Pum Pum PumO coração dela batia nos ouvidos mais alto do que o motor do Mercedes preto. Os vidros eram escuros e o couro fino parecia gelado contra a pele dela. Mas isso não era nada comparado ao desconforto que ela sentiu quando Dog ordenou que ela colocasse uma venda nos olhos. “Precaução” ele disse. Para onde quer que estivessem indo, ela não deveria ver o caminho.Essa foi a pior viagem de carro que ela já fez, incluindo a vez em que o pai dela bateu em uma árvore quando ela tinha cinco anos. Sem rádio, sem conversas, sem visão, apenas suspense.Sua respiração parou quando sentiu o veículo parar suavemente. Ele tinha dirigido em uma estrada por cerca de quinze minutos. A viagem foi longa. Onde quer que estivessem, não estavam mais na mesma cidade.A porta ao lado se abriu. “Você pode tirar isso agora.” Dog falou, já se afastando do carro. Quando Angelina removeu o pano preto dos olhos, ela ficou de boca aberta. O carro estava estacionado em frente a uma mansão enorme. Daquela
“Conta tudo.”“Conta o quê?”"O que tá rolando com você?" Amanda tinha passado o dia inteiro tentando manter uma conversa com Angelina, sem ela ficar no mundo da lua de uma hora para outra. "O que você quer dizer?""Ah, não se faça de doida. Você sabe o que eu quero dizer. Você anda deprê ultimamente. Tá com cara de cansada e nem fala comigo como antes. Nem respondeu minhas mensagens ontem." Sua voz mudou rapidinho de irritação para preocupação genuína. "O que tá rolando, amiga? Sabe que pode me contar tudo."Angelina parou no meio do corredor. Ela não tinha dormido a noite toda e o treino a deixou esgotada. Além disso, ela tinha que encontrar o Nikolai à noite. Parecia que o mundo estava pesando nos ombros dela. "Você tá só imaginando coisas. Só ando cansada ultimamente. Não sei o porquê." Era uma mentira meio esfarrapada, ela sabia. "Só preciso descansar um pouco."Não posso simplesmente falar " tô prestes a vender minha virgindade pra um chefão do crime porque meu pai é um jogado
Foi como dar um passo para um mundo completamente diferente. Assim que ela saiu do táxi, se viu cercada por um luxo destinado a pessoas ricas e poderosas. Nikolai era os dois, ela supôs. O hotel era do tipo que coloca um chocolate no travesseiro. Uma única noite poderia deixá-la quebrada para o resto da vida. Angelina não pôde deixar de se sentir deslocada. Seu vestido vermelho cereja parecia barato, brega demais em comparação com a seda, joias brilhantes e casacos de pele que algumas mulheres usavam com orgulho nos ombros.Nervosa, ela ajustou seu casaco, caminhando lentamente pelo impressionante saguão.“Senhorita Ryans?” Antes mesmo de chegar à recepção, um homem de terno preto com um crachá que dizia Joel se aproximou dela. “S-sim?” Angelina limpou a garganta, um pouco assustada por ouvir seu nome sendo dito por um total estranho.Joel sorriu um sorriso perfeito de foto de crachá. Seus dentes pareciam branqueados só para agradar clientes esnobes. “O Sr. Ivanov está esperando po
Nikolai se afastou do beijo, removendo a camisa dele em um movimento fluido. Seu corpo tatuado e marcado agora estava totalmente visível para a jovem inocente. Ele tinha o corpo de um assassino. Seus músculos eram tensos e rígidos, tatuagens de máfia e prisão cobriam cada centímetro quadrado de seu corpo. Cada tatuagem carregava um significado. Algumas simbolizavam as vidas que ele tirou, outros contavam a história de um ladrão.Enquanto alguns expressavam amor por sua pátria, outros falavam da escravidão e do ódio ao governo. Seu corpo servia como uma espécie de livro contando sua história de medo, raiva, prisão, liberdade, violência e morte. A cicatriz grossa e irregular que parecia dividir seu peito em dois era apenas outro lembrete de seu violento passado, presente e futuro.Angelina não pôde deixar de olhar para o mapa de tinta em seu corpo. Ela nunca conheceu uma pessoa tão tatuada ou cheia de cicatrizes.Logo o olhar dela voltou para o rosto dele, quando ele mais uma vez beijo
