A boa notícia é que eu tinha convencido Luca e Manu a irem em um encontro duplo com Liam e eu. A má notícia é que de alguma forma eu tinha conseguido transformar a trilha em... um acampamento. Pelo menos essa era a má notícia pra mim. Liam tinha ficado muito, muito animado! O fato é que era tão bonitinho ir vendo-o se empolgar quando falava dessas coisas que eu acabava dando ideias loucas, como ser convidada para fazer algum esporte radial ou acampar.
E foi assim, que naquela sexta de feriado, ao invés de Liam vir para o Rio, meu motorista levou Manu, Luca e eu para a cidade de Liam. Não era um percurso longo, bastava subir a serra, mas era bom ter meus amigos para me distraírem durante a viagem de carro.
Adam tinha decido ir também, no carro dele. E por mais que a desculpa que deu fosse a de aproveitar que precisava conversar com o senhor Arantes para se hospedar e avaliar um do
Arquivei o sentimento de abandono que a notícia de Manu tinha me gerado no fundo de uma gaveta da minha mente. Não podia agir como uma egoísta. Além do mais, se minha melhor amiga ia embora em breve, eu ia querer aproveitar cada momento que eu pudesse ter com ela. Nós duas resolvemos tomar um banho de cachoeira enquanto deixávamos todo o trabalho duro de montar as barracas nas quais dormiríamos para Luca e Liam.- Essas são realmente cenas que eu nunca esperava ver – Manu diz. – Kara Milani fazendo trilha, tomando banho de cachoeira e dormindo em uma barraca. Está gostando mesmo do Liam, não é?- Acho... – baixo a minha voz antes de confessar. – Estou me esforçando para gostar.- O quê? – Manu me olha confusa.- Liam é perfeito pra mim. Quero dizer... A família dele é “importante” – faço as a
~ADAM~No fim da tarde, estava no bar do Arantes tomando uma bebida e tendo uma conversa descontraída com Thiago, quando meu telefone pessoal tocou. Apenas levantei a mão, em um pedido silencioso para que ele esperasse, e atendi o telefone no segundo toque.- Kara?- Oi, tutor – a voz dela soa fraca do outro lado da linha.- O que aconteceu?- Hum... lembra quando cogitamos mosquitos tentando me matar?- Alguma coisa te picou?- Não exatamente... Mas... a gente devia ter pensado em plantas assassinas.- Plantas assassinas...? Kara, você não está fazendo sentido. Tá tudo bem?- Liam cuidou de mim. Me deu um antitérmico e passou uma pomada na minha perna. Mas o efeito tá passando e... eu realmente não quero passar a noite aqui. Pode vir me buscar? De preferência... de carro. Não vou aguentar outra trilha.- Já
Não tive uma boa noite de sono. A primeira coisa que teríamos que trocar naqueles hotéis seriam as camas. Talvez aquelas cortinas bregas tivessem que ir logo em seguida. Mas quando eu tateei meu celular na mesinha de cabeceira e vi que já era quase sete da manhã, desistir de rolar no colchão desconfortável e decidi me levantar.Eu estava melhor. A sensação de febre tinha ido embora e por mais que a região afetada da minha perna ainda estivesse bem inchada e vermelha, a queimação horrível tinha sido substituída por uma coceira chata. Mas foi o suficiente para que eu conseguisse vestir uma calça mais larguinha, junto com um top, e passasse a próxima hora na academia do hotel, descarregando energia acumulada.As oito da manhã, eu já estava de banho tomado, sentada à mesa de café da manhã, com Manu e Luca. Eles tinham transado.
