POV: AIRYS
Fazia dias que eu não via Daimon. Dias longos. Silenciosos, estranhamente, Incômodos.
Ouvir Symon comentar com um guerreiro que o Alfa Supremo havia retornado à minha antiga alcateia. A mesma que agora estava sem um Beta e sem um líder de verdade para colocar ordem. Claro que o Supremo iria intervir para resolver o caos, e sabíamos que o seu resolver geralmente significava alguém perdendo a cabeça.
— Ah! — O grito escapou rasgado da minha garganta no momento em que o chute me atingiu. Fui ao chão com violência, meu corpo rolando como boneca de pano pelo solo duro. A pele ardia, foi rasgada em vários pontos, o sangue ferveu.
Quando parei de me mover, seus pés já estavam perto demais do meu rosto. Arfei. A respiração curta, quente, ofegante. Senti o gosto metálico do sangue misturado à poeira.
<POV: DAIMON"Ridículos."O rosnado de Fenrir explodiu na minha mente com nojo, enquanto eu encarava a cena patética diante da alcateia. A expressão dele era tão feroz quanto a minha.O lugar cheirava a mofo, abandono, sangue antigo. A alcateia onde o ex-marido de Airys agora se dizia Alfa parecia mais um curral de escória do que território lobo.Os relatórios que recebemos estavam cheios de mentiras. Dados manipulados, números inflados. O avaliador que deveria inspecionar a situação? Estava enjaulado em um buraco imundo chamado calabouço — sim, no singular, porque achávamos que era só um. Descobrimos que existem outros. Espalhados, escondidos. Uma rede de podridão sustentada por outros Alfas covardes que acobertam essa sujeira."O cheiro de corrupção está impregnado nas paredes," disse Fenrir, impaciente. Eu podia sentir o desconforto dele se misturando ao meu. Nossos instintos estavam em alerta.Os hospitais? Um lixo. Faltavam desde itens básicos até medicamentos essenciais. O tipo d
POV: DAIMONMe inclinei, o obrigando a me encarar novamente. Seus olhos tremiam. Ele arfava de dor, os lábios rachados, pálidos.— Se falhar... deixarei Fenrir brincar com sua carne até roer os seus ossos.Soltei um rugido firme, liberando uma fração do meu poder Lycan. A pressão tomou conta do ambiente, densa, sufocante. A estrutura estremeceu. Os guardas ao redor gemeram, dobrando os joelhos, ofegantes, dominados pela força que escapava de mim sem esforço.“Não vou colocar essa porcaria fraca em minha boca.” Bufou meu lobo, impaciente. A irritação dele queimava em mim como sempre. Ri por dentro, sentindo o desprezo na voz. “Devia ter matado logo.”Sai do local sem olhar para trás, puxando o celular. Disquei para Symon.— Por isso, Fenrir, eu cuido da burocracia... e você dá carnificina. — Estalei a língua com tédio no tom quando o beta atendeu. — Já localizou Stephano?— Estamos seguindo algumas pistas. A última vez que foi visto foi nas terras dos errantes. — A voz dele estava firm
POV: DAIMON— Hunf... não sabia que você era um lobo ancestral ciumento, Fenrir. — Provoquei, sentindo o incômodo dele se intensificar. — Jasper só quer aprovação. É um filhote tentando agradar o Alfa. Não é uma ameaça. A humana pode ter um amigo.“Por quê?” Ele bufou, rosnando, impaciente. “Ela só precisa de nós.”O lobo se agitava dentro de mim, caminhando em círculos, faminto por posse, controle.— E a faremos entender isso. — Declarei, com a certeza sólida na voz.Meus olhos se fecharam por um instante. O desejo de tocá-la, ouvir sua respiração ofegante, sentir o arrepio dela ao som da minha voz... era constante.Chegamos à alcateia. Assim que desci do carro, inalei fundo.O cheiro dela estava no ar.Doce, provocante, impossível de ignorar.Segui em direção ao centro de treinamento. Meus passos eram lentos, firmes. Os recrutas abaixavam as cabeças à minha passagem, silenciosos, reverentes. Não respondi a nenhum olhar. Meu foco era na presa audaciosa a minha frente.Ela.Me aproxim
POV: DAIMONAirys franziu o cenho, claramente desconfiada. Seus olhos analisaram cada movimento meu. Os dedos dela se fecharam aos poucos. Corpo preparado. Olhar atento."Ela aprende rápido." Fenrir aprovou com um rosnado baixo dentro da minha mente.— Você é uma presa interessante de caçar, pequena coelhinha. — Estalei a língua, provocando. Ela bufou alto ao ouvir o apelido, o rosto corando de raiva. — Me mostre o que aprendeu.— E se eu me recusar? — Ela ergueu o queixo. O sorriso dela era afiado. Desafiador. — Não quero lutar contra você.— Não é uma opção. — Rosnei, e avancei de imediato.Ela mal teve tempo de pensar. Ergui a perna num golpe rápido, mirando alto, mas ela reagiu a tempo se abaixando, saindo da minha linha de ataque. A rapidez me surpreendeu. O corpo dela deslizou para o lado, os cabelos platinados balançaram com o movimento. Seu olhar encontrou o meu, firme, ofegante.Ela arfava, o peito subindo com força. Seus olhos brilhavam com tensão e uma centelha de excitação
