Conseguiram acalmar os ânimos exaltados da imprensa que queria a todo custo informações, prometendo uma coletiva assim que fizessem o último estágio de seu trabalho iniciado, caso houvessem dados a serem informados.
Sobre o código descoberto, fizeram novo contato com o decifrador, pedindo a verificação de alguma outra utilização do mesmo na história ou ainda alguma referência que tivesse sido publicada a respeito. A resposta foi clara: não havia registro conhecido de sua utilização anteriormente!
Sem o assédio da imprensa rumaram para o Peru e iniciaram uma nova exploração na área que menos foi cogitada nos estudos realizados como sendo o possível esconderijo do Terceiro Quarto.
Não era também, a exemplo do Chile, uma área extensa, a qual foi coberta em duas semanas.
Foram em dois jipes e dois caminhões até onde foi possível chegar, depois se embrenharam numa mata virgem na parte central do país, seguindo a leste sentido a região da Sierra Divisor, na divisa com o Brasil, num trecho que nem mesmo o experiente e nativo Roi já havia executado algum trabalho antes.
Depois de varrerem toda a área prevista, acabaram saindo num planalto que servia de ligação aos rios da região, mas erraram o ponto previsto por cerca de um quilômetro e meio.
Como teriam de retornar pela floresta, a não ser que quisessem enfrentar os rios e aproveitando para ter certeza de que nada de importante havia sido deixado para trás, Roi conduziu o grupo pelo trecho que não fora explorado devido o pequeno erro na rota e dois dias depois retornaram aos veículos sem novidades.
A decepção era visível em Vanuzia e Kedaf, mas Roi os encorajou a iniciarem um novo estudo assim que chegassem à cidade mais próxima dali, Contamana, gerando agora um mapa mais abrangente. Eles concordaram.
No caminho de volta encontraram um vilarejo e resolveram passar a noite e na manhã seguinte prosseguiriam na viagem. Acabaram encontrando uma casa que servia de hospedagem e se instalaram.
Kedaf resolveu finalmente dar um pouco de privacidade para Roi e Vanuzia e saiu, procurando um bar para tomar algo que o ajudasse a tirar o pó da garganta. Encontrou um lugarzinho escuro onde alguns homens tomavam em pequenos grupos suas bebidas, com uma bela morena vestida de índia atrás de um balcão simples.
— O que a senhorita me recomenda? – Pediu ele a atendente que o olhou sobressaltada.
— Não esperava que falasse o nosso dialeto!
— Sei vários! – Se gabou Kedaf em voz baixa.
— Pode tomar pisco, é muito boa! É uma aguardente de uva. Ajuda depois a pegar no sono, se esse for o seu interesse – disse ela com um olhar malicioso e completou – Também não causa ressaca.
Kedaf aceitou a sugestão e ela serviu uma dose. Como a educação que recebera na Inglaterra o transformara num homem que sabia educadamente conquistar as pessoas, de uma forma sutil acabou pagando bebidas para todos que se encontravam no bar, recebendo dezenas de elogios.
Iniciou um bate papo com a atendente, sem compartilhar das mesmas intenções que ela demonstrava e já estava na terceira dose quando ela disse algo que lhe chamou a atenção.
— Está indo para Mesfeqifse? Seu grupo é grande com vários veículos. – Disse ela baixo, quase sussurrando.
— Nunca ouvi falar deste lugar! – Disse ele no mesmo tom.
— Não é muito conhecido, quase ninguém vai lá! – Completou ela – Tem que atravessar uma boa parte da mata fechada até chegar num pequeno lago. Fui lá uma vez com meu pai há muitos anos. Ele me contou que se trata de um lugar sagrado.
— E o nome, o que significa?
— Ninguém sabe, mas os antigos chamam o local assim.
Kedaf anotou o nome, pediu todas as indicações possíveis para encontrar o lugar e conseguiu milagrosamente escapar da atendente, que queria agora declaradamente duas coisas: uma boa noite de sexo com um homem encantador e uma aventura com o grupo por dentro da mata.
Ele se desvencilhou educadamente dizendo que estavam num trabalho sério envolvendo diversas questões que exigiam um enorme sigilo, mas prometeu que ao terminarem essa nova exploração ele passaria pela vila para recompensá-la pela informação, mas agora precisava urgentemente deixar os demais a par do que havia descoberto, o que era verdade.
Voltou para o local que servia como hotel, o qual ele definira em sua mente como espelunca, e foi entrando no quarto de Vanuzia, flagrando-a nos braços de Roi.
