POV: AIRYS
O som dos grunhidos misturava-se ao farfalhar da neve sob seus movimentos erráticos. Então, diante dos meus olhos, ele se transformou. Onde antes havia um lobo feroz, agora havia um homem ajoelhado na neve. Ele não parecia muito mais velho do que eu. As mãos cobriam os olhos destruídos enquanto ele gritava de dor.
— Você me cegou! — Ele rosnou, sua voz carregada de ódio e dor. — Maldita, eu vou te matar, vou te esfolar viva e...
Antes que ele terminasse, Daimon se moveu. Rápido e impiedoso. Sua mão envolveu a cabeça do homem, e suas garras se cravaram fundo. Com um único movimento, esmagou o crânio dele como se fosse nada.
— Escandaloso. — O Alfa rugiu, a voz carregada de desprezo.
Meu coração disparou. Meus olhos se arregalaram ao ver o cenário atrás dele. C
POV: DAIMONSeus grunhidos de dor aumentavam a cada passo rápido que eu dava. Airys pressionou a testa contra meu ombro, prendendo a respiração de tempos em tempos, tentando sufocar a dor. Seu cheiro invadia meus sentidos, doce e quente, um veneno viciante. Seus cabelos roçavam minha pele, provocando uma sensação irritante e ao mesmo tempo tentadora.— Você é humana. Sua ferida causaria dor até mesmo em um Lupino. — Rosnei, lançando um olhar de canto. — Não precisa conter...— Eu não vou dar esse gostinho a eles. — Seus olhos cor de mel brilharam com fúria."Selvagem e vingativa." Fenrir saboreou suas palavras com orgulho.— Pare de morder a boca. Está se machucando ainda mais. Os inimigos já foram mortos. — Minha voz saiu fria, cortante. — N&a
POV: AIRYSSabe aquela voz que grita na sua mente para se afastar? Aquela que avisa que é perigoso, que ele não é confiável, que você vai se machucar?Pois bem, a minha mente falhou miseravelmente. Bastava um olhar nos olhos de Daimon para me perder por completo...“Beijei-o”Mantive meu olhar preso ao dele, esperando por uma resposta, tentando decifrar a fera que todos temiam. Até mesmo eu. Mas havia algo mais nele. Algo além do selvagem e brutal.— Sou um homem perigoso demais para se envolver. — Sua voz saiu rouca, calma, mas carregada de uma certeza absoluta. — Incapaz de amar como deseja ser amada.Minhas sobrancelhas se arquearam, o peito apertando com algo que não queria reconhecer. Senti o rosto arder, o corpo reagir antes mesmo de minha mente processar suas palavras.Tentei me erguer, me afastar, mas
POV: AIRYSA diversão em sua voz era nítida, mas seus olhos estavam intensos, fixos no meu rosto. — Você é ingênua, pequena humana.Seu tom não era apenas sarcasmo.— Malik e eu nunca devíamos ter nos casado. Não sou uma Lupina. — Minha voz saiu firme, mas o desconforto em meu corpo era evidente.Me remexi levemente e um som rouco escapou da garganta dele. Meu corpo enrijeceu ao lembrar que Daimon havia se transformado antes… e que agora estava completamente nu sob mim.O calor subiu para meu rosto no mesmo instante. Meus olhos se arregalaram e engoli em seco, mordendo a parte interna da boca.— Alfa… acho que minha perna já está melhor. Podemos sair.O sorriso torto que surgiu nos lábios dele fez meu estômago revirar. Em um único movimento,
POV: AIRYSOndas de prazer me consumiam, meu corpo tremia, eu estava perto demais do limite. Agarrando seus cabelos com força, arranhei seus ombros, joguei a cabeça para trás, arfando, implorando para que ele parasse antes que eu desmoronasse completamente.— Daimon... por favor... pare... — minha voz saiu em um sussurro entrecortado, quase um soluço de desespero. Eu não suportaria mais um segundo sem ceder ao clímax.Ele ergueu os olhos para mim. Vermelhos. Intensos. Selvagens.— Não, pequena... — sua voz veio rouca, carregada de desejo bruto. — Eu quero provar o seu sabor.Merda, merda... Mordi o lábio com força enquanto seus dedos se moviam com a mesma precisão da língua, uma tortura prazerosa. Meu quadril se movia em reflexo, buscando mais, até que a explosão me atingiu.
