O frio e a chuva de domingo contribuíram para passarem o dia todo nos braços um do outro. Foram para a varanda da suíte, o Salvatore deitou em uma das espreguiçadeiras, a puxou para seu colo e os cobriu com um cobertor macio. Aconchegada contra o peito dele, Paulina deslizava os dedos por seu braço forte, sentindo sua própria pele arrepiada pelas carícias suaves em sua cintura.Os braços protetores ao seu redor, as carícias e beijos suaves enchiam Paulina de segurança e paz. Se pudesse passaria a eternidade alinhada junto ao corpo masculino, envolvida por seu aroma, seu calor, seu gosto. Simon parecia pensar o mesmo, pois, fora algumas saídas por necessidades básicas, ele não saia do seu lado.E não parecia ser pelo sexo. Depois da degustação que lhe fizera ver estrelas e algumas carícias mais ousadas, Simon não demonstrava pressa em repetir a noite anterior. Paulina teria se preocupado, caso ele não sustentasse uma ereção evidenciando seu desejo por ela. E os beijos... Cada vez que e
Ao descerem para a academia na segunda, Paulina se apressou para a aula de Thiago, um sorriso de agradecimento que não saia de seus lábios. Nem precisou agradecer, assim que a viu transbordando alegria e satisfação, o Padilha riu e acenou com compreensão.Quando a pratica acabou, correu para os braços de Simon, sendo estreitada contra o peito másculo e erguida do chão para receber um beijo. O melhor lugar para se estar.— Se inveja for mesmo pecado, tenho ingresso Vip para o inferno.Paulina se afastou o suficiente para olhar para trás, encontrando uma sorridente Amara à observa-los.— Oi, sou Amara. — Ela estendeu a mão para o Salvatore, que a encarou com uma sobrancelha erguida, sem demonstrar a menor intenção de cumprimenta-la. — E você é o cara que deve uma aliança a minha amiga.— Não sei do que está falando — Simon a respondeu seco.— Estou falando da mulher maravilhosa que você está abraçando, óbvio. — Ignorando a grosseria e o tom irritado do Salvatore, ela cravou as mãos nos
No dia seguinte Simon conseguiu leva-la para a casa de Guilherme e, embora Paulina preferisse que tivessem novamente mais tempo para eles, não falou nada, temendo expor como se sentia sobre ele.Porém, em sua opinião: ele só não percebia por não querer. Ela sentia que ficava diferente quando estava ao lado dele, tanto por dentro – com a barriga remexendo como se tivesse pequenas e travessas borboletas em revoada –, quanto por fora – com o sorriso que não abandonava seus lábios e o desejo crescente de toca-lo o tempo todo.Por outro lado, também reparou como o Salvatore estava diferente a cerca dela, demonstrando quere-la por perto e toca-la a todo instante em que estavam juntos. A quantidade de mensagens com duplo sentido e até mesmo as ligações despretensiosas entre eles também tinham aumentando. Se aquilo não era um sinal, não sabia o que mais poderia ser.Por isso tinha esperanças de que em breve ele declararia que a amava. Ele estacionou e Paulina saiu ainda sonhando com o dia em
Suas mãos suavam e uma leve dor no baixo-ventre se fazia presente quando passou pelas portas automáticas do supermercado. Deu um leve pulo quando o segurança, para quem normalmente dava bom dia, a cumprimentou. Com um sorriso e aceno tenso em resposta, relanceou o olhar para o longo balcão em frente aos caixas e seguiu apressada para a primeira fileira de produtos. Retornou em seguida com as bochechas em chamas ao lembrar que precisaria de um carrinho, certa de que agora atrairia atenção.Era costume fazer compras na metade do mês, mas naquele dia havia algo diferente que a deixava tensa. Quando pegara a lista ao retornar ao apartamento pensara que teria um tempo despreocupado, sem oportunidade para lembrar as palavras duras do primo, mas ao repassa-la foi acometida por outra preocupação.Respirou fundo e leu o primeiro item. A lista era feita de modo que passasse por cada fileira e não esquecesse nada e nem se distraísse com outros produtos. Um método eficaz, aprendido com sua mãe, q
