“Por Sean Gallagher”Após ter passado na empresa de Zoe e sua secretária ter informado que ela já havia saído para almoçar, decidi seguir para o restaurante onde ela costuma ir. No entanto, ao chegar ao restaurante e avistá-la com o ruivo que se tornou sua sombra, cerrei os punhos e parei imediatamente de andar. Mas, ao ver sua risada, seu rosto corado e a maneira como ela parecia tão à vontade, voltei a andar. Não vou dar a chance desse cara roubar o que é meu.— Sean? — Ela pergunta, assustada, enquanto troca olhares com o idiota ao seu lado. — O que está fazendo aqui?— Vim falar com você sobre a nossa filha. — respondo, tentando soar calmo enquanto encaro Zoe. — Não consegui falar com você mais cedo e, como tive uma reunião aqui perto, quis aproveitar a oportunidade.— Você não é a única pessoa ocupada no mundo, Sean. Tive algumas reuniões pela manhã e não consegui olhar o celular. — Zoe diz, com sua indiferença habitual.Inevitavelmente, encaro Matthew, que se inclina para trás n
Sem esperar por mim, Zoe segue em direção à saída. Dou um último olhar para Matthew, que me dá um sorriso que me provoca a vontade de socá-lo, e sigo os passos dela. Durante todo o caminho até sua sala, Zoe evidencia seu desejo de manter distância, permanecendo em silêncio. No entanto, quando entramos em sua sala e ela fecha a porta atrás de nós, seu olhar se torna pura insatisfação.— O que foi aquilo? — ela pergunta, colocando as mãos na cintura enquanto me encara. — Você sabe muito bem que nossos encontros devem ser limitados ao necessário, e hoje não era um desses dias.— Já te disse, estava aqui perto e resolvi adiantar a minha conversa com você. — respondo, tentando soar indiferente, sem sucesso. — Só não imaginei que você estaria almoçando com aquele… homem.— Queria entender por que você decidiu agir como um cachorro marcando território ao ver Matthew perto de mim. — Zoe comenta, dirigindo-se para sua mesa. Após se encostar e cruzar os braços, continua: — Será que você não con
“Por Zoe Adkins”Assim que Sean se vira para sair, levanto o olhar para encarar suas costas. Quando a porta se fecha, finalmente solto o ar, que estava preso na garganta, e esfrego a mão no rosto.— Não acredito que isso aconteceu… — resmungo, deixando meu corpo relaxar na cadeira. — Aliás, o que foi isso que aconteceu?Antes que eu pudesse me recuperar totalmente, ouço batidas à porta, o que me obriga a sentar corretamente. Matthew surge assim que permito sua entrada, levantando a sobrancelha enquanto me lança um olhar questionador.— Vejo que continua viva. — ele brinca, aproximando-se após fechar a porta atrás de si.— Um leão por dia. — respondo, tentando soar casual. — Sean e sua mania de mimar a Liah, nada de novo no paraíso.— Minha mãe sempre diz que pais e avós adoram estragar crianças.— Sua mãe está completamente certa, Matt. — concordo, soltando um suspiro pesado ao me lembrar da chegada de Giulia nos próximos dias. — Sempre que a avó da Liah vem para Nova York, o estresse
“Por Sean Gallagher”Após a frustração que se tornou o meu encontro com Zoe, retorno à empresa mesmo contra a minha vontade. Esses últimos anos, desde que ela saiu da minha vida, trabalhar se tornou algo que faço por obrigação. A empresa se tornou preto e branco e diversas vezes pensei em mudar a sede da holding para outro lugar, apenas para não me lembrar de tudo o que aconteceu entre nós.No entanto, com o tempo, passei a fazer das lembranças uma espécie de tortura, uma punição por tudo o que perdi por minha própria culpa, e acabei me acostumando ao automático que se tornou minha vida profissional.— Sr. Gallagher. — George, meu assistente, diz assim que entro na minha sala. — A Sra. Rossi pediu que o senhor entrasse em contato assim que chegasse. Ela já ligou cinco vezes.— Farei isso. Obrigado. — agradeço, contendo a vontade de revirar os olhos diante do exagero da minha mãe. Podem se passar mil anos, e ainda assim, dona Giulia sempre me verá como seu bebê.Me livro do terno que p