POV: DAIMON“Inadmissível!”Fenrir rugiu em minha mente, tomado pela fúria. “Deveríamos arrancar a cabeça desse Beta insolente.”Cerrei os punhos, contendo a raiva.— Symon não interromperia sem um bom motivo. — Minha voz saiu áspera, carregada de irritação.Meus olhos voltaram para a pequena despida em minha cama. O desejo ainda latejava sob minha pele, o cheiro dela impregnado no ar. Mordi a parte interna da bochecha, lutando contra o instinto de voltar e a tomar como deveria. Mas não agora.“Para o bem dele, que seja algo relevante.”Levantei-me, ignorando o desconforto no corpo tenso e segui para fora, cada passo pesado, marcado pela frustração. Atravessei a mansão com pressa, subi no carro e fui direto para a sede. Assim que passei
POV: DAIMONOs representantes respiravam devagar, tensos, temendo qualquer movimento errado.— Rei Lycan, imagino que já esteja ciente do que aconteceu. — A voz grave do ancião ressoou. Ele era um dos descendentes diretos dos primeiros Alfas que fundaram o conselho. — As pedras foram levadas… junto com muitas vidas inocentes.— Eles sabiam a planta da alcateia. Sabiam como entrar e sair sem serem notados. — Hazin, Alfa da Abyssum, rosnou. — Não foi apenas um ataque. Eles queriam nos pegar desprevenidos, queriam o caos.— Eles atearam fogo na creche da minha alcateia! — A voz de Kael, líder da Ventus Lucis, explodiu na reunião. — Filhotes, desprotegidos, queimados sem piedade!O peso de suas palavras caiu sobre todos. Murmúrios se espalharam, carregados de choque e indignação.
POV: AIRYSSete longos dias se passaram sem nenhuma notícia, sem sua presença. Nada. O vazio em torno de mim parecia sufocante. Estava ali, sozinha, naquele quarto enorme, cercada por seu cheiro e pela irritação crescente.— Parabéns, Airys. Mais um Alfa fugindo da sua vida. — Murmurei para mim mesma, revirando os olhos.A rotina se resumia a ser levada ao hospital, onde uma médica loba, aparentemente perdida, me dava ordens. Depois, era trazida de volta para essa prisão de luxo sob vigilância constante. Dois guardas se revezavam para me vigiar, como se eu fosse um perigo iminente.Parei diante da porta, encarando Jasper, que mais parecia uma estátua inexpressiva.— Quero voltar para o meu antigo quarto. — Cruzei os braços. — Não há motivo para me manterem aqui.
POV: AIRYS— Terá que servir. — Murmurei, voltando para perto dele. Empurrei suas pernas para abrir espaço entre elas. Ele tombou a cabeça para o lado, me encarando em silêncio enquanto tomava outro gole.— Não deveria beber estando ferido. — Resmunguei, preparando o material.— O que pensa que está fazendo, pequena? — Sua voz saiu grave e rouca, carregada de um aviso.— Tentando impedir que sangre até morrer. — Retruquei, pegando a garrafa ao lado e despejando um pouco da bebida sobre a ferida. Ele rosnou baixo, mas não se moveu.— Isso vai doer. Ainda não quer ir ao hospital ou ao lago? — Questionei, encarando-o.— Não há necessidade de fazer isto. — Daimon deu de ombros, pegando a garrafa da minha mão e virando mais um gole, indiferente.— Você que sabe. — Murmurei, passando a agulha pela sua carne, fechando o corte com precisão. Ele não resmungava, não rosnava, sequer se movia. Apenas me observava. Terminei o último ponto, apliquei um curativo e assoprei levemente sobre a pele que