Todos estremeceram ao ouvir as palavras de Rubem. Ninguém esperava que alguém que aparentava ser tão calmo pudesse ser, na verdade, mais assustador do que o próprio diabo quando perdia a paciência. — Rub... — Reginaldo cerrou os punhos com tanta força que as veias saltaram. Ele quase gritou o nome de Rubem, mas, ao cruzar com o olhar frio como gelo dele, engoliu o resto das palavras. Rubem lançou um olhar despreocupado para o grupo e declarou com indiferença: — Pelo visto, vocês querem mesmo passar a noite aqui. Os presentes trocaram olhares nervosos, hesitantes. A ordem de Rubem parecia simples: bater em Reginaldo. Mas quem teria coragem? Reginaldo era da família Pimentel, e eles não passavam de figurantes sem importância. Se ousassem tocar nele, provavelmente não sairiam vivos dali. Por outro lado, ficar ali preso também não era uma opção agradável. Depois de um longo silêncio, um homem de óculos tomou coragem e começou a se mover, caminhando a passos lentos até Reginal
Os garçons levaram Alistair para fora, deixando apenas Rubem, Mônica e alguns outros no salão privado. Reginaldo, depois de suportar dezenas de tapas e a humilhação pública, estava tomado por uma fúria que o fazia querer matar Rubem ali mesmo. No entanto, ele sabia que não podia demonstrar nada. Com muito esforço, ele engoliu o orgulho e se aproximou. Assim que Reginaldo deu um passo à frente, Rubem pegou uma garrafa de vinho tinto da mesa e a golpeou com força contra o joelho dele. O impacto foi tão forte que Reginaldo caiu de joelhos diante de Rubem. Rubem segurou o cabelo de Reginaldo, puxando sua cabeça para perto, enquanto seus olhos se tornavam sombrios e ameaçadores. — Reginaldo, seu pai sempre foi um homem respeitável nos negócios. Como é que você passou tanto tempo ao lado dele e não aprendeu nada? — Rubem perguntou, com um tom frio que fazia o ambiente gelar. — Seu pai, mesmo me odiando, sabe ao menos fingir um sorriso e evitar me provocar. E você? O que acha que vai
— Você não disse que resolveria o assunto e depois me procuraria? Por que está demorando tanto? — Rubem o interrompeu, e seu olhar ficou visivelmente mais sério. Francisco sentiu o corpo estremecer e gaguejou ao responder: — Ah... Ah, sim. Eu só estava... Estava em uma reunião com os gerentes. Percebendo que Francisco parecia estranho, Mônica levantou os olhos para o ar-condicionado central e comentou, intrigada: — A temperatura aqui nem está baixa. Sr. Francisco, por que você está tremendo ao falar? Francisco esfregou os braços, tentando disfarçar. — Acho que estou com frio. Talvez eu só seja mais sensível ao frio... Rubem observava a interação dos dois, e aquilo o incomodou um pouco. Ele interrompeu a conversa com um tom direto: — Já mandei mensagem para Kelly. Mônica, você vai de carro para a empresa. Mônica levantou a sobrancelha, surpresa. — Sr. Rubem, e o senhor? — Tenho algo para resolver. Depois, Francisco me leva para casa. — Tudo bem. — Mônica não insi
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.Isso estav
Ao sair do lobby do hotel, o coração de Mônica ainda batia acelerado. A brisa fresca que acariciava seu rosto ajudou a clarear um pouco sua mente.Ela realmente havia passado uma noite com Rubem, essa grande figura! Não era um sonho, era a realidade!Como ela pôde fazer isso?Mônica deu um soco na própria testa e, com um suspiro de resignação, retirou a última nota da carteira e pegou um táxi.Não havia mais nada a fazer além de voltar para a casa da família Pimentel.Antes de entrar em casa, Mônica certificou-se mais uma vez de que não havia deixado nenhum vestígio suspeito em sua roupa e só então entrou.Ao entrar, Mônica encontrou a sogra na mesa de café da manhã.— Bom dia, sogra. — Ela disse, tentando manter a voz suave.— Você ainda tem coragem de voltar! — Talita Gonçalves, lembrando da discussão no telefone na noite anterior, estava cheia de raiva ao ver Mônica. — Divórcio! Vá e se separe do meu filho imediatamente!Vendo o desprezo da sogra, como se desejasse que ela sumisse d