Proposta Sombria

Até na sua própria mente, ela era prisioneira daqueles assustadores olhos prateados. O furacão de pensamentos a levava à beira da loucura.

"Ele disse por que quer me ver...?"

"Não. Por que ele faria isso? O Chefe gostou do seu rostinho bonito, só isso." Jess deu de ombros.

“Não se preocupe muito, ele paga bem e... ele também é o solteirão mais cobiçado que eu conheço. Tenho que admitir, ele é um gato."

Zoe assentiu concordando.

"Verdade. Mas, cuidado. Tenho certeza que não preciso te dizer o que ele realmente é."

Angelina balançou a cabeça.

"Acho que já sei."

Ele é um homem capaz de aprisionar almas.

Um cara com dinheiro e poder bruto. Mas, não era só isso. Havia algo mais sombrio nele. Ela sentia isso toda vez que ele a olhava. Seu olhar a prendia como uma presa indefesa.

Na verdade, Angelina não fazia ideia de quem ele era.

"Então você também deveria saber que ele não gosta de esperar." Jess a empurrou.

"Espere. Não vou deixar ela ir com esse cabelo assim” Zoe interrompeu, levantando-se rapidamente.

Angelina só conseguiu protestar baixinho antes de ser empurrada novamente para a cadeira. Quinze minutos depois, Zoe tinha feito maravilhas, e quase nenhum sinal de exaustão podia ser visto no rosto dela.

Ela foi enviada novamente para a mesma sala, usando uma lingerie rendada diferente e os mesmos saltos.

Seus nós dos dedos bateram na porta de madeira, nervosismo crescendo dentro dela. Ela esperava que seus nervos estourassem a qualquer momento. Distraidamente, ela se perguntou até onde poderia ir antes de ceder ao medo.

Um "Pode entrar" veio do outro lado da porta, a voz um grave familiar. Reunindo o que restava de sua coragem, Angelina entrou, encontrando uma visão um pouco diferente da de ontem.

Uma mesa com duas taças de vinho e pratos estava posta no meio da sala. Não havia sinal da mulher de ontem. Eram apenas os dois, com ela parada de forma desajeitada na porta e Nikolai sentado no final da mesa.

Seu olhar firme pousou sobre ela assim que ela deu um passo para dentro do cômodo. O homem era capaz de devorá-la com um único olhar. Ele parecia mais casual do que quando ela o viu pela primeira vez, usando uma camisa preta justa com as mangas dobradas e jeans da mesma cor. Seus cabelos castanhos claros estavam de forma bagunçada, mas ainda assim perfeitamente, dando-lhe um ar mais descontraído.

"Sente-se." O convite soou mais como uma ordem quando ele apontou para uma cadeira vazia, do outro lado da mesa.

Hesitante, ela fez o que foi mandado. O olhar dele não desviava, observando cada movimento que ela fazia.

Ela não conseguia ler o que se passava em sua cabeça, mas notou seus dedos se fechando e abrindo em um punho.

"Você está confusa, Angel?" Ele soou quase divertido ao perguntar isso, saboreando a tensão crescente.

"Estou. Por que você me chamou aqui, além de dançar?" Sua voz tremia. Ela temia a resposta dele.

"Eu quero jantar com você." Nikolai encolheu os ombros musculosos, um sorriso provocador nos lábios.

Angelina franziu a testa.

"Não pode ser tão simples assim."

Jantar inocente no inferno? Tinha algo estranho nisso.

Seu sorriso se transformou em algo amargo.

"Verdade." Uma risada baixa vibrou em seu peito. "Tenho algumas perguntas para você."

Ele se inclinou para a frente, os músculos de seus braços quase saltando para fora da camisa.

 "Você sabe quanto seu pai..."

Angelina engoliu em seco.

"Sim, eu sei."

"E você sabe o que acontece se não pagar a dívida?"

"Não é difícil adivinhar."

Seu pulso acelerou e os dedos se curvaram em sua pele por baixo da mesa.

"Você é esperta, não é?”

Nikolai recostou-se na cadeira, soltando uma risadinha.

"Não precisa ficar tão nervosa. Não vou fazer nada...ainda. Quero saber mais sobre você. Você é estudante? Ou tem um emprego?"

A pergunta casual a pegou de surpresa.

 "Sou estudante de dança." Ela respondeu com hesitação.

"Irônico, não é?" Ele não parecia muito surpreso. “Você gosta disso? Você deve ter muitos homens atrás de você com esse rosto angelical."

Angelina deixou as unhas afundarem mais em suas pernas.

 "Não, não é verdade."

"Então, você é virgem?"

Os pensamentos acelerados dela paralisaram com aquela pergunta. Ele não parecia abalado, como se fosse a coisa mais normal do mundo perguntar isso.

"Isso não é realmente da sua conta."

Suas sobrancelhas grossas se franziram, os dedos novamente se fechando em um punho.

"Apenas responda."

Sua voz era calma, ameaçadoramente calma. Não deixava espaço para desobediência.

A pressão entre os dois aumentou. O lábio de Angelina tremia antes dela morder ele. Ela realmente não tinha escolha.

"Sim...sou."

Nikolai pareceu satisfeito, os músculos relaxaram um pouco. Ele a observou com tranquilidade, deixando o silêncio pairar antes de falar novamente.

"Bom...quero que me venda isso."

"O quê?"

“Venda sua virgindade para mim e eu quito a dívida do seu pai”.

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