“Sua dívida foi paga.”Seus olhos prateados implacáveis estavam gravados em sua memória. Mesmo em seus sonhos, ela ainda os via olhando friamente para ela, sentia suas mãos insensíveis e calejadas a segurando, seus lábios quentes nos dela...A lembrança enviava arrepios por sua espinha. Mais de uma semana havia passado desde aquela noite, e ainda assim ela não conseguia escapar dele. Esse homem tinha destruído sua mente.“Você está ouvindo?” Uma voz falou de repente através da mesa. O rosto ligeiramente preocupado de Dário apareceu quando ela levantou o olhar da xícara de café que estava segurando em suas mãos.“Sim, desculpe,” Angelina conseguiu dar um sorriso fraco “Só estou pensando em muitas coisas”Mesmo em um encontro com Dário, eu não consigo tirá-lo da minha mente. Eu achava que minha vida iria voltar ao normal, mas parece que nada é como antes. “É sobre a competição? Não se preocupe. Você é uma dançarina incrível.” Dário sorriu. Ele estendeu a mão pela mesa, gentilmente segu
Todo o corpo dela ficou congelado.Ela conhecia aquela voz. Isso a aterrorizava e ela estava com muito medo de se virar e confirmar suas suspeitas. Fazia seu peito se encher de um fôlego que ela estava com muito medo de soltar. Não era o tom simpático e ensolarado de Dário. Essa voz exigia que ela parasse, quando tudo o que ela queria era correr o mais rápido que suas pernas a levassem.“Eu paguei minha dívida.” O sussurro saiu de forma trêmula. Ela sentiu ele se aproximar até que sua respiração quente roçou em sua nuca. “Seu pai visitou o clube outro dia.”Seus olhos se fecharam.Meu Deus.Não era uma questão de se, mas de quanto.Sua boca de repente ficou seca como uma lixa. Suas palmas ficaram úmidas de suor e ela tinha certeza de que estavam tremendo. “Quanto...custa?”“Mais do que uma noite pode pagar.”Lágrimas começaram a se acumular em seus olhos. Elas embaçaram sua visão, mas ela se recusou a deixá-las cair. Lentamente, ela se forçou a se virar para trás e encará-lo. Olhos
Uma parte dela sentia que era uma missão tola tentar escapar da máfia, mas ela se arrependeria muito mais se não tentasse. Ela nem tinha um plano adequado. Tudo o que ela sabia era que precisava agir agora e que a distância era a única coisa que importava.Angelina fechou a bolsa de viagem, jogando-a sobre seu ombro esbelto.Nikolai tinha a capacidade de rastreá-la se ela não fosse cuidadosa. Talvez até já houvesse alguém plantado em sua porta para garantir que o acordo não fosse quebrado. A borda da janela tremeu quando ela a empurrou para abrir. Depois de uma rápida olhada ao redor, suas pernas balançavam para fora da janela do segundo andar. O telhado do pátio a poupou de uma queda fatal. Seu coração batia mais rápido a cada passo que ela dava. Assim que suas botas tocaram o chão enlameado, ela saiu correndo pela rua.Algumas olhadas estranhas foram dirigidas à jovem garota, mas a maioria presumiu que ela era apenas mais uma adolescente atrasada para pegar um ônibus. Ninguém sabia
Angelina ficou pálida. O primeiro cara se virou para falar com o motorista e o outro olhou para os passageiros. Ela logo reconheceu quem era aquele cara em particular. O olhar frio e implacável dele caiu sobre ela, destruindo qualquer esperança de fugir. Dog abriu caminho entre as fileiras de assentos, olhando de forma perversa para ela. Angelina se encolheu no assento, desejando que ele não a reconhecesse. Se um buraco negro aparecesse debaixo dos seus pés, ela cairia na hora. Seus olhos azuis arregalados olharam para o chão, como se isso fosse adiantar alguma coisa. Ela não se atreveu a olhar para cima quando ele ficou ao lado dela. O olhar frio parecia perfurar sua cabeça."Se levanta", disse Dog com monotonia. Responder não era uma opção.Quando Angelina não se mexeu, ele se aproximou mais. "Não cause problemas. Vem comigo ou eu atiro em todo mundo nesse ônibus e te arrasto daqui".Ela viu o brilho da sua arma no cinto. Sem dizer uma palavra, ela se levantou e seguiu Dog até a