No dia seguinte eu acordei com um cheiro maravilhoso. Era comida. Céus, como eu sentia falta de algo pra comer — a gente geralmente só comia uma ou duas vezes por dia ou as vezes ficava com fome o dia inteiro. Abri os olhos devagar, me deixando levar por aquele cheiro maravilhoso. Logo eu estava me sentando, respirando fundo o ar fresco do dia ensolarado.
Apenas Melina estava assando algo na fogueira. Não via nem um sinal de Tanay, Henrietta ou Daniela. Arqueei uma sob
Os treinamentos com Tanay eram um saco. Eu sempre acabava brava e imobilizada por ele.Sempre!Não demorou muito aos treinamentos passarem de "legais" para insuportáveis. Até que chegou ao ponto de antes mesmo do treinamento começar, eu já queria socar o Tanay pra ver se ele parava de implicar comigo. Qual é, eu sabia que era ruim, só era um saco ouvir isso a cada segundo durante o treinamento.Na
Fechei os olhos, esperando que os gritos agoniantes de Tanay sumissem. E bem, eles sumiram, se transformando apenas num suspiro ofegante. Fui abrindo os olhos devagar, comprimindo os lábios. Mesmo que ele fosse a pior pessoa do mundo, não queria que ele morresse. Pelo menos não agora. Eu queria derrotar ele no treino ainda.Então à minha frente ele permanecia na mesma posição — com as mãos na nuca, ajoelhado no chão. Olhei pro
— Vai ficar aí parada, Kary? — questionou Henrietta.De repente nenhuma das duas possuía aquela expressão maldosa. Arqueei uma sobrancelha e balancei a cabeça, me chamando de louca mentalmente. Talvez só estivesse um pouco paranóica.
Depois do trato mais estranho da minha vida que eu tinha feito com Tanay, os treinamentos passaram a ser mais interessantes do que antes. Era muito engraçado ver o Tanay morto de vergonha em tentar demonstrar que conseguia ser romântico. Fala sério, ele servia mais pra ser um assassino a sangue frio do que um admirador secreto que entrega flores.Hoje era mais um dia de treino e dessa vez eu estava mais animada do que nunca. Finalmente tinha achado algo que eu era superior a
Eu ainda não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer: Melina me deu uma facada. Não daquelas no sentido figurado. Ela realmente me deu uma facada e com intenção de me matar.Nossos olhares se cruzaram. Seu rosto agora não estava mais sombrio. Na verdade agora eu via medo em seus olhos. Quando ela puxa a adaga da minha barriga, solto outro gemido antes de cair de joelhos no chão. A adaga cai ensanguentada ao meu lado enquanto Melina dá
Olha, pra uma pessoa que nunca ficou cega na vida, de repente perder a visão não é fácil. Porque logicamente se estamos acostumados e habituados a enxergar cores por onde quer que vamos, só que ficar cego de uma hora pra outra, não é uma experiência que as pessoas gostariam de passar.Muito menos eu.
Fiquei sem acreditar qunado Henrietta finalmente deu a notícia: as Fúrias vieram atrás de Tanay. Então eu comecei a me lembrar de que elas sempre apareciam pra fazer a "justiça dos deuses", ou seja, só pode ter sido Ártemis que tenha invocado aqueles monstros.Alecto, a Interminável. Megera, o Rancor. Tisífone, o Castigo.
Os dias que se seguiram foram de puro luto. Henrietta estava arrasada e se afastara de todos — até de mim — desde o dia em que queimamos o arco de Daniela. Eu me sentia mal por ela porque perder alguém diante dos seus olhos é algo horrível.Ah, Kameel, como eu tenho saudades de você, pensei tristemente.— Kary, será que poderia vir comigo? — questionou Tanay, me acordando de meus pensamentos.
Último capítulo