Dança Particular

O comando repentino quase a fez engasgar com o ar.

"Eu não vou fazer isso." Suas mãos subiram para cobrir seus seios, o que só divertiu mais o homem.

"Seu pai me deve muito dinheiro, não é?"

Então, esse é o cara...

"Eu vou te pagar por tudo o que você fizer. Tire o sutiã e eu te dou 100 dólares. Você nunca vai ganhar o suficiente dançando naquele palco."

Angelina engoliu em seco, sentindo seu estômago se contrair. Ele pacientemente esperou, olhos cinzentos perfurando-a. Como um coelho na mira de um lobo, ela se sentia congelada.

Havia algo tenebroso naquele homem. Apenas um simples gesto normal dele, dava arrepios nela.

Seus dedos trêmulos subiram até os ombros. As alças do sutiã deslizaram e pouco depois, o fecho se desfez.

Ah, não, as almofadas dos seios!

Assim que o sutiã caiu no chão, os enchimentos gelatinosos que Zoe a fez colocar em seu sutiã, também caíram.

Ela havia se esquecido completamente deles.

Todas as suas inseguranças ficaram estampadas em seu rosto, suas bochechas ficando vermelhas como tomate.

Ela olhou estupidamente para as duas coisas gelatinosas aos seus pés, envergonhada.

Como uma verdadeira hiena, a risada da morena ecoou pela sala.

"Meu Deus! Que patético! A garota tem até menos coisa do que uma tábua"

Aquilo doeu.

Angelina sempre foi magrinha, mas ela não era completamente sem seios.

“Cai fora.” Nikolai rosnou, sem dar nem um olhar para a outra mulher. A risada dela parou.

Ela parecia pronta para matar Angelina, mas não se atreveu a responder o homem. Reclamando alguma coisa baixinho, ela saiu apressada do quarto, os saltos altos fazendo barulho no piso frio.

Embora Angelina estivesse contente por ter se livrado daquela garota, parte dela meio que preferia que ela continuasse lá.

Agora só restavam os dois. Ele não a tocou, não precisava. Seus olhos cinzentos inflexíveis, que examinavam cada centímetro do seu corpo, já faziam sua pele ficar vermelha.

“Dance para mim.” Ele exigiu de repente, dando um passo para trás para dar-lhe espaço. “Se você se sair bem, eu dobro o dinheiro. E não se cubra.”

As mãos trêmulas de Angelina abaixaram lentamente dos seus seios nus. O vento frio beijou sua pele, fazendo ela se arrepiar. Vergonha cresceu em sua barriga. Sob o olhar frio e observador dele, ela se sentia pequena e vulnerável.

Ela não conseguia encara-lo nos olhos, enquanto subia no pequeno palco.

Suas pequenas mãos se envolveram no poste, puxando seu corpo para a movimentação.

Não havia música.

Um pesado silêncio pairava sobre o ambiente abafado, às vezes quebrado pelo som de seus saltos batendo no palco.

Seus movimentos eram desajeitados e meio tímidos. Não havia ritmo para guiá-la, exceto as rápidas batidas do seu coração.

Com o canto do olho, ela viu Nikolai apoiado no sofá, os braços cruzados sobre o peito largo. Ele não parecia ter mais de trinta anos, mas não havia nada de infantil em seus traços. Eram sombrios, os de um homem que tinha visto o inferno e voltado amigo do diabo.

Ele pegou ela olhando para ele.  Nada jamais escapava dele, cada olhar sutil era notado. Não havia nada que entregasse suas intenções quando ele se aproximou do palco de repente, como um predador espreitando sua presa.

Angelina parou, seu corpo se erguendo através do pole. Seus olhos azuis celestiais se encontraram com os dele, cinza aço.

Com o peito ofegante, ela o viu tirar notas de dólar do bolso. Ele não disse nada, e sua expressão não entregava nada também, enquanto ele colocava o dinheiro em sua calcinha.

Até que os dedos dele roçaram seus lábios inferiores, parando em cima deles. Seus olhos fixos na boca delicada de Angelina.

“Boa.” Ele murmurou roucamente, retirando a mão um momento depois.

Como se não tivesse feito nada, Nikolai deu um passo para trás e acendeu outro cigarro.

“Pode ir agora.” Ele disse para a garota atordoada.

Ela ainda podia sentir a sensação de seus dedos quentes em seus lábios, enquanto se apressava para sair do palco, o dinheiro ainda em sua calcinha.

Angelina não ousou olhar para ele enquanto saía correndo, suas palavras ecoando em seus ouvidos quando a porta se fechou atrás dela:

“A gente se vê de novo...Minha Angel..."

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