Uma parte dela sentia que era uma missão tola tentar escapar da máfia, mas ela se arrependeria muito mais se não tentasse. Ela nem tinha um plano adequado. Tudo o que ela sabia era que precisava agir agora e que a distância era a única coisa que importava.Angelina fechou a bolsa de viagem, jogando-a sobre seu ombro esbelto.Nikolai tinha a capacidade de rastreá-la se ela não fosse cuidadosa. Talvez até já houvesse alguém plantado em sua porta para garantir que o acordo não fosse quebrado. A borda da janela tremeu quando ela a empurrou para abrir. Depois de uma rápida olhada ao redor, suas pernas balançavam para fora da janela do segundo andar. O telhado do pátio a poupou de uma queda fatal. Seu coração batia mais rápido a cada passo que ela dava. Assim que suas botas tocaram o chão enlameado, ela saiu correndo pela rua.Algumas olhadas estranhas foram dirigidas à jovem garota, mas a maioria presumiu que ela era apenas mais uma adolescente atrasada para pegar um ônibus. Ninguém sabia
Angelina ficou pálida. O primeiro cara se virou para falar com o motorista e o outro olhou para os passageiros. Ela logo reconheceu quem era aquele cara em particular. O olhar frio e implacável dele caiu sobre ela, destruindo qualquer esperança de fugir. Dog abriu caminho entre as fileiras de assentos, olhando de forma perversa para ela. Angelina se encolheu no assento, desejando que ele não a reconhecesse. Se um buraco negro aparecesse debaixo dos seus pés, ela cairia na hora. Seus olhos azuis arregalados olharam para o chão, como se isso fosse adiantar alguma coisa. Ela não se atreveu a olhar para cima quando ele ficou ao lado dela. O olhar frio parecia perfurar sua cabeça."Se levanta", disse Dog com monotonia. Responder não era uma opção.Quando Angelina não se mexeu, ele se aproximou mais. "Não cause problemas. Vem comigo ou eu atiro em todo mundo nesse ônibus e te arrasto daqui".Ela viu o brilho da sua arma no cinto. Sem dizer uma palavra, ela se levantou e seguiu Dog até a
“Tá vendo, minha anjinha”, falou Nikolai friamente, pegando uma cadeira de um canto. “Você me forçou a fazer isso, e agora eu tenho que te ensinar uma lição.” Ele se sentou, acendendo um cigarro. Seu olhar estava ardendo como as chamas do inferno, enquanto o resto de seu rosto parecia indiferente. “Estupr3m ela.” As palavras soaram com autoridade. Frio e brutal.Os olhos de Angelina se arregalaram com horror absoluto. “Não! Não faça isso! Por favor!” gritou Anglelina, completamente desesperada, olhando para a amiga naquele estado deplorável.Dog agarrou os dois braços dela, forçando seu corpo contra o dele.Os três homens se aproximaram de Amanda e seguraram ela. Seus gritos roucos e angustiantes, ecoavam por todo o armazém enquanto ela era forçada a se deitar no chão úmido. O choro de sua amiga enviou um medo arrepiante pela espinha dela. Um dos homens segurava os braços de Amanda para cima, o outro segurava suas pernas, abrindo-as para que o terceiro homem se colocasse sobre sua
Respirando fundo, saiu do apartamento de Amanda. O vento estava mais forte, batendo em suas bochechas pálidas e revirando seus cabelos loiros. Era uma curta caminhada da porta da frente até o seu inevitável destino.Dog estava apoiado na frente do carro, com os olhos fixos nela, assim que ela saiu da casa da amiga. Nikolai havia lhes dado vinte minutos de privacidade, mas não saiu da frente da casa. O assunto deles não estava encerrado."Eu posso abrir minha própria porta." Angelina murmurou quando Dog apontou para o banco de trás.O couro abraçou sua figura quando ela se sentou no carro, que era, de resto, bastante confortável. Ela preferia olhar para o interior do carro do que para o cruel homem sentado ao seu lado. Os olhos dele pareciam queimar buracos em sua pele. Ele olhava com a intensidade de um lobo observando sua presa."Você tem medo de mim, Angel?" Sua voz quebrou o silêncio no momento em que o carro começou a se mover."Sério que você está me perguntando isso?""Respond
