— Eles não são diferentes de ninguém. — Respondeu Rubem. Ele parecia ter entendido o ponto de Mônica e continuou. — Você quer saber se o fato de a orientação deles mudar tem algum tipo de sinal, certo? — Exatamente isso! — Mônica bateu na perna, empolgada. — Você é muito inteligente! — Não tem sinal nenhum. — Disse Rubem, seco. Mônica ficou sem reação por um instante. Rubem lançou um olhar na direção dela e começou a explicar calmamente: — Eles são como qualquer outra pessoa, não têm nenhuma diferença. Quando encontram alguém de quem gostam, o que importa é a conexão, a afinidade. Se eles gostam, não se importam com o gênero. — Ah, entendi... — Murmurou Mônica, com o olhar perdido. Não era à toa que ela nunca tinha percebido nada de estranho com Lucas, mesmo depois de tantos anos vivendo com ele. — Por que você tá perguntando isso? — Rubem questionou. Assim que ele perguntou, Mônica sentiu um nó na garganta, como se estivesse prestes a chorar. O rosto dela murchou imedi
— Como você pode ficar com uma mulher tão horrível? Por que ainda não terminou com ela? Por que não fala nada? A casa que eu comprei pra você, você vai deixar aquela vadia morar nela também? — Íris gritou, furiosa. Lucas abaixou os olhos para encará-la. As palavras dela saíam como uma metralhadora, uma atrás da outra, sem pausa. Ela era tão pequena, mas parecia ter uma capacidade pulmonar absurda. O pior de tudo era o volume da voz. — Eu não tenho namorada. — Disse ele, massageando o ouvido, que já estava doendo. — Tem sim! — Íris rebateu, irritada. — Eu não sou cega. Você só não quer terminar com ela! — Eu já disse que não tenho. — Mentira! Eu vi com meus próprios olhos! Lucas começou a perder a paciência. O falatório incessante dela fazia sua cabeça doer. Sem pensar muito, ele segurou a nuca de Íris, interrompendo suas palavras com um beijo, empurrando de volta tudo o que ela queria dizer. O silêncio, finalmente, reinava. Lucas percebeu que ela devia ter comido muitos d
Dessa vez, Íris colou os lábios aos dele, de maneira desajeitada, mas cheia de urgência, como se quisesse demonstrar o quanto gostava dele. Lucas, que antes estava rígido, deixou as mãos escorregarem para a cintura dela. Sob o tecido fino do vestido, ele sentiu a maciez da pele delicada. Sua respiração ficou pesada, e ele a puxou para mais perto, pressionando-a contra o peito. Ela tinha algo que fazia qualquer um se perder. Os dois se entregaram a um beijo intenso ali mesmo, na cozinha. Íris, com dedos ágeis, começou a desabotoar a camisa dele. Seus lábios desceram pelo pescoço, tocando o pomo de adão que subia e descia enquanto ele respirava ofegante. Cada toque parecia acender uma chama que ele mal conseguia controlar. Foi então que, de repente, o som estridente de um celular vindo da sala quebrou o momento. Lucas recobrou um pouco da consciência e, ao perceber a camisa aberta, ficou alarmado. Ele rapidamente a fechou e tentou afastar Íris, falando com pressa: — Eu vou aten
Parecia um vídeo de monitoramento. Considerando o tamanho da mansão e o fato de Rubem morar sozinho, Mônica achou normal ele ter câmeras instaladas. Sem pensar muito, ela clicou em um dos vídeos. O vídeo mostrava o dia em que Kelly trouxe os diretores para uma reunião na mansão. O grupo subiu as escadas e não desceu mais. Rubem também havia entrado no elevador com a cadeira de rodas e subido. Mônica achou o vídeo desinteressante e começou a avançar o playback. Parou apenas à noite, quando viu a si mesma desmaiando na cozinha. No vídeo, Rubem apareceu, empurrando a cadeira de rodas. Ele tocou no rosto dela para tentar acordá-la e, em seguida, fez uma ligação. Depois que o médico foi embora, Rubem apareceu com um remédio. Ele tentou dar para ela, mas parecia que Mônica não conseguia engolir. Então, ele tomou o remédio e, em seguida, pressionou os lábios contra os dela para fazê-la ingerir. Mônica assistia ao vídeo e sentia o rosto esquentar cada vez mais. “Meu Deus, isso é impo
