Alistair, ao ver Mônica cambalear, instintivamente estendeu a mão para ampará-la.Mas ela ergueu a mão, recusando.— Não precisa. Obrigada.Ele riu sem graça. “Droga. Pelo visto, entrei na lista negra dela.”Quando Mônica finalmente saiu do sofá, Rubem lançou um olhar discreto para sua camisa molhada e, sem dizer nada, pegou a manta que estava sobre suas pernas e a entregou a ela.Mônica seguiu o olhar dele, só então se dando conta do estado da própria roupa. O rosto esquentou e, sem hesitar, puxou a manta sobre os ombros. Tinha ficado tão focada em beber que nem notara como estava exposta.Tentando disfarçar o embaraço, ela perguntou:— Sr. Rubem, o que você está fazendo aqui?— O Francisco investiu neste clube. Ele achou que eu estava entediado na casa de campo e sugeriu que eu viesse espairecer. — Rubem respondeu com calma. — Quando soube que você estava aqui, resolvi ver se precisava de algo.Ele então voltou sua atenção para Alistair.— Você é o filho do Sr. Clyde? Vocês já se con
Naquela sala privada, todos se entreolhavam, mas ninguém dava sinais de pegar uma garrafa de bebida. Rubem, com um sorriso frio, disse:— Se vocês estão sem força nas mãos, posso pedir para alguém vir aqui e ajudá-los a beber.Com um gesto, ele chamou. Em poucos segundos, uma dúzia de garçons entrou em fila, postando-se atrás dele de forma impecavelmente ordenada.Alistair percebeu que, se não terminassem com aquelas bebidas, provavelmente ninguém sairia daquele lugar hoje. Irritado, ele xingou Reginaldo mentalmente e sussurrou para os demais:— Vocês estão esperando o quê? Comecem logo a beber. Ou querem passar a noite aqui?Com Alistair dando o primeiro passo, os outros rapidamente pegaram as garrafas e começaram a abrir. O ambiente, que antes estava tenso, logo voltou ao caos barulhento de quando Mônica havia acabado de entrar na sala.Até mesmo Reginaldo, sem alternativa, engoliu o orgulho e começou a beber.Desde a chegada de Rubem, Mônica permanecia ao lado dele. Ela não havia di
— Até quando vamos esperar? Virgínia e Marcos também estão comprando ações pelas sombras. — Mônica comentou, com uma preocupação evidente. — Além disso, as ações do Grupo Pimentel estão caindo, as fábricas foram fechadas... E se realmente falir?Rubem soltou uma risada baixa.— E o que isso importa? Eu uso o meu dinheiro para pagar seu salário.— Sr. Rubem, não é hora para brincadeiras! — Mônica exclamou, irritada, dando um tapa na mão dele. — Quando o Grupo Pimentel foi criado, sua tia e seus tios quase não ajudaram em nada. Mas, assim que a empresa cresceu, todos apareceram para tirar proveito. O Grupo Pimentel é do Sr. Conrado! Ele deixou a herança para você, então a empresa é sua. Por que você tem que deixar que eles roubem o que é seu? Eles não dão a mínima para você como sobrinho, então também não precisa ter piedade deles! Quem tem medo de quem? Hoje em dia quem tem dinheiro manda! Quem tem dinheiro tem gente ao seu redor, bajulando. Não como eles, que só sabem brigar entre si!
