Bungee Jump

Paulina rolou sobre sua cama pela milésima vez. Lutando para dormir, com o cobertor enroscando em suas pernas e braços como um casulo a cada girada angustiada de seu corpo. Afastou o pano, desembaraçando-se dele e jogando-o no chão, e encarou o teto, o cabelo misturado com suor grudado em rosto e a respiração inconstante.

Esticou a mão, capturando o celular no nicho acima de sua cabeça para verificar o horário. Estava naquela agonia há duas horas. Esgotada de forçar o sono, sentou na cama por alguns minutos, os pés flutuando a poucos centímetros do chão. Espremeu o lençol entre os dedos, sentindo o peito apertado com a irracional vontade de chorar.

Calçou as pantufas, andou até a janela de seu quarto, puxou a cortina e encostou a testa e as mãos no vidro gelado, contemplando as poucas luzes nos outros prédios e as que iluminavam as ruas, aos poucos subindo o olhar para o céu pontilhado de estrelas e com uma lua quase completa.

A paz da noite não a alcançava, nem afastava o mal estar q
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