Os dias que se seguiram foram de puro luto. Henrietta estava arrasada e se afastara de todos — até de mim — desde o dia em que queimamos o arco de Daniela. Eu me sentia mal por ela porque perder alguém diante dos seus olhos é algo horrível. Ah, Kameel, como eu tenho saudades de você, pensei tristemente.
— Kary, será que poderia vir comigo? — questionou Tanay, me acordando de meus pensamentos.
De primeira eu fiquei sem reação. Eu não sabia que ele faria aquilo comigo, então o resultado foram minhas bochechas ficando cada vez mais quentes e meu coração cada vez mais acelerado. Meus olhos estavam arregalados em surpresa e minhas mãos haviam travado na sua nuca. Uma coisa que nunca podemos esperar é um beijo de um... amigo. Menos ainda de um irmão. Confesso que era bom e ao mesmo tempo estranho. Era como se... estivesse beijando eu mesma.
Embora tivesse se passado bastante tempo — acho que foram umas duas semanas ou perto disso — desde o anúncio que o Tanay fizera de que finalmente tentaríamos reconquistar nossa antiga cabana, eu ainda não conseguia acreditar que havia quebrado a barreira de gelo dele e tinha sido promovida a vice-líder.Só que em contrapartida, nunca tinha visto Henrietta tão fechada. Ela quase não conversava conosco — e se falava algo, sempre era sobre o plano de ataque. Eu co
Meu coração batia forte no peito, mas eu sabia que não poderia ficar parada. Meu irmão corria perigo e eu não podia deixá-lo sozinho. As linhas da minha mão direita ficaram num brilho mais intenso e a cimitarra pareceu responder ao comando porque a luz também se espalhou pela mesma. Sabe aquela sensação de poder? Era o que eu estava sentindo e céus... sentir aquilo correndo pelo sangue era bom.Numa coragem extraordin&a
Aquela notícia realmente me pegou desprevenida. Acho que até a Tanay.— Não tem problema, Henri — falou Tanay, agora sério. — O melhor a fazer agora é nos esconder e ver quantos estão vindo com ela. Só estamos em três porque a Kary tá fraca.
Então quer dizer que desde aquele tempo ela continua servindo a Olivia..., me vi pensando, encarando Nerea por um momento. Minha espada estava firme em minhas mãos, enquanto nas suas tinha uma lança com uma ponta prateada.— Vou ajudar minha equipe, algum problema com isso? — digo.
Por instinto eu usei os ventos para me ajudar. Entretanto, a queda até a água foi bem rápida. Isso mesmo, nós duas caímos na água — e agora Nerea me deve uma por eu não ter deixado ela morrer com o impacto. Demos mais sorte ainda do lago ser fundo por causa da nossa altitude. O único problema é que nadar com armadura era muito difícil. Eu tentava ir pra cima e a armadura me puxava para baixo. Tentei manter a calma em meio a uma situação tão complicada. Eu tinha que pensar em alguma coisa. E rápido.
Fiquei algumas horas com Nerea, até ela se sentir bem o suficiente pra conseguir sentar. Nisso eu já tinha saído pra caçar algumas coisas pra comermos — e isso incluía harpias no cardápio. Era de tardezinha quando consegui acender uma fogueira para esquentá-la. Eu não precisava daquilo.Por eu passar o dia inteiro cuidado de Nerea, não me sobrou tempo pra investigar sobre as marcas nas árvores, o que só me deixou
Acordei bem cedo pela manhã no dia seguinte. Com isso, senti uma grande diferença. Me sentia renovada. Foi só dormir que eu percebi o quanto estava cansada. A fogueira já tinha se apagado quando eu me levantei do chão e fui pegar alguma coisa para comermos. Dei sorte de achar um coelho perdido por aí.Reacendi a fogueira e o pus pra assar, enquanto observava sentada, Nerea dormir. Ela estava abraçada ao presente que sua mãe lhe dera na noit