Todos estremeceram ao ouvir as palavras de Rubem. Ninguém esperava que alguém que aparentava ser tão calmo pudesse ser, na verdade, mais assustador do que o próprio diabo quando perdia a paciência. — Rub... — Reginaldo cerrou os punhos com tanta força que as veias saltaram. Ele quase gritou o nome de Rubem, mas, ao cruzar com o olhar frio como gelo dele, engoliu o resto das palavras. Rubem lançou um olhar despreocupado para o grupo e declarou com indiferença: — Pelo visto, vocês querem mesmo passar a noite aqui. Os presentes trocaram olhares nervosos, hesitantes. A ordem de Rubem parecia simples: bater em Reginaldo. Mas quem teria coragem? Reginaldo era da família Pimentel, e eles não passavam de figurantes sem importância. Se ousassem tocar nele, provavelmente não sairiam vivos dali. Por outro lado, ficar ali preso também não era uma opção agradável. Depois de um longo silêncio, um homem de óculos tomou coragem e começou a se mover, caminhando a passos lentos até Reginal
Os garçons levaram Alistair para fora, deixando apenas Rubem, Mônica e alguns outros no salão privado. Reginaldo, depois de suportar dezenas de tapas e a humilhação pública, estava tomado por uma fúria que o fazia querer matar Rubem ali mesmo. No entanto, ele sabia que não podia demonstrar nada. Com muito esforço, ele engoliu o orgulho e se aproximou. Assim que Reginaldo deu um passo à frente, Rubem pegou uma garrafa de vinho tinto da mesa e a golpeou com força contra o joelho dele. O impacto foi tão forte que Reginaldo caiu de joelhos diante de Rubem. Rubem segurou o cabelo de Reginaldo, puxando sua cabeça para perto, enquanto seus olhos se tornavam sombrios e ameaçadores. — Reginaldo, seu pai sempre foi um homem respeitável nos negócios. Como é que você passou tanto tempo ao lado dele e não aprendeu nada? — Rubem perguntou, com um tom frio que fazia o ambiente gelar. — Seu pai, mesmo me odiando, sabe ao menos fingir um sorriso e evitar me provocar. E você? O que acha que vai
— Você não disse que resolveria o assunto e depois me procuraria? Por que está demorando tanto? — Rubem o interrompeu, e seu olhar ficou visivelmente mais sério. Francisco sentiu o corpo estremecer e gaguejou ao responder: — Ah... Ah, sim. Eu só estava... Estava em uma reunião com os gerentes. Percebendo que Francisco parecia estranho, Mônica levantou os olhos para o ar-condicionado central e comentou, intrigada: — A temperatura aqui nem está baixa. Sr. Francisco, por que você está tremendo ao falar? Francisco esfregou os braços, tentando disfarçar. — Acho que estou com frio. Talvez eu só seja mais sensível ao frio... Rubem observava a interação dos dois, e aquilo o incomodou um pouco. Ele interrompeu a conversa com um tom direto: — Já mandei mensagem para Kelly. Mônica, você vai de carro para a empresa. Mônica levantou a sobrancelha, surpresa. — Sr. Rubem, e o senhor? — Tenho algo para resolver. Depois, Francisco me leva para casa. — Tudo bem. — Mônica não insi
Eduardo não insistiu no assunto e serviu uma xícara de café para Rubem. — Esses dias, Virgínia e Marcos compraram muitas ações participativas do Grupo Pimentel no mercado informal. E pagaram caro. — Minha tia sempre teve o hábito de gastar sem pensar. — Rubem comentou com indiferença, segurando a xícara. — Com o filho precisando de dinheiro para manter as aparências e os contatos, ela praticamente não tem nada guardado. A maior parte do dinheiro vem do Marcos. Gustavo, com o olhar baixo e a voz grave, acrescentou: — Marcos é astuto. Se ele conseguir tomar o controle do Grupo Pimentel, não vai demorar para ele descartar Virgínia. Ela não passa de uma peça descartável para ele. — E isso não é ótimo? — Francisco riu. — Assim poupamos o trabalho. Mas Eduardo parecia mais preocupado. Ele franziu a testa e disse: — O que conseguimos deduzir, provavelmente Virgínia também já percebeu. Além disso, me pergunto de onde Marcos conseguiu tanto dinheiro. Ele já tem 15% das ações origi
Rubem lançou um olhar frio para Francisco e disse: — Mônica é minha funcionária. Se ela é desrespeitada, é como se fosse eu quem estivesse sendo atingido. Não é natural eu defendê-la? Por que você está tão interessado em fofocar? — Tirando o conselho administrativo, quem no Grupo Pimentel não é seu subordinado? — Francisco rebateu com um sorriso provocador. — Mas eu nunca vi você se envolver quando alguém foi desrespeitado. Rubem pegou um punhado de pipoca e enfiou na boca de Francisco. — Cala a boca. E trate de entrar em contato com Emanuel depois. Entendeu? Com a boca cheia de pipoca, Francisco não conseguiu responder. Ele apenas acenou com a cabeça em concordância. Eduardo balançou a cabeça, suspirando com um toque de decepção. — Clyde já trabalhou com Rubem várias vezes, mas dessa vez ele não conseguiu entender o que Rubem pretende fazer. Recusar uma oportunidade rara dessas é algo que não se vê todo dia. — Isso só prova que nosso plano é perfeito, sem nenhuma falha