“Por Sean Gallagher” Solto as mãos de Zoe, dando um passo para trás enquanto tento processar tudo ao meu redor. A decoração, os sorrisos dos nossos amigos, a expressão radiante de Zoe… Tudo isso me deixa confuso e, de certa forma, irritado. — Zoe, afinal, que porra está acontecendo aqui? — pergunto, sentindo minha voz sair mais fria do que pretendia. A surpresa e a confusão me impedem de tentar ser gentil. Zoe arregala os olhos, assustada com a minha reação, enquanto Stefano, que está ao lado de Ellie, me encara, tão surpreso quanto eu. Ao notar o silêncio reinante, continuo. — Por acaso a Ellie está grávida e vocês decidiram aproveitar a oportunidade para revelar isso a Stefano? — pergunto, sarcástico. — Sean, não é a Ellie quem está grávida — responde Zoe, abrindo um sorriso hesitante — Sou eu. Estou grávida, Sean. — Grávida? — pergunto, num tom alto. Logo agora, que finalmente achei que tudo estava se ajeitando na minha vida, Zoe diz isso? Nego com a cabeça, torcendo par
“Por Zoe Adkins” Sinto todo o meu corpo tremer e minhas mãos suarem, resultado da surpresa da revelação. O dia que eu tanto esperei, aquele que deveria ser especial e cheio de alegria, se transformou em um pesadelo. Cada palavra dele ecoa na minha mente, transformando todos os sentimentos bons nos piores possíveis. — Aquela noite foi há quase quatro meses… — murmura Sean, trazendo-me de volta à realidade. Ao levantar os olhos, encontro seu olhar fixo na parede cinza enquanto ele parece recordar cada dia até aqui. — Por que você levaria tanto tempo para me contar? — pergunta, encarando-me. — Isso só me faz acreditar que algo deu errado e agora você quer se aproveitar do nosso relacionamento para jogar essa responsabilidade em mim. Fecho os olhos por um momento, deixando as lágrimas descerem novamente, torcendo para que tudo seja apenas um pesadelo. Mas, ao abrir os olhos, tudo o que encontro é seu olhar carregado de julgamento e raiva. Respiro fundo, decidida a colocar um ponto f
A chuva começa a cair no momento em que saio do prédio, grossas gotas batendo contra meu rosto e se misturando às minhas lágrimas. Não me importo. Na verdade, é quase um alívio sentir algo físico além da dor emocional que me consome. Levanto a mão, chamando o primeiro táxi que vejo. — West 22nd Street, por favor — digo, informando meu endereço ao taxista. Ele acena com a cabeça e começa a dirigir. Quando finalmente chegamos, pago o motorista e saio do táxi, ignorando a chuva que molha meus cabelos e a roupa até finalmente entrar no prédio. As gotas de chuva escorrem pelo meu rosto, misturando-se com minhas lágrimas enquanto caminho pelo corredor. Abro a porta do apartamento com as mãos trêmulas, seguindo para o quarto sem me preocupar em tirar a roupa molhada. Simplesmente me jogo na cama, sentindo o colchão afundar sob o meu peso. E então, finalmente, deixo tudo sair. As lágrimas continuam a descer incontrolavelmente enquanto me enrolo nos lençóis. As palavras e acusações que
“Por Sean Gallagher”Sentado no chão da sala de estar com uma garrafa de whisky na mão, o ambiente escuro reflete exatamente o que se passa dentro de mim. A cada gole, sinto o líquido queimar a minha garganta enquanto tento afogar a dor e a confusão que me consomem. Diferente da noite silenciosa, minha mente está um caos, cheia de pensamentos e lembranças.Quero acreditar nela. Quero acreditar que Zoe é diferente, que tudo o que ela disse é verdade. Mas cada vez que tento, a lógica me arrasta de volta, me lembrando da maldita vasectomia, das probabilidades quase impossíveis e de como já passei por algo assim antes.Levanto a garrafa, tomando mais um gole, tentando afogar a lembrança amarga do meu passado. Elena. Zoe está certa, por mais que eu me force a acreditar, a traição dela ainda é uma ferida aberta, uma cicatriz que nunca se fechou completamente. Ela também me jurou amor, também me fez acreditar em suas mentiras, até que a verdade me levou ao inferno.— Isso é uma porra de um c
