p.o.v. Kat
Fiquei mais um pouco na banheira depois que Jasper saiu, ele veio já vestido até o banheiro perguntando o que eu gostaria de comer.
- Um sanduíche natural e um suco de laranja. – respondi.
- Você come igual a um passarinho, sabe muito bem que os sanduíches de hotéis como este são pequenos demais para pedir só um. – ele disse, depois de ligar para o serviço de quarto.
- Preciso manter a forma.
- Ok, mas você sabe que eu não gosto de garotas magras demais.
- Vá se fuder, você vai gostar de mim de qualquer jeito.
Eu joguei água nele e ele reclamou, ele era mais vaidoso com as roupas dele do que eu com as minhas.
Saí da banheira e fui me vestir. Eu e Jasper tomamos o café da manhã e depois saímos de carro do motel. Ele parou em frente a casa da minha mãe.
- Eu não quero voltar pra cá, quero ficar na sua casa hoje. – eu insistia, mas ele só dizia que já tinha marcado uma social masculina com os caras do futebol à noite.
- Não dá pra desmarcar, amor. – ele disse pela milésima vez.
- Mas eu não quero ficar na casa da minha mãe. – bati o pé e fiz biquinho.
- Então eu te deixo na casa da Kristina ou da Pamela.
- Mas eu não tenho roupa pra ficar lá.
- Você tem roupas na casa do seu pai?
- Sim, mas...
- Mas nada, eu vou te levar lá então, mas você sabe que em algum momento vai ter que voltar pra cá.
Ele me levou até a casa do meu pai, mas eu não queria e quando chegamos lá eu dei um beijo nele e entrei no prédio.
Era um condomínio de luxo e meu pai morava num duplex, cuja porta de entrada ficava no sexto andar.
Subi o elevador e abrir a porta do apartamento assim que cheguei no hall de entrada. Por sorte eu sempre carregava as chaves comigo.
A sala, a cozinha, a varanda, a área de serviço, o escritório e um banheiro ficavam no andar de baixo e parecia estar tudo muito arrumado. Em cima ficavam três quartos: um do meu pai, um meu e um do Caique. Foi preciso muita insistência para meu pai comprar este apartamento, ele odeia hóspedes, então queria apenas um quarto.
Parecia não ter ninguém no andar de baixo, entrei no escritório e meu pai não estava lá, muito estranho, pois já era quase meio-dia.
Subi as escadas e resolvi bater na porta do quarto, ninguém atendeu então resolvi abri-la. Tinha uma mulher aparentemente nua e apenas coberta por lençóis deitada na cama e a porta do banheiro estava fechada (tinha um banheiro em cada quarto).
- Quem é você? – perguntei.
- Sou Valeska. O senhor Raul não me disse que eu deveria fazer o serviço com mulher também, vou ter que cobrar mais caro. – ela respondeu se levantando ainda enrolada no lençol.
- O que? – perguntei na hora em que meu pai saiu do banheiro vestido num roupão branco.
- Oi filha – ele disse parecendo envergonhado – Valeska, você pode ir se vestir no banheiro... é... quanto é mesmo? – balbuciou ele.
- Cento e cinquenta – ela disse recolhendo suas roupas e indo para o banheiro, depois fechou a porta.
Papai depositou cento e cinquenta dólares na bolsa que estava em cima da escrivaninha e falou:
- Bem, eu não sabia que você ia vir hoje, acordamos tarde... Sabe como é.
- Acredita que ela achou que eu fosse cliente também? Pelo menos ela não achou que eu fosse outra p**a, senão eu teria partido pra cima dessa vadia.
- Não fale assim enquanto estiver na minha casa, eu liguei para Caique ontem e ele disse que você tinha saído com o Jasper e disse também que estava muito machucado por sua causa.
- Dormi na casa do Jasper – menti, eu não tinha vergonha de falar de sexo e palavrões na frente do meu pai, mas não tava fim de dar explicações sobre um motel – e o Caique mereceu tudo o que eu fiz e ainda merece muito mais.
- Casa do Jasper? Sei... Mas o que você fez com o Caique?
- Pergunta pra ele, a única coisa que eu sei é que ainda vou me vingar.
Papai revirou os olhos e abriu a boca pra falar, mas foi interrompido por Valeska.
- Cadê o meu dinheiro? – perguntou ela.
- Está na bolsa.
- Essa é sua filha? – ela falava de mim como se eu nem estivesse ali, mas que cachorra intrometida.
