Kedaf era a "pedra no sapato" de Roi quanto ao seu relacionamento com Vanuzia.
Quando eles pensavam em ficar um pouco a sós e falar sobre coisas diferentes do que a missão atual, ele surgia do nada com alguma nova ideia e o casal acabava por mudar os planos.
Não era segredo que os dois se amavam para ninguém do grupo, que no momento era composto pelos três, sete carregadores e quatro seguranças armados.
Constantemente eram pegos de mãos dadas e ao acontecer de serem, de certa forma, atrapalhados por Kedaf, este fazia questão de frisar que o relacionamento dos dois mais poderia prejudicar do que ajudar nesta expedição.
Roi, apesar de já ter se acostumado com este jeito de ser do príncipe, ainda não tinha plena confiança nele. Mas para não arranjar um conflito desnecessário, principalmente nos dias em que ficaram ociosos em Santiago e ele queria ardentemente preencher estes momentos ao lado de Vanuzia, resolveu se concentrar em alguma outra coisa.
Foi quando, mesmo não sendo a sua área, começou a tentar desvendar de onde poderia ter vindo a linguagem que dava nome às partes que formavam a pedra Hiphitusi.
Vasculhou com autorização em todos os trabalhos elaborados previamente por seus companheiros, de onde os dois não saíram da estaca zero. Já haviam enviado o nome do possível artefato em sigilo para os maiores especialistas em linguagens antigas do mundo, que informaram não existir tal língua.
Então um estalo surgiu na mente de Roi.
Imaginou se o que buscariam pudesse não ser uma linguagem e sim algum tipo de código e comentou com os dois, que a princípio rejeitaram totalmente a ideia, partindo do princípio de que entre os povos antigos não se havia registro da utilização de códigos elaborados a partir de uma linguagem local.
Roi concordou com eles, mas rebateu com o argumento de que com sinais e pequenas imagens existiram códigos de todos os tipos. E sendo assim, questionou, várias línguas de que tiveram conhecimento não eram compostas por sinais e imagens?
Kedaf teve que concordar que ele tinha razão e então enviou o agora possível código para outro especialista nesse campo e aguardaram.
Uma semana foi o suficiente para uma carta registrada retornar com uma informação positiva. Visdiosu Ryesvu era um código simples que significava "Terceiro Quarto".
Com essa descoberta concluíram que tudo apontava na direção de que estavam certos em prosseguir. Havia mesmo quatro partes que formavam a pedra e isso foi motivo de comemoração entre eles.
Mas a maneira como o nome foi codificado acrescentou um ponto de vista a ser levado em conta. O especialista explicara que fora utilizado o alfabeto conhecido atualmente como base para tal codificação, andando-se uma casa para frente, diferenciando-se somente esta ação entre as vogais e consoantes, ou seja, explicou ele, quando se tratava de uma vogal somente era utilizada a próxima vogal em seu lugar e o mesmo procedimento era utilizado no caso das consoantes.
O alfabeto conhecido datava aproximadamente do século IV a.C., com a inclusão das vogais pelos gregos no alfabeto criado pelos fenícios por volta de 900 a.C. e que ainda só se compunha de consoantes. Com essa informação em mãos tinham uma ideia da idade máxima que teria o código batizado pelo três de Hiphitusi. Ele o batizaram temporariamente com este nome para somente facilitar a comunicação entre eles e tentaram utilizar o código na palavra Hiphitusi, mas o resultado, Gengesore, não os levou para lugar nenhum.
Outro aspecto que levaram em conta foi se a utilização deste código tivesse ocorrido nos quatro cantos do mundo, onde a lenda dizia que as outras partes da pedra estariam, daria como resultado a possibilidade de que houvesse uma linguagem em comum, não de todos os povos conhecidos, mas destes que criaram os códigos. Ou ainda poderiam ter escolhido somente uma língua ao acaso para servir ao seu propósito, mas tudo não passava de meras suposições.
O que sabiam ao certo no grupo era que a lenda conhecida na América do Sul tratava do Terceiro Quarto. Isso era uma informação importante, não tinham dúvidas, mas aparentemente não ajudava na indicação do caminho a seguir para achar a sua localização.
Só não sabiam que estavam equivocados.
