Depois de pensar um pouco, Mônica decidiu mandar um e-mail para Rubem, agradecendo.Apesar de saber que resolveria a situação de qualquer forma, Rubem havia facilitado as coisas ao demitir Helen. Afinal, Helen tinha boas relações com alguns dos vice-presidentes.Para sua surpresa, Rubem respondeu rapidamente: [De nada.]Mônica ficou olhando para o e-mail por alguns minutos, refletindo. Rubem não mencionou nada sobre ela lhe dever um favor, o que a deixou aliviada. Ela já sentia que devia tantas a ele que poderia dar a volta ao mundo!Mais tarde, naquela tarde, Leopoldo, provavelmente após ver alguma notícia, começou a ligar insistentemente para Mônica.Quando ela finalmente atendeu, ele começou a gritar:— Mônica, eu não acredito que você seja tão desprezível! Foi você que armou o acidente, não foi? Fala! Você vai pagar por isso, eu vou te processar por tentativa de homicídio! Quer o divórcio? Nem pensar! Você conseguiu que me demitissem do Grupo Pimentel, mas eu não vou deixar você em
O homem tinha uma aparência refinada e sua voz era suave, mas Leopoldo sentia uma enorme pressão, como se o olhar daquele homem estivesse apertando seu pescoço, sufocando-o. O medo foi tanto que ele acabou urinando nas calças.Então o acidente não foi um acaso. Foi tudo orquestrado por esse homem!Leopoldo conhecia todos os amigos próximos de Mônica, mas aquele homem... Nunca tinha visto antes.Quem era ele, afinal? Qual era sua relação com Mônica?— Vo-você... E Mônica... — Leopoldo gaguejou de medo, sua voz trêmula, tentando perguntar qual era a relação entre o homem e Mônica, mas as palavras simplesmente não saíam por completo.O homem apenas sorriu levemente, pegou o celular que estava sobre a mesa ao lado e o entregou a Leopoldo:— Agora, ligue para ela e diga que você concorda com o divórcio. Peça para ela vir ao hospital com os papéis de divórcio, está bem?Sob a pressão daquele homem, Leopoldo não teve escolha. Tremendo, pegou o celular e discou para Mônica, repetindo as palavr
— Ai, mana, dessa vez eu tô sendo sincera, eu juro que me preocupo com a nossa mãe! — Noêmia balançou a mão de Mônica, fazendo biquinho. — Eu sei que fui meio irresponsável antes, mas eu tô crescendo, né? E, convenhamos, sou mais presente que o Lucas. De vez em quando eu apareço por aqui, mas ele? Vive trancado naquela escola e já deve ter esquecido da gente.— Ele estuda em um colégio interno, não é como se ele pudesse sair quando quisesse. — Mônica deu um tapa leve na cabeça da irmã. — Pelo menos ele não gasta tanto meu dinheiro quanto você! E você? Quanto eu te dou, você gasta!— Ai, mana! — Noêmia colocou a mão na cabeça, fazendo cara de dor. Ela sempre achava que não era muito esperta porque Mônica vivia batendo nela. Até pensava que, com tantos tapas, mesmo um gênio acabaria perdendo uns neurônios!Malena interveio:— Vocês duas podem brincar o quanto quiserem, mas vamos voltar para casa primeiro, certo?Mônica queria levar Malena a um restaurante, para que não precisassem cozinh
Mônica percebeu o olhar fixo de Noêmia sobre ela e começou a ficar incomodada.— Por que você está me olhando assim? — Perguntou Mônica, impaciente, antes de dar um leve tapa em Noêmia. — Chegamos ao andar!Noêmia fez um beicinho.— Já falei pra não me bater! Daqui a pouco vou acabar ficando abobada com tantos tapas.Quando entraram na loja, Mônica queria comprar algumas roupas para Malena, e Noêmia, que geralmente reclamava de cansaço ao fazer compras, agora se apressava em escolher peças para a mãe e até tentava pagar.— Deixa comigo, mana! Eu pago, tô com dinheiro!Depois de comprarem algumas roupas, desceram até o subsolo do shopping para comprar mantimentos e, em seguida, voltaram para o apartamento onde Malena morava.Ela ainda vivia no mesmo prédio antigo que os acolheu quando eram crianças. Embora Mônica já tivesse sugerido várias vezes que Malena se mudasse para um lugar mais próximo ao centro, ela nunca quis. Dizia que aquele bairro ainda era o melhor lugar para se viver.Ass