- Isso não é da sua conta – respondi, antes que meu pai tivesse essa chance – você não tem nada a ver com a vida do meu pai.
- Não fale assim Katleia – meu pai me repreendeu – bata a porta quando sair Valeska.
Ela passou por mim me fuzilando com os olhos. O que aquela bitch queria? Tratei ela do jeito que ela merece.
- Vá para seu quarto – disse papai – talvez você queira tomar banho ou se trocar, eu vou me vestir e depois nós vamos almoçar no restaurante japonês da rua de baixo.
Saí do quarto dele sem falar nada. Já tomei banho no motel, então apenas troquei de roupa e liguei pra Kristina.
- Falaí gatz. – disse ela com a voz fraca, parecia sonolenta.
- Ta acordando agora é?
- Ainda to dormindo.
- Ok, eu to indo almoçar com o meu pai e depois vou pedir pra ele me levar aí, então nós vamos no seu carro até o shopping.
- Hoje é dia de você ficar na casa da sua mãe, ta doida é? Cadê seu carro, amiga?
- Eu te explico quando eu chegar aí, agora levanta dessa cama e vai se arrumar, deixa que eu ligo pra Pamela pra avisar que eu vou aí.
Desliguei na cara dela. A Kristina fica meio idiota quando ta com sono. Aquela preguiçosa, dormindo até uma hora dessas.
- Fala amiga. – ela disse ao atender, tomara que essa lesada não fique me fazendo perguntas.
- É só pra avisar que nós vamos pra casa da Kristina.
- Ok, mas por que essa mudança de planos?
- Porque sim, vê se não se atrasa, ta fazendo o que?
- Descendo para almoçar antes que a gorda da Miranda devore tudo.
- Ok, tchau.
- Beijinhos.
Ela desligou o telefone. Miranda é a irmã mais nova da Pamela, ela tem 10 anos e está acima do peso. Aquela gorda só faz gordice. Pamela também tem um irmão mais velho, o Fred, tem vinte anos e faz faculdade de jornalismo.
Os pais dela são casados e ela mora numa “pequena mansão”.
Kristina é filha única e também mora com os pais. Que sorte, não ligo dos meus pais serem divorciados, mas aturar o Caique é horrível, preferia que aquele peste não tivesse nascido.
Caique sempre infernizou minha vida, mas isso ficou pior quando meus pais se separaram há quatro anos, porque minha mãe vive passando a mão na cabeça dele. Meu pai sempre achou melhor não tomar partido das nossas brigas, ele quase não parava em casa mesmo, mas ele sempre fazia o possível para Caique não tornar minha vida um inferno.
Agora a gente mal se vê e ele quase nunca fica sabendo do que acontece lá em casa e quando sabe, finge que não soube.- Filha – ele falava enquanto batia na porta – já está pronta?- Sim – eu disse abrindo a porta – pode me deixar na casa da Kristina depois do almoço?- Claro.- Mas eu volto pra dormir viu. – eu disse, quando já estávamos descendo o elevador.- Mas é pra você dormir aqui só daqui a duas semanas durante uma semana.- Mas eu não quero ir para a casa da mamãe.- Ok, você pode dormir lá hoje, mas você volta pra casa logo após o café da manhã.- Quer se livrar de mim é?- Não querida, mas voc
- Eu vou arrasar com esse vestido na próxima festa, seja lá quando for – gabou-se Kristina enquanto segurava um vestido curto e chamativo – Megan Fox que se cuide, baby.- Não acredito – disse Pamela animada – a Megan Fox vai estar na próxima festa? Eu nem sabia que ia ter festa, tenho que arranjar um vestido pra mim também. – ela disse, olhando desesperada para as vitrines da loja – mas... Só eu não estou sabendo da festa? Quer dizer que não fui convidada? – dizia enquanto fazia cara de decepcionada.Revirei os olhos e Kristina falou:- Não faz a sorumbática não meu chuchu.- Mas por que não me convidaram para essa festa? – perguntou Pamela quase chorando.- Pamela – falei, quase gritando – não tem festa nenhum
- Apaga essa porra agora, Kristina.- Acho melhor você ler os comentários antes, tenho que desligar, a gente se fala amanhã.- Se você desligar a sua situação vai piorar muito e...A desgraçada desligou na minha cara. Joguei meu celular em algum lugar e gritei de raiva. Voltei para o notebook para ler os comentários e era um mais ridículo que o outro.“ vem ni mim gostosa”“ ô La em casa” (Aff, que brega)“ o namorado dessa aí nasceu pra ser corno”“ gata, você não é o Justin Bieber, mas tem muito swag” ok, adorei esse, mas desde quando swag tem haver com gente nua?Outros comentários chamaram minha atenção, pessoas próximas também tinham visto.“ Caique não se contentou só com os torpedos hein amiga? Você tinha mesmo que