— Que bom estarmos os três aqui! – Disse ele sem se importar com o olhar raivoso de Roi que caiu sobre ele. – Creio que tenho uma pista que não custa investigar!
Arrancou um papel do seu bloco de anotações e passou para que eles olhassem enquanto sorria.
Tinha uma ideia do que eles descobririam.
Dois dias depois o grupo já se encontrava novamente em outro trecho da mata fechada, muito mais próximo ainda de solo brasileiro, precisamente quase na fronteira com o Acre.Agora seguiam instruções de Kedaf quanto ao itinerário a seguir, pois ele passara somente o nome e a descrição do local no papel que entregara para Roi e Vanuzia. O caminho a ser seguido ele anotou em outra folha, que levava consigo.A palavra Mesfeqifse, traduzida a através do código Hiphitusi, significava "lardapedra", o que foi de encontro com as
Apesar de tentarem utilizar alguns integrantes do grupo para iniciar os trabalhos dentro do lago, especialistas em mergulho tiveram que ser contratados quando começaram a escavar a parede de terra que circundava a grande pedra, pois não possuíam equipamento para essa ação específica e no primeiro dia de escavação descobriram algo fantástico.Atrás da grossa parede de terra existia outra feita de pedras e barro, e já não havia mais dúvidas de que encontraram um templo sob as águas. Com a chegada dos mergulhadores o trabalho ganhou um ritmo acelerado e em poucos dias toda a frente do templo estava à vista.
Nem Vanuzia ou Kedaf encontraram uma explicação plausível para a maneira como foi construído o Lar da Pedra.Desceram pendurados por cordas até o solo escorregadio e enquanto os demais construíam plataformas de madeira para se alcançar à parte externa, eles iniciaram uma detalhada pesquisa de campo, antes de adentrarem ao templo com a grande entrada convidativa.Chegaram à conclusão de que toda a construção fora planejada daquela forma desde o início, não sendo o templo coberto por cama
Uma poeira acumulada, formada talvez pela deterioração das paredes e do teto, cobriu todo o ambiente onde se encontravam. E por quase 30 segundos, todos ficaram paralisados aguardando o pior.Assim que o tremor passou e a poeira baixou de vez, puderam ver um dos carregadores caído no chão, se contorcendo de dor.Assim que Roi pressionou a pedra, subiram do chão estacas pontiagudas em duas fileiras paralelas, que iniciaram sua aparição do meio do cômodo e foram seguindo em linha reta para leste, oeste, norte e sul, subindo pelas
Ao saírem do templo as estrelas já ajudavam a Lua a iluminar o céu. Pediram para que todos se refugiassem no canto extremo, pois não sabiam o que estava para acontecer.Vanuzia não conseguia tirar os olhos da entrada do Lar da Pedra, esperando que Roi surgisse a qualquer segundo, mas sentia que ele estava demorando demais e angustia que tomava conta dela começava a sufocá-la.∆∆∆∆∆Roi estava a um metro da parede, para iniciar a descida. Devido à pressa que tinha, para sair da posição inc&oci
Para comemorar o trabalho, com o saldo negativo de dois feridos, mas com muitos pontos positivos para contar, fizeram uma pequena confraternização que foi até a madrugada.O único a não participar da festa foi Kedaf, pois passou a noite toda analisando o conteúdo da bolsa que Roi retirara do templo, composto por três mapas do tamanho de um Atlas comum e uma parte de um quarto mapa, que foi divido em quatro partes aparentemente iguais.Vanuzia fez questão de tratar do ferimento que Roi fizera em sua perna e dormiram separados do
Na capital chilena passaram outras duas semanas nos preparativos para o andamento dos trabalhos.Apesar da insistência de Kedaf em não enviar nenhum dos mapas para que peritos avaliassem a sua idade aproximada, Vanuzia enviou um deles mesmo assim. Escolheu aquele que tinha um marco no continente Africano, mas este ainda não havia retornado quando estavam prontos para prosseguir com a expedição.Os objetos coletados anteriormente na área do Lar da Pedra não trouxeram nenhuma novidade para o grupo, pois não fora possível de
Kedaf desembarcou na Sortavala, dentro da República da Carélia, numa época em que o inverno castigava impiedosamente a Rússia.De lá rumou até a vila Heliulia (Khelyulya), localizada junto ao rio Tokhma, de onde seguiu com seu pequeno grupo para as montanhas.Ouviram rumores na vila, vindo de alguns caçadores, que dias antes ocorrera um leve tremor na direção em que se deslocavam, mas nada pode ser confirmado.<