Perigoso e Sedutor

Era a mesma sensação de ser encarada por um tigre faminto.

O cara tinha cabelos cor de amêndoa penteado para trás, barba no queixo e um terno impecável no corpo forte e alto... ele se destacava na multidão. A cabeça dele estava meio inclinada para o lado, a mão acariciando o queixo enquanto os olhos não saíam do corpo dela dançando.

Tinha algo naquele cara que dava arrepio. Ele parecia perigoso como uma bala perdida e bonito como um Deus grego.

Duas mulheres estavam sentadas de cada lado dele, desesperadas por sua atenção. Uma delas tinha a mão na perna dele e a outra estava tentando beijar o pescoço dele.

Mas ele parecia nem ligar.

Quando Angelina finalmente desviou o olhar dele, já tinha perdido o ritmo, deixando vários clientes decepcionados.

Ela ainda sentia o olhar dele sobre ela, enquanto se movia ao redor do poste, tentando terminar o número pelo menos de uma forma decente.

“Tira a roupa logo!” Exigiu um dos clientes, irritado pela falta de espetáculo.

Ela já estava praticamente nua, mas não era suficiente. Angelina ignorou o pedido, torcendo o corpo no poste enquanto a música chegava ao fim. Ela só queria sair do palco o mais rápido possível.

Mas não resistiu e olhou novamente. Seus olhos percorreram a multidão até a área VIP. O cara estava conversando com alguém, os olhos não mais na jovem dançarina. Alívio se espalhou por seus ombros.

Ele a deixava mais desconfortável do que a multidão barulhenta.

Ela rapidamente juntou o dinheiro que jogaram para ela e saiu do palco.

Não foi graciosa, nem sedutora. Ela literalmente correu o mais rápido que os seus saltos permitiram.

Zoe a cumprimentou nos bastidores com uma careta no rosto, disfarçada por um sorriso desajeitado.

“Aquilo foi... Deixa pra lá. Primeiras vezes sempre são ruins.” Ela assegurou, tentando não ofender.

“Mas você se saiu bem no pole, eu fiquei até chocada. Talvez ainda possamos fazer algo com você.”

Angelina deu um sorriso irônico.

“Não vou ganhar nada assim.”

Ela tinha apenas uns sessenta dólares na mão.

“Você ficou distraída ou algo assim? Teve uma hora que você ficou congelada, isso foi estranho.”

“É. Tinha um cara lá...”

Zoe riu.

“Querida, tem milhares de caras aqui.”

"Não. Ele era diferente. Ele parecia realmente...rico." Ela gaguejou, sem saber como descrever o estranho de olhos prateados.

"Tem muita gente rica aqui. Principalmente filhos de papais ricos ou os próprios papais." A ruiva explicou o óbvio, lançando um olhar estranho para a outra mulher.

"É o seu primeiro dia, não se estresse. Mais dinheiro virá com os shows particulares."

Isso não soa bem...

"O show que você fez lá vai atrair clientes. Os caras vão te pedir um showzinho particular se te acharem sexy. Simples assim." Zoe deu de ombros, marchando de volta para o camarim.

As duas mulheres pararam. Um cara baixinho e meio encorpado estava parado no meio da sala, esperando. Ele estava em uma conversa casual com Jess antes de seus olhos estreitos pousarem nas duas mulheres.

"E aí, Dog." Zoe cumprimentou, com uma certa irritação na voz.

Isso instantaneamente deixou Angelina nervosa. Era normal homens aleatórios aparecerem no camarim?

"O chefe pediu a Angel."

O tal 'Dog' disse com indiferença, claramente não se importando com as mulheres seminuas na sala.

O coração de Angelina começou a bater mais rápido. Suas mãos ficaram suadas, e sua pele ficou pálida.

Será que eu fui tão ruim assim?, pensou ela.

O medo se enrolou em seu estômago.

 "P-pra quê?" Ela gaguejou, sua voz quebrada pela ansiedade.

Zoe tentou sair em sua defesa.

 "Dog, é o primeiro dia dela-"

"Não importa. São ordens. Ele quer ver ela e vai ver." O homem afirmou, silenciando a mulher. "Vamos."

A ordem soou alta e clara, ela não tinha escolha. Angelina só pôde baixar a cabeça e deixar o homem guiá-la pelos corredores escuros do clube.

Apesar de ser baixinho, ele caminhava rápido, o que criou muita dificuldade para a garota mal vestida de salto alto.

Ele a levou para dentro de uma sala de estar privativa. Assim como o resto do clube, as paredes eram pintadas de vermelho, e um palco menor com pole dance, estava no meio.

Olhos ferozes encontraram os dela, assim que Angelina entrou na sala. O mesmo homem que tinha observado sua apresentação estava sentado em um longo sofá branco em formato de meia-lua. Um dos seus braços estava sobre uma bela morena e o outro segurava um cigarro aceso.

Ele deu uma longa tragada, observando Angelina dos pés à cabeça.

"Nikolai, achei que você gostava das mulheres peitudas." A morena ao seu lado falou com uma voz fina forçada, empurrando seus seios contra o braço dele. O olhar dela era venenoso. Se dependesse dela, Angelina estaria sangrando no chão.

Mas não era assim. O homem, Nikolai, tinha o poder, e parecia não hesitar em usá-lo.

"Cale a boca," Ele rosnou, os olhos ainda fixos em Angelina.

A morena deu um gritinho irritante quando foi bruscamente empurrada para o lado pelo mesmo braço que ela estava se encostando.

Nikolai se levantou lentamente, sua figura imponente pairando sobre todos na sala. O paletó que ele vestia antes agora estava ausente, a camisa preta justa revelava os músculos robustos de seus braços e de seu abdômen.

"Qual é o seu nome?" Fumaça saía de seus lábios finos com cada palavra brusca.

Angelina recuou, tropeçando desajeitadamente para trás quando a distância entre eles diminuiu.

Nunca revelamos nossos nomes reais... O conselho de Zoe ecoou em sua cabeça.

"A-angel."

"Seu nome verdadeiro." Ele exigiu.

"Angel." Sua voz soou como a de um personagem de desenho animado, aguda e cheia de medo.

Ela se sentia tensa e sobrecarregada. Suas bochechas queimavam febrilmente, e suas pernas tremiam como gelatina.

O homem bufou a fumaça restante pelo nariz, um pequeno sorriso perigoso se formando em seus lábios bem desenhados. Ele parecia quase impecável, exceto por uma velha e feia cicatriz em sua bochecha esquerda.

"Angel...” Ele prolongou cada letra como se estivesse saboreando o gosto daquele nome.

Ele se aproximou, ficando diante de sua figura pequena.

"Gosto disso... Inocência..."

Os olhos de Nikolai percorreram seu rosto, parando em seus seios.

"Tire o sutiã."

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