Mônica percebeu o olhar fixo de Noêmia sobre ela e começou a ficar incomodada.— Por que você está me olhando assim? — Perguntou Mônica, impaciente, antes de dar um leve tapa em Noêmia. — Chegamos ao andar!Noêmia fez um beicinho.— Já falei pra não me bater! Daqui a pouco vou acabar ficando abobada com tantos tapas.Quando entraram na loja, Mônica queria comprar algumas roupas para Malena, e Noêmia, que geralmente reclamava de cansaço ao fazer compras, agora se apressava em escolher peças para a mãe e até tentava pagar.— Deixa comigo, mana! Eu pago, tô com dinheiro!Depois de comprarem algumas roupas, desceram até o subsolo do shopping para comprar mantimentos e, em seguida, voltaram para o apartamento onde Malena morava.Ela ainda vivia no mesmo prédio antigo que os acolheu quando eram crianças. Embora Mônica já tivesse sugerido várias vezes que Malena se mudasse para um lugar mais próximo ao centro, ela nunca quis. Dizia que aquele bairro ainda era o melhor lugar para se viver.Ass
Noêmia revirou os olhos e puxou Mônica pelo braço, saindo rapidamente.— Mana, não vai contar nada pra mamãe, viu? Ela nem entende essas coisas! Se tivesse um pouquinho de amor-próprio, não teria largado o papai sem nem pedir pensão. — Disparou Noêmia.— Mesmo que seja ingênua, ainda é nossa mãe. — Mônica segurou a orelha dela e lançou um olhar severo. — Não quero mais ver você gritando com ela. Qualquer coisa, fala comigo em particular, entendeu?— Tá bom, tá bom, entendi! — Noêmia resmungou.As duas iam para o mesmo lado da cidade, então pegaram um táxi juntas. Quando chegaram ao destino, Noêmia avisou que mandaria o vestido para Mônica mais tarde.— Não gasta dinheiro à toa, eu tenho vestido! — Disse Mônica, tentando convencê-la.— Relaxa, mana! Esse é presente dos patrocinadores! — Respondeu Noêmia, acenando displicente e correndo para dentro do prédio.Mônica sorriu com um misto de divertimento e resignação. Noêmia podia ser meio mimada, mas ainda tinha um coração bom. Apesar de s
Dizendo isso, o homem pegou o copo térmico e o abriu.Lá dentro havia um mingau de abóbora doce e cremoso, cujo aroma se espalhou pelo ambiente. Tomás também sentiu o cheiro e comentou:— Foi a Srta. Mônica que mandou para o senhor, como forma de agradecimento.— Mingau de abóbora? Que coisa mais caseira! — Rubem olhou para o copo térmico cor-de-rosa e não conseguiu conter um sorriso. Pegou a xícara de café vazia, despejou o mingau e tomou um gole, sentindo o calor doce aquecendo seu corpo.— Sr. Rubem, isso aí tá doce demais, não combina com o senhor. — Tomás, sentindo o cheiro, engoliu em seco e sugeriu. — Quer que eu jogue fora e peça algo melhor pra entrega?Rubem o encarou friamente:— Não precisa. Vai trabalhar.Por volta das quatro da tarde, Tomás passou no departamento de tradução e devolveu o copo térmico a Mônica:— Srta. Mônica, aqui está seu copo.— Não precisava ter trazido, era só me avisar que eu ia buscar. — Mônica sorriu gentilmente. — Mas muito obrigada por trazer!—
Assim que desceu do táxi, Mônica reconheceu várias pessoas que estavam entrando. Eram todos figurões, grandes empresários, alguns dos quais nem apareciam nas revistas de negócios. Ela ficou surpresa.A festa era muito maior do que Noêmia havia mencionado.Quando Mônica chegou à entrada, um dos atendentes a parou:— Senhorita, poderia me mostrar seu convite?Mônica entregou o convite com o código de barras.O atendente verificou em seu celular e, com um olhar constrangido, disse:— Desculpe, senhorita. Seu convite está vinculado à Srta. Noêmia. Você só pode entrar quando ela chegar. Sozinha, a senhora não pode entrar.Que absurdo!— Não dá para abrir uma exceção? Está muito quente aqui fora. — Mônica insistiu, tentando convencer o atendente. — Posso esperar lá dentro, à vista de vocês.— Senhorita, o jardim e a entrada estão equipados com sistema de climatização. Não vai sentir calor. — respondeu o atendente com um sorriso educado.Mônica ouviu uma risada baixa atrás de si, e a voz que