Na portaria do prédio, quando solicitou o elevador de serviço, Paulina teve outra surpresa.— Sua sogra está te esperando a um bom tempo — comunicou o porteiro sorrindo.— Ah... é mesmo...?O choque a dominou. Ele falava de Mirela, não havia dúvida, mas, sua preocupação era se o porteiro dissera algo a Salvatore, como mencionar que logo a “nora dela” chegaria. Esperava que não.Embora serem descobertos por Mirela talvez fizesse Simon nominar o que tinham, não queria pressiona-lo e correr o risco de perde-lo. Precisava que ele se apaixonasse cegamente por ela antes de Mirela imaginar algo entre eles. Fora que, talvez, a matriarca Salvatore não a aprovasse e a julgasse uma aproveitadora. Odiaria perder o carinho dela.Seguiu o entregador no elevador de serviço, a ansiedade gotejando em suas costas, as mãos escorregadias, a dor no baixo-ventre aumentando. Abriu o apartamento, deixando o entregador passar primeiro, preparando-se para à reação da Salvatore quando a visse. Com alivio recebe
O tempo tempestuoso não deu trégua durante a semana toda e o sábado não foi exceção. O mesmo não poderia ser dito sobre Simon e Paulina. O calor não abandonava o apartamento do Salvatore, o motivo não era o sistema de aquecimento e sim a paixão que estalava quando estavam juntos.No entanto, era o companheirismo que mais afetava a Perez. Temera que Simon perdesse o interesse com o passar dos dias, mas isso não ocorreu. Estavam em sintonia em todos os sentidos, embora ele fosse reservado e ela própria ocultava um fato. Tinham momentos descontraídos em que se apoiavam e desejavam a opinião um do outro, como naquele, se vestindo no closet minutos após um banho caloroso.— O que acha? — Simon perguntou pronto para seu jantar de aniversário. — Estou digno de acompanha-la?Fechando a bota de cano curto, Paulina o admirou-o da cabeça aos pés. Digno? A camiseta manga longa azul escuro destacava seu peito atlético, calça jeans, parka verde oliva com forro de pele falsa no capuz e, completando
Como prometido pelo marido, Mirela limitou a comemoração a um jantar em família, somente o núcleo formado por ela e seus filhos, sem os parentes que Simon costumava comparar com sanguessugas. Dera aos filhos todo amor familiar que lhe faltou durante a adolescência, inexplicavelmente inflando seu caçula de autossuficiência.Seu filho mais novo jamais entendera sua necessidade de se cercar do máximo de familiares possível. Pelo menos conseguira estender o convite para suas duas filhas de coração: Paulina e Paola. Colocara o filho mais velho do seu lado, à direita da mesa, seguido pela esposa e seus filhos. Do lado do marido, à esquerda da mesa, ficaram Simon, seguido de Paulina e Paola.Em certo ponto, Mirela viu vantagem em uma festa pequena. Da cabeceira, que ocupava com o marido, era fácil analisar o comportamento de cada pessoa na longa mesa de jantar com tão poucos a ocupa-la, por mais singelo que fosse.Cada provocação, cada inclinar para falar algo em segredo, cada olhar e sorris
Quando Simon aceitou passar a noite na casa dos pais, Paulina imaginou que dormiria na ala dos empregados, no antigo quarto que ocupava antes de se mudar para o apartamento do Salvatore. No entanto, Mirela foi taxativa em levá-la para ocupar um quarto de hóspede.Só tinha a roupa do corpo, mas, por sorte, deixara muitas de suas vestes antigas na casinha ocupada por sua família. Sua irmã foi alegremente buscar uma muda para troca, enquanto Mirela levava ela e Simon até os quartos em que ficariam.Ao ser escoltada para dentro do quarto escolhido para ela, percebeu que era justo o que ficava ao lado do quarto que Simon usara durante seu crescimento e nas raras vezes em que dormia na mansão. Olhou para sua esquerda e encontrou o Salvatore parado no vão da porta do dele, observando-a.Mirela emanava empolgação por ter todos embaixo de suas asas, indiferente ao fato de que algumas pessoas não sentiam o mesmo.— Para a minha felicidade aumentar só se Simon encontrar uma moça como você — Mire