Parecia um vídeo de monitoramento. Considerando o tamanho da mansão e o fato de Rubem morar sozinho, Mônica achou normal ele ter câmeras instaladas. Sem pensar muito, ela clicou em um dos vídeos. O vídeo mostrava o dia em que Kelly trouxe os diretores para uma reunião na mansão. O grupo subiu as escadas e não desceu mais. Rubem também havia entrado no elevador com a cadeira de rodas e subido. Mônica achou o vídeo desinteressante e começou a avançar o playback. Parou apenas à noite, quando viu a si mesma desmaiando na cozinha. No vídeo, Rubem apareceu, empurrando a cadeira de rodas. Ele tocou no rosto dela para tentar acordá-la e, em seguida, fez uma ligação. Depois que o médico foi embora, Rubem apareceu com um remédio. Ele tentou dar para ela, mas parecia que Mônica não conseguia engolir. Então, ele tomou o remédio e, em seguida, pressionou os lábios contra os dela para fazê-la ingerir. Mônica assistia ao vídeo e sentia o rosto esquentar cada vez mais. “Meu Deus, isso é impo
Assim que Mônica desligou o telefone, Rubem apareceu empurrando a cadeira de rodas. Ele parou na frente dela, os olhos fixos em sua barriga ainda chapada, e perguntou, com uma expressão séria: — Amor, por que você tá grávida há tanto tempo e sua barriga não cresce? Mônica ficou sem palavras. Como ele podia saber de tudo, menos que a história da falsa gravidez na Turquia era só uma desculpa? — Sr. Rubem, pode olhar o quanto quiser, ela não vai crescer. — Respondeu Mônica, soltando um suspiro profundo. Pela terceira vez, ela tentou explicar a verdade para ele, mas, antes que pudesse continuar, Rubem inclinou a cabeça para frente e encostou o rosto na barriga dela. — O bebê já deve estar com braços e pernas, né? Deixa eu ouvir. — Ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, fechando os olhos e pressionando a orelha contra o ventre de Mônica, como se estivesse escutando algo muito importante. Mônica levou a mão à testa, exasperada. Rubem bêbado era algo que ela nunca ap
Mônica estava à beira de um colapso. — Rubem, eu errei, tá bom? Vamos mudar de assunto, pode ser? — E falar sobre o quê? — Rubem pensou por um momento e, então, pegou o celular. — Acho melhor eu ligar pra Maitê. Vou perguntar quando ela pode dar uma coletiva pra gente cancelar o noivado. — Que emocionante, tô quase chorando. — Respondeu Mônica, segurando a mão dele antes que ele fizesse algo ainda pior. Ela forçou um sorriso, quase desesperada. — A gente pode falar disso depois? Eu e o "bebê" estamos com fome. Que tal comer primeiro? — Certo, vamos comer. — Rubem passou a mão na barriga dela e disse, com toda seriedade. — Não é bom deixar o bebê com fome. Naquele momento, Mônica só conseguia se arrepender de um dia ter ido para a Turquia com Rubem. Durante o almoço, Mônica pegou alguns camarões. Rubem, ao vê-la repetir, tirou o prato da frente dela. — Você pode comer frutos do mar, mas em excesso pode fazer mal pro bebê. Toma mais sopa de legumes. Quando Mônica foi pega
— Hahaha, o Sr. Rubem está brincando, não levem isso a sério! — Mônica tentou explicar rapidamente aos diretores, tentando recuperar o controle da situação. — Eu só vim porque fiquei preocupada que o Sr. Rubem estivesse desconfortável com as pernas e resolvi dar uma olhada. Os diretores murmuraram um “ah” em uníssono, mas era evidente que não acreditaram. Afinal, eles tinham visto com os próprios olhos Mônica saindo do quarto. — Presidente Mônica, pode ficar tranquila. Entendemos perfeitamente. — Disse um dos diretores, tentando parecer discreto. — O Grupo Pimentel está em uma situação delicada, mas não se preocupe. A notícia da sua gravidez ficará em sigilo até você e o Sr. Rubem anunciarem oficialmente. — Isso mesmo, estamos alinhados. — Acrescentou outro, com um sorriso cúmplice. Mônica ficou completamente sem palavras. “Eu não tô grávida! Não tô grávida!” Mas, por mais que tentasse explicar, as palavras de Rubem pareciam ter um peso maior do que qualquer justificativa del