“Por Zoe Adkins”Dois dias se passaram desde aquela noite devastadora, mas a dor ainda é aguda, como se fosse ontem. Ir pessoalmente à empresa parecia uma escolha sensata, mas agora o nervosismo é quase paralisante. Sinto como se estivesse prestes a enfrentar uma batalha com Sean e me forço a lembrar que este é apenas um passo necessário para seguir em frente.— É só mais uma tarefa, Zoe — murmuro para mim mesma, tentando me encorajar enquanto pego minha bolsa para sair. — Apenas vá, faça o que precisa ser feito e continue sua vida com Liah.Acaricio minha barriga, buscando um pouco de força antes de abrir a porta e sair. Ao chegar em frente ao carro estacionado, solto um suspiro pesado acompanhado de uma risada amarga.— Hora de me despedir de você, Porsche — resmungo, abrindo a porta do carro. — Foi bom enquanto durou, mas não quero nada que tenha vindo dele.Balanço a cabeça e ligo o carro, seguindo em direção à empresa. O nervosismo faz com que o trajeto passe rapidamente, e logo
Beatrice cambaleia para trás, surpresa, levando a mão ao rosto. Seus olhos brilham com fúria, mas o sorriso irônico permanece em seus lábios. Antes que ela possa reagir, dou um passo à frente e a ataco novamente, com outro tapa, tentando extravasar o ódio que sinto pela menção a Liah.— Nunca mais ouse falar da minha filha desse jeito! — digo, com a voz trêmula de raiva. — Aliás, você não tem nem o direito de sequer mencioná-la!— Que cena comovente, Zoe — ela solta uma risada amarga. — Se pensa que um tapa vai me calar, está muito enganada. Você é burra, Zoe. Burra em pensar que Sean acreditaria em suas mentiras. Acha mesmo que ele faria um filho com qualquer uma? Sempre soube que havia algo por trás de sua aproximação, mas não imaginei que fosse algo tão baixo.— Fale o quanto quiser, Beatrice. Porque, sinceramente, não me importo com sua opinião ou com a de qualquer outra pessoa — afirmo, dando de ombros enquanto observo seu olhar se estreitando. — A verdade que carrego é suficient
Sinto o calor dos dedos de Sean em meu pulso, e seu olhar intenso permanece fixo no meu, me prendendo no lugar. Respiro fundo, tentando controlar o misto de sentimentos que me invade, e desço meu olhar para sua mão antes de encará-lo novamente.— Tire sua mão de mim — digo, puxando meu pulso para findar o contato físico, mas seu aperto só se intensifica. — Me solte, Sean! Se está tão preocupado, entre e veja com seus próprios olhos. Ou acha que estava roubando algo?Sem uma palavra, Sean solta um suspiro pesado. Seu aperto em meu pulso relaxa, mas antes que eu possa reagir, ele me puxa em direção à porta de sua sala. A força inesperada me deixa desequilibrada, e eu tropeço ligeiramente enquanto ele abre a porta com a outra mão. Ele me arrasta para dentro, soltando meu braço logo após fechar a porta atrás de nós.O CEO se afasta um pouco, virando-se de costas para mim enquanto passa as mãos pelos cabelos, claramente frustrado e confuso. Sinto minha respiração pesada, a raiva e o medo a
Minha respiração trava no peito ao ouvir suas últimas palavras, e a mensagem por trás delas me atinge como um soco. É quase como se ele sugerisse que poderíamos simplesmente apagar o problema se o resultado não fosse o esperado.Imediatamente, todos os sentimentos que já existiam dentro de mim parecem triplicar. Como ele poderia sequer insinuar algo tão cruel? A ideia de que ele poderia pensar em descartar uma vida, nossa filha, como se fosse apenas um contratempo indesejável… é demais para suportar.Sinto todo o meu corpo tremer e, sem pensar, sem ponderar as consequências, levanto minha mão, acertando-a em seu rosto. O som ecoa pela sala, marcando o momento com uma clareza terrível. Sean fecha os olhos, paralisado, enquanto leva a mão ao rosto que rapidamente fica vermelho, como se isso pudesse afastar a realidade do que acabara de acontecer.Ao abrir os olhos, seu olhar se torna intenso, mas não recuo; pelo contrário, me fortaleço.— Como você ousa sugerir algo tão monstruoso? — pe