Havia uns três carros em frente a minha casa, impedindo-me de estacionar. Gaya vinha tagarelando algo sobre a melhor festa que todo o campus já viu e de como nós iríamos arrasar em nossos recém-escolhidos vestidos desde que tínhamos saído da loja. Ela tinha deduzido que a minha falta de animação era apenas meu lado ranzinza imperando, não tendo nem ideia de que outra coisa me afligia.
Lógico que eu não tinha contado nada para Gy. Cara, eu tenho amor pela minha vida. Não só porque ela tinha na sua concepção Liam como um modelo da perfeição, mas como tínhamos como ideia fixa que qualquer tipo de traição era errado – até por tudo que seus pais tinham passado. É, aparentemente, não tinha aprendido bem.
Bem, estava difícil tirar aquilo de minha cabe&cce
- Professor. – eu falei tão seca quanto e observei Liam se aproximar.Deixei um sorriso involuntário imperar em meu rosto quando Li me abraçou e beijou a minha testa. Nos era permitido aquilo, afinal, amigos também podiam ter aquele tipo de carinho. Ele beijou o rosto de Gy e sorriu para minha mãe com aquela sua doçura característica.- Acho que Rick está ganhando a luta com a churrasqueira, Emma. – minha mãe sorriu com animação. Todo mundo era animado ali, né?- Então, sentem-se conosco. – minha mãe podia ser mesmo sem noção.Será que ela não percebia que eu estava a desmoronar ali, sob seus olhar quase recriminador, completamente matador? Queria gritar, contar ao mundo minha culpa apenas para ver se ela sumiria e, com sorte, levava Samuel
Samuel Lewis MorrisGarota irritante! Por que mexia com minha mente daquela forma? Droga, era só uma garota como todas as outras. Como todas aquelas outras que tive em minha cama pelo passar dos anos. Por que ela teimava em ser diferente? Por que minha mente não me obedecia e apenas esquecia aquilo? Por que ela dificultava tudo ainda mais me negando?Droga de garota! Por que ela não sumia de minha mente que a fazia desejar forte e enlouquecidamente? Seria bom se ela apenas desaparecesse, partisse e me deixasse apenas com a memória de seus lábios nos meus, seu corpo tão próximo, seu perfume tão inebriante.Sim. Eu a queria! Precisava dela. E precisava agora, entre meus braços, meus beijos, meus pensamentos. A imagem do casalzinho tão perfeito que era destinado a falha chegava a enjoar meu estômago. Ele não a merecia, ele n
Olhei ao meu redor. Um quarto de um branco enjoativo, que então me deixava nauseado. Quarto de hospital. A maca que me servia como cama era desconfortável e eu me sentia com a cabeça latejando um pouco e... Que porra é essa? Por que o meu braço direito estava engessado? Ótimo.- Está tão ruim para que faça caretas, White? – pirracei e ela rolou os olhos.- Samuel, você é louco? – ela perguntou, mas em tom mais de afirmação do que de qualquer outra coisa. – Você invadiu a outra pista. Poderia ter morrido...- Não achei que se importasse tanto... – falei, até meio surpreso, mas tentando a irritar. – Não que eu esteja reclamando, mas o que está fazendo aqui, Marcela? – ela abriu a boca e depois a fechou. – Claro, estou reclamando por você
Marcela Gear WhiteEu não acreditava naquilo. Eu não tinha dito que bastava daquilo? Por que meu corpo não obedecia à razão? Era para lá de difícil ignorar aquele homem perfeito, sarcástico, canalha, prepotente, egocêntrico, cafajeste, que a adorava irritar, cuja voz lhe fazia tremelicar e cujo corpo lhe fazia andar sobre nuvens, sabia. Mas me ter assim tão à sua mercê era me deixar prestar um papel ridículo.Na antessala, o médico conversava com a família de Samuel falando mais uma vez, por certo, da fratura em seu braço e de sua pequena contusão na cabeça – me causava um enorme espanto que não tivessem descoberto o dano cerebral que ele, definitivamente, tinha.Agora com a minha blusa já no lugar depois dos movimentos ousados de Bass, informei à fam&iac
- O que temos aqui? – a sua voz soprou contra o meu ouvido. – Não consegue mais ficar longe de mim, White?Mesmo tendo me afastado tão abruptamente hoje?- Não sabia que estaria aqui, senão jamais viria. – falei muito sincera, tendo os meus nervos à flor da pele. Por que ele simplesmente não me deixava em paz?- Claro que não... – ele falou irônico, deslizando seus lábios mais para baixo de minha orelha, beijando o meu pescoço lenta e sedutoramente. – Deveríamos resolver essa sua birra de outro modo, Marcela.Tremi, levantando-me de supetão enquanto senti a sua mão subindo por minha coxa. Onde estava o seu senso de lógica? E o meu? Meu... Enfim, Liam estava ali. Aliás, onde estava Liam? Quis percorrer os meus olhos pela casa para acha-lo, mas n&atild
Duas batidinhas na porta fizeram com que ele se afastasse de mim. Eu tinha um enorme sorriso no rosto e me senti bem por tê-lo. Ele se levantou, arrumando a sua camisa – à qual eu antes me agarrava – e indo abrir a porta do quarto. Eu me ajeitei na cama, deixando-me suspirar com o alívio que se implantava em meu peito. Alívio pela certeza de estar fazendo o que era correto, o mais certo.Eu não acreditei em meus olhos quando a porta aberta revelou quem estava do outro lado. Não acreditei de modo algum e quase decidi arrancá-los para que eles não me enganassem nunca mais, para que meu corpo decidisse obedecer a minha mente de uma vez por todas – afinal, era ela que mandava naquilo tudo.- É muita cara de pau estar aqui! – Liam falou rancoroso. – Dê meia volta e volte para a vagabunda que bateu na minha garota, Samuel.
- Hm. Interrompi alguma coisa? – era Samuel com seu tom para lá de irônico.Liam passou os braços por meu torso, tentando impedir que Samuel tivesse qualquer visão de mim. Um completo cavalheiro. Eu só não gritei para que Samuel caísse fora daquele quarto porque ele tinha a minha amiga desmaiada pela bebedeira em seu ombro do braço bom. Droga! Eu tinha me esquecido.- Droga! – eu grasnei.- Certo. Pode nos dar licença por um minuto, Samuel? – Li falou e Samuel o olhou cético. – Nós estamos seminus, se não percebeu. Mads precisa se vestir. – falou como quem tentava proteger a mim. Um amor.Samuel me olhou com uma carga imensa de ironia – bem mais do que achei possível um olhar carregar. No canto de seus lábios, um sorrisinho cruel se formou e eu me sen
- Marcela! – ele grasnou. – Não me negue novamente.- Samuel, já basta. Isso é loucura! – eu falei ainda tentando colocar a minha mente em ordem. – Isso não vai acontecer.- Quando vai perceber que é o que quer? Não teríamos vindo até aqui tantas vezes se não fosse. – ele falou sério. Ele acreditava naquilo mesmo?- Eu amo Liam. – ele rolou os olhos.- O amor... Tão superestimado. – ele riu. – Você ama Liam, mas quer ter prazer comigo. Qual o problema nisso?– perguntou, me trazendo para perto, sussurrando em meu ouvido. – Eu adorarei te dar o que quer.- Não posso fazer isso... – comecei, fechando meus olhos e tentando respirar.- Não? – ele falou ba