POV: AIRYSPulsei.Não entre as pernas. Era pior. Pulsei em pontos que não deveriam reagir só com um pensamento. Um pensamento idiota e ousado demais: Como seria a fome de Daimon Fenrir?Merda. Bastou isso para meu cheiro mudar. Eu soube. Ele soube.O olhar dele ficou mais denso, mais selvagem. Terroso. Lupino. Feroz.Ele me fitava como se já estivesse me despindo, sem mover um músculo. Sem dizer nada. Só com aquele maldito olhar."Predatório."Engoli em seco. A garganta secou.Se ele ao menos fosse feio. Se tivesse um defeito. Mas não, ele era aquele tipo cruel de bonito, com o charme bruto dos que sabem o que são e o que fazem. E fazem bem.Limpei a garganta, tentando recobrar alguma dignidade, ajustando a costura da camisa nos ombros dele. Os braços estavam ali firmes. Quentes. Tensos.E a minha vontade? Apertar. Morder. Marcar.Passar a língua por cada centímetro largo de ombro. Subir pelo pescoço até o maxilar... E afundar os dentes ali, só para ouvir o som que ele faria.— Não t
POV: AIRYSEngoli seco.— Você não é real. — Dei de ombros, caminhando até a cama. Na escuridão da floresta ao fundo, a fera negra de olhos vermelhos acompanhava cada um dos meus passos. Sua presença era uma sombra constante, um predador à espreita.— Hunf. E como eu deveria ser? — Em um movimento rápido, Daimon agarrou meu pulso e me puxou para a cama. Seu olhar percorreu meu corpo de forma lenta e deliberada. Foi então que me dei conta de que, naquele sonho, eu estava exatamente como fui dormir: nua. — É o seu sonho, humana. Me mostre o que deseja.Um arrepio me percorreu inteira. Ele parecia tão real. Seu toque, quente e firme. A presença dominante, quase esmagadora. Sua respiração era pesada, contida, carregada de intenção. Os rosnados baixos que escapavam de seu peito reverberavam em mim, fazendo meu corpo reagir de maneira incontrolável.— É mesmo apenas um sonho? — sussurrei, mordendo o lábio inferior, tentando conter o tremor na voz.Ele sorriu, revelando as presas afiadas. Se
POV: AIRYS— Pequena, isso é um pedido perigoso para se fazer a um lobo faminto. — A voz de Daimon soou grave, carregada de uma ameaça velada. Seus dedos envolveram meu pescoço, apertando com firmeza, mas sem machucar. Era um toque de posse, domínio puro. Seu olhar faiscante mantinha o controle absoluto da situação. — Não espere que eu decline se decidir começar.Minha respiração acelerou, mas forcei um sorriso malicioso.— É o meu sonho, certo? — Meus olhos se fixaram nos dele, naquele tom terroso mesclado ao escarlate, afundados em um desejo bruto e incontrolável. — Não há consequências, não é real.Daimon não se moveu por um instante, apenas me estudou com intensidade antes de aproximar o rosto, seu nariz roçando contra minha pele. A respiração quente fez cada fio do meu corpo se eriçar, enquanto suas presas raspavam levemente contra minha face.— Se está tão certa disso… — Sua voz era um rosnado rouco, carregado de algo que me fez estremecer. — Por que está tremendo?Mergulhando o
POV: AIRYS— Então me beije… e não pare. — Ofeguei, minha boca entreaberta, implorando silenciosamente pelo que eu sabia que viria a seguir.Um sorriso torto surgiu na curva final de seus lábios antes de ele tomar os meus com fome.O beijo começou bruto, rude, possessivo. Ele não apenas beijava, ele devorava, explorava, tomava o que queria, como um predador saboreando sua presa. Sua língua invadiu minha boca sem resistência, dominando o espaço, arrancando-me suspiros pesados entre um arfar e outro.Mas ele não parou.Seus dedos continuavam se movendo, me provocando, controlando cada centímetro do meu corpo. Sempre que eu chegava perto do ápice, ele diminuía os movimentos, mantendo-me à beira, me negando o alívio, prolongando o tormento.Quando finalmente abandonou minha boca, eu já estava sem ar, a respiração descompassada, o peito subindo e descendo de maneira frenética.Ele tombou a cabeça levemente, o olhar intenso preso em mim. A língua deslizou sobre suas presas afiadas antes que