“Moça!” Uma voz angustiada ecoou na escuridão.“Moça! Por favor, acorde!”Angelina sentiu seus ombros sendo sacudidos, tirando-a de um sono profundo do qual ela não queria mais acordar. Lentamente, ela abriu os olhos pesados. A primeira coisa que viu foi a expressão preocupada de Irina. A empregada estava inclinada sobre ela, onde ela tinha desmaiado no dia anterior, ainda encostada na parede.“Obrigada, Deus”, suspirou Irina quando viu seus olhos finalmente abertos. “Você está bem, moça? Quer que eu chame um médico?”“Não”, ela respondeu com a voz rouca como lixa. “Não chame ninguém.” Não tinha sido um pesadelo afinal. A gaiola dourada era tão real quanto as algemas invisíveis em seus pulsos e o peso pesado em seus ombros.“Tem certeza? Você está pálida”, insistiu Irina.“Eu já disse que estou bem”, Angelina respondeu, sem querer ser rude, apesar de estar de mau humor. Irina não era culpada pelo que tinha acontecido. “Desculpe, não foi minha intenção...”“Está tudo bem, moça”, a
O quarto estava envolto em escuridão. Cortinas fechadas, ela só conseguia ver pedaços da luz da lua escapando pelas brechas. Um daqueles feixes fracos iluminava os cabelos cor de noz de Nikolai. Dava ao seu rosto uma borda afiada e fazia seus olhos cinzentos brilharem como prata predatória. Sua mandíbula estava cerrada, parecendo cortante o suficiente para atravessar a pele.Devagar, ele levantou uma bebida escura até os lábios, seu pomo de adão se movendo ao dar um grande gole. Ainda assim, seus olhos não saíam do corpo dela. “Tire a roupa” A ordem abalou o ar ao redor deles, falada em um tom tão baixo e rouco que ela sentiu seus ossos tremerem.A escuridão a proibia de ver muitos detalhes, mas ela conseguia claramente distinguir as silhuetas das altas estantes de livros, enquanto Nikolai estava sentado em uma poltrona à frente delas, com uísque girando no copo que segurava.Finalmente, seus dedos trêmulos tiraram o vestido fino, que caiu com facilidade. As alças finas caíram de seu
Os dias passaram como um borrão e, logo marcou uma semana desde que ela chegou à mansão Ivanov. O tempo tinha um fluxo estranho lá. Arrastava-se durante o dia e passava voando quando Nikolai e ela jantavam juntos. Isso havia se tornado uma espécie de tradição. Quando ele não estava ocupado no clube ou em qualquer outro negócio, ele se certificava de que tivessem refeições juntos. Angelina não entendia a obsessão dele em tê-la por perto. Nikolai estava longe de ser um amante generoso, ele era um homem de muitos desejos sombrios e por isso, Angelina não entendia porque desde a noite em que vendeu sua virgindade, ele nunca mais transou com ela. Toda vez que ela olhava para ele, ela lembrava daquela noite, era impossível esquecer e agora, ele evitava contato físico com ela, como se nunca tivessem transado. Angelina tinha aprendido coisas sobre ele que jamais esperaria conhecer. Nikolai detestava beterraba e sempre mantinha uma arma debaixo do travesseiro. Em algum momento, ela também
“Você me traiu.”Ela conhecia aquele tom. E conhecia aquele olhar também. Seus olhos brilhavam de crueldade. Frios. Implacáveis. Da última vez que ele a olhou assim, ela estava implorando para que ele poupasse Amanda.“Angel, Angel...” Ele balançou a cabeça de uma maneira assustadora. “Estou desapontado. Será que fui ingênuo em pensar que você aprendeu sua lição?” Ele falou, pegando duas luvas de couro de seu casaco preto. Ele as colocou, movendo os dedos longos como se estivesse verificando o ajuste.Sua respiração engasgou em sua garganta. Dog e outros dois homens entraram no camarim. O clique da fechadura sendo girada fez o sangue gelar em seus ossos.“Angelina, o que está acontecendo? Você os conhece?” A confiança tinha desaparecido da voz de Dário. Seu rosto estava pálido como cal, e o aperto em sua cintura desapareceu. “Nikolai... eu posso explicar. Não machuque ele, por favor.” Ela deu um passo para trás, lutando para manter a voz firme. “Ele não fez nada. Eu juro-“ Angeli