- Me desculpe – eu ouvi alguém dizer, a pessoa foi buscar meu celular enquanto eu me levantava – eu sou nova aqui, estava distraída olhando o colégio.- Você deveria olhar por onde anda – eu disse tomando meu celular da mão da pessoa, olhei para ela e vi que era um garota loira e magra que não sabia se vestir bem na minha opinião.- Pelo jeito você é uma das garotas mais populares da escola, não é?- A mais popular querida, e você, quem é? Não que eu me interesse...- Aline, mas já que não lhe interessa eu vou procurar a diretora.Ela saiu e eu fiquei ali parada lendo a mensagem que Jasper me mandou, ele dizia que ia matar a Kristina por ter postado aquelas fotos.p.o.v Aline
p.o.v AlineAs garotas populares daqui são piores que as de Oklahoma, elas se acham demais. Peguei meu celular e procurei a página da tal Kristina. Tinha muitas fofocas sobre o pessoal do colégio e agora eu pude entender o que eles tanto falavam. A tal Katleia, Kat, ou seja qual for o nome dela estava nua em algumas fotos em uma postagem. Ela realmente tinha um corpão e estava fazendo muito sucesso pelo que eu li nos comentários.Vi um comentário de um cara chamado Jasper, parecia ser o namorado dela, então percebi que era o bad boy que estava brigando com a Kristina na sala de aula.Fiquei ali mais uns vinte minutos e depois parei de me concentrar na vida dos outros e fui para a aula de matemática. Kat, Kristina e Pamela já estavam lá e a três olharam para mim quando eu cheguei. Minutos depois Jasper entrou na sala e ele e Kat ficaram se beijando até o professor ent
p.o.v KatComo sempre, fiquei no refeitório com Jasper, Kristina e Pamela lanchando. Nem toquei no assunto das fotos, minha vingança contra a Kristina seria pior que isso. Jasper já parecia ter esquecido o assunto, melhor assim, assim a vingança seria ainda mais terrível.Teríamos aula de química após o lanche, então fomos para o laboratório, enquanto Jasper foi matar aula com Nathan e outros três caras do time.Parei na porta do laboratório assim que cheguei lá. Não acredito que a tal Aline estava na minha turma de química também, isso só podia ser perseguição. Peguei o jaleco que estava pendurado nos cabides do laboratório, cada aluno tinha o seu com o nome bordado na frente. Cada um tinha seu lugar marcado por ordem alfabética t
p.o.v AlineParece que minha vida não vai ser muito fácil no novo colégio, cheguei hoje e já tive um exercício de química super difícil, nem deu tempo de comemorar a sorte que eu tive por ser uma aula de revisão, e na quinta-feira eu já teria um teste para fazer, sendo que na quarta eu iria para a casa da Kat, que tempo eu teria para estudar? Pelo menos depois do almoço ocorreu tudo bem, também não era fácil ser vegetariana naquele colégio. Finalmente, no fim do dia chegou a hora de ir para casa. Vi Kat beijando Jasper quando passei pelo estacionamento, mas tentei não ficar assistindo e fui pegar minha bicicleta. Eu morava só a três quarteirões do colégio, então viria de bicicleta todos os dias.Cheguei em casa e a diarista já não estava mais l&a
p.o.v KatA briga com o Caique me deixou desgastada. Nem desci para jantar, nem tive paciência para usar o computador hoje, estava com preguiça até de ficar deitada enquanto navegava pelo tablet, então desisti de fazer qualquer coisa hoje e deitei na cama. Ainda estava cedo, mas eu me sentia cansada, fiquei perdida em meus pensamentos por um tempo e depois peguei no sono.Já estava de manhã quando eu acordei. Vi que o relógio marcava 6h30 e eu não estava nem um pouco a fim de ir ao colégio hoje. Fiquei deitada por mais uma hora, até que ouvi alguém bater na porta do meu quarto.- Srta. Kat – Dolores me chamava enquanto batia na porta – trouxe o seu café da manhã, a senhorita não me mandou trazer, mas achei melhor assim já que não desceu...
Último capítulo