Assim que Mônica desligou o telefone, Rubem apareceu empurrando a cadeira de rodas. Ele parou na frente dela, os olhos fixos em sua barriga ainda chapada, e perguntou, com uma expressão séria: — Amor, por que você tá grávida há tanto tempo e sua barriga não cresce? Mônica ficou sem palavras. Como ele podia saber de tudo, menos que a história da falsa gravidez na Turquia era só uma desculpa? — Sr. Rubem, pode olhar o quanto quiser, ela não vai crescer. — Respondeu Mônica, soltando um suspiro profundo. Pela terceira vez, ela tentou explicar a verdade para ele, mas, antes que pudesse continuar, Rubem inclinou a cabeça para frente e encostou o rosto na barriga dela. — O bebê já deve estar com braços e pernas, né? Deixa eu ouvir. — Ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, fechando os olhos e pressionando a orelha contra o ventre de Mônica, como se estivesse escutando algo muito importante. Mônica levou a mão à testa, exasperada. Rubem bêbado era algo que ela nunca ap
Mônica estava à beira de um colapso. — Rubem, eu errei, tá bom? Vamos mudar de assunto, pode ser? — E falar sobre o quê? — Rubem pensou por um momento e, então, pegou o celular. — Acho melhor eu ligar pra Maitê. Vou perguntar quando ela pode dar uma coletiva pra gente cancelar o noivado. — Que emocionante, tô quase chorando. — Respondeu Mônica, segurando a mão dele antes que ele fizesse algo ainda pior. Ela forçou um sorriso, quase desesperada. — A gente pode falar disso depois? Eu e o "bebê" estamos com fome. Que tal comer primeiro? — Certo, vamos comer. — Rubem passou a mão na barriga dela e disse, com toda seriedade. — Não é bom deixar o bebê com fome. Naquele momento, Mônica só conseguia se arrepender de um dia ter ido para a Turquia com Rubem. Durante o almoço, Mônica pegou alguns camarões. Rubem, ao vê-la repetir, tirou o prato da frente dela. — Você pode comer frutos do mar, mas em excesso pode fazer mal pro bebê. Toma mais sopa de legumes. Quando Mônica foi pega
— Hahaha, o Sr. Rubem está brincando, não levem isso a sério! — Mônica tentou explicar rapidamente aos diretores, tentando recuperar o controle da situação. — Eu só vim porque fiquei preocupada que o Sr. Rubem estivesse desconfortável com as pernas e resolvi dar uma olhada. Os diretores murmuraram um “ah” em uníssono, mas era evidente que não acreditaram. Afinal, eles tinham visto com os próprios olhos Mônica saindo do quarto. — Presidente Mônica, pode ficar tranquila. Entendemos perfeitamente. — Disse um dos diretores, tentando parecer discreto. — O Grupo Pimentel está em uma situação delicada, mas não se preocupe. A notícia da sua gravidez ficará em sigilo até você e o Sr. Rubem anunciarem oficialmente. — Isso mesmo, estamos alinhados. — Acrescentou outro, com um sorriso cúmplice. Mônica ficou completamente sem palavras. “Eu não tô grávida! Não tô grávida!” Mas, por mais que tentasse explicar, as palavras de Rubem pareciam ter um peso maior do que qualquer justificativa del
— Você é cruel. — Disse Kelly, mordendo o lóbulo da orelha dele com um sorriso provocante. — Um império como o Grupo Pimentel, você não tem medo de engolir tudo de uma vez e acabar sobrecarregando o estômago? — Então eu destruo em partes e como aos poucos. — E eu? — Kelly perguntou, abraçando-o com força. Sua voz era macia, quase um sussurro, enquanto seu corpo parecia moldar-se ao dele. Os lábios dela começaram a deslizar lentamente pelo rosto dele, subindo em direção à sua bochecha. Douglas virou o rosto de leve, desviando do toque. Sua voz saiu gentil, mas firme: — Tenho trabalho a fazer. Saia por enquanto. — Corbat. — Murmurou ela, desapontada, mas ainda tentando provocá-lo. — Saia. — Repetiu ele, desta vez com um tom mais duro. Kelly lançou a ele um olhar insatisfeito, mas acabou soltando-o, embora a contragosto. Ela saiu do escritório, jogando o cabelo para trás com um ar de leve irritação. Quando ficou sozinho, Douglas afrouxou a gravata e abriu novamente o vídeo