Noêmia revirou os olhos e puxou Mônica pelo braço, saindo rapidamente.— Mana, não vai contar nada pra mamãe, viu? Ela nem entende essas coisas! Se tivesse um pouquinho de amor-próprio, não teria largado o papai sem nem pedir pensão. — Disparou Noêmia.— Mesmo que seja ingênua, ainda é nossa mãe. — Mônica segurou a orelha dela e lançou um olhar severo. — Não quero mais ver você gritando com ela. Qualquer coisa, fala comigo em particular, entendeu?— Tá bom, tá bom, entendi! — Noêmia resmungou.As duas iam para o mesmo lado da cidade, então pegaram um táxi juntas. Quando chegaram ao destino, Noêmia avisou que mandaria o vestido para Mônica mais tarde.— Não gasta dinheiro à toa, eu tenho vestido! — Disse Mônica, tentando convencê-la.— Relaxa, mana! Esse é presente dos patrocinadores! — Respondeu Noêmia, acenando displicente e correndo para dentro do prédio.Mônica sorriu com um misto de divertimento e resignação. Noêmia podia ser meio mimada, mas ainda tinha um coração bom. Apesar de s
Dizendo isso, o homem pegou o copo térmico e o abriu.Lá dentro havia um mingau de abóbora doce e cremoso, cujo aroma se espalhou pelo ambiente. Tomás também sentiu o cheiro e comentou:— Foi a Srta. Mônica que mandou para o senhor, como forma de agradecimento.— Mingau de abóbora? Que coisa mais caseira! — Rubem olhou para o copo térmico cor-de-rosa e não conseguiu conter um sorriso. Pegou a xícara de café vazia, despejou o mingau e tomou um gole, sentindo o calor doce aquecendo seu corpo.— Sr. Rubem, isso aí tá doce demais, não combina com o senhor. — Tomás, sentindo o cheiro, engoliu em seco e sugeriu. — Quer que eu jogue fora e peça algo melhor pra entrega?Rubem o encarou friamente:— Não precisa. Vai trabalhar.Por volta das quatro da tarde, Tomás passou no departamento de tradução e devolveu o copo térmico a Mônica:— Srta. Mônica, aqui está seu copo.— Não precisava ter trazido, era só me avisar que eu ia buscar. — Mônica sorriu gentilmente. — Mas muito obrigada por trazer!—
Assim que desceu do táxi, Mônica reconheceu várias pessoas que estavam entrando. Eram todos figurões, grandes empresários, alguns dos quais nem apareciam nas revistas de negócios. Ela ficou surpresa.A festa era muito maior do que Noêmia havia mencionado.Quando Mônica chegou à entrada, um dos atendentes a parou:— Senhorita, poderia me mostrar seu convite?Mônica entregou o convite com o código de barras.O atendente verificou em seu celular e, com um olhar constrangido, disse:— Desculpe, senhorita. Seu convite está vinculado à Srta. Noêmia. Você só pode entrar quando ela chegar. Sozinha, a senhora não pode entrar.Que absurdo!— Não dá para abrir uma exceção? Está muito quente aqui fora. — Mônica insistiu, tentando convencer o atendente. — Posso esperar lá dentro, à vista de vocês.— Senhorita, o jardim e a entrada estão equipados com sistema de climatização. Não vai sentir calor. — respondeu o atendente com um sorriso educado.Mônica ouviu uma risada baixa atrás de si, e a voz que
Mônica ficou surpresa ao reconhecer o homem à distância:— Henry? Tem certeza que é ele?O diretor de filmes de suspense era famoso, e Mônica sempre teve uma certa admiração por seu trabalho.— Sim, é ele mesmo! — Noêmia agarrou o braço de Mônica e a puxou em direção ao diretor, sussurrando enquanto caminhavam. — Mana, por favor, pega leve! Lembra que eu ainda sou uma atriz desconhecida...Mônica quase riu daquilo. Uma "desconhecida" que já tinha contratos com marcas como Dior e Valentino? Difícil de acreditar.As duas se aproximaram de Henry.— Bonsoir, monsieur Henry. — Mônica sabia que o diretor era francês e não gostava muito de falar inglês, então o cumprimentou em francês, com um sorriso educado. — É um prazer conhecê-lo.O diretor ficou intrigado com o francês fluente de Mônica e começou a conversar com ela, mostrando-se interessado na conversa.Após algumas trocas de palavras, Mônica aproveitou para apresentar Noêmia:— Essa é minha irmã mais nova, Noêmia. Ela começou recenteme