na sua constante alegria de viver, não se importou. Com o tempo ela passou a demonstrar um pouco mais de afinidade para com ele, ao conversarem sobre um ponto ou outro da expedição. Depois de alguns dias a afinidade subiu muitos degraus e ela já o enxergava como um amigo. Daí para o amor foram somente mais alguns degraus...
Apesar disso ele sentiu uma enorme resistência nela, mas procurou não ser indiscreto em nenhum momento, deixando que as coisas que tivessem que acontecer ocorressem naturalmente.
E quando enfim ela parecera ceder e lhe conceder uma chance para que algo muito especial florescesse entre os dois, uma barreira surgiu entre os dois. Esta barreira tinha nome e sobrenome: Príncipe Kedaf!
Assim que foi apresentado a ele por Vanuzia, de pronto sentiu que não era uma pessoa confiável, dado a experiência que tinha adquirido durante todos os anos em que se aventurava por inúmeros perigos ao lado de todos os tipos de pessoas.
Já se encontravam novamente numa cidade peruana quando a apresentação aconteceu, então aproveitara para fazer alguns contatos, nacionais e internacionais, uma medida de segurança que era comum, e descobrira que ele era de fato um príncipe africano muito afortunado, fanático por grandes explorações.
Mas mesmo apoderado dessa informação, uma sensação ruim sempre tomava conta dele quando Kedaf estava presente, como se ele exalasse um odor de pura maldade.
Mas apaixonado como estava foi convencido facilmente por sua amada a participar numa nova expedição liderada pelos três, buscando a primeira parte da pedra Hiphitusi, ou ao menos ajudar a desvendar outra lenda antiga.
Assim como ela, ficou entusiasmado pela nova empreitada, mas a presença constante de Kedaf sempre o desanimava.
Mesmo assim tiveram um sucesso surpreendente na primeira parte de sua exploração, que acabou tendo como destino final a sua terra natal, e por algum tempo aprendeu a conviver com ele e deixou de lado toda e qualquer suspeita que pudesse prejudicar os trabalhos que se propuseram a realizar.
Agora, muitos meses depois, sozinho e quase perdido no deserto, com fome e sede, já tinha quase certeza que o príncipe o havia enviado para a morte.
Levaram três semanas realizando inúmeros preparativos, antes de iniciarem a busca pelo primeiro quarto da pedra Hiphitusi.O primeiro passo foi descobrir onde iniciar a expedição.Reuniram todas as informações que cada um possuía e depois de dias de exaustivo estudo, onde cada um dos três entrou com seus conhecimentos específicos, montaram um enorme mapa que abrangia parte do Chile e do Peru, uma região da Colômbia e outra da Venezuela. Era uma área tão extensa que calcularam que poderia levar an
Kedaf era a "pedra no sapato" de Roi quanto ao seu relacionamento com Vanuzia.Quando eles pensavam em ficar um pouco a sós e falar sobre coisas diferentes do que a missão atual, ele surgia do nada com alguma nova ideia e o casal acabava por mudar os planos.Não era segredo que os dois se amavam para ninguém do grupo, que no momento era composto pelos três, sete carregadores e quatro seguranças armados. Conseguiram acalmar os ânimos exaltados da imprensa que queria a todo custo informações, prometendo uma coletiva assim que fizessem o último estágio de seu trabalho iniciado, caso houvessem dados a serem informados.Sobre o código descoberto, fizeram novo contato com o decifrador, pedindo a verificação de alguma outra utilização do mesmo na história ou ainda alguma referência que tivesse sido publicada a respeito. A resposta foi clara: não havia registro conhecido de sua utilização anteriormente! Dois dias depois o grupo já se encontrava novamente em outro trecho da mata fechada, muito mais próximo ainda de solo brasileiro, precisamente quase na fronteira com o Acre.Agora seguiam instruções de Kedaf quanto ao itinerário a seguir, pois ele passara somente o nome e a descrição do local no papel que entregara para Roi e Vanuzia. O caminho a ser seguido ele anotou em outra folha, que levava consigo.A palavra Mesfeqifse, traduzida a através do código Hiphitusi, significava "lardapedra", o que foi de encontro com as 7. A exploração no Peru
8. O Lar da Pedra
Apesar de tentarem utilizar alguns integrantes do grupo para iniciar os trabalhos dentro do lago, especialistas em mergulho tiveram que ser contratados quando começaram a escavar a parede de terra que circundava a grande pedra, pois não possuíam equipamento para essa ação específica e no primeiro dia de escavação descobriram algo fantástico.Atrás da grossa parede de terra existia outra feita de pedras e barro, e já não havia mais dúvidas de que encontraram um templo sob as águas. Com a chegada dos mergulhadores o trabalho ganhou um ritmo acelerado e em poucos dias toda a frente do templo estava à vista.
Nem Vanuzia ou Kedaf encontraram uma explicação plausível para a maneira como foi construído o Lar da Pedra.Desceram pendurados por cordas até o solo escorregadio e enquanto os demais construíam plataformas de madeira para se alcançar à parte externa, eles iniciaram uma detalhada pesquisa de campo, antes de adentrarem ao templo com a grande entrada convidativa.Chegaram à conclusão de que toda a construção fora planejada daquela forma desde o início, não sendo o templo coberto por cama
Uma poeira acumulada, formada talvez pela deterioração das paredes e do teto, cobriu todo o ambiente onde se encontravam. E por quase 30 segundos, todos ficaram paralisados aguardando o pior.Assim que o tremor passou e a poeira baixou de vez, puderam ver um dos carregadores caído no chão, se contorcendo de dor.Assim que Roi pressionou a pedra, subiram do chão estacas pontiagudas em duas fileiras paralelas, que iniciaram sua aparição do meio do cômodo e foram seguindo em linha reta para leste, oeste, norte e sul, subindo pelas
Ao saírem do templo as estrelas já ajudavam a Lua a iluminar o céu. Pediram para que todos se refugiassem no canto extremo, pois não sabiam o que estava para acontecer.Vanuzia não conseguia tirar os olhos da entrada do Lar da Pedra, esperando que Roi surgisse a qualquer segundo, mas sentia que ele estava demorando demais e angustia que tomava conta dela começava a sufocá-la.∆∆∆∆∆Roi estava a um metro da parede, para iniciar a descida. Devido à pressa que tinha, para sair da posição inc&oci