- O que foi, tutor? – Eu atendo o celular depois de tatear minha cama atrás do aparelho, sem nem abrir os olhos. Tento usar uma voz normal, mas acredito que falho miseravelmente.Estava com muito sono. Nós tínhamos voltado para o Rio no sábado à noite, e eu definitivamente estava curtindo estar de volta a minha cama extremamente confortável.- As bicicletas estão separadas. Se arruma e desce.- O quê? Que horas são? – Me espreguiço e viro meus olhos em direção ao visor da Alexa. Seis e meia da manhã. – Você tá louco?- É domingo, Kara.Meus lábios se repuxam em sorriso. Bicicletas. Domingo. Adam se lembrava.- Me dê vinte minutos.Quando eu desço, sou surpreendida por uma versão esportiva de Adam, usando calça folgada e uma regata preta que salientava seus braços
Puxo o restinho do refrigerante do meu copo com o canudo, provocando propositalmente um barulho alto e irritante. Isso faz com que Adam levante os olhos em minha direção.Estávamos apenas nós dois na sala de reuniões, ele sentado em seu lugar de líder na ponta da mesa, eu sentada no sofá de couro na minha posição de observadora. No momento, tudo o que eu observava era a ruguinha glabelar de Adam acentuada. Era tão sexy!- Algo errado, tutor? – Pergunto.- Nada para você se preocupar, Kara...Ele não me convence. Eu estava pronta para me levantar e ir até a mesa analisar a papelada que dispensava a atenção de Adam, mas meus olhos se perdem do outro lado da parede de vidro da sala de reuniões. Sinto um frio na espinha ao encarar a pessoa que eu menos gostava no mundo.- Ah, não! – Deixo escapar. – O que ele tá
~ADAM~- Um minuto, por favor.Estava em uma reunião com o setor de logística quando meu telefone pessoal vibrou. Como eu sempre o atendia, independentemente de onde e com quem estivesse, me levantei da mesa e sai da sala rapidamente.Não era uma ligação, mas sim mensagens de Kara. Ela tinha me mandado duas fotos dela de lingerie e perguntava qual era a minha favorita. Minha primeira reação foi ficar furioso com ela. Eu disse especificamente que usasse aquele número apenas para emergência. Mas então, eu respirei fundo e... Eram fotos de Kara de lingerie, como eu poderia ficar indiferente àquilo?“Esse é um número de emergência.” Digito rapidamente e estou prestes a voltar para a sala de reuniões quando a resposta vem. Quase como se ela estivesse esperando por minha mensagem.“É uma emergência. Uma emerg
~ADAM~O dia estava chegando ao fim, e eu esperava do lado de fora da faculdade. A rotina dos estudantes se desfazia à medida que eles saíam pelos portões. Meu olhar estava preso à entrada, aguardando por Kara.E então, lá estava ela. Um flash vermelho no meio da multidão. O vestido era mais do que uma peça de roupa, era uma afirmação de confiança e estilo. Kara saiu, o vermelho brilhante destacando-se contra o cenário crepuscular. As mangas transparentes adicionavam um toque de sofisticação, enquanto o decote profundo anunciava sua presença de maneira audaciosa.Ela se aproximou, a saia do vestido moldando suas curvas. Meus olhos encontraram os dela quando ela pulou para dentro do carro.- Uau - murmurei involuntariamente. Kara sorriu, um sorriso que misturava gratidão e diversão.- Lilly disse que eu fico bem de ver
Eu estava esperando na entrada do Milani quando Liam estacionou sua pick-up. Respirei fundo, encarando o carro e sentindo meu corpo tremer levemente. Ele perguntou se eu gostaria de ir a um drive-in, e depois do fiasco com o acampamento, não tive como recusar. Mas, o fato, é que eu me sentia ligeiramente desconfortável em entrar no carro com ele.Tentei me convencer de que aquilo era totalmente normal. Eu já tinha entrado no carro de Adam. Mas Adam... era Adam. As vezes em que eu tive uma crise na frente dele, ele soube exatamente como me puxar de volta. Liam saberia? E ainda que soubesse, eu não queria demonstrar essa fragilidade na frente dele...Então, antes de entrar no carro, respiro mais uma vez, e entoo um mantra de que tudo ficaria bem.- Tá tudo bem? – Acho que Liam estranha quando ele me beija e eu não correspondo. Estava tão concentrada no meu mantra que eu mal o enxergava, apenas te