“Por Zoe Adkins”Paraliso por um momento, decidindo entre deixá-lo entrar, torcendo para que realmente seja uma coincidência, ou inventar uma desculpa e dispensá-lo. Ann limpa a garganta discretamente, tentando chamar minha atenção.— Peça para ele esperar um momento, por favor, Ann — finalmente respondo, piscando algumas vezes para voltar à realidade. — Preciso fazer uma ligação e já vou atendê-lo.— Certo. Com licença.Com um leve aceno de cabeça, Ann se vira e sai, deixando-me a sós com minhas inseguranças. Abaixo a cabeça sobre a mesa, apoiando-a nos braços cruzados. Holloway. O sobrenome ecoa em meus pensamentos, algo que não fez parte da minha vida, mas que tem um grande peso na minha história.— Pare de bobeira e aja profissionalmente, Zoe — resmungo, levantando a cabeça para tentar me recompor. Com um suspiro pesado, me levanto, hesitando. — Mesmo se for ele, nem sequer sabe da sua existência.Com esse pensamento, finalmente sigo em direção à porta, hesitando novamente antes d
“Por Sean Gallagher”O som do relógio na parede da minha sala parece ecoar mais alto do que nunca enquanto permaneço de pé, encostado na mesa, observando o médico da empresa examinar Beatrice. Ele verifica os sinais vitais e, em seguida, pega um pequeno frasco do kit de primeiros socorros. Abrindo-o, passa o frasco sob o nariz dela, esperando que o cheiro forte a faça recobrar a consciência.Depois de alguns segundos, Beatrice começa a se mexer, franzindo a testa enquanto seus olhos se abrem lentamente. Ela parece confusa e desorientada, tentando entender o que aconteceu. O médico a ajuda a se sentar, segurando seus ombros para mantê-la estável.— Calma, Srta. Espósito. — o médico diz suavemente. — Você desmaiou. Como está se sentindo agora?Beatrice pisca algumas vezes, ainda tentando focar. Ela olha ao redor da sala, parando o olhar em mim.— Sean…? — ela sussurra, com a voz fraca. — Você… você está aqui ou já estou no céu?— Estou aqui, Beatrice. — respondo, me aproximando enquanto
“Por Zoe Adkins”Entre contratos, reuniões, lista de convidados e detalhes da festa, a semana passou voando. E hoje, mesmo sendo um dos poucos dias que tenho para descansar, me permito acordar mais cedo, apenas para aproveitar esses momentos de tranquilidade antes que o ritmo da festa de aniversário de Liah comece.A casa está silenciosa, com exceção dos sons suaves que faço ao preparar o café da manhã. Pego a bandeja com cuidado, observando os detalhes que incluí: suas frutas favoritas, um leite morno, mini panquecas em forma de coração e um muffin que ela adora.— Agora, vamos começar o dia de uma forma especial, Sr. Fofuxo. — sussurro para o gato de Liah, que dorme tranquilamente no sofá.Subo as escadas silenciosamente, tentando não fazer barulho ao abrir a porta do quarto. Ao ver minha pequena dormindo serenamente, abraçando seu pato de pelúcia, um sorriso bobo surge em meu rosto.Coloco a bandeja sobre a mesa de cabeceira e me aproximo devagar, sentindo o coração aquecer ao vê-l
O silêncio que se segue é tão pesado quanto inesperado. Sinto meu rosto corar instantaneamente, surpresa com o pedido de Liah. Observo Sean passar a mão pelos cabelos, claramente tentando encontrar as melhores palavras para explicar a uma criança de 3 anos por que ele não pode morar com ela. Ele se remexe, buscando uma resposta adequada.— Ah, Piccola… Isso é um pedido muito grande — ele começa, optando por uma resposta breve. Liah franze o cenho, como se não entendesse por que seu pedido é tão complicado.— Mas eu quero, papai — ela insiste. — O papai da Maya mora com ela, e ele sempre conta historinhas para ela dormir.— Mas a mamãe já não conta? — pergunto, levantando a sobrancelha. Liah abre um sorriso travesso.— Sim, mamãe. Mas eu também quero o papai. Por que você não pode morar com a gente, papai?— Porque… — Sean começa a falar, mas para, olhando para mim, como se estivesse pedindo ajuda sobre o que responder. — A mamãe é muito espaçosa e gosta de ter uma cama só para ela. Ma