05

Agora a gente mal se vê e ele quase nunca fica sabendo do que acontece lá em casa e quando sabe, finge que não soube.

- Filha – ele falava enquanto batia na porta – já está pronta?

- Sim – eu disse abrindo a porta – pode me deixar na casa da Kristina depois do almoço?

- Claro.

- Mas eu volto pra dormir viu. – eu disse, quando já estávamos descendo o elevador.

- Mas é pra você dormir aqui só daqui a duas semanas durante uma semana.

- Mas eu não quero ir para a casa da mamãe.

- Ok, você pode dormir lá hoje, mas você volta pra casa logo após o café da manhã.

- Quer se livrar de mim é?

- Não querida, mas você sabe que eu gosto de morar sozinho, sempre gostei e só pude experimentar isso novamente depois de quinze anos casado com sua mãe.

- Você já mora sozinho há quatro anos e já foi o suficiente, e também não me lembro de te ver sozinho hoje de manhã.

- Ta vendo? Eu gosto de privacidade, também não gostei de você ter visto a Valeska lá.

- Não me importo, pode continuar levando suas “queridas” pra lá, acho que vou morar com você.

Papai já estava abrindo a porta do carro e olhou para mim assustado.

- Não. – ele disse.

- Por quê? Você não gosta de mim não é? Mamãe tinha razão, ela nos atura e você paga tudo, é esse o acordo.

- Não é isso querida, é que eu trabalho demais, você se sentiria sozinha.

- Mas tudo o que eu quero é paz. O Jasper não pode nem ir dormir lá em casa por causa do Caique, ele não nos deixa em paz e minha mãe não faz nada para impedir.

- Vocês passam uma semana a cada dois meses na minha casa, isso já basta. Caique vai continuar lhe pirraçando.

– ele disse, já dentro do carro.

- Mas só durante uma semana a cada dois meses e ele não vai achar muita graça porque mamãe não vai estar lá para defendê-lo.

- Kat, minha resposta continua a mesma, você fica na casa da sua mãe e pronto, esse é o acordo que eu demorei semanas para fazer com ela e eu não to a fim de passar por isso de novo.

Amarrei a cara para ele e fiquei olhando a paisagem pela janela do carro. Ele preferia gastar quase todo o dinheiro dele para sustentar os luxos da mamãe do que ter a presença de seus filhos em casa. Acho que se ele pudesse, teria dito pra nunca mais olharmos na cara dele ou então nos permitiria visita-lo apenas uma vez por ano.

Papai gostava de viver livre e sozinho, só pensava em seu trabalho, vai ver é por isso que ele e mamãe se separaram.

Chegamos ao restaurante, ele atendia a inúmeros telefonemas durantes o almoço e nem conversamos. Fiquei até surpresa de termos aquela conversa no apartamento dele, é mais do que a gente se fala todas as vezes em que vou passar a semana lá.

Ainda falando no telefone ele me deixou na casa da Kristina. Eu me despedi, mas ele nem sequer me deu um tchau.

Toquei a campainha e a empregada atendeu, subi para o quarto dela e Pamela já estava lá, só podia ser um milagre.

- E aí gatz – falou Kristina – que cara é essa de quem comprou um Chanel e descobriu que ele era falsificado?

- Não é nada, foi só uma conversinha com o papai.

- E que fotos foram essas que eu recebi hoje de manhã? – perguntou Pamela me mostrando o iphone dela.

Caique tinha mandado minhas fotos pra ela também.

- Bem que eu estranhei vocês não terem me ligado ontem, ele deve ter se esquecido e lhe mandado só hoje de manhã.

- Deixa eu ver o babado – disse Kristina – OMG, aquele filho da p**a do seu irmão fez isso com você e nem mandou as fotos pra mim, se eu pego aquele fedelho eu...

- Então quer dizer que você está preocupada com o fato de Caique não ter lhe mandado as fotos? Ah Kristina, francamente.

- É claro, eu como boa informante que sou deveria mostrar a notícia para o colégio.

- Informante nada, você quer espalhar uma boa fofoca com meu nome, isso sim.

- Eu tenho um compromisso com a notícia e não posso deixa-la passar quando está saltitando como líder de torcida na minha frente, passa essas fotos pra mim Pamela.

- Não, apague essas fotos agora.

Pamela ficou sem saber o que fazer então Kristina acabou tomando o iphone da mão dela. Mas como ela é burra, eu não mereço isso, essa p**a só podia ser loira mesmo, além de burra ainda é lerda.

- Muita filha da putagem isso viu Kristina. – reclamei.

- Calma,todo mundo já viu mesmo, mas eu preciso colocar meu dedo nessa história pra não perder minha fama.

- Fala mais dessa sua briga com seu pai. – Pamela mudou de assunto, pelo menos fez alguma coisa certa uma vez na vida porque eu já estava quase partindo pra cima da Kristina.

Contei a elas tudo o que tinha acontecido entre mim e o Caique e depois a pequena discussão com minha mãe a conversa com meu pai.

- Ai fofz, que barra hein, mas e aí, à noite com o Jasper foi boa? – perguntou Kristina, que garota mais cara de pau.

- Melhor irmos ás compras. – desviei do assunto e saí do quarto. Pamela veio logo atrás de mim deixando Kristina lá fazendo cara feia, mas ela logo veio atrás de nós também e partimos de carro para o shopping.

Claro que a noite com o Jasper foi ótima, mas eu não queria que a Kristina espalhasse para o colégio inteiro que ele me levou a um motel pela primeira vez em nove meses de namoro.

Conheço Jasper desde que eu tinha quinze anos e sempre o achei lindo e ele sempre fora popular. Foi no mesmo ano em que pedi a virgindade com o cara mais popular do colégio no baile de formatura dele, ele já estava no colegial.

Jasper se tornou o mais popular depois que ele saiu do colégio.

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