— Você é cruel. — Disse Kelly, mordendo o lóbulo da orelha dele com um sorriso provocante. — Um império como o Grupo Pimentel, você não tem medo de engolir tudo de uma vez e acabar sobrecarregando o estômago? — Então eu destruo em partes e como aos poucos. — E eu? — Kelly perguntou, abraçando-o com força. Sua voz era macia, quase um sussurro, enquanto seu corpo parecia moldar-se ao dele. Os lábios dela começaram a deslizar lentamente pelo rosto dele, subindo em direção à sua bochecha. Douglas virou o rosto de leve, desviando do toque. Sua voz saiu gentil, mas firme: — Tenho trabalho a fazer. Saia por enquanto. — Corbat. — Murmurou ela, desapontada, mas ainda tentando provocá-lo. — Saia. — Repetiu ele, desta vez com um tom mais duro. Kelly lançou a ele um olhar insatisfeito, mas acabou soltando-o, embora a contragosto. Ela saiu do escritório, jogando o cabelo para trás com um ar de leve irritação. Quando ficou sozinho, Douglas afrouxou a gravata e abriu novamente o vídeo
Enquanto Mônica preparava o café da manhã na cozinha, Rubem estava parado na porta, olhando fixamente para ela. O olhar dele não desviava por nada. Mônica, ao perceber que ele ainda estava lá, olhou para trás várias vezes. Aquilo estava começando a deixá-la desconfortável. Ela suspirou, sem paciência, e falou: — Tio, por que você não pega um jornal para ler? Dá uma olhada nas notícias, pode ser? Rubem continuava a encará-la, e isso fazia com que Mônica não conseguisse nem mexer direito as mãos. “Será que ele bateu a cabeça? Esse homem tá cada vez mais esquisito...” Ao ouvir o pedido, Rubem deu meia-volta e foi até o sofá. Quando ele finalmente saiu, Mônica sentiu que o ar ao seu redor parecia ter ficado mais leve. Mas a paz não durou muito. Depois de alguns minutos, ele voltou, parou na porta e disse, com uma expressão séria: — Eu li o jornal, mas ele não é tão interessante quanto você. Mônica não conseguiu evitar. Seu rosto ficou vermelho na hora. Desde quando ele ficou
Lavar o cabelo de alguém não era uma tarefa difícil para Mônica. Ela fazia o trabalho com habilidade, perguntando de vez em quando se Rubem queria que ela aplicasse mais força. — Tio, não se mexe. Abaixa mais a cabeça. — Mais um pouco. — Mônica inclinou-se e acabou encontrando os olhos profundos de Rubem. Seu coração deu um salto, mas ela logo disfarçou, falando com um tom levemente irritado. — Fecha os olhos, senão a espuma vai entrar neles. Rubem continuou olhando para ela, com um olhar calmo e cheio de ternura. — Amor, você é tão bonita. Mônica sentiu as palavras atingirem diretamente seu coração. Ela não conseguiu responder. Não tinha resistência nenhuma a ele, e aquela frase simples foi o suficiente para fazer suas orelhas ficarem vermelhas. Sempre que estava diante de Rubem, parecia que ela perdia o controle de si mesma. Uma única palavra dele tinha o poder de fazer seu coração bater tão rápido que parecia querer escapar do peito. Depois de terminar de lavar o cabelo
— Rubem, você está exagerando! Eu nunca mais vou te visitar! — Íris disse furiosa e largou essas palavras, se virando para sair.Antes mesmo de chegar à porta, porém, ela voltou.— Íris, não se abale comigo. — Mônica ficou alerta quando viu ela se aproximando. — Essas palavras foram ditas por Presidente Rubem, não tenho nada a ver com isso.Íris simplesmente tirou um cheque do bolso e o jogou em seus braços:— Mônica, você acha que vou te chamar de cunhada? Continue sonhando! Nunca vai acontecer!— Além disso, Lobo já terminou com você. Não continue o prendendo.— Aqui está a indenização pelo término!Íris balançou seus cabelos e saiu com ar altivo, batendo saltos altos no chão.Mônica olhou para esse cheque. Era o mesmo valor que da última vez, vinte milhões de reais. Mas ela ficou confusa, pensando em quem ao lado de Íris estaria a usando como escudo.Quando viu Rubem tão calmo, Mônica balançou o cheque e perguntou: — Você acredita que eu esteja namorando dois homens ao mesmo tempo?