Mônica ficou surpresa ao reconhecer o homem à distância:— Henry? Tem certeza que é ele?O diretor de filmes de suspense era famoso, e Mônica sempre teve uma certa admiração por seu trabalho.— Sim, é ele mesmo! — Noêmia agarrou o braço de Mônica e a puxou em direção ao diretor, sussurrando enquanto caminhavam. — Mana, por favor, pega leve! Lembra que eu ainda sou uma atriz desconhecida...Mônica quase riu daquilo. Uma "desconhecida" que já tinha contratos com marcas como Dior e Valentino? Difícil de acreditar.As duas se aproximaram de Henry.— Bonsoir, monsieur Henry. — Mônica sabia que o diretor era francês e não gostava muito de falar inglês, então o cumprimentou em francês, com um sorriso educado. — É um prazer conhecê-lo.O diretor ficou intrigado com o francês fluente de Mônica e começou a conversar com ela, mostrando-se interessado na conversa.Após algumas trocas de palavras, Mônica aproveitou para apresentar Noêmia:— Essa é minha irmã mais nova, Noêmia. Ela começou recenteme
— Eu nunca disse o contrário. — Respondeu Mônica.— Você é insuportável! — Íris já estava a ponto de perder o controle, mas Rubem, com uma leve tosse, a cortou, demonstrando sua crescente irritação.— Íris, controle-se.Ela bufou, insatisfeita, mas não teve outra escolha senão se calar. Antes de se afastar, lançou um último olhar mortal para Mônica.— Não quero que aquilo se repita. — Rubem murmurou em seu ouvido enquanto a guiava pela multidão. Sua voz baixa, mas afiada, não deixava margem para dúvidas. — Entendeu?Íris ficou tensa, gaguejando:— Eu... Eu não fiz nada de errado ultimamente. Só estou focada nas gravações. Agora, aquela Noêmia... Ela deve ter algum padrinho, porque roubou todos os meus contratos de marcas de luxo!Rubem parou de andar e, sem rodeios, deixou claro:— Estou falando das fotos. — Ele não estava mais disposto a fingir. — Você não tem nada a ver com a Mônica, e o casamento dela não é da sua conta. O que estava tentando provar?Íris mordeu os lábios, inquieta.
Ela olhou para os olhos profundos do homem à sua frente e travou:— Douglas?Será que ele estava usando lentes de contato castanhas?— Parece que minha tentativa de disfarce foi um fracasso, Nataly. Você acabou me reconhecendo. — Douglas sussurrou com um sorriso no canto dos lábios enquanto giravam na pista de dança. — Faz tempo que não dançamos juntos, não é?No instante em que o reconheceu, Mônica ficou completamente rígida. Seus passos perderam a naturalidade, mas Douglas, com sua habilidade, a conduzia de uma maneira que ela não conseguia se desviar do ritmo.Aos poucos, a música foi se tornando mais lenta, e os casais ao redor começaram a se balançar suavemente, abraçados.Douglas tirou a máscara, revelando seu rosto impecável. Ele encostou o rosto no pescoço de Mônica, inalando seu perfume suave, sentindo a saudade apertar no peito. Ele queria tanto abraçá-la.Mônica, com a mão presa pela dele, tentou se desvencilhar em vão. Com raiva, perguntou:— Douglas, o que você quer exatam
Aproveitando o momento exato em que os casais giravam, Rubem empurrou levemente a cintura de Íris com a palma da mão, jogando-a nos braços de Douglas, enquanto puxava Mônica para si.Tudo aconteceu em menos de três segundos. Quando Douglas percebeu, quem ele estava segurando agora era Íris, e ele lançou um olhar sombrio na direção de Rubem.Íris ficou indignada. Como Rubem podia trocá-la por Mônica assim, sem mais nem menos? Era um completo absurdo!— Sr. Rubem? — Mônica olhou para ele, ainda meio atordoada. O que foi que acabou de acontecer?Rubem assentiu, tão calmo quanto sempre, e começou a conduzi-la para fora:— Fique tranquila, durante o próximo mês eu vou cuidar de você. Afinal, você também é minha funcionária.— Obrigada. — Mônica murmurou, sentindo-se um pouco desconfortável.Rubem ainda tinha outros compromissos, então, após acompanhá-la até a saída, soltou sua mão. No entanto, Íris, que vinha logo atrás, empurrou Mônica com força nas costas, como se estivesse descontando su