Conseguiram acalmar os ânimos exaltados da imprensa que queria a todo custo informações, prometendo uma coletiva assim que fizessem o último estágio de seu trabalho iniciado, caso houvessem dados a serem informados.Sobre o código descoberto, fizeram novo contato com o decifrador, pedindo a verificação de alguma outra utilização do mesmo na história ou ainda alguma referência que tivesse sido publicada a respeito. A resposta foi clara: não havia registro conhecido de sua utilização anteriormente! Dois dias depois o grupo já se encontrava novamente em outro trecho da mata fechada, muito mais próximo ainda de solo brasileiro, precisamente quase na fronteira com o Acre.Agora seguiam instruções de Kedaf quanto ao itinerário a seguir, pois ele passara somente o nome e a descrição do local no papel que entregara para Roi e Vanuzia. O caminho a ser seguido ele anotou em outra folha, que levava consigo.A palavra Mesfeqifse, traduzida a através do código Hiphitusi, significava "lardapedra", o que foi de encontro com as 8. O Lar da Pedra
Apesar de tentarem utilizar alguns integrantes do grupo para iniciar os trabalhos dentro do lago, especialistas em mergulho tiveram que ser contratados quando começaram a escavar a parede de terra que circundava a grande pedra, pois não possuíam equipamento para essa ação específica e no primeiro dia de escavação descobriram algo fantástico.Atrás da grossa parede de terra existia outra feita de pedras e barro, e já não havia mais dúvidas de que encontraram um templo sob as águas. Com a chegada dos mergulhadores o trabalho ganhou um ritmo acelerado e em poucos dias toda a frente do templo estava à vista.
Nem Vanuzia ou Kedaf encontraram uma explicação plausível para a maneira como foi construído o Lar da Pedra.Desceram pendurados por cordas até o solo escorregadio e enquanto os demais construíam plataformas de madeira para se alcançar à parte externa, eles iniciaram uma detalhada pesquisa de campo, antes de adentrarem ao templo com a grande entrada convidativa.Chegaram à conclusão de que toda a construção fora planejada daquela forma desde o início, não sendo o templo coberto por cama
Uma poeira acumulada, formada talvez pela deterioração das paredes e do teto, cobriu todo o ambiente onde se encontravam. E por quase 30 segundos, todos ficaram paralisados aguardando o pior.Assim que o tremor passou e a poeira baixou de vez, puderam ver um dos carregadores caído no chão, se contorcendo de dor.Assim que Roi pressionou a pedra, subiram do chão estacas pontiagudas em duas fileiras paralelas, que iniciaram sua aparição do meio do cômodo e foram seguindo em linha reta para leste, oeste, norte e sul, subindo pelas
Ao saírem do templo as estrelas já ajudavam a Lua a iluminar o céu. Pediram para que todos se refugiassem no canto extremo, pois não sabiam o que estava para acontecer.Vanuzia não conseguia tirar os olhos da entrada do Lar da Pedra, esperando que Roi surgisse a qualquer segundo, mas sentia que ele estava demorando demais e angustia que tomava conta dela começava a sufocá-la.∆∆∆∆∆Roi estava a um metro da parede, para iniciar a descida. Devido à pressa que tinha, para sair da posição inc&oci
Para comemorar o trabalho, com o saldo negativo de dois feridos, mas com muitos pontos positivos para contar, fizeram uma pequena confraternização que foi até a madrugada.O único a não participar da festa foi Kedaf, pois passou a noite toda analisando o conteúdo da bolsa que Roi retirara do templo, composto por três mapas do tamanho de um Atlas comum e uma parte de um quarto mapa, que foi divido em quatro partes aparentemente iguais.Vanuzia fez questão de tratar do ferimento que Roi fizera em sua perna e dormiram separados do
Na capital chilena passaram outras duas semanas nos preparativos para o andamento dos trabalhos.Apesar da insistência de Kedaf em não enviar nenhum dos mapas para que peritos avaliassem a sua idade aproximada, Vanuzia enviou um deles mesmo assim. Escolheu aquele que tinha um marco no continente Africano, mas este ainda não havia retornado quando estavam prontos para prosseguir com a expedição.Os objetos coletados anteriormente na área do Lar da Pedra não trouxeram nenhuma novidade para o